Revisão do RSI poderá trazer prestação à medida e gestor de caso

  • Lusa
  • 4 Julho 2021

Objetivo é ter igualmente uma segurança social que consiga fazer “uma leitura individualizada” de cada beneficiário e encontrar as respostas e as prestações sociais à medida das necessidades.

As propostas de revisão do Rendimento Social de Inserção deverão ser apresentadas até setembro, adiantou a ministra Ana Mendes Godinho, segundo a qual a revisão poderá passar por uma prestação à medida e gestores de caso.

Em entrevista à Lusa, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social defendeu que o Rendimento Social de Inserção (RSI), que completou 25 anos, “foi um instrumento decisivo” e “visionário” na altura em que foi criado e em que tinha como objetivo o combate à pobreza extrema em que viviam muitos portugueses em 1996.

“Conseguiu ter a capacidade de garantir que muitas das crianças tivessem a educação básica e acompanhamento escolar e foi determinante para muitas situações. Acho que foi e reitero uma prestação visionária”, defendeu a ministra.

Admitiu, no entanto, que, tendo em conta a evolução do tempo, é uma prestação social que “precisa da sua atualização”.

“É esse o nosso compromisso e é nisso que estamos a trabalhar”, garantiu Ana Mendes Godinho.

A governante lembrou que foi criado um grupo de trabalho interno, que integra vários organismos do Ministério, para fazer uma “avaliação profunda” do que é preciso ajustar nesta prestação social, e que o objetivo é fazer uma avaliação objetiva, ponderada e profunda do RSI.

“Pedimos que tivesse a avaliação com propostas já concretas, que nos fosse apresentada até ao final de setembro e, portanto, esse é o ‘timing’ que temos, procurando que seja uma avaliação o mais objetiva possível, identificando também algumas das necessidades de atualização que tem o RSI, para que seja uma medida eficaz no combate à pobreza”, explicou a ministra.

Ana Mendes Godinho adiantou que esta revisão do RSI faz parte de um objetivo mais abrangente, que é a construção de uma estratégia nacional de combate à pobreza, para a qual foi também constituída uma comissão.

A ministra referiu que foi publicado um estudo do Gabinete de Estudos Estratégicos (GEP) da Segurança Social sobre o RSI, que faz um balanço dos 25 anos de implementação da medida e traz “algumas pistas” em relação aos “problemas” que a prestação tem em matéria de eficácia, além de apontar na necessidade de “respostas personalizadas” para conseguir fazer a diferença.

Ana Mendes Godinho defendeu que “é cada vez mais importante” este tipo de acompanhamento, seja junto do beneficiário ou do agregado familiar, para que haja “maior eficácia da prestação do ponto de vista da integração”.

“Essa é uma conclusão que resulta deste estudo do GEP e parece-me que é evidente que temos de conseguir estas respostas cada vez mais personalizadas com capacidade de gestores de caso, mas também tenham a capacidade e o tempo, em função do número de situações que acompanham para serem verdadeiramente capacitantes desta mudança”, sublinhou.

Defendeu que o objetivo é ter igualmente uma segurança social que consiga fazer “uma leitura individualizada” de cada beneficiário e encontrar as respostas e as prestações sociais à medida das necessidades e da situação em que a pessoa está a viver, apontando que “muitas vezes há tantas prestações e as pessoas nem sabem muito bem como aceder”.

“Aqui é cada vez mais esta preocupação do próprio sistema em conseguir ter esta leitura individualizada das pessoas, ter respostas à medida e ter prestações também que respondem à situação que a pessoa está a viver”, sublinhou.

Lembrou ainda que está previsto “um grande investimento” na área da segurança social, com cerca de 200 milhões de euros no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), para uma segurança social mais próxima e digital.

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Proposta de revisão da legislação laboral chegará “brevemente” aos parceiros sociais

  • Lusa
  • 4 Julho 2021

Governo está a “trabalhar muito aceleradamente para esta agenda do trabalho digno”, uma agenda “que responde aos problemas reais e que é também de antecipação do futuro do trabalho”.

O Governo conta apresentar muito brevemente aos parceiros sociais uma proposta para rever a legislação laboral, tendo em conta as prioridades identificadas no Livro Verde, disse a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, em entrevista à Lusa.

“Neste momento estamos a trabalhar já em propostas que vamos apresentar aos parceiros sociais e, portanto, conto muito brevemente que isso aconteça”, precisou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Numa entrevista concedida a propósito dos 25 anos do Rendimento Social de Inserção (RSI), Ana Mendes Godinho acentuou que, no âmbito da agenda do trabalho digno, o Governo já apresentou aos parceiros sociais as prioridades no combate à precariedade, e que visam também o combate ao trabalho não declarado, no reforço da dimensão da proteção social e na conciliação da vida familiar e profissional.

A governante precisou, assim, que o Governo está a “trabalhar muito aceleradamente para esta agenda do trabalho digno”, uma agenda “que responde aos problemas reais e que é também de antecipação do futuro do trabalho”.

"Governo trabalhar muito aceleradamente para esta agenda do trabalho digno.”

