Wall Street acaba em alta depois de bons números de criação de emprego

  • ECO
  • 4 Novembro 2022

Wall Street fechou em alta. Por cá, a bolsa de Lisboa fechou com perdas ligeiras contrariando os fortes ganhos registados nas praças europeias. BCP pressiona PSI ao ceder 3,77%.

A bolsa nova-iorquina encerrou em alta, com os investidores divididos na apreciação das consequências dos números divulgados sobre o mercado laboral nos EUA para a política monetária da Reserva Federal (Fed). Dow Jones subiu 1,26%, o S&P 500 avançou 1,36% e o tecnológico Nasdaq progrediu 1,28%.

No conjunto da semana, os índices mais emblemáticos da praça apresentam perdas, com as maiores a serem apresentadas pelo Nasdaq, que recuou 5,7%, seguido pelo S&P500, que recuou 3,35%, com o Dow Jones a ser o que menos desvalorizou, ao baixar 1,4%.

Também na Europa, o último dia da semana sorriu às bolsas, com os principais índices a ganharem entre os 0,9% e os 2,9%. Lisboa contrariou a tendência, com o PSI a encerrar a perder 0,07%, pressionado pela queda de 3,77% das ações do BCP.

Esta sexta-feira, as atenções estarão viradas também para a visita do chanceler alemão a Pequim, com o objetivo de “desenvolver ainda mais” a cooperação económica com a China, apesar de os dois países terem “visões diferentes”. “Também queremos abordar como podemos desenvolver a cooperação noutros temas, incluindo alterações climáticas, segurança alimentar e a crise de dívida soberana nos países em desenvolvimento”, disse Olaf Scholz ao Presidente chinês, Xi Jinping.

O Chefe de Estado chinês considera que esta visita fortalece a cooperação prática” entre China e Alemanha, de acordo com comentários divulgados pela televisão estatal CCTV. A primeira visita à China de um líder europeu e de um país do grupo G7 (sete maiores economias do mundo), desde o início da pandemia da Covid-19, decorre num cenário de crescente desconfiança ocidental em relação ao país asiático.

Embora o Governo de Scholz tenha já sinalizado um afastamento da abordagem puramente comercial em relação ao país asiático, cultivado pela antecessora Angela Merkel, acompanha o chanceler alemão uma delegação empresarial, que inclui os presidentes executivos da Volkswagen, BioNtech ou Siemens.

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Fraca execução do PT2020 no terceiro trimestre arrisca meta do Executivo para este ano

O Governo estabeleceu como meta “atingir os 87% de execução até ao final de 2022 e a plena absorção da dotação em 2023”, no OE2023. Até ao terceiro trimestre foram executados 78% das verbas.

A taxa de execução do programa de fundos comunitários Portugal 2020 aumentou apenas três pontos percentuais ao longo do terceiro trimestre deste ano. Faltam agora executar 22% deste quadro comunitário que tem de estar integralmente concluído no próximo ano, o que torna mais difícil cumprir a meta definida pelo Executivo no Orçamento do Estado. Continuam a ser as áreas do capital humano, da inclusão social e emprego e da competitividade e internacionalização que apresentam os níveis de execução mais elevados.

“O Portugal 2020 atingiu no terceiro trimestre de 2022 uma taxa de compromisso de 115% e uma taxa de execução de 78%. Face a junho de 2022, a despesa executada aumentou 693 milhões de euros, sendo de destacar, com maiores taxas de execução face ao fundo programado, os domínios temáticos do capital humano com 85%, da inclusão social e emprego com 82% e da competitividade e internacionalização com 79%”, pode ler-se no boletim trimestral.

O Governo estabeleceu como meta “atingir os 87% de execução até ao final de 2022 e a plena absorção da dotação em 2023”, de acordo com a proposta de OE2023. Isto significa que será necessário executar 12% das verbas no quarto trimestre para cumprir o objetivo definido. Para o conseguir, conta com a bolsa de recuperação e tem previstos mais exercícios de reprogramação de verbas.

Até setembro foram apoiadas cerca 44 mil empresas e o maior volume de pagamentos neste trimestre foi mesmo feito no domínio da competitividade e internacionalização, com uma concentração de 6,72 mil milhões de euros pagos aos beneficiários. Em seguida surge o capital humano com 4,1 mil milhões de euros pagos.

Em termos de Programas Operacionais o Capital Humano destaca-se com uma execução de 91%, seguido do Compete (87%). E nos extremos oposto está ao PO Algarve com 68% de execução e o PO Alentejo com 69%.

O comportamento do PO regionais abaixo dos restantes é um problema reconhecido pela ministra da Coesão. No documento entregue no Parlamento no âmbito das discussões do Orçamento do Estado na especialidade, Ana Abrunhosa, que tem a tutelas destes fundos, elenca quatro medidas para “garantir a plena execução do PO regionais”:

  • o aumento das taxas de cofinanciamento de projetos que têm uma comparticipação abaixo da máxima permitida;
  • avisos de overbooking condicionado, que permitem criar uma bolsa de projetos com muita elevada execução, para permitir cobrir eventuais quebras de execução;
  • no que toca ao aumento dos custos dos materiais e outros custos que têm implicações no aumento do custo das empreitadas, o Governo alterou a fórmula de cálculo da revisão de preços das empreitadas;
  • e permitir que este aumento na revisão de preços seja também comparticipado por fundos europeus.

