Inteligência artificial põe estas cidades portuguesas a um passo do futuro

De Matosinhos a Lisboa, do Porto a Cascais, algumas cidades já aplicam métodos de inteligência artificial para automatizarem processos ou preverem o futuro. Conheça alguns exemplos nacionais.

A inteligência artificial não é uma coisa do futuro. É um conjunto de métodos e tecnologias capazes de gerarem benefícios concretos. E algumas cidades portuguesas já estão a aproveitar a tendência para vários fins.

O ECO compilou um conjunto de exemplos de aplicações da inteligência artificial em contexto municipal. A lista não é extensiva, mas permite ter uma ideia do potencial transformador da inteligência artificial, indutora de melhorias e poupanças.

Respostas mais rápidas a ocorrências

Métodos de inteligência artificial podem antecipar ocorrências e ajudar os humanos a agirem mais rapidamente, o que se revela de grande utilidade para a gestão de uma cidade.

A autarquia de Lisboa tem-se envolvido em projetos ligados à inteligência artificial. Um desses projetos passou pelo “desenvolvimento de um modelo analítico com recurso a algoritmos de análise preditiva e de inteligência artificial” para que o Regimento de Sapadores de Bombeiros possa ter “um tempo de resposta às ocorrências nunca superior a 10 minutos.

Lisboa tem ainda implementada uma Plataforma de Gestão Inteligente, que integra vários dados acerca da cidade e permite “processar e disponibilizar informação útil à gestão operacional e estratégica” da vida urbana, através de “poderosas ferramentas de analítica”.

Redução de resíduos nas ruas

No ano passado, a Câmara Municipal de Lisboa, ao abrigo de uma parceria, colocou um veículo adaptado a percorrer as ruas da cidade em busca de resíduos.

O veículo era capaz de detetar beatas, cigarros, vidros e folhas de árvore através de métodos de inteligência artificial, segundo a revista Marketeer.

Mais a norte do país, a Câmara Municipal de Matosinhos anunciou em 2018 a criação de um bairro inteligente e apontou algumas das tecnologias a testar no âmbito do projeto. Uma delas é um “robô aspirador de folhas”.

Controlo e gestão de edifícios

No bairro inteligente de Matosinhos, outra das tecnologias testadas, segundo informação da Câmara Municipal, foi “um sistema de inteligência artificial aplicada ao controlo e gestão de edifícios”.

De acordo com o CEiiA, que esteve envolvido no projeto, “trata-se de uma solução de inteligência artificial orientada para a eficiência energética em edifícios, com várias funcionalidades”.

Uma delas passou por “uma aplicação móvel para os utilizadores que recolhe informações sobre a sua sensação de conforto com o espaço, nomeadamente no que respeita a luminosidade, temperatura, conforto, posição no edifício, perfil de consumo, entre outros, e que irá permitir uma adaptação automática do espaço às preferências do habitante”.

O CEiiA estimou “obter poupanças energéticas até 40%” com a tecnologia.

Gestão automática de contabilidade

A inteligência artificial não é estranha à Câmara Municipal do Porto. No relatório de atividades de 2019, a autarquia dá conta de “um projeto de inteligência artificial” aplicado à área financeira, designado Robotics Process Automation.

O projeto consistiu “na robotização de processos de negócio através da utilização, em larga escala, de um software específico que possibilita simular a execução humana de tarefas repetitivas”.

“Com este suporte, iniciou-se no último trimestre [de 2019] a implementação de uma força de trabalho virtual para executar e controlar as operações que se relacionam com a reconciliação bancária de todas as contas que o município detém nos diversos bancos”.

Segundo o relatório, o projeto “permitiu uma recuperação de 70% dos movimentos em aberto, ou seja, dos 8.200 depósitos efetuados nas contas do município num mês, 5.700 foram regularizados sem intervenção humana”.

Recolha mais eficiente do lixo

A cidade de Cascais tem apostado em centros de controlo que permitem “gerir em tempo real as diferentes componentes” da vida urbana, desde a segurança, mobilidade, tráfego, limpeza urbana e ambiente.

A autarquia tem colhido frutos concretos da tecnologia já implementada. Uma nota informativa da Deloitte aponta para poupanças de 900 mil euros por ano com a solução de gestão mais eficiente das frotas de recolha do lixo.

A ambição do Cascais Command Center é vir a usar “modelos preditivos” para antecipar “potenciais problemas e respetivas soluções”, de acordo com a informação do portal SmartCities Network.

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Wall Street em máximos à boleia da banca

A sessão desta sexta-feira ficou marcada pela recuperação dos principais índices norte-americanos. As cotadas da banca animaram Wall Street.

Wall Street terminou a última sessão da semana com ganhos. O S&P 500 e o Dow Jones fecharam em máximos, depois de terem registado quebras, na quinta-feira, em resultado da incerteza em torno da pandemia e, em consequência, da recuperação económica. Esta sexta-feira, as cotadas da banca destacaram-se.

O índice de referência nos mercados norte-americanos, o S&P 500, terminou a sessão a valorizar 1,13% para 4.369,5 pontos. Também no verde, o industrial Dow Jones avançou 1,3% para 34.869,17 pontos e o tecnológico Nasdaq subiu 0,98% para 14.701,92 pontos.