Mendes Godinho

Ministra do Trabalho

Questionada sobre as críticas dos partidos de direita que têm apontado a disponibilidade do Governo em mexer na legislação laboral como uma ‘moeda de troca’ para as negociações do próximo Orçamento do Estado com os partidos à esquerda, Ana Mendes Godinho refutou-as, afirmando que se trata de processos completamente diferentes.

“São processos completamente diferentes. Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, referiu, precisando que todo este processo foi e será feito “no espaço de diálogo próprio que é a concertação social”, “procurando o maior consenso e envolvimento social nas opções que procuramos implementar e que estamos a construir”.

“Esta agenda de trabalho digno, esta agenda de combate à precariedade, este combate ao trabalho não declarado, este combate à existência de mundos diferentes, mundos paralelos no mercado de trabalho, é um objetivo e uma missão que temos a responsabilidade de implementar o mais rapidamente possível”, até para responder aos problemas que sobretudo os jovens sentem no dia-a-dia.

Os dados indicam que entre 2016 e 2019 a percentagem de trabalhadores por conta de outrem com contrato a termo recuou 23% para 17,1%. Apesar da descida, Portugal continua a superar a média da União Europeia (13,5%) sendo que, apontou a ministra, uma parte da redução registada nestes últimos tempos se deveu ao facto de as pessoas com contrato a prazo “terem sido as primeiras a serem dispensadas” durante a pandemia.

Fazendo um “zoom” aos jovens, os dados mostram que 58% dos que têm entre os 15 e os 24 anos de idade, têm contratos não permanentes. Dados, que, segundo a ministra, “obrigam a agir” e a ter uma capacidade de, enquanto sociedade, “encontrar respostas estruturais para não aceitar que grande parte do mercado de trabalho esteja com situações de precariedade”, pelo que a construção da agenda do trabalho digno deve ser “uma prioridade”.

“O nosso objetivo é olhar em frente, perceber quais são os problemas hoje e como é podemos contrariar esta tendência” e “procurando até melhorar medidas que tenham sido implementadas no passado, mas melhorar, não temos uma missão de reversão”, referiu, admitindo que, o compromisso é, “procurar sempre “o maior consenso social possível” em torno das alterações à legislação.

A proposta do Governo, disse, ainda deverá incluir todas as linhas identificadas como estratégicas no Livro Verde do futuro do trabalho.

Ana Mendes Godinho reiterou ainda a importância da formação e qualificação dos trabalhadores – outra das áreas chave identificadas no Livro Verde – tema que fará parte da agenda da próxima reunião da Concertação Social, a realizar no dia 07 de julho, e da dinamização do diálogo social e da contratação coletiva.

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Detenção de advogados. Ficará a classe com sequelas?

No seguimento da detenção do advogado de Joe Berardo, André Luiz Gomes, a Advocatus foi tentar perceber as consequências reputacionais que episódios como este podem afetar a classe profissional.

Joe Berardo foi detido na passada terça-feira por suspeita de burla à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Mas a investigação não está centrada apenas no empresário madeirense, também o seu advogado e amigo de longa data, André Luiz Gomes, foi alvo da ação da Polícia Judiciária.

Ao fim de mais de 24 horas de interrogatórios judiciais e três noites passadas nos calabouços das PJ, os arguidos sabem agora que são suspeitos de 20 crimes, no caso do advogado, e de 13 crimes no caso de Berardo. A decisão de Carlos Alexandre foi conhecida esta sexta-feira. Ambos ficam sujeitos ao pagamento de cauções.

Entre os crimes suspeitos está a burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, abuso de confiança qualificado, falsidade informática, falsificação de documento, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público. A lista de 12 suspeitos conta com Jorge Sabino Rodrigues Berardo, irmão de Joe Berardo, Carlos Santos Ferreira, ex-presidente da Caixa, e BCP e o filho de Joe Berardo, Renato Berardo.

André Luiz Gomes, que também foi detido, é advogado de Berardo há cerca de 30 anos e na manhã de quinta-feira foi ouvido durante horas pelo juiz de instrução Carlos Alexandre. Foi membro Conselho Consultivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (1995 – 2000), sócio da Luiz Gomes & Associados (1994 a 2005), sócio da Cuatrecasas entre 2005 e 2015, e advogado em prática individual em 2016. Atualmente é o managing partner da Luiz Gomes & Associados.

Para além do empresário madeirense, o advogado esteve envolvido em importantes processos, como o caso sobre a herança do amigo Berardo, Horácio Roque, e também defendeu Paula Amorim na compra do fundo imobiliário dona da Comporta. Também esteve do lado da CGD no caso da venda da cimenteira Cimpor em 2012.

A detenção de advogados não é muito frequente na justiça portuguesa, mas a constituição de advogados como arguidos tem sido mais comum nos últimos anos. Mais ainda as buscas a escritórios de advogados. Em causa a possibilidade de, ao constituírem as defesas dos suspeitos como arguidos, a justiça consegue aceder a mais provas. Por exemplo, buscas a escritórios de advogados para apreender correspondência, discos rígidos, computadores ou documentação.

Encaro sempre com muita preocupação a detenção de um advogado, tal como se tornou igualmente um mau hábito a constituição de advogados como arguidos apenas para se poder ter acesso aos seus documentos e às comunicações privilegiadas entre o advogado e o cliente”, explicou à Advocatus José Luís Moreira da Silva, presidente da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP).