A meta prevista de execução para os POR é de 82%, o que significa o financiamento de um investimento de 2.800 milhões de euros, apoiados por 1.500 milhões de euros. Considerando que no final de setembro a taxa de execução é de 71%, os POR têm quatro meses para executar 11 p.p., tarefa exigente e que tem exigido um trabalho de proximidade das CCDR com os promotores”, lê-se no documento.

Mas é no Compete que existe o maior diferencial entre as taxas de compromisso e de execução (54%) o que pode ser um indicador das dificuldades das empresas em executar as verbas que já lhe foram alocadas, num contexto de elevada incerteza, inflação elevada, falhas nas cadeias de abastecimento e receios de uma recessão no próximo ano. Um enquadramento que já levou muitas empresas a desistir ou rever em baixa os projetos que já receberam luz verde para obter financiamento comunitário.

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Greenvolt interessada em construir duas novas centrais de biomassa

O CEO da empresa indica ainda que a empresa não sai afetada pelos limites aos ganhos que a Comissão Europeia impôs aos produtores renováveis e aplaude a simplificação do licenciamento.

O CEO da Greenvolt, João Manso Neto, assume que a nova legislação, a qual garante tarifas para novas centrais de biomassa, torna atrativo aos olhos da Greenvolt a construção de até duas novas destas centrais.

Vamos fazer os esforços necessários para apresentar um projeto” para novas centrais de biomassa, indicou Manso Neto, na apresentação da reformulação de marca da Greenvolt, esta quinta-feira, em Lisboa. Na mesma ocasião, mencionou que a empresa consideraria construir “mais uma ou duas centrais”.

O recente decreto-lei prevê uma remuneração para centrais que contribua para o combate aos incêndios, indicou Manso Neto. “Não vou dizer que ganhemos, mas temos ideias claras de onde pode haver centrais de biomassa: sempre perto de zonas em que haja muita biomassa, como por exemplo a serra algarvia ou o norte do país. São zonas interessantes”, considerou.

Sem esta legislação, a construção de novas centrais seria “impossível”, diz o líder da Greenvolt, pois o preço de mercado é mais baixo que os custos marginais. “Porque é que merece uma tarifa? Há aqui um efeito social, de combate aos incêndios que tem de ser remunerado”, defende.

Questionado sobre se há matéria-prima suficiente, João Manso Neto diz acreditar que sim, embora “em quantidades pequenas e em zonas localizadas”.

Limites aos ganhos das renováveis não afetam a Greenvolt

Depois de o CEO da EDP ter admitido que uma nova taxa sobre os produtores de energia renovável na Roménia podia ter um impacto de três dígitos para a empresa, Manso Neto indica que a Greenvolt está a salvo destes impactos. Considera a proposta legislativa que se discute na Roménia “mal feita” na medida em que tem em conta as coberturas (hedging) e, “se a lei for para a frente assim, [a elétrica] vai ter de pagar a diferença entre o preço spot que não recebeu e o tal preço máximo”, explica.

No que diz respeito ao teto de 180 euros por megawatt-hora que a Comissão Europeia definiu, também não afeta a Greenvolt “em nada” na União Europeia, pois só tem centrais a operar com tarifa. Já em Inglaterra, pode haver algum impacto, dependendo da decisão que o país tenha. “Quando fizemos o projeto estávamos à espera de um preço de mercado de 40 libras. Portanto se houver um imposto ou um cap [teto] muito acima de 40 libras fico sempre melhor. Eu prefiro que não haja, mas se houver, é injusto? Não. Isto não é só a economia, uma pessoa tem de ser sensata. Em Inglaterra não sei o que vão pôr mas não estou preocupado”, remata.

Em paralelo, o fornecimento de materiais parece estar equilibrado, sem serem notórias disrupções decorrentes da pandemia. Há “uns azares mas não é dramático. Mais preocupante é a questão da mão-de-obra”, acusa. Para contornar este efeito, a empresa tem assinado contratos de médio prazo com alguns instaladores.

Simplificação do licenciamento “ajuda mas não é suficiente”

As novas regras que vêm simplificar o licenciamento de projetos renováveis, apresentadas há poucos meses, “ajudam, mas não é suficiente. As leis estão bem feitas, depois no terreno é que é que os organismos não têm por vezes os meios humanos necessários“, apontou.

 

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Banco de Portugal dá luz verde à liquidação do Efisa

Governo reconduz equipa de Sofia Torres na Parvalorem. Liquidação do Banco Efisa já recebeu autorização do regulador, depois de duas tentativas falhadas de venda. Parparticipadas mais perto do fim.

O Banco de Portugal já deu luz verde para a liquidação do Banco Efisa, depois de duas tentativas falhadas de venda da instituição financeira gerida por um veículo do Estado, na sequência da nacionalização do BPN, em 2008. Fecha portas dentro de um ano.

“O plano de liquidação do Banco Efisa foi recentemente aprovado pelo Banco de Portugal, antecipando-se um período de 12 meses para a sua execução e conclusão”, adiantou a Parparticipadas em resposta por escrito ao ECO.