Os índices estiveram a recuperar das quebras de quinta-feira, que foram motivadas pelo receio de que a variante Delta — altamente contagiosa — coloque em causa a retoma económica dos Estados Unidos. “Mais uma vez, todas as coisas que pareciam preocupar os mercados ontem [esta quinta-feira] não importam hoje [esta sexta-feira]”, frisa Chris Beauchamp, analista na IG, citado pela Reuters.

Por outro lado, os investidores estiveram a preparar-se para a época de resultados, que arranca na próxima semana com a divulgação dos números dos bancos. Aliás, as cotadas da banca destacaram-se, pela positiva, esta sexta-feira.

Os títulos do Golman Sachs valorizaram 3,57% para 371,76 dólares, os do Wells Fargo somaram 3,73% para 43,91 dólares, os do Morgan Stanley subiram 3,05% para 90,33 dólares, os do Citigroup avançaram 2,58% para 68,45 dólares e os do Bank of America Corp ganharam 3,25% para 40,04 dólares.

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Governo diz que decisão sobre regresso do público aos estádios ainda não está tomada

  • Lusa
  • 9 Julho 2021

Governo alerta que o regresso do público aos recintos desportivos deverá ser tomada e anunciada após reunião de Conselho de Ministros. E ainda não há decisão.

A decisão sobre o regresso dos espetadores aos estádios das competições profissionais de futebol, anunciada esta sexta-feira pela Liga de clubes, ainda não está tomada, esclareceu fonte oficial do Governo.

A mesma fonte explicou à Lusa que têm decorrido reuniões entre a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), de preparação para a próxima época, mas a decisão ainda não está tomada.

Relativamente a este passo, qualquer decisão sobre o regresso do público aos recintos desportivos deverá ser tomada e anunciada após reunião de Conselho de Ministros.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciou esta sexta-feira que competições profissionais vão começar com a possibilidade de 33% de lotação dos estádios, depois de reuniões com o Governo e a Direção-geral da Saúde (DGS).

“No seguimento das reuniões levadas a cabo nas últimas semanas com o Governo e a DGS foi hoje definida a norma que será aplicada ao regresso do público aos estádios. Depois de uma luta da direção da Liga e das sociedades desportivas, é com enorme satisfação que vemos concretizada a reivindicação da Liga Portugal e das suas associadas de ter os adeptos de regresso aos estádios”, refere o organismo, em comunicado.

A Liga de clubes, liderada por Pedro Proença, explica que, em breve, a DGS vai publicar “todas as regras e condições de acesso do público aos estádios”, acordadas hoje com a Liga de clubes, que passam por um arranque das competições profissionais com “a possibilidade de 33% de lotação dos recintos”.

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Há 3.762 novos alojamentos locais. Mas cancelamentos superaram aberturas no Porto e Lisboa

No primeiro semestre foram criados 3.762 novos alojamentos locais, mas registaram-se 2.425 cancelamentos. Em Lisboa e no Porto os cancelamentos foram superiores às aberturas.

A pandemia abalou o turismo e o alojamento local foi um dos negócios que mais sentiu (e sente) na pele os efeitos. As reservas oscilam consoante as decisões que se tomam relativamente às viagens e há quem não aguente o impacto: 2.425 empresários desistiram deste negócio no primeiro semestre. Contudo, ainda há quem confie neste mercado e prova disso é que foram criados 3.762 alojamentos locais até junho. O cenário no Porto e em Lisboa, no entanto, está mais negro, uma vez que os cancelamentos superaram as novas aberturas.

Entre 1 de janeiro e 30 de junho de 2020 foram criados 3.762 novos alojamentos locais, metade dos 7.153 que foram criados no mesmo período do ano passado, quando a pandemia dava os primeiros passos, mostram os dados do projeto ‘Local Data’, baseados nos registos do Registo Nacional de Alojamento Local (RNAL), cedidos pela Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) ao ECO.

De norte a sul, a evolução dos registos de alojamento local durante o primeiro semestre “não foi simétrica”, refere a associação. Guarda, Bragança, Vila Real, Viseu e Viana do Castelo destacaram-se, registando os maiores aumentos na evolução dos alojamentos locais, entre os 7% e os 9%.

Por distritos, a associação liderada por Eduardo Miranda destaca o Porto, que perdeu 2,3% dos alojamentos locais que tinha. Numa análise mais fina, os dados mostram que o concelho do Porto ganhou 380 novos registos, mas perdeu 699, o que resulta num saldo negativo.

Mas Lisboa também se destacou pela negativa, embora menos do que o Porto. O distrito perdeu 0,2% dos alojamentos locais e, quando se fala no concelho de Lisboa, observaram-se 487 novos registos e 596 cancelamentos. Novamente, um saldo negativo. A ALEP destaca que “a diminuição real em Lisboa é ainda bastante superior do que mostram os números do RNAL devido às áreas de contenção e à ausência de mecanismos de suspensão dos registos”, isto porque “muitos titulares saíram do turismo de curta duração e mantém ainda o registo oficial no RNAL”.