Para José Luís Moreira da Silva, o advogado é um elemento essencial do Estado de Direito e “qualquer coerção que o Estado exerça sobre ele significa um prego no caixão do Estado de Direito e da Justiça”. Ainda assim, sobre a detenção de André Luiz Gomes, espera que a mesma tenha fortes justificações e tenha respeitado o princípio da proporcionalidade.

O antigo presidente do Conselho Regional de Lisboa (CRL) da Ordem dos Advogados (OA), António Jaime Martins, questionou o número ilimitado de horas que é permitido interrogar pelo Código de Processo Penal (CPP) e que este, passados 45 anos, ainda permite a detenção em moldes que “comprometem seriamente o exercício do direito de defesa e o princípio da presunção de inocência do arguido”.

Alguns dos últimos casos mediáticos, puseram a nu alguns dos tiques salazarentos que ainda não foram expurgadas no nosso Código de Processo Penal. Estou a pensar na ausência de limite à detenção para interrogar, pois as 48 horas são apenas para o início do interrogatório”, refere.

Desta forma, defende que se crie um foro especial em matéria criminal para os casos de detenção dos advogados por atos praticados no exercício da profissão, permitindo-se apenas a detenção em situações em que exista “prova indiciária reveladora de atos concretos em que se possam alicerçar fundadas suspeitas da prática do crime e mediante prévia possibilidade de efetivo exercício de contraditório”.

Contactado pela Advocatus, o bastonário da OA, Luís Menezes Leitão, apenas explicou que a Ordem acompanha a situação com preocupação e que irá averiguar todos os seus aspetos. “Não nos iremos pronunciar sobre o caso concreto, referindo apenas que todos os advogados estão sujeitos a um rigoroso código deontológico de conduta, competindo aos órgãos disciplinares da Ordem atuar sempre que surjam indícios de atuação irregular por parte de qualquer advogado”, assegurou.

Reputação da advocacia

Contactadas pela Advocatus, os principais escritórios de advogados do mercado não se quiseram pronunciar sobre a matéria, alegando que o processo está em “segredo de justiça”, que “pouco se conhece do caso” e que “são matérias muito sensíveis”.

João Massano, presidente do CRL da OA, acredita que este tipo de situações, como a recente detenção de André Luiz Gomes, nunca são boas para a imagem da classe, nem para outra qualquer que envolva profissionais dessas áreas.

Nunca é bom, para qualquer classe que seja, ver um dos seus profissionais – ainda mais quando têm o nível de mediatismo que esta situação está a ter – envolvido num processo deste tipo”, refere o líder do CRL.

Ainda assim, reforça que os advogados são pessoas, como os profissionais de qualquer outra classe, e, desta forma, todos podem ser envolvidos nestes tipos de processos. João Massano sublinha também que neste caso concreto estamos perante uma mera detenção para interrogatório sem que tal signifique qualquer condenação por qualquer ilícito criminal.

É claro que o envolvimento de um advogado num processo mediático tem consequências reputacionais mas a classe tem os seus créditos bem firmados na sociedade, sendo reconhecida pelos cidadãos como fundamental para a afirmação e deveres dos seus direitos, e acredito que a nossa reputação não será beliscada por esta situação”, acrescenta.

Alegada fraude à CGD

O caso foi tornado público depois de uma operação policial em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, três das quais a estabelecimentos bancários, e que levou à detenção do empresário e colecionador de arte e do seu advogado de negócios André Luiz Gomes, suspeito pelos mesmos crimes.

Segundo comunicados da PJ e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa no processo está um grupo “que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros” e que terá causado “um prejuízo de quase mil milhões de euros” à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.

Envolvidos no processo estão até ao momento 12 arguidos: Joe Berardo, André Luiz Gomes, Jorge Sabino Rodrigues Berardo (irmão de Berardo), Carlos Santos Ferreira (ex-presidente da Caixa e BCP), Fátima Câmara (contabilista na Madeira), e Sofia Catarino (vogal do conselho de administração da Associação de Coleções). Além destes, foram ainda constituídos seis arguidos coletivos: Sociedade Luiz Gomes & Associados, Atram — Sociedade Imobiliária S.A. (detida a 100% pela mulher de Berardo, Carolina), Associação Coleção Berardo, Associação de Coleções, Moagens e Associadas SA e Metalgest – Sociedade de Gestão, SGPS, SA.

O juiz Carlos Alexandre aplicou esta sexta-feira uma caução de cinco milhões de euros como medida de coação ao empresário Joe Berardo e de um milhão ao seu advogado e André Luiz Gomes. Os dois arguidos ficaram ainda proibidos de manter contactos entre si e com vários familiares.

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Número de desempregados inscritos baixou 23 mil em junho

  • Lusa
  • 4 Julho 2021

As medidas extraordinárias de apoio lançadas no âmbito do Ministério do Trabalho mobilizaram 4.138 milhões, tendo abrangido três milhões de pessoas e chegando a 174 mil empresas.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou 23 mil em junho, face ao mesmo mês do ano passado, disse a ministra do Trabalho, sinalizando que os dados mostram a eficácia das medidas de resposta à pandemia.

