Brent sobe 3,76% para 83,97 dólares

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

O preço do petróleo bruto disparou depois do vice-primeiro-ministro russo, ter antecipado que a Rússia pode reduzir a produção de petróleo entre 5% e 7% no próximo ano.

A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em fevereiro terminou esta sexta-feira no mercado de futuros de Londres em alta de 3,76%, para os 83,97 dólares.

O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão no International Exchange Futures a cotar 3,04 dólares acima dos 80,93 dólares com que fechou as transações na quinta-feira.

O preço do petróleo bruto disparou depois do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, ter divulgado na televisão estatal que Moscovo pode reduzir a produção de petróleo entre 5% e 7% no próximo ano.

Os analistas estimam ainda que as sanções do G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo, e da União Europeia, juntamente com o teto ao preço do petróleo russo, podem reduzir as exportações russas de petróleo desde o Báltico em torno dos 20% em dezembro.

A cotação do Brent terminou a semana com um aumento de 6,21%, em comparação com o fecho na sexta-feira anterior (79,06 dólares).

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Lesados do BES voltam a ser recebidos pelo Presidente da República

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

A associação foi alertar mais uma vez Marcelo Rebelo de Sousa para a situação das pessoas que "não aceitaram a solução e que nunca mais tiveram oportunidade de dizer se queriam aceitar ou não".

A Associação dos Lesados do Papel Comercial (ALPC) do BES voltou esta sexta-feira a ser recebida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, tendo o chefe de Estado manifestado disponibilidade para ajudar, disse o líder da ALPC.

O senhor Presidente da República já nos conhece bem de muitos encontros e está na disposição de nos ajudar”, afirmou em declarações à Lusa o presidente da ALPC, Rui Alves, acrescentando que tem esperança de que haja desenvolvimentos no processo.

Segundo Rui Alves, a associação foi alertar mais uma vez Marcelo Rebelo de Sousa para a situação das pessoas que “não aceitaram a solução e que nunca mais tiveram oportunidade de dizer se queriam aceitar ou não” e também “das pessoas que receberam 50% e que entendem que não é justo”.

O Presidente, segundo contou Rui Alves, perguntou à ALPC se aceitariam que o problema “fosse resolvido de forma faseada”, tendo a associação manifestado abertura para uma solução desse tipo. “Queremos uma solução para as pessoas que foram prejudicadas e para as que não aceitaram a solução“, reforçou o líder da associação.

A ALPC representa cerca de 120 lesados do papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES) vendido pelo Banco Espírito Santo (BES).

A solução encontrada pelo Governo para as pessoas que subscreveram papel comercial aos balcões do BES, pensando tratar-se de produtos sem risco, previa o pagamento de 75% das aplicações até 500 mil euros (com limite de 250 mil euros) e de 50% para valores acima de 500 mil euros.

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Greve na CP e IP suprime 728 comboios até às 18:00

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

Até às 18:00 foram cumpridos os serviços mínimos, circulando 241 comboios, sendo que “o total programado até às 18:00 era de 969”, ou seja, “não se realizaram 728”.

A greve convocada pelos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal (IP) suprimiu 728 comboios entre as 00:00 e as 18:00 desta sexta-feira, tendo circulado 241 comboios, segundo fonte oficial da operadora.

Assim, revelou a CP, até às 18:00 foram cumpridos os serviços mínimos, circulando 241 comboios, sendo que “o total programado até às 18:00 era de 969”, ou seja, “não se realizaram 728”. Uma plataforma de vários sindicatos que representam os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal (IP) convocou uma greve para os dias 23 e 26 de dezembro, exigindo um prémio financeiro, entre outras reivindicações.

“No exercício do dever indeclinável que lhes assiste na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores que representam, vem a plataforma de sindicatos ASCEF, ASSIFECO, SINFB, SINFA, FENTCOP, SINDEFER, STF e SIOFA” com representatividade na CP e na IP – Infraestruturas de Portugal e suas participadas “comunicar que em devido tempo entregaram um aviso prévio de greve”.

Esta paralisação com uma duração de 24 horas hoje e dia 26 deste mês, prevê ainda uma “greve ao trabalho suplementar, incluindo feriados e dias de descanso semanal, desde as 00:00 de 23/12 às 24:00 de 02 de janeiro de 2023″.

Os sindicatos exigem a “atribuição de um prémio financeiro que compense a perda do poder de compra verificado no ano 2022”, a “atualização do subsídio de alimentação” e o “fim da discriminação entre trabalhadores”, lê-se na mesma nota.

As estruturas sindicais revelaram ainda que “foi acordado nas reuniões efetuadas na DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho], com as empresas CP e IP a realização de 25% dos comboios a efetuar nos dias 23 e 26 de dezembro e para os feriados de dia 25 de dezembro e 01 de janeiro de 2023”.

Esta plataforma inclui a ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, a ASSIFECO – Associação Sindical Independente, o FENTCOP – Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas, o SINDEFER – Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia, o SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários de Infraestruturas e Afins, o SINFB – Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários, o SIOFA – Sindicato Independente dos Operacionais e Afins e o STF – Sindicato dos Transportes Ferroviários.

Os trabalhadores da CP e IP realizaram uma greve no passado dia 30 de novembro, que levou ao cancelamento de centenas de comboios.