No relatório cedido ao ECO, a ALEP nota que as diminuições observadas no Porto e em Lisboa foram o “resultado de um duplo impacto da crise: redução drástica do número de aberturas e o aumento do número de cancelamentos”. Isto porque as preferências dos hóspedes recaíram sobre os destinos mais de natureza, como já tinha acontecido no ano passado.

“Enquanto os destinos urbanos, como Lisboa e, principalmente, Porto, continuam a ser muito penalizados, (…) a tendência de 2020 mantém-se com os distritos do interior a terem uma evolução positiva no número de registos, fruto de uma maior procura por destinos de natureza mais isolados”, salienta a associação.

Evolução do número de alojamentos locais no 1.º semestre

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Tribunal dá razão a juiz excluído de procurador europeu

  • Lusa
  • 9 Julho 2021

O Ministério da Justiça tem agora 10 dias para enviar a certidão da proposta de exclusão e da decisão de exclusão da candidatura do juiz José Rodrigues da Cunha a procurador europeu.

O Tribunal Central Administrativo Sul deu esta sexta-feira razão ao juiz José Rodrigues da Cunha, depois de o magistrado ter apresentado uma ação contra o Ministério da Justiça a pedir a anulação do processo a excluí-lo do concurso para procurador europeu.

Na decisão do tribunal, à qual a Lusa teve acesso, é referido que o Ministério da Justiça (MJ) tem até 10 dias para enviar a certidão da proposta de exclusão e da decisão de exclusão da candidatura do procurador excluído ao cargo de procurador europeu.

“Acordam em conferência os juízes da Secção de Contencioso Administrativo deste Tribunal em conceder provimento ao recurso jurisdicional, revogar a sentença recorrida e julgar procedente o pedido de intimação do Ministério da Justiça, nomeadamente, em dez dias, a passar certidão da proposta de exclusão e da decisão de exclusão da candidatura do recorrente ao cargo de Procurador Europeu”, pode ler-se no documento.

Em janeiro deste ano, José Rodrigues da Cunha avançou com uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto contra o Ministério da Justiça.

Segundo documentos a que agência Lusa teve acesso, na ocasião, o juiz desembargador apresentou no TAF do Porto uma ação contra o Ministério da Justiça “a pedir a anulação do ato” que o excluiu “da candidatura do procedimento de nomeação ou designação de personalidades indicadas pelo Governo para o cargo de Procurador Europeu Nacional e, consequentemente, o ato que designa os três candidatos Procuradores da Republica”.

O ex-presidente da Comarca do Porto – cessou funções em 4 de janeiro – deu igualmente entrada no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa com “uma intimação contra o Ministério da Justiça (…) para prestação de informações e passagem de certidão de todos os atos praticados desde 22 de março de 2019 (inclusive) até ao momento da nomeação do Sr. Procurador Europeu Nacional na Procuradoria Europeia, José Eduardo Guerra”.

Quanto à ação interposta no TAF do Porto, fundamenta que o facto de até à data não ter sido notificado do ato administrativo que determinou a sua exclusão, “cujo conteúdo, teor, data e autoria, ou seja, os seus elementos essenciais, se desconhece”, consubstancia uma “preterição de audiência prévia, consagrado constitucionalmente”.

Em 11 de novembro de 2020, o juiz desembargador enviou uma exposição ao presidente do Parlamento Europeu e a outras instâncias europeias a denunciar a violação das regras do processo de seleção para procurador europeu nacional, sustentando que o procurador José Guerra “não preenchia” todas as condições de elegibilidade para o cargo.

Na exposição, a que a Lusa teve acesso, José Rodrigues da Cunha aponta igualmente o “incumprimento do prazo” por parte do Ministério da Justiça para a conclusão do procedimento de seleção, e afirma que houve “violação dos princípios da imparcialidade, da igualdade ou transparência e da legalidade e da boa-fé”.

Em 1 de junho, o procurador europeu de Portugal José Guerra disse que não se sentia fragilizado por causa da polémica em torno da sua nomeação, pois foi nomeado de acordo com as regras e considera que foi a maior vítima da situação.

Numa entrevista ao jornal Público, José Guerra sublinhou que, não foi nomeado pelo Governo português e que a escolha dos procuradores europeus foi uma decisão tomada por 22 ministros da justiça.

“O Governo tinha a responsabilidade de indicar ao Conselho da União Europeia três nomes, para isso pediu aos conselhos superiores da Magistratura e do Ministério Público que selecionassem três nomes cada um. Fui um dos selecionados. Depois, como decorre da lei portuguesa, passamos o crivo da Assembleia da República, e fui avaliado pelo painel organizado pelo Conselho, que me considerou apto para a função”, explicou.

No mesmo dia, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, classificou a entrada em funções da Procuradoria Europeia como um marco “histórico”, sublinhando que a plena operacionalização deste organismo era “uma das grandes prioridades” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Francisca Van Dunem disse que era “um dia histórico” e considerou que o arranque das operações da Procuradoria era “um feito muito significativo, que surge no final de um longo processo”, que contou sempre com o firme apoio de Portugal.

A ministra da Justiça esteve no centro de uma polémica depois de, numa nota enviada para a representação de Portugal na União Europeia, em novembro de 2019, o Governo ter apresentado dados falsos sobre o magistrado preferido do Governo para procurador europeu – após seleção do Conselho Superior do Ministério Público -, mas depois de um comité europeu de peritos ter considerado Ana Carla Almeida a melhor candidata para o cargo.