Em entrevista à Lusa, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, precisou que, somados com os dados de maio, os resultados observados em junho, fazem com que no acumulado destes dois meses, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego resulte numa diminuição homóloga que supera os 44 mil.

“Em junho, dados do Continente, temos menos 23 mil pessoas inscritas no IEFP [Instituto do Emprego e da Formação profissional]” e “em maio tivemos cerca de menos 21 mil, o que significa que na soma dos dois meses nós temos menos 44 mil pessoas inscritas no IEFP”, precisou a governante, assinalando que este resultado demonstra o impacto das medidas extraordinárias de apoio ao emprego e a “importância que tem sido esta mobilização sem precedentes de recursos”.

Desde o início da pandemia, as medidas extraordinárias de apoio lançadas no âmbito do Ministério do Trabalho mobilizaram 4.138 milhões de euros (incluindo neste valor as isenções contributivas), tendo abrangido três milhões de pessoas e chegando a 174 mil empresas.

Já sobre o pagamento do ‘lay-off’ a 100% – medida contemplada no Orçamento do Estado para 2021 – a ministra referiu que a Segurança Social está a transferir a verba correspondente para as empresas, explicando que, caso haja situações de trabalhadores a receber com cortes, estas devem ser sinalizadas à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para que este organismo possa intervir.

“[Havendo] situações dessas, o que eu peço é que sinalizem, e a ACT naturalmente intervém. [Em] todas as situações que são denunciadas à ACT, a ACT intervém”, precisou a governante, numa entrevista concedida no âmbito dos 25 anos do Rendimento Social de Inserção (RSI).

Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), os trabalhadores em lay-off simplificado ou no lay-off tradicional (previsto no Código do Trabalho) motivado pela pandemia da doença Covid-19, passaram a ter direito a receber 100% da sua remuneração (contra os anteriores dois terços) até ao limite de três salários mínimos nacionais (1.995 euros).

Este encargo adicional é financiado pela Segurança Social, não implicando um esforço adicional para as empresas face aos valores que pagavam anteriormente a esta medida entrar em vigor.

Numa situação em que as empresas não façam chegar aos trabalhadores a integralidade dos valores tal como resulta da norma prevista no OE2021, estas são consideradas como dívida ao trabalhador.

“Naturalmente as empresas têm que pagar e cumprir esse pagamento a 100% aos trabalhadores”, disse a ministra, referindo que num cenário em que tal não aconteça e que seja sinalizado à ACT, o que a Autoridade para as Condições do Trabalho “faz é apuramento da dívida ao trabalhador, porque na prática isso é uma dívida ao trabalhador, para que seja pago pela empresa”, além das contraordenações laborais associadas a um incumprimento do pagamento de salário.

Ana Mendes Godinho referiu que a ACT tem feito a sua intervenção a dois níveis: em função de denúncias que chegam e em função de avaliação de indicadores de risco em que desenvolve ações concretas para verificação da implementação das medidas.

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Arranca a vacinação dos jovens entre os 18 e os 29 anos. É por faixa etária decrescente

Arranca este domingo, a vacinação das faixas entre os 18 e os 29 anos. Convocatória vai realizar-se por ordem decrescente, sendo que nesta fase inicial será feita através de agendamento central.

A partir deste domingo, arranca a vacinação das faixas entre os 18 e os 29 anos, por ordem decrescente, como tem sido habitual. Nesta fase inicial, a convocatória vai realizar-se através do agendamento central, prevendo-se, posteriormente, a abertura gradual do auto-agendamento.

“A semana que se inicia a 4 de julho [este domingo] é a data estimada para o início da vacinação, por ordem decrescente, da faixa etária dos 18 aos 29 anos”, apontou fonte oficial da task force, em resposta ao ECO. Esta data está, portanto, em linha com o que tinha sido antecipado pelo coordenador do plano de vacinação contra a Covid, em audição na Comissão na Saúde, no Parlamento, a 23 de junho, bem como corresponde a uma antecipação face à meta anteriormente apontada, que previa que os maiores de 20 anos começassem a ser vacinados em agosto.

Ainda que numa fase inicial, a vacinação das faixas etárias dos 18 aos 29 anos vai ser feita “através de agendamento central, onde os utentes recebem um SMS ou telefonema”, tal como sucedeu com as faixas etárias anteriores, sendo que “posteriormente o auto-agendamento estará, gradualmente, disponível até aos 18 anos”, sublinha fonte oficial da task force.

Neste momento, o auto-agendamento está disponível para utentes com idade igual ou superior a 30 anos, o que permite que as pessoas destas faixas etárias possam escolher o local, bem como a data em que pretendem ser vacinadas. Recorde-se que é atualmente nas faixas etárias mais jovens que têm sido detetadas a maioria das novas infeções por Covid-19 em Portugal, pelo que há vários apelos por parte dos especialistas para se acelerar a vacinação nestas idades.

Portugal está neste momento a administrar, “de forma sistemática”, cerca de 100 mil vacinas por dia, sendo que a maior disponibilidade de vacinas veio alterar a metodologia criada para o auto-agendamento. Até à vacinação das faixas etárias acima dos 50 anos, a task force abria a vacinação na faixa etária seguinte quando 60% a 70% dos utentes no grupo etário acima estavam inoculados.