Há anos que aquele veículo tenta vender o Banco Efisa, mas sem sucesso. Teve compradores, mas os processos nunca foram autorizados pelos reguladores. Primeiro foi a Pivot – sociedade constituída por um grupo de investidores onde se incluía a Aethel, de Ricardo Santos Silva e Aba Schubert, ou o ex-ministro Miguel Relvas –, que chegou a oferecer quase 40 milhões, em 2015. Mais recentemente, o grupo árabe Bahrein IIBG Holdings deu 28 milhões de euros. Nenhum conseguiu selar o negócio. Também a sociedade portuguesa FIRMA mostrou interesse na licença bancária depois de ter caído a venda ao grupo árabe.

O Banco Efisa apresenta uma situação líquida bastante positiva, de mais de 30 milhões de euros. O capital próprio melhorou no ano passado, depois do lucro de 3,6 milhões, à boleia da reversão de imparidades para crédito na ordem dos cinco milhões. Ainda assim, nos anos anteriores, acumulou prejuízos de cerca de 15 milhões entre 2017 e 2020.

Agora, com a liquidação do banco, a Parparticipadas (um dos três veículos criados para gerir os despojos do BPN, responsável pelos ativos financeiros do ex-BPN) fica um passo mais perto da sua extinção por via da fusão na Parvalorem, seguindo o caminho da Parups (geria as obras de arte).

Para isso se concretizar, além da extinção do Banco Efisa, a Parparticipadas precisará ainda de vender a Imofundos e o fundo Imonegócios, cujo processo de alienação será lançado até final do ano, num negócio avaliado em cerca de 250 milhões de euros.

Governo reconduz Sofia Torres na Parvalorem

Entretanto, Sofia Torres foi reconduzida no cargo de presidente da Parvalorem para cumprir um mandato de três anos, com o objetivo de prosseguir a reestruturação daquela sociedade.

Até 2024, a missão da sua equipa passará por “reduzir estrutura de custos, para que seja menos onerosa para o Estado a missão de recuperar os ativos que foram adquiridos ao BPN”, sendo que grande parte dos ativos já foram liquidados – tinham sido recuperados 1,65 mil milhões de euros em numerário no universo das três PAR, mil milhões dos quais por via da Parvalorem.

Como as outras duas PAR, também o destino da Parvalorem passará pela sua extinção. Mas já não deverá acontecer durante o atual mandato de Sofia Torres, pois “subsiste uma carteira de crédito de dimensão ainda expressiva e cuja expectativa temporal para a sua recuperação ultrapassa” 2024. A sociedade diz que ainda está avaliar o lançamento de um processo para a externalização de parte da carteira de crédito e imóveis em sua posse.

Atualmente, o Estado é o único credor das PAR. A dívida tem vindo a reduzir-se progressivamente desde 2018 (atingiu 5,5 mil milhões) e deverá recuar para 5,1 mil milhões de euros até final deste ano, antecipa a Parvalorem.

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5 coisas que vão marcar o dia

António Costa e Pedro Sánchez protagonizam mais uma cimeira ibérica no Minho, enquanto em Lisboa é dia de encerramento da Web Summit. BPI e Semapa apresentam resultados.

É entre Braga e Viana do Castelo que se realiza esta sexta-feira a 33ª Cimeira Luso-Espanhola, dedicada ao tema da inovação. No Parque das Nações queimam-se os últimos cartuchos da Web Summit, no Parlamento são ouvidas mais duas ministras sobre o OE2023 e no Estoril arranca o Congresso da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Calendário de apresentação de resultados até setembro prossegue com BPI e Semapa.

Cimeira ibérica no Minho

Viana do Castelo recebe esta sexta-feira a 33ª Cimeira Luso-Espanhola, presidida pelo primeiro-ministro português, António Costa, e pelo homólogo de Espanha, Pedro Sánchez. Este encontro que “dá continuidade ao aprofundamento das relações bilaterais e é dedicado à inovação” arranca, no entanto, em Braga, com uma visita dos dois chefes de Governo ao Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia. Seguem depois para a capital do Alto Minho, para uma cerimónia de honras militares e cumprimentos na Praça da República antes do arranque dos trabalhos na Pousada de Santa Luzia, onde serão assinados os acordos e será realizada a conferência de imprensa conjunta.

Web Summit: da energia aos robôs

Aí está o último dia da Web Summit. No fecho da conferência de tecnologia que se realiza anualmente em Lisboa, os destaques vão para a participação do CEO do grupo EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, num painel sobre a transição para as energias renováveis; a CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo, vai explicar como a empresa ajuda a “dar vida” a este evento; e Julian Holguin, CEO da Doodles, abordará os mercados de criptomoedas e NFT. Os apaixonados por robótica podem ver ElliQ em funcionamento numa sessão sobre o futuro das empresas deste setor.

Mais duas ministras ouvidas sobre o OE2023

Prosseguem também esta sexta-feira as audições parlamentares sobre o Orçamento do Estado para 2023, que está em discussão na especialidade depois do primeiro voto favorável na Assembleia da República. A partir das 9h, os deputados vão inquirir a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras. A partir das 16h, é a vez da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, defender o documento orçamental para o próximo ano.