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Lisboa e Algarve “muito próximos ou acima” das linhas vermelhas de ocupação de camas em UCI

Lisboa e Vale do Tejo e Algarve já têm valores de ocupação de camas em cuidados intensivos próximos ou até acima dos limiares definidos nas "linhas vermelhas". Pandemia está a agravar-se.

A pandemia está a agravar-se e, em consequência, o número de internados está a aumentar, pressionando os serviços de saúde. De acordo com o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) divulgado esta sexta-feira, Portugal já atingiu 56% do valor crítico de 245 camas ocupadas e nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve “a atual ocupação de camas em unidades de cuidados intensivos (UCI) está muito próxima ou acima dos limiares” definidos como “linhas vermelhas”.

Segundo as autoridades, esta quarta-feira, dia 7 de julho, havia 136 doentes internados em UCI, valor que corresponde a 56% do limiar de camas ocupadas definido como crítico. Em causa está um salto de dez pontos percentuais (p.p) face à semana passada, o que reflete a “tendência crescente” deste tipo de internamentos.

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve destacam-se pela negativa, registando 82 doentes internados em UCI — 60% do total do país — e 15 doentes internados em UCI, respetivamente. Tal significa que, nessa primeira região, já se atingiu 99% do limite regional (84 camas em UCI) e, na segunda, até já se ultrapassou o teto estabelecido. O limite algarvio era de 15 doentes em UCI, o que significa que a ocupação atualmente registada corresponde a 150% do limite considerada a “linha vermelha”.

As autoridades detalham que, no conjunto do país, o grupo etário com maior número de casos de infeção internados em UCI é o dos 40 aos 59 anos.

O relatório divulgado esta sexta-feira avança, além disso, que a incidência cumulativa a 14 dias por 100 mil habitantes está agora nos 287 casos, com tendência crescente. Neste ponto, o Algarve destaca-se com 674 casos por 100 mil habitantes, mas também Lisboa e Vale do Tejo com 438 casos por 100 mil habitantes.

Por outro lado, no Norte, a incidência cumulativa a 14 dias ainda está abaixo da “linha vermelha”, fixando-se nos 188 casos por 100 mil habitantes; Também o Alentejo está abaixo desse limiar mais crítico, fixando-se nos 165 casos por 100 mil habitantes; E no Centro, nos 149 casos por 100 mil habitantes. Ainda assim, as autoridades alertam que, a manterem-se estas taxas de crescimento, estima-se que este limiar seja atingido em menos de 15 dias também nestas três regiões.

Todos os grupos etários apresentam uma tendência crescente da incidência. O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos (651 casos por 100.000 habitantes). O grupo etário dos indivíduos com mais de 80 anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 56 casos por 100 000 habitantes, que reflete um risco de infeção inferior ao risco para a população em geral, mas que ainda assim apresenta um crescimento de 30 % em relação ao observado na semana anterior”, explicam a DGS e o INSA.

Quando ao índice de transmissibilidade (o Rt), Portugal já regista valores superiores a um a nível nacional (1,18) e em todas as regiões, também com uma tendência crescente (neste caso, sobretudo no Norte e Alentejo). “As regiões do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve apresentam Rt superior a um há respetivamente 26, 36, 57, 32 e 38 dias”, é detalhado no relatório.

A DGS e o INSA acrescentam que, neste momento, a variante Delta (associada à Índia) é já a dominante no país, em todas as regiões, com “uma frequência relativa de 89,1% dos casos. Aliás, foi perante esse cenário que o Executivo de António Costa decidiu levantar as restrições de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa e reforçar a exigência de testes ou da apresentação do certificado digital em estabelecimentos turísticos, alojamento local e, nos concelhos de maior risco, na restauração.

As autoridades sublinham também que ” análise dos diferentes indicadores mostra uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de elevada intensidade e tendência crescente, disseminada em todo o país – atualmente com maior impacto nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve”. No relatório, frisa-se ainda que, no último mês, esse aumento da atividade epidémica tem, de resto, condicionado um “aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos Cuidados Intensivos e nas regiões Lisboa e Vale do Tejo e Algarve”.

Outro ponto a destacar é a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2, que ultrapassou a fasquia dos 4%, fixando-se em 4,5%, mais 1,3 p.p. que na semana passada. Tal evolução acontece numa altura em que o número de testes realizados está também a aumentar (já foram feitos 435.361) na maioria das regiões. Já a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 4,5 %, menos 3 p.p. do que na semana passada e abaixo do limiar de 10%. Outro dado relevante é que, nos últimos sete dias, 90 % dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 74 % dos seus contactos.

Face à evolução da pandemia pintada por estes dados, o Executivo de António Costa decidiu manter o país em situação de calamidade. Há neste momento 60 concelhos em risco elevado e muito elevado, aos quais se aplicam uma série de restrições, com a obrigação de adotar o teletrabalho.