Não obstante, atualmente e por forma a acelerar o processo, quando é atingido 40% de vacinação numa faixa passa-se para a faixa abaixo. O objetivo é sempre que as faixas mais velhas “comecem primeiro, acabem primeiro e tenham sempre a vacinação superior às faixas seguintes”, explicou Henrique Gouveia e Melo.

A task force espera ter 85% da população portuguesa vacinada com a primeira dose da vacina até “meados de setembro”, segundo revelou Henrique Gouveia e Melo, em entrevista ao programa “360” da RTP3. Esta é a nova percentagem apontada pelos especialistas para se atingir a imunidade de grupo à luz da variante Delta, que é considerada 60% mais transmissível que o vírus original, e que é responsável pela maioria dos novos casos identificados em Portugal.

Em Portugal, há já mais de 5,3 milhões de portugueses vacinados com uma dose da vacina (o que representa 52% da população), dos quais mais de 3,2 milhões de cidadãos já completaram o processo de vacinação (32% da população), de acordo com o último relatório divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Paulo Vizeu Pinheiro indigitado novo secretário-geral do SSI

  • Lusa
  • 3 Julho 2021

António Costa indigitou o embaixador Paulo Vizeu Pinheiro para o cargo de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna. Vai substituir Helena Fazenda que assumiu a posição em 2014.

O primeiro-ministro, António Costa, indigitou o embaixador Paulo Vizeu Pinheiro como novo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, que sucede a Helena Fazenda, anunciou o Governo.

“Nos termos do disposto na Lei de Segurança Interna, sob proposta conjunta do senhor ministro da Administração Interna e da senhora ministra da Justiça, o primeiro-ministro indigitou o embaixador Paulo Vizeu Pinheiro para o cargo de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna“, lê-se numa nota do gabinete do primeiro-ministro.

Helena Fazenda tomou posse como secretária-geral do Sistema de Segurança Interna em 2014.

Na nota, é referido que o primeiro-ministro “ouviu, como é tradição, o líder da oposição e, conforme previsto na lei, será requerida a audição do senhor embaixador em sede de comissão parlamentar, a qual antecede a nomeação para o cargo”.

“O primeiro-ministro solicitou ainda ao Conselho Superior da Magistratura que conceda autorização para que Helena Fazenda possa prosseguir as funções de secretária-geral do Sistema de Segurança até à conclusão dos atos e formalidades exigidos para a designação do novo secretário-geral do SSI”, refere a nota.

Na mesma nota, o Governo agradece e “louva publicamente o trabalho desenvolvido” por Helena Fazenda “no exercício de funções”.

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Tribunal ordena fecho do Apolo 70, o mais antigo shopping de Portugal

  • Lusa
  • 3 Julho 2021

Espaço está encerrado por tempo indeterminado, na sequência de um litígio judicial que opõe a empresa concessionária, a COPEVE.

O centro comercial mais antigo de Portugal, o Apolo 70, fechou este sábado, 3 de julho, as portas por tempo indeterminado devido a uma ordem judicial, executada esta tarde por quatro agentes da PSP, segundo testemunhou a Lusa no local.

Segundo fonte da PSP, o espaço está encerrado por tempo indeterminado, na sequência de um litígio judicial que opõe a empresa concessionária do espaço, a Companhia Proprietária de Estabelecimentos Vários, COPEVE, e o proprietário do edifício onde o centro comercial está instalado.

Um dos funcionários de uma das lojas afirmou à Lusa que só a farmácia irá permanecer a funcionar com atendimento no exterior, estando os restantes espaços comerciais fechados e os arrendatários impedidos de lhes aceder.

Esta tarde, era visível o movimento de funcionários da farmácia a retirarem caixas de medicamentos.

A Lusa tentou entrar no centro comercial, mas o agente de execução não autorizou nem se mostrou disponível para falar sobre este caso, contudo conseguiu chegar à fala com uma funcionária de uma das lojas, que se mostrou surpreendida, não pelo despejo, mas pela falta de aviso por parte da COPEVE.

“Já há muitos anos que se sabe que um dia isto iria acontecer. Não estávamos à espera que acontecesse de um dia para o outro. Não fomos alertados pela proprietária do shopping“, disse à Lusa Filomena Cerqueira, adiantando que apenas três lojas não estavam arrendadas.

“Pelo que sabemos, a COPEVE já não paga a renda do espaço há muito tempo, apesar de continuarmos a pagar-lhes. Também sabemos que a senhoria nunca quis ficar com espaço, já que não recebe o dinheiro das rendas, e que o queria vender”, acrescentou.

Segundo esta funcionária, apenas agora soube da ação de despejo, após ter sido notificada pelo agente de execução quando chegou ao local.

“Todas as lojas foram fotografadas, seladas individualmente. Recebemos um documento para ir buscar o material no próximo dia 10 (sábado)”, disse.

Com uma área inicial de três mil metros quadrados e inaugurado em 1971, o Apolo 70 é um dos ex-líbris de Lisboa e foi o primeiro centro comercial do país.

Nos últimos anos, permanecia como um centro de comércio na zona, apesar da proximidade de outros centros comerciais mais modernos.