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Espanha encerra inquérito a morte de 23 migrantes africanos que tentaram entrar em Melilla

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

O ministério público "arquivou a investigação” da tragédia porque “não identificou indícios de crime na atuação dos agentes das forças de segurança” espanholas".

O ministério público espanhol encerrou esta sexta-feira o inquérito à morte de pelo menos 23 migrantes africanos que tentaram entrar no enclave de Melilla no final de junho, atenuando a tensão sobre o ministro do Interior do Governo. “O ministério público arquivou a investigação” desta tragédia que causou indignação internacional, porque “não identificou indícios de crime na atuação dos agentes das forças de segurança” espanholas, anunciou a instituição num comunicado.

Não podemos concluir que a ação dos agentes tenha aumentado o risco existente sobre a vida e a integridade física dos migrantes e não podemos, portanto, indiciá-los por homicídio involuntário”, acrescentou o ministério público espanhol. A 24 de junho, quase 2.000 migrantes ilegais, na maioria originários do Sudão – país muito pobre, minado por conflitos –, tentaram entrar no enclave espanhol de Melilla, situado na costa norte de Marrocos.

Segundo as autoridades marroquinas, pelo menos 23 migrantes morreram nesta tragédia, o que representa o número mais elevado de vítimas alguma vez registado em tentativas de intrusão de migrantes naquele enclave ou no de Ceuta, que constituem as duas únicas fronteiras da União Europeia no continente africano.

Este drama desencadeou reações internacionais de repúdio, tendo a ONU condenado o “uso excessivo da força” pelas autoridades marroquinas e espanholas. A Amnistia Internacional classificou a tragédia como “assassínio em massa” e acusou Rabat e Madrid de quererem “encobrir os seus assassínios, dissimulando” a realidade, seis meses após os acontecimentos.

Algumas ações dos agentes espanhóis e marroquinos, como espancar pessoas imobilizadas (…), negar cuidados médicos de emergência às pessoas feridas, o uso repetido de gás lacrimogéneo contra pessoas que se encontravam num espaço fechado de onde não podiam sair, podem constituir uma violação do direito a não ser submetido a tortura e outros maus-tratos”, denunciou em meados de dezembro a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos.

A Amnistia, tal como especialistas independentes nomeados pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU, apontaram para um balanço de pelo menos 37 mortos. Duas investigações divulgadas em novembro pela estação pública televisiva britânica BBC e pelo consórcio europeu Lighthouse Reports, nas quais participaram nomeadamente os diários espanhol El País e francês Le Monde, denunciaram a brutalidade das forças marroquinas e questionaram a ação das forças espanholas.

Ambas concluíram que pelo menos um migrante foi morto em território espanhol, o que o ministro do Interior de Espanha, Fernando Grande-Marlaska, várias vezes categoricamente negou. Agora, alinhando-se com a posição defendida há meses por Grande-Marlaska, o ministério público sublinhou uma “atitude constantemente hostil e violenta” dos migrantes “em relação aos agentes marroquinos e espanhóis”.

Nenhum dos agentes [espanhóis] teve conhecimento” da queda de migrantes uns sobre os outros da vedação que separa o enclave de Marrocos “e das suas consequências fatais” e não soube “que havia pessoas em situação de risco que necessitavam de ajuda”, assegura ainda o ministério público no comunicado. No texto, precisa, contudo, ter transmitido aos responsáveis das forças de segurança elementos para eventuais processos disciplinares contra agentes suspeitos de terem apedrejado migrantes.

Este arquivamento do inquérito (…) representa uma bolha de oxigénio para o ministro do Interior”, instado a demitir-se pela oposição, mas também por formações que apoiam o Governo do primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, considerou o jornal El País, principal diário generalista de Espanha. Mas esta decisão do ministério público espanhol levanta, todavia, dúvidas em relação à sua independência.

“Tudo isto foi uma simples simulação para poder dizer que já foi feita uma investigação?”, interrogou-se na rede social Twitter o deputado Jon Iñarritu, do Bildu, partido da esquerda separatista basca que apoia o executivo no parlamento. “Não querem indispor Marrocos?”, país com o qual Madrid reatou relações com grande pompa no ano passado, após um ano de crise diplomática, acrescentou.

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Relação mantém condenação a Salgado e ex-administradores do BES sobre aumento de capital

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

O Tribunal da Relação de Lisboa considerou “totalmente improcedentes” os recursos apresentados pelo ex-presidente e antigos administradores do BES à sentença do Tribunal da Concorrência de outubro.

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) considerou “totalmente improcedentes” os recursos apresentados pelo ex-presidente e antigos administradores do BES à sentença do Tribunal da Concorrência no caso do prospeto do aumento de capital de maio de 2014.

No acórdão, da passada quarta-feira, consultado pela Lusa, os juízes conselheiros da Secção da Propriedade Intelectual e da Concorrência, Regulação e Supervisão do TRL mantêm a decisão do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, datada do passado dia 10 de outubro.

Nessa decisão, a juíza Mariana Gomes Machado considerou provados todos os factos de que os ex-responsáveis do Banco Espírito Santo (BES) vinham condenados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), à exceção do relativo à obrigatoriedade de incluir no prospeto informação relativa às sociedades do Grupo Rio Forte.

Neste processo, está em causa a qualidade da informação contida no prospeto do aumento de capital do BES de maio de 2014, bem como operações ocorridas até junho (período aberto a investidores interessados) que a CMVM considerou que deveriam ter originado adendas ao