(Notícia atualizada às 21h21)

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Programa de Arrendamento Acessível regista 467 contratos entre mais de 19 mil candidaturas

  • Lusa
  • 9 Julho 2021

Quase 70% dos contratos ao abrigo do Arrendamento Acessível foram na Área Metropolitana de Lisboa. Cerca de 40% dos contratos assinados têm rendas situadas entre os 300 e os 500 euros.

O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) regista 467 contratos em todo o país, dos quais 67,5% na Área Metropolitana de Lisboa, contabilizando-se 19.498 candidaturas de arrendatários e 1.010 alojamentos disponibilizados, indicou hoje a Secretaria de Estado da Habitação.

No balanço do segundo ano do PAA, em vigor desde julho de 2019, os dados divulgados revelam que a procura é 19 vezes superior ao número de imóveis inscritos pelos proprietários para Arrendamento Acessível, representando a oferta apenas 5,2% das candidaturas apresentadas pelos inquilinos.

“Atualmente, há 467 famílias abrangidas pelo programa, a que se somam quase uma centena de contratos em análise. O acréscimo de contratos submetidos mensalmente tem sido regular desde a criação do programa, não se verificando variações em função da pandemia covid-19”, referiu a Secretaria de Estado da Habitação, em resposta à agência Lusa.

Quanto às rendas praticadas no PAA, 39% dos contratos assinados têm rendas situadas entre os 300 e os 500 euros e 43% estão com valores entre os 500 e os 800 euros, informou a mesma fonte.

Relativamente à distribuição territorial, a Secretaria de Estado adiantou que praticamente todas as Comunidades Intermunicipais (CIM) têm contratos ativos, verificando-se que predominam os contratos na Área Metropolitana de Lisboa (corresponde a 67,5%) e na Área Metropolitana do Porto (15,8%).

Registando hoje 19.498 candidaturas apresentadas pelos arrendatários e 1.010 alojamentos disponibilizados pelos proprietários, o departamento do Governo na área da Habitação defende que “é importante continuar a trabalhar na promoção do programa e na sua eficácia junto de quem se candidata, por forma a reforçar a resposta junto das famílias”.

De acordo com a Secretaria de Estado da Habitação, liderada por Marina Gonçalves, o PAA é um programa complementar à grande prioridade governativa de reforçar a resposta através do parque habitacional público, mas é também um instrumento fundamental para garantir que as famílias reduzem as taxas de esforço associadas às respetivas respostas habitacionais.

“O PAA é um instrumento importante que visa promover a oferta de arrendamento acessível, com estabilidade e segurança, em complemento de outros instrumentos de intervenção direta do Estado, designadamente, de um investimento intensivo na promoção de oferta pública”, reforçou a mesma fonte, acrescentando que todos estes instrumentos são compatíveis e contribuem para o mesmo objetivo: promover habitação acessível, com estabilidade e segurança.

Em vigor desde 1 de julho de 2019, o PAA visa promover uma oferta alargada de habitação para arrendamento abaixo dos valores de mercado, determinando a obrigação de seguros de renda, disponíveis no mercado desde janeiro de 2020, que “reduzem os riscos de incerteza e oferecem maior segurança para senhorios e arrendatários”.

De adesão voluntária, o PAA permite que os senhorios beneficiem de uma isenção total de impostos sobre “os rendimentos prediais resultantes de contratos de arrendamento ou subarrendamento habitacional”, em sede de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) e de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), enquanto os arrendatários têm uma redução de, pelo menos, 20% do preço das rendas de mercado, que deve corresponder a “uma taxa de esforço que se situe no intervalo entre 15% e 35% do rendimento médio mensal do agregado familiar”.

O preço máximo de renda acessível pode variar entre 200 euros para tipologia T0 e 1.700 euros para T5, dependendo da posição dos 308 concelhos do país, que estão agrupados por seis escalões, em que apenas Lisboa está nos valores mais elevados, posicionando-se mais de metade dos municípios – 165 – no escalão com preços mais baixos.

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Desabamento no Metro da Praça de Espanha foi responsabilidade das entidades envolvidas na obra

  • Lusa
  • 9 Julho 2021

"Nenhum dos intervenientes neste processo valorizou o facto de o canal [previsto ser demolido] passar sobre o túnel do Metro", conclui comissão de inquérito nomeada pela Câmara de Lisboa.

A comissão de inquérito nomeada pela Câmara de Lisboa para investigar o desabamento no túnel da estação de Metro da Praça de Espanha, ocorrido em setembro, atribuiu responsabilidades às várias entidades envolvidas na obra, foi esta sexta-feira anunciado.

Segundo o relatório divulgado pela autarquia, a responsabilidade do incidente, que ocorreu durante as obras do Parque Urbano da Praça de Espanha, é das várias entidades envolvidas, designadamente do dono da obra (Câmara de Lisboa), do Metropolitano, do projetista, do revisor de projeto, do empreiteiro, assim como da fiscalização.

“Face aos elementos analisados, conclui-se que nenhum dos intervenientes neste processo valorizou o facto de o canal [previsto ser demolido] passar sobre o túnel do Metro, recomendando a adoção de medidas particulares na sua demolição”, pode ler-se no documento.

O desabamento aconteceu em 29 de setembro, tendo provocado ferimentos ligeiros em quatro pessoas. Na ocasião do incidente, estavam cerca de 300 pessoas na composição que passava no túnel. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), assumiu na altura que o desabamento decorreu de um “erro grosseiro” associado à empreitada da autarquia e anunciou a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades.