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Levou vacina da Astra? Veja quando deve tomar a 2.ª dose

Quem tomou a primeira dose da AstraZeneca deve tomar já a segunda. Até 23 de julho, todas as pessoas que tomaram esta vacina vão ser totalmente imunizados contra a Covid-19.

Perante a variante Delta, Portugal está a acelerar o plano de vacinação. Está a dar mais primeiras doses das vacinas contra a Covid-19, mas também decidiu encurtar o prazo para a toma da segunda dose da vacina da AstraZeneca. Prazo encolheu para oito semanas. Veja quando deve tomar a sua.

O intervalo da toma da segunda dose da vacina da Astrazeneca foi reduzido de 12 para oito semanas para garantir “mais rápida proteção” perante a transmissão de novas “variantes de preocupação” do vírus SARS-CoV-2, disse, em meados de junho, a Direção-Geral da Saúde.

Assim, quem tomou a primeira dose até 25 de abril está já a tomar a segunda dose que, de acordo com os ensaios realizados, permitirá uma maior eficácia contra a variante Delta, isto numa altura em que esta é já responsável por 70% das novas infeções que, por sua vez, estão a disparar. No último relatório da DGS foram registados 2.605 novos casos, um máximo desde 13 de fevereiro.

Quem tomou a vacina da AstraZeneca depois de 25 de abril pode ver até quando deverá receber a segunda dose neste quadro disponibilizado pelo SNS no Twitter:

O objetivo da task force é acelerar ao máximo a proteção das pessoas que já têm uma dose da vacina da AstraZeneca, que foi administrada apenas a maiores de 60 anos, faixa etária considerada de maior risco perante a Covid-19.

Gouveia e Melo revelou que vai, nas próximas duas semanas, chegar às 140 mil vacinas administradas por dia, um reforço face à capacidade atual justificado, em parte, com estas segundas doses da AstraZeneca.

“Pretende-se também possibilitar a todos os utentes que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca, até 23 de maio, receber a segunda dose da vacina, sem marcação”, diz a task force. Recorde-se que está em marcha um sistema de “casa aberta” que permite que pessoas com mais de 45 anos pode aparecer nos centros de vacinação sem qualquer agendamento e receber a vacina contra a Covid-19.

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Rio quer participação popular alargada para transformar PSD “por dentro”

  • Lusa
  • 3 Julho 2021

Presidente do PSD quer populares a produzirem "ideias para alimentar a politica quotidiana do partido e depois, mais à frente, sendo necessário, o programa eleitoral".

O presidente do PSD, Rui Rio, pediu uma participação alargada de militantes e simpatizantes social-democratas, mas também de independentes, sustentada em fóruns estratégicos distritais, para transformar “por dentro” o modo de funcionamento do partido.

Intervindo, na Figueira da Foz, na sessão de abertura do 1º fórum do Conselho Estratégico de Coimbra do PSD, o líder social-democrata defendeu um modelo que preconiza “aumentar a participação política dos portugueses”, militantes do PSD ou independentes, para conseguir “uma transformação no modo de funcionamento dos partidos políticos”.

O modelo defendido por Rui Rio parte do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD – organismo que inclui 15 secções em áreas como a saúde, educação, economia, defesa nacional ou negócios estrangeiros, entre outras – e que inclui um gabinete de estudos que quer “estar em funcionamento pleno, produzindo ideias para alimentar a politica quotidiana do partido e depois, mais à frente, sendo necessário, o programa eleitoral”.

Um segundo objetivo desse modelo, que classificou de “muito relevante”, é a “disseminação territorial” do CEN, ou seja, que os cerca de 50 participantes na estrutura central se multipliquem em “centenas, preferencialmente milhares de pessoas, pelo país fora”.

“Se nós conseguimos que, à escala distrital, o Conselho Estratégico Nacional tenha muitos participantes, militantes e independentes, estamos a pôr a atividade partidária, distrito a distrito, em torno de ideias, em torno daquilo que a cada um mais interessa”, argumentou o líder social-democrata.

“E isso é obviamente muito melhor, e eu já estou a ser suave ao dizer ‘muito melhor’, do que aquela vida partidária que nós conhecemos de andar a pagar quotas uns aos outros, procurar ver se este vota naquilo e outro vota noutro ou zangarem-se todos por causa de lugares que nem sabem, às vezes, para quer que querem ir para esses mesmos lugares”, ilustrou.

Para Rui Rio, uma “marca forte” da vida partidária atual é a sua degradação.

“E daí, também, o afastamento dos portugueses relativamente aos partidos políticos, que são absolutamente indispensáveis no regime em que vivemos”, disse.

Deste modo, Rui Rio quer chamar à participação pública, política e partidária “pessoas que estão afastadas e que vêm ajudar a credibilizar e arranjar uma outra dinâmica” ao PSD.

“Confiro uma importância enorme ao Conselho Estratégico Nacional, seja pelo lado da construção das melhores ideias, e as melhores ideias constroem-se com muita gente, não é com pouca gente. Penso que para o país é muito importante que um partido como o PSD tenha um programa muito sustentado e apoiado, com base numa participação muito alargada”, aduziu.

“E por outro lado, essa participação alargada significa, ela própria, uma nova forma de um partido político fazer política”, enfatizou.