Resultados do BPI e da Semapa

O BPI, da parte da manhã, e a Semapa, ao final da tarde, vão apresentar contas relativas aos primeiros nove meses do ano. O banco dos espanhóis do CaixaBank registou no primeiro semestre uma subida de 8,6% dos lucros, para 201 milhões de euros, com Angola a contribuir com 100 milhões. No caso do grupo liderado por Ricardo Pires, o resultado quase duplicou até junho, em termos homólogos, com a Navigator (pasta de papel) a dar o maior contributo para esta performance e o negócio do cimento (Secil) a cair 39% no semestre.

Congresso da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas no Estoril

O XIV Congresso da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, subordinado ao tema “Uma profissão para o País”, começa esta sexta-feira no Centro de Congressos do Estoril, com os trabalhos a prolongarem-se até sábado. Entre os participantes destacam-se, por exemplo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ou o advogado e comentador político, Luís Marques Mendes.

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Estudo do BCE desmente Costa. Procura está a puxar pela inflação tanto como a oferta

O primeiro-ministro contesta a subida dos juros pelo BCE com o argumento de que a inflação se deve à escassez de oferta. Estudo do BCE mostra que é cada vez mais um problema de pressão da procura.

A subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) tem merecido a oposição do primeiro-ministro português e de outros líderes internacionais. António Costa argumenta que a inflação é provocada pela rutura das cadeias de abastecimento – um problema de escassez de oferta, que não pode ser resolvido pela autoridade monetária. O governador do Banco de Portugal saiu em defesa do BCE e um dos argumentos é de que há uma “pressão sobre o lado da procura muito visível”. Um estudo publicado pelo banco central da Zona Euro, de que é co-autor um economista português, mostra que a subida dos preços está a ser alimentada por ambas as variáveis, e em semelhante medida.

“Não é com a subida das taxas de juro que combatemos esta inflação”, afirmou o primeiro-ministro no início da semana passada em resposta às questões dos jornalistas, após a participação na abertura do Fórum das Competências Digitais. “Entendemos que esta inflação resulta menos de haver uma grande massa monetária em circulação e mais de uma causa importada e bem conhecida que é a guerra da Rússia contra a Ucrânia – uma guerra que agravou a rutura nas cadeias de abastecimento e introduziu o fator acrescido de uma crise energética”, explicou.

Dois dias depois, no debate do Orçamento do Estado na generalidade, voltou à carga. “A crise inflacionista na Europa resulta da rutura das cadeias de abastecimento e do aumento dos preços da energia e não é com a subida das taxas de juro que se resolve esta crise inflacionista”, afirmou António Costa, acrescentando que a política monetária se arriscava a contribuir para “aumentar o risco de recessão nas economias europeias”.

No dia seguinte, Christine Lagarde anunciou mais um aumento de 75 pontos base nas taxas de referência do euro.

O Presidente da República partilha das dúvidas do primeiro-ministro. “Vale a pena pensar o mais próximo possível se é de continuar este galope porque pode não ser a maneira correta de resolver o problema da inflação nem do crescimento”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, também na semana passada.

A alternativa, que seria manter taxas de inflação elevadas, mesmo que sejam em parte justificadas pela guerra, tem um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

O governador do Banco de Portugal veio esta quinta-feira em defesa das decisões do conselho do Banco Central Europeu, onde tem assento. “A alternativa, que seria manter taxas de inflação elevadas, mesmo que sejam em parte justificadas pela guerra, tem um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca”, afirmou Mário Centeno em entrevista ao Público.

Se António Costa sustenta que a inflação é alimentada pela escassez de oferta provocada pela rutura das cadeias de abastecimento em consequência da guerra na Ucrânia, o seu ex-ministro das Finanças diz que isso é só parte da explicação.

Mais à frente na entrevista, Mário Centeno afirma que “há outros fatores a contribuir neste momento para a inflação, para além dos do lado da oferta. Devido ao volume de poupanças que as famílias e as empresas acumularam ao longo da crise do Covid e ao estado do mercado de trabalho, que é muito bom, assistimos principalmente durante o segundo e terceiro trimestres deste ano a uma pressão sobre o lado da procura muito visível“.

Nos meses mais recentes, os fatores da oferta e procura desempenharam, em grande parte, papéis similares no índice de inflação excluindo energia e alimentos.

Eduardo Gonçalves e Gerrit Koester

Segundo um paper publicado pelo BCE, da autoria de um economista português, Eduardo Gonçalves, e de um colega, Gerrit Koester, a oferta e a procura têm um contributo semelhante para a aceleração da inflação, que chegou aos 10,7% na Zona Euro em outubro, segundo a estimativa rápida do Eurostat. A inflação subjacente, que exclui energia e produtos alimentares, atingiu os 5%. Esta é também a que mais preocupa o banco central, já que permite aferir melhor se a subida dos preços está ou não a generalizar-se e a ficar entrincheirada.

O estudo, que usa dados de setembro, analisa de forma desagregada o papel da procura e da oferta em cada componente do índice de inflação subjacente, cruzando a variação dos preços com a evolução da atividade. O exercício conclui que “o aumento na inflação subjacente que começou no terceiro trimestre de 2021 era inicialmente impulsionado sobretudo pela oferta, mas a importância dos fatores da procura aumentaram com o passar do tempo. Nos meses mais recentes, os fatores da oferta e procura desempenharam, em grande parte, papéis similares no índice de inflação excluindo energia e alimentos“.