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Conflito de interesses atira Herdade de Rio Frio para ministro das Finanças

Gabinete de João Leão assume processo de venda da Herdade de Rio Frio, depois de secretário de Estado das Finanças ter declarado conflito de interesses por ter trabalhado no grupo Amorim.

A venda da Herdade de Rio Frio, detida em partes iguais pelo BCP e pela Parvalorem, passou para o gabinete do ministro das Finanças, depois de João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, ter declarado conflito de interesses. A alienação dos 50% da Parvalorem (tutelada pelas Finanças) fica, assim, em ‘stand by’, uma vez que João Leão pediu à Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM) para avaliar as condições de venda da herdade.

Ao ECO, fonte oficial do Ministério das Finanças confirmou estas informações, explicando que “o secretário de Estado das Finanças comunicou ao ministro de Estado e das Finanças que não interviria na decisão à venda da Herdade de Rio Frio atento o seu percurso profissional”. Além disso, referiu que “o processo administrativo encontra-se em instrução, tendo sido solicitado parecer prévio à UTAM” e que o decreto-lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, “não prevê um prazo para a UTAM se pronunciar”.

Metade da sociedade Cold River’s Homestead — que detém a Herdade de Rio Frio — já tem comprador, depois de o BCP ter assinado a 24 de junho um acordo de 14,5 milhões de euros com a Corticeira Amorim. Mas a outra metade continua nas mãos da Parvalorem. Na altura em que anunciou a compra dos 50% do BCP, a Corticeira revelou que tinha também um acordo com a Parvalorem, “condicionado à verificação de determinados requisitos”, para a compra dos restantes 50%. E que esperava vir a concretizá-lo “no curto prazo”. Mas o futuro é incerto.

Herdade de Rio Frio, Setúbal.Museu da Paisagem

Tal como o ECO noticiou em exclusivo um dia depois, a 25 de junho, a Parvalorem recebeu uma proposta de última hora pelos seus 50%, superior à apresentada pela Corticeira Amorim. A sociedade História Notável, do empresário Avelino Neves Carvalho ofereceu 15 milhões de euros à Parvalorem.

Esta oferta acabou por ditar um impasse no processo, dado que, uma vez tutelada pelo Ministério das Finanças, a Parvalorem teria de justificar a venda da sua parte por um preço menor do que aquele que estava apresentado na proposta.

Na sequência destes acontecimentos, o secretário de Estado das Finanças declarou conflito de interesses para não ter de liderar o processo, passando, assim, a pasta da Herdade de Rio Frio para o gabinete do ministro das Finanças. Por sua vez, como é habitual neste tipo de procedimentos, João Leão pediu um parecer à UTAM, entidade que avalia a gestão das participações públicas do Estado.

Este pedido das Finanças foi feito na semana passada e a UTAM não tem prazo para se pronunciar. A entidade vai avaliar as condições de venda dos 50% da Parvalorem, nomeadamente o quadro jurídico em que a operação vai ser feita. Aí, a UTAM dará o seu parecer sobre o processo de venda, o enquadramento jurídico respetivo.

Esta entidade já foi chamada no passado para avaliar este processo, mas nunca chegou a emitir um parecer formal. Contudo, importa referir que o parecer que vier a ser dado pela UTAM é apenas consultivo, isto é, João Leão não tem de o cumprir. Contudo, o mais provável é que o faça. Resumindo, a Corticeira Amorim ainda pode ficar com os restantes 50%, passando a ser proprietária de toda a herdade, mas o cenário mais plausível é que tenha de apresentar uma proposta mais elevada, que cubra, pelo menos, a oferta da sociedade História Notável.

A Herdade de Rio Frio tem uma área de 3.600 hectares, dos quais 2.600 hectares são sobreiros e cerca de 130 são vinha. O interesse da Corticeira está exatamente na parte dos sobreiros, pela produção de cortiça. Na propriedade realiza-se também produção de arroz e de gado. A herdade inclui ainda o Palácio de Rio Frio, num terreno ao lado, que está nas mãos do Novo Banco.

A Parvalorem e o BCP ficaram com a Herdade de Rio Frio na sequência da insolvência da Sociedade Agrícola de Rio Frio e da Companhia Agrícola de Rio Frio (foi nessa altura que foi constituída a Cold River’s Homestead), dado que eram os maiores credores. A compra desta herdade pelo BPN terá lesado o Estado em 70 milhões de euros, diz o Dinheiro Vivo.

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Rui Costa assume presidência do Benfica

Decisão surge após Luís Filipe Vieira ter suspenso as funções enquanto presidente do Benfica, na sequência da Operação "Cartão Vermelho".

Depois de Luís Filipe Vieira ter suspenso as funções enquanto presidente do Benfica, na sequência da Operação “Cartão Vermelho”, o cargo é assumido, com efeitos imediatos, por Rui Costa. O antigo jogador do clube dos encarnados desempenhava, até então, as funções de vice-presidente.