Caso o modelo defendido pela direção social-democrata tenha êxito, Rui Rio não tem “a mínima dúvida” de que outros partidos (designadamente o PS), não terão “outro remédio que não seja copiar o modelo ou fazer um modelo parecido com este”.

“Porque não é sustentável haver um partido a nível nacional que possa funcionar desta forma e todos os outros se manterem naquilo que é o patamar atual que hoje se conhece”, sustentou.

Na sua intervenção, Rio lembrou que “uma das razões” pela qual se decidiu candidatar à liderança do PSD foi precisamente para “procurar transformar a forma como os partidos funcionam em Portugal”.

“Neste caso o meu, não tenho nada a ver com os outros”, rematou.

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Bastonário avança para mudança nos estatutos para tirar exclusividade à CPAS

Bastonário vai propor a alteração ao estatuto da Ordem para permitir que a inscrição CPAS deixe de ser obrigatória. Referendo deu vitória ao fim da exclusividade da caixa de previdência.

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Luís Menezes Leitão, já fez saber que vai dar seguimento ao resultado do referendo, propondo a alteração ao estatuto da OA no sentido de permitir que a inscrição na Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) deixe de ser obrigatória.

A votação, feita por via eletrónica na sexta-feira, registou 16.852 votos, num universo eleitoral ​de ​33.602 advogados​ ​aptos a votar (com inscrição ativa na Ordem até 21 de maio passado). Destes, 9.076, votaram sim e 7428 votaram não. Há ainda a registar 336 votos em branco e 12 votos nulos.

Assim, em comunicado, o Conselho Geral, liderado pelo bastonário, informa que “tendo sido publicados pela Comissão Eleitoral os resultados finais do referendo realizado e após verificação pela empresa auditora da sua conformidade, irá, conforme foi decidido pelos advogados, propor a alteração ao estatuto da Ordem no sentido de permitir que a inscrição na Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) deixe de ser obrigatória, como agora acontece, podendo os advogados optar pelo sistema geral da Segurança Social destinado aos profissionais independentes ou pela CPAS”.

“Ficámos satisfeitos por o referendo poder ter sido concluído, uma vez que houve várias perturbações no seu percurso. Felizmente, devido ao trabalho da comissão eleitoral, conseguimos que fosse apurado. Naturalmente, agora o Conselho Geral irá cumprir o que está determinado pelo referendo e propor ao Parlamento a alteração do Estatuto da Ordem dos Advogados nos termos previstos”, disse o bastonário.

A votação esteve inicialmente prevista para ser realizada na passada quarta-feira, dia 30 de junho, mas logo após a abertura das “urnas eletrónicas”, problemas técnicos levaram à invalidação do ato eleitoral.

A decisão de ir a referendo foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária, em março, e onde votaram 5.465 advogados: 3.523 advogado a favor (71%) e 1.384 contra (28%).

A discussão sobre o regime de previdência tem sido recorrente ao longo dos anos, mas face ao período de estado de emergência que o país enfrentou, intensificou-se. Durante este período os tribunais estiveram encerrados impedindo que os advogados tivessem direito a qualquer apoio social por parte da CPAS.

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Task force acelera vacinação por causa da variante Delta. Quer vacinar até 140 mil por dia

Aumento de intensidade no número de vacinações, que poderá chegar a 140 mil doses diárias, levará à "formação mais generalizada de filas nos centros de vacinação", alerta a task force.

A task force vai acelerar a vacinação. Tendo em conta a rápida disseminação da variante Delta da Covid-19, Gouveia e Melo vai efetuar um esforço de vacinação, prevendo inocular até 140 mil doses por dia durante as próximas duas semanas. Alerta que o aumento de intensidade no número de vacinações pode levar à “formação mais generalizada de filas nos centros de vacinação”.

“Face à rápida disseminação da nova variante de Sars Cov-2 e considerando que se verificou uma disponibilidade acrescida de vacinas, a task force tomou a decisão de efetuar um esforço de vacinação nos limites da capacidade instalada nos centros de vacinação Covid disponíveis, nas próximas duas semanas”, diz em comunicado.

“Conjugando a capacidade de agendamento central, a capacidade de agendamento local, o auto agendamento e a modalidade casa aberta, estima-se que será possível vacinar cerca de 850 mil utentes por semana“, acrescenta, notando que “prevê-se ser possível, em alguns dias, ultrapassar as 140 mil inoculações diárias”.

Portugal tem vindo a vacinar uma média de 100 mil pessoas por dia. De acordo com os últimos dados disponibilizados, foram já administradas 8,75 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, com 3,25 milhões de pessoas a terem já as duas doses.

Ao ritmo atual, e de acordo com a estimativa mais recente apresentada por Gouveia e Melo, poderá ser possível chegar à meta de 70% das pessoas com pelo menos uma dose no arranque de agosto. A meta dos 85%, apontando como a que permite a imunidade de grupo à luz das novas variantes do vírus, pode ser alcançada em “meados de setembro”.

Task force alerta para filas nos centros de vacinação

“Este aumento de intensidade no número de vacinações, que visa reforçar a proteção da população o quanto antes, pode gerar momentos de espera indesejados“, diz a task force. E admite a “eventual formação mais generalizada de filas nos centros de vacinação, não obstante todos os esforços que serão tomados para minimizar essas situações”

Esta “perturbação suprarreferida poderá já ser sentida durante o presente fim de semana, uma vez que o esforço de aceleração do processo está já, gradualmente, a ser posto em prática“, alerta.