O efeito da procura é mais relevante nos serviços do que nos bens industriais não energéticos. “Mais recentemente, a contribuição de componentes impulsionados predominantemente pela procura para a inflação nos serviços superaram os componentes impulsionados predominantemente pela oferta”, conclui o estudo The role of demand and supply in underlying inflation – decomposing HICPX inflation into components. Exemplos de componentes em que a procura é o fator mais determinante são os pacotes de férias e os voos de avião.

Quando refere a pressão do lado da procura, Mário Centeno também aponta o exemplo do turismo: “A recuperação do turismo estava prevista acontecer até ao final de 2023, mas ela já aconteceu no segundo e terceiro trimestre deste ano a nível europeu. E Portugal lidera a este nível”.

“Os dados do PIB desta segunda-feira mostram que Portugal é um dos países que mais crescem, quer em termos homólogos quer em cadeia, na União Europeia. Isso é extraordinário que aconteça, e bom. Mas tem este problema: há de facto um avolumar de algumas pressões, que eu acho que são localizadas, não são generalizadas, do lado da procura. Isto, com a manutenção das pressões do lado da oferta, conflui numa pressão inflacionista que não está a abater”, acrescenta o governador do Banco de Portugal.

Se a pressão da procura não for controlada agora, a dinâmica acentua-se, a política monetária tem de ser ainda mais restritiva, com perdas em termos de ‘output’ maiores.

António Nogueira Leite

Economista

A pressão da procura reforça o argumento para a subida das taxas de juro. “As expectativas dos agentes económicos sobre a inflação vão sendo cada vez mais elevadas. Há um processo de autoalimentação que é preciso quebrar. Só com uma política monetária mais restritiva é possível pôr termo a esse ajustamento em alta”, defende também o economista António Nogueira Leite.

“É fundamental que os bancos centrais atuem neste momento através da subida das taxas de juro. Se a pressão da procura não for controlada agora, a dinâmica acentua-se, a política monetária tem de ser ainda mais restritiva, com perdas em termos de output maiores“, acrescenta o professor catedrático da faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

Para o economista, “é inconsistente o Governo dizer que não é um problema de procura e estar a atuar do lado da procura restringindo os rendimentos reais disponíveis de funcionários e pensionistas“. “Em Portugal os salários não são um problema porque estão a subir bem menos do que a inflação acumulada nos últimos anos, em particular no Estado. O rendimento real dos salários e pensões está a baixar, o que significa que a política restritiva do Governo é consistente com o combate à inflação. Estão a atuar bem, mas estão com o discurso errado”, conclui.

No Boletim Económico de outono, o Banco de Portugal previa que a variação no índice de preços atingisse “o ponto máximo no terceiro trimestre (9,5%)”, “diminuindo ligeiramente no final do ano”. A previsão foi atualizada pelo governador na entrevista ao público, depois de a variação homóloga do índice de preços ter acelerado de 9,3% em setembro para 10,2% em outubro.

“Podemos esperar que quando a inflação atingir um pico — e as expectativas são as de que isso possa acontecer no quarto trimestre deste ano —, embora reconheça que já não é a primeira vez que é previsto esse pico e que depois tenha acabado por não acontecer —, se irá ganhar um grau de previsibilidade sobre a política monetária muito significativo”, disse Centeno.

As expectativas a médio prazo continuam ancoradas, não há razão para achar que a inflação se irá manter elevada por muito mais tempo.

Pedro Brinca

Economista

O economista Pedro Brinca também antecipa um alívio na inflação. “Nos EUA parece que esse pico já está mais ou menos claro e ficaria surpreendido se na Europa, com a subida acentuada das taxas de juro, fim dos programas de compra de divida pública e privada, e com a consolidação orçamental que está a ser feita a inflação não cedesse de forma acentuada nos próximos meses”, afirma. “As expectativas a médio prazo continuam ancoradas, não há razão para achar que a inflação se irá manter elevada por muito mais tempo”.

Os problemas do lado da oferta também serão menores, prevê o professor associado da Nova SBE. “A capacidade da Europa em lidar com a ausência das importações de energia da Rússia melhora a cada dia e tem surpreendido pela positiva. Se olharmos para os principais mercados de bens, aço, ferro, alumínio, trigo, até o gás natural, todos tem tido quebras acentuadas. Mesmo o preço dos contentores ou o tempo médio de transporte de mercadorias já estão em valores bastante inferiores ao observado no princípio do verão”, aponta. “A pergunta chave aqui é o tempo que levará a que essa quebra se expresse nos preços dos bens e serviços finais”.

“Existe uma questão importante relacionada com a falta de coordenação das políticas monetárias e orçamentais, com governos a cederem a pressões populistas e distribuírem liquidez de forma indiscriminada e trabalhando contra o BCE”, sublinha Pedro Brinca. Em vez de medidas que impulsionam a procura de forma generalizada, o economista defende que as ajudas devem ser “cirúrgicas e focadas nos casos de emergência social e não demasiado abrangentes, para não contribuírem para parte do problema da inflação e ajudarem a evitar subidas das taxas de juro ainda mais pronunciadas”.