“O Sport Lisboa e Benfica informa que, nos termos que se encontram estatutariamente previstos e em virtude da comunicação realizada hoje pelo Presidente da Direção, Luís Filipe Vieira, o Vice-Presidente Rui Manuel César Costa, assume, com efeitos imediatos, a Presidência do Sport Lisboa e Benfica, nos termos da alínea a do número 3 do artigo 61 dos estatutos do Clube”, lê-se no comunicado publicado no site do Benfica.

A suspensão de Luís Filipe Vieira das funções como presidente do Benfica, e nas participadas do clube, teve efeitos imediatos e enquanto o inquérito for um “fator de perturbação” no exercício dos cargos, segundo foi explicado num comunicado do próprio, lido pelo advogado Magalhães e Silva.

A SAD do Sport Lisboa e Benfica já reagiu também, adiantando que o “Conselho Fiscal da Benfica SAD suspendeu o Presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, em conformidade com o disposto no número 1, alínea b) do artigo 400.º do Código das Sociedades Comerciais (“CSC”), na sequência de um pedido que lhe foi dirigido pelo mesmo, tendo em consideração que se encontra em curso um inquérito no âmbito de uma investigação criminal que o envolve e no contexto da qual foi detido”, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Desta forma, “encontram-se suspensos todos os poderes, direitos e deveres do Presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, exceto os deveres que não pressuponham o exercício efetivo de funções”, sinaliza a SAD. Durante o período de suspensão, é Rui Costa que desempenha as funções de Presidente do Conselho de Administração.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades, em que estão indiciados de “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

O Ministério Público deverá pedir a prisão preventiva para Luís Filipe Vieira, sendo que o procurador Rosário Teixeira teme perigo de fuga do dirigente desportivo.

SAD admite prolongar prazo para investidores desistirem das ordens de compra das obrigações

A detenção do presidente do Benfica chegou na semana em que arrancou a emissão de 35 milhões de euros de obrigações pela SAD, que admite agora prolongar o prazo para os investidores desistirem das ordens de compra das obrigações. As ordens podem ser revogadas até dia 16 de julho.

“A Benfica SAD informa ainda que, como já indicado no comunicado divulgado em 7 de julho de 2021, será solicitada a aprovação pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de uma adenda ao prospeto aprovado em 1 de julho de 2021″, adiantam, no comunicado enviado à CMVM.

“Nos termos já previstos nesse prospeto, conforme vier a ser alterado pela mencionada adenda, os investidores que já tenham transmitido as suas ordens de subscrição poderão revogá-las ou modificá-las até 16 de julho de 2021 ou até três dias após a data de aprovação da adenda, caso esta venha a ser aprovada após 13 de julho de 2021″, explicam.

A notícia da detenção também obriga o clube a prestar informação adicional aos investidores, podendo mexer com o seu apetite pela operação. No prospeto, o Benfica avisava que “qualquer processo de natureza judicial, arbitral ou administrativa pendente ou que venha a ser instaurado no futuro contra o Emitente, tendo em consideração, nomeadamente, aspetos tais como a respetiva relevância e duração, poderá ter impactos na reputação e imagem do emitente e implicar consequências adversas a vários níveis no desenvolvimento das suas atividades.”

(Notícia atualizada às 19h50)

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Ir a hotel sem teste nem certificado digital dá multa até 500 euros

Portugueses arriscam coima entre 100 e 500 euros por não apresentarem certificado digital ou teste no acesso a hotéis ou ao fazerem refeições no interior de restaurantes nos concelhos de maior risco.

A partir deste sábado, quem não apresentar o certificado digital ou um teste negativo no momento de check-in nos estabelecimentos turísticos e alojamentos locais portugueses vai passar a arriscar uma coima entre 100 e 500 euros. E para as pessoas coletivas, a penalização pode chegar mesmo aos 10.000 euros. Estas sanções aplicam-se também a quem faça refeições no interior de restaurantes nos concelhos com risco elevado e muito elevado, a partir das 19h00 das sextas-feiras, aos fins de semana ou feriados, e não apresente o referido certificado ou um teste.

De acordo com o decreto-lei publicado esta sexta-feira, e tal como já tinha anunciado a ministra da Presidência, o Governo decidiu acrescentar à lista de deveres das pessoas singulares e coletivas a apresentação do certificado digital ou de um teste negativo no acesso a locais ou estabelecimentos de restauração, turísticos ou de alojamento local, bem como a solicitação e verificação, por parte dos responsáveis pelos locais ou estabelecimentos, desse certificado ou testes.

No caso dos estabelecimentos turísticos e alojamento local, as exigências em causa aplicam-se todos os dias da semana, independentemente do horário e em todos os concelhos do país. Excecionados desta regra estão, contudo, os trabalhadores dos espaços ou estabelecimentos e os eventuais fornecedores ou prestadores de serviços.

Já no caso da restauração, só é preciso o certificado digital ou um teste negativo para fazer refeições no interior de estabelecimentos localizados nos concelhos de risco elevado e muito elevado, e somente a partir das 19h de sexta-feira e durante todo o dia aos sábados, domingos e feriados.

Ou seja, não é preciso nenhum desses “passaportes” para fazer refeições, por exemplo, em esplanadas abertas, nem para usar as instalações sanitárias ou os sistemas de pagamento dos estabelecimentos, mesmo que estes se encontrem no interior. Dispensados estão também “trabalhadores dos espaços ou estabelecimentos, bem como a eventuais fornecedores ou prestadores de serviços”, exceto se a testagem “for exigida ao abrigo de outras normas”.