O coordenador da task force, Gouveia e Melo, apela, por isso, “à compreensão, tolerância e colaboração dos utentes” para se conseguir atingir o objetivo de proteger cada vez mais portugueses com as vacinas contra a Covid-19.

(Notícia atualizada às 17h30 com mais informação)

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CPAS defende que resultado do referendo é “ilegal”

Ganhou o ‘sim’ com maioria absoluta (53%), o que significa que os advogados poderão vir a escolher entre a SS ou a CPAS como o seu sistema de previdência. O resultado final foi de 16.852 votantes.

A direção da Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores (CPAS) considera que “uma esmagadora maioria de inscritos na Ordem dos Advogados e, sobretudo, do universo de beneficiários da CPAS foi impedido de participar, ou decidiu não participar, na consulta realizada, retirando-lhe significado objetivo, ainda que como mero indício de vontade dos advogados portugueses”.

A reação surge em comunicado, depois de terem sido tornados públicos os resultados do referendo em que ganhou o ‘sim’ com maioria absoluta (53%), o que significa que os advogados poderão vir a escolher entre a SS ou a CPAS como o seu sistema de previdência. O resultado final foi de 16.852 votantes, venceu o ‘sim’ com 9076 votos, o ‘não’ contabilizou 7.428, 336 votos nulos e 12 em branco. Mas uma hora antes, uma questão informática acabou por ‘baralhar’ os resultados, já que estavam cerca de três mil votos desaparecidos no sistema. Ou sejam: dava-se conta das votações mas, no total de 16852 votos, em mais de três mil não se percebeu qual era o sentido desse voto. Mas passada esta questão informática, fez-se um reiniciar do sistema e chegou-se ao resultado que o ‘sim’ venceu com 53% dos votos.

“O resultado entretanto divulgado supostamente indicaria um apoio dos Advogados a uma invocada possibilidade de escolha entre a CPAS e a Segurança Social, algo que a Lei não possibilita e que a CPAS considera tecnicamente lesivo e inexequível, a não ser com gravíssimos prejuízos para os seus beneficiários e colocação em causa da própria Previdência”, diz a direção, encabeçada por Carlos Pinto de Abreu.

“O universo de votantes com possibilidade objetiva de expressar opinião na consulta organizada pela OA é, por isso, expressivamente bem menor que o universo de beneficiários da CPAS. Esta forte assimetria entre o universo de inquiridos pela Ordem e o universo relevante para efeito de decisões legítimas e representativas no âmbito da CPAS torna inadequada qualquer tentativa de interpretar o resultado como expressão da vontade dos advogados e, muito menos, da vontade dos beneficiários”, acusou a CPAS, em comunicado divulgado.

Para Carlos Pinto de Abreu, os resultados parecem “criar uma expectativa ilegítima e potenciar uma errada e precipitada convicção de que as contribuições para a CPAS perderão força de obrigação legal”.

Dos cerca de 35 mil advogados inscritos na Ordem dos Advogados do país, votaram eletronicamente 16.852, ou seja cerca de 49%, dos quais 7.229 votaram “sim”, pela opção de escolher o regime de previdência, e 6.318 votaram “não”, ou seja, para manter a exclusividade da CPAS.

Diz ainda a CPAS que, “face à comunicação de um resultado da consulta realizada pela Ordem dos Advogados que parece criar uma expectativa ilegítima e potenciar uma errada e precipitada convicção de que as contribuições para a CPAS perderão força de obrigação legal cumpre esclarecer o seguinte”:

  • Não votaram 51% (mais de 17.000) advogados activos;
  • Não puderam votar mais 4.094 Advogados pensionistas não activos;
  • Não participaram também na consulta 4.172 Solicitadores e Agentes de Execução quer activos quer pensionistas;
  • Não foram também admitidos a votar 2.141 Beneficiários Extraordinários, • O universo de “votantes” com possibilidade objectiva de expressar opinião na consulta organizada pela Ordem dos Advogados é, por isso, expressivamente bem menor que o universo de beneficiários da CPAS;

“Esta forte assimetria entre o universo de inquiridos pela Ordem dos Advogados e o universo relevante para efeito de decisões legítimas e representativas no âmbito da CPAS torna inadequada qualquer tentativa de interpretar o resultado como expressão da vontade dos Advogados e, muito menos, da vontade dos Beneficiários da CPAS”, concluiu o comunicado.

A votação esteve inicialmente prevista para ser realizada na passada quarta-feira, dia 30 de junho, mas logo após a abertura das “urnas eletrónicas”, problemas técnicos levaram à invalidação do ato eleitoral.

A decisão de ir a referendo foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária, em março, e onde votaram 5.465 advogados: 3523 advogado a favor (71%) e 1.384 contra (28%).

A discussão sobre o regime de previdência tem sido recorrente ao longo dos anos, mas face ao período de estado de emergência que o país enfrentou, intensificou-se. Durante este período os tribunais estiveram encerrados impedindo que os advogados tivessem direito a qualquer apoio social por parte da CPAS.

 

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