(notícia atualizada às 9h30 com declarações de Pedro Brinca)

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Hannover Re aumenta rendimento líquido apesar de perdas

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2022

Hannover Re continua confiante em alcançar os seus objectivos para 2022, apesar das consideráveis perdas registadas este ano.

A resseguradora alemã Hannover Re reportou um crescimento do rendimento líquido do grupo de 1,7% a 871 milhões de euros para os primeiros nove meses de 2022, apesar das perdas líquidas da empresa terem ficado acima do orçamento para o período, em 1,484 mil milhões de euros.

Além de um ligeiro crescimento do rendimento líquido, o lucro operacional dos nove meses de 2022 da Hannover Re aumentou 3,7%, numa base anual, para 1,3 mil milhões de euros, enquanto o rendimento dos capitais próprios permaneceu acima do objetivo mínimo de 11,5%.

Em todo o grupo, o prémio bruto escrito (PAG) subiu 21% para 26,3 mil milhões de euros em comparação com 21,6 mil milhões de euros no ano anterior, uma vez que os prémios líquidos obtidos aumentaram 22% para 21,6 mil milhões de euros, contra 17,6 mil milhões de euros no período do ano anterior.

Durante o período de nove meses de 2022, a divisão de resseguros de bens e acidentes (P&C) da resseguradora experimentou despesas de grandes perdas acima da média como resultado de numerosos eventos de catástrofes naturais.

No total, a empresa registou custos líquidos de grandes perdas de 1,484 mil milhões de euros nos nove meses de 2022, o que é superior ao total de 1,07 mil milhões de euros do ano passado, e também superior ao nível esperado de 1,079 mil milhões de euros orçamentados para o período.

O segmento de resseguro de P&C também viu o seu lucro operacional cair 16,4% para 887 milhões de euros, enquanto o lucro líquido diminuiu 26% para 545 milhões de euros.

No ramo de resseguro Vida e Saúde (L&H), a Hannover Re observa que as perdas relacionadas com a pandemia caíram acentuadamente, totalizando 227,8 milhões de euros nos nove meses de 2022, em comparação com 404 milhões de euros no período do ano anterior.

O PAG de resseguro L&H aumentou em 6,6% para 6,8 mil milhões de euros, à medida que o prémio líquido ganho saltou 8,4% para 6 mil milhões de euros.

Jean-Jacques Henchoz, Director Executivo (CEO) da Hannover Re, comentou: “Mesmo antes da extensa devastação causada pelo Furacão ‘Ian’, 2022 foi um ano de grandes perdas acima da média. Além disso, as elevadas taxas de inflação estão a contribuir para os custos de reconstrução. No entanto, a nossa orientação em termos de rendimentos ao longo de todo o ano continua a ser exequível. Entre outras coisas, isto é possível graças a contribuições saudáveis dos lucros dos investimentos, bem como ao resseguro de vida e saúde, e mostra como é importante a interacção da diversificação e da gestão de riscos”.

O Director Financeiro (CFO), Clemens Jungsthöfel, afirmou: “O estável desempenho dos lucros num ambiente moldado por consideráveis perdas naturais resultantes de catástrofes, bem como o nosso contínuo e robusto rácio de adequação de capital, sublinham a capacidade de absorção de riscos da Hannover Re. Isto estabelece as bases para o posicionamento como uma resseguradora particularmente fiável e financeiramente sólida para os nossos clientes e acionistas”.

Hannover Re continua confiante em alcançar os seus objetivos para 2022, apesar das consideráveis perdas consideráveis registadas este ano.

 

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Fidelidade na Web Summit: “Estamos positivamente supreendidos”

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2022

Tomás Sérvulo, Head of Transformation of Motor & Mobility da Fidelidade, declarou que a companhia está supreendida pela positiva devido à afluência e potencial do maior evento de tecnologia.

Com cerca de 2 mil meios de comunicação registados, 160 países representados e mais de mil oradores, a Web Summit, a mobilizar o Parque das Nações até 4 de novembro, é um evento em grande escala. Mas nos pavilhões da FIL encontramos, entre empresas de tecnologia, investidores e startups, uma seguradora portuguesa, a Fidelidade. Tomás Sérvulo, Head of Transformation of Motor & Mobility da Fidelidade, disse a ECOseguros que estão “positivamente surpreendidos” pela experiência.

Tomás Sérvulo, Head of Transformation of Motor & Mobility da Fidelidade: “É muito mais fácil construir uma aplicação que em três passos chega a um objetivo, do que construir toda a mecânica que está por detrás dessa aplicação, que mesmo feia, consegue automatizar os processos, os sinistros e toda a parte que não está tão exposta”.

O profissional demonstra-se muito satisfeito em relação aos primeiros dois dias. “Estamos a ter muita afluência, e ter um espaço físico ajuda muito, porque os nossos contactos com as startups, virtuais, ficam facilitados. Para aqueles se encontram connosco aqui, é um ponto fixo”, disse. E partilhou: “Cria também buzz. Especialmente, em relação a pessoas que nós não tínhamos abordado antes, muitas passam e vêm cá ter”.