No caso dos restaurantes integrados em estabelecimentos turísticos ou alojamentos locais, os hóspedes ficam dispensados da apresentação de um teste negativo ou do certificado, uma vez que já deverá tê-lo feito no acesso ao próprio hotel, por exemplo, detalha o diploma publicado esta sexta-feira.

O mesmo decreto-lei explica que, para este fim, são admitidos os quatro seguintes tipos de teste: Teste PCR, realizado nas 72 horas anteriores à sua apresentação; Teste de antigénio com relatório laboratorial, realizado nas 48 horas anteriores à sua apresentação; Teste rápido de antigénio na modalidade de autoteste, realizado nas 24 horas anteriores à sua apresentação na presença de um profissional de saúde ou da área farmacêutica que certifique a sua realização e o seu resultado; Teste rápido de antigénio na modalidade de autoteste, realizado no momento, à porta do estabelecimento que se pretende frequentar, sob verificação dos responsáveis por estes espaços.

E atualiza a lista de concelhos que estão com risco elevado e muito elevado:

  • Assim, há hoje 27 concelhos em risco elevado (Albergaria-a-Velha, Alenquer, Aveiro, Azambuja, Bombarral, Braga, Cartaxo, Constância, Ílhavo, Lagoa, Matosinhos, Óbidos, Palmela, Portimão, Paredes de Coura, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Setúbal, Sines, Torres Vedras, Trancoso, Trofa, Viana do Alentejo, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Viseu);
  • E 33 em risco muito elevado (Albufeira, Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Avis, Barreiro, Cascais, Faro, Lagos, Lisboa, Loulé, Loures, Lourinhã, Mafra, Mira, Moita, Montijo, Mourão, Nazaré, Odivelas, Oeiras, Olhão, Porto, Santo Tirso, São Brás de Alportel, Seixal, Sesimbra, Silves, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Vagos, Vila Franca de Xira);

O incumprimento destas normas está previsto na legislação, constitui uma contraordenação sancionada com coima de 100 a 500 euros, no caso das pessoas singulares, ou de 1.000 a 10.000 euros, no caso das pessoas coletivas.

Com estas medidas, os restaurantes mesmo dos concelhos mais afetados pela pandemia voltam a poder ter horários mais alargados, funcionando até às 22h30.

O Governo decidiu prolongar a declaração de situação de calamidade até às 23h59 do dia 25 de julho de 2021, em todo o território nacional continental.

(Notícia atualizada às 19h33)

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PRR “não é um plano ideal, mas é o que temos”, diz Marcelo. Aposta deve ser na execução

O Presidente da República defende que "não há planos ideais", mas sublinha que se deve executar "o mais possível" do Plano de Recuperação e Resiliência.

O Presidente da República admite que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “não é um plano ideal”, mas “é o que temos”, sendo que deve ser também encarado em conjunto com o orçamento plurianual da União Europeia (UE). O foco agora, defende Marcelo Rebelo de Sousa, deve ser em “executar o mais possível”.

O PRR nacional teve de ser negociado palmo a palmo com a Comissão Europeia”, já que a Europa “apontava para certas prioridades, mas depois cada país tinha que tentar enquadrar aí realidades suas”, aponta o Presidente, em declarações transmitidas pela RTP3. Algumas áreas “só foram enquadradas no fim”, como por exemplo a Cultura, sublinhou.

“Não há planos ideais, este não é um plano ideal, mas é o que temos”, assumiu Marcelo. Este PRR deve ser executado “o mais possível, da melhor maneira, num tempo curto senão o dinheiro perde-se. E com clareza e transparência”, reitera o chefe de Estado.

Marcelo admite que é “natural que haja quem entenda que o PRR, por si só, devia ser uma realidade diferente”, mas defende que se deve juntar ao quadro financeiro plurianual: “O dinheiro que vamos receber durante sete anos é mais do que o correspondente ao PRR”.

Quanto à receção do plano, o Presidente diz ter ouvido “do setor privado lamentos e queixumes de não haver mais privado”, mas salienta que o setor “indiretamente”, por exemplo nos concursos, é “chamado a intervir”.

Medidas anunciadas por Governo são “muito equilibradas”

Marcelo Rebelo de Sousa comentou também as novas medidas anunciadas esta quinta-feira no âmbito do combate à pandemia, nomeadamente a exigência de certificado digital ou teste de despiste negativo na hotelaria e restauração nos concelhos com maior risco, como sendo “muito equilibradas”.

As “medidas pareceram muito equilibradas e até fazendo um grande esforço de colagem à realidade“, considera o Presidente da República. “Revelam uma procura de soluções diferentes que tomam em consideração realidade”, acrescenta.

Quanto à possibilidade de um regresso ao estado de emergência, Marcelo apontou apenas que os números, “ainda hoje, mostraram que, naquilo que é muito importante para vida dos portugueses, há uma relativa estabilidade no número de mortes e há uma dimensão até agora estável”, nomeadamente nas hospitalizações e internados em unidades de cuidados intensivos.

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