A participação da seguradora na Web Summit está assente na “visão estratégica da empresa, que define o empreendedorismo como uma fonte de inovação essencial na construção das sociedades do futuro”, disse a Fidelidade, previamente, em comunicado. Quando anunciou a participação, a companhia comprometeu-se a promover o networking entre startups, parceiros e investidores durante o evento de tecnologia.

Para isso, a Fidelidade lançou a Pitch Competition. As startups são convidadas a participar na competição, apresentando as suas ideias inovadoras nas áreas de insurtech e de healthtech. Tomás Sérvulo assegurou que “é outra coisa que está a correr bem“. E analisou: “faz com que as startups, quer queiram trabalhar diretamente connosco, quer não, tenham interesse em ganhar esse pitch e, portanto, as próprias também vêm cá proativamente, ainda que por interesses secundários, o que nos está a dar uma exposição com a qual estamos contentes“.

Mas as insurtechs portuguesas estão preparadas para as novas tecnologias, em comparação com as companhias internacionais? O Head of Transformation vê pontos positivos e outros que podem ser melhorados. “Estamos a trabalhar muito bem, estamos com os melhores e temos os exemplos do programa Vitality, do Drive e etc., que nos põe a par com o que de melhor se faz na área”. Mas há espaço para melhorias: “Noutros, estamos ainda atrás, e acho que algumas das coisas que são mais difíceis de avaliar, mas potencialmente mais importantes, consistem no que não se vê”. O profissional da Fidelidade conclui que “é muito mais fácil construir uma aplicação, que em três passos chega a um objetivo, do que toda a mecânica que está por detrás dessa aplicação, que mesmo que seja feia, consegue automatizar os processos, os sinistros, e as dimensões que não estão tão expostas”.

Sobre o futuro e a relação entre tecnologia e seguros, Tomás Sérvulo acredita que vai haver um “caminho de parceria e de combinação“. “Não acho que nem uns, nem outros, vão dominar, necessariamente, o espaço. A maior parte das insurtechs que temos conhecido não vêm substituir as seguradoras, vêm complementar e melhorar as formas como fazemos determinados passos da cadeia”. O profissional assegura: “Ainda não vi, em Portugal pelo menos, nenhuma seguradora nova que venha substituir o papel das anteriores, e isso não acho que seja fácil, até mesmo pela complexidade do setor”. Tomás Sérvulo concluiu: “há partes do nosso negócio que serão atacadas, necessariamente, porque irão ser substituídas, mas penso que a alteração da seguradora como um todo é muito mais difícil“.

 

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Passos Coelho reitera estar afastado da política mas “seria tolice” dizer que nunca fará mais nada

  • Lusa
  • 3 Novembro 2022

"Não há nenhuma razão para eu dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, porque seria uma tolice dizer coisas dessas, seria um absurdo", disse o antigo primeiro-ministro.

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reafirmou esta quinta-feira que está fora da vida política e assim pretende continuar, mas considerou que “seria uma tolice” dizer que nunca mais fará nada na vida.

A margem de uma conferência sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorreu à porta fechada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas se pretendia manter-se afastado da vida política, ao contrário do que vaticinou o Presidente da República.

“Não tenciono regressar a espaços políticos, as pessoas sabem disso, estou afastado da atividade política. Não há nenhuma razão para eu dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, porque seria uma tolice dizer coisas dessas, seria um absurdo, mas não estou a pensar em coisa nenhuma, estou muito fora de tudo e assim pretendo continuar”, afirmou Pedro Passos Coelho, citado pelo jornal online Observador e pela CNN Portugal.

À saída da iniciativa, Pedro Passos Coelho explicou que o encontro foi reservado aos estudantes daquela instituição a seu pedido e por entender que a sua participação contaminaria sempre o debate público e político. “Não estou no espaço público. Era uma aula, um ambiente académico”, repetiu o antigo primeiro-ministro.

A meio de outubro, numa cerimónia que assinalou o início das comemorações do centenário de Agustina Bessa Luís, em Amarante, à qual assistiu Pedro Passos Coelho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o país ainda “deve esperar muito do contributo” do antigo primeiro-ministro.

“Sendo tão novo [Pedro Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas”, afirmou aos jornalistas o chefe de Estado, observando que a “resistência” do ex-chefe do Governo no período da troika é reconhecida dentro e fora de Portugal.

“O país deve, num período muito difícil de crise na troika, ao primeiro-ministro Passos Coelho, uma resistência, que ainda há dois dias pude ouvir ser elogiada pela boca da então chanceler Angela Merkel. Portanto, é reconhecida cá dentro e reconhecida lá fora, é um facto”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

No seu discurso na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se ao “senhor primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho”, que estava sentado na primeira fila das dezenas de pessoas que assistiam ao momento. “Lembrar quanto Portugal lhe deve no passado e quanto Portugal está seguro de lhe vir a dever, muito mais, no futuro”, disse.

Pedro Passos Coelho, 58 anos, presidente do PSD durante oito anos (2010-2018), foi primeiro-ministro de 2011 a 2015, durante os anos de intervenção da troika. Desde então, afastou-se da política ativa, tendo sido raras as suas intervenções públicas.

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Peritos voltam a reunir-se no Infarmed dia 11 para avaliar pandemia de Covid

  • Lusa
  • 3 Novembro 2022

A interrupção do estado de alerta no início de outubro “não significava” o fim da pandemia, lembrou o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

O ministro da Saúde anunciou esta quinta-feira que vai decorrer no próximo dia 11 uma reunião de peritos no Infarmed para fazer um ponto de situação da Covid-19, descartando a possibilidade de se realizarem reuniões permanentes.

Vamos fazer na sexta-feira, dia 11 [deste mês], uma reunião de atualização no Infarmed porque foi isso que nos comprometemos”, disse Manuel Pizarro, acrescentando que até agora a realidade mostra que a decisão de interromper o estado de alerta (no dia 01 de outubro) foi acertada.

O governante falava aos jornalistas em Campo Maior (Portalegre), à margem da sessão de encerramento do XIV Encontro de Intervenção Precoce “Desenvolvimento Infantil: Um passo atrás do outro”. Manuel Pizarro referiu também que a interrupção do estado de alerta no início de outubro “não significava” o fim da pandemia.

“É isso que vamos fazer no dia 11, é uma vez mais uma reunião com peritos que nos vão dar informação sobre a situação internacional e a situação nacional da pandemia e sobre os dados de monitorização que nós temos até agora”, explicou.

Segundo o ministro, esses dados baseiam-se “não tanto no número de pessoas com infeção, porque esse diagnóstico já não é feito de forma generalizada como era, mas sobretudo das pessoas que precisam de recorrer ao internamento ou precisam ou têm um desfecho menos positivo”.

O ministro da Saúde fez ainda questão de sublinhar que nesta altura “não há nenhum indicador” do ponto de vista epidemiológico ou do ponto de vista da gravidade da doença que justifique efetuar reuniões permanentemente.

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VidaCaixa com liderança forte nos seguros Vida em Espanha

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2022

A casa-mãe da BPI Vida e Pensões mantém cerca de 30% da produção de seguros de Vida em Espanha, onde ainda se destacam Santander Seguros, Mapfre, Zurich e Santalucia.

A VidaCaixa, que em Portugal detém a BPI Vida e Pensões, continua a ser a maior seguradora espanhola e por inerência do Ramo Vida, tendo atingido uma produção de 5,5 mil milhões nos primeiros nove meses deste ano naquele país. Seguem-se no ranking, publicado em Espanha pela BDS INESE, a Santander Seguros que conseguiu um crescimento excecional completando o top 5, a Mapfre, a Zurich e a Santalucia que tem uma parceria em Portugal com a Fidelidade.

Até ao lugar 10 em produção estão a Catalana Occidente, Ibercaja, AXA, o Grupo Mutualidade de La Advocacia, uma seguradora criada em 1948 para assegurar a poupança, o investimento dos profissionais da área do Direito. Encerra o top 10 do 3º trimestre de 2022 a Generali.

Quanto ao volume de provisões a VidaCaixa gere 65 mil milhões de euros, representando 33% do total do mercado. Seguem-se as seguradoras que mais relevantes em produção com a inclusão da BBVA seguros que gere 10,7 mil milhões de euros.

O top 10 em produção Vida em Espanha de janeiro a setembro deste ano são:

O volume de provisões em 30 de setembro em Espanha era de 191 mil milhões de euros, um valor cerca de 5,5 vezes superior ao do mercado português.

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Lucros da Sonaecom aumentaram 22,7% para 83,3 milhões até setembro

  • Lusa
  • 3 Novembro 2022

Já o volume de negócios consolidado foi, entre janeiro e setembro, de 13,1 milhões de euros, mais 8,8% do que no período homólogo.

A Sonaecom registou, nos primeiros nove meses do ano, lucros atribuíveis de 83,3 milhões de euros, um crescimento de 22,7% em relação a igual período do ano passado, “impulsionado pelo crescimento dos resultados diretos e indiretos”.

Em comunicado publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa adiantou que o seu volume de negócios consolidado foi, entre janeiro e setembro, de 13,1 milhões de euros, mais 8,8% do que no período homólogo, sendo que o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) cresceu 27,2%, para 52,7 milhões de euros, devido aos “resultados de equivalência patrimonial, de 43,8 milhões de euros”, um aumento de 53,4%, e aos “itens não recorrentes de 17,8 milhões de euros, impulsionados pelas mais-valias geradas nas vendas da CiValue, Beamy e Cellwize”.

Assim, referiu, o resultado direto aumentou 35,3% nos primeiros nove meses, em termos homólogos para 51,1 milhões de euros, destacou. Já o resultado indireto chegou aos 31,3 milhões de euros tendo sido positivamente afetado “pelos ajustamentos ao justo valor dos ativos do portefólio”, referiu o grupo.

Em 28 de setembro, a Sonaecom anunciou que tinha deixado de ser acionista da ZOPT, que passa a ser totalmente detida pela Unitel International Holdings e kento Holding Limited, sociedades controladas por Isabel dos Santos.

Já em outubro, a empresa e os restantes acionistas venderam a totalidade do capital social da Maxive à Thales Europe, uma operação que tem um valor de mercado de 120 milhões de euros. Esta operação resultou num impacto positivo nos resultados do grupo de cerca de 64,8 milhões de euros, indicou no comunicado hoje divulgado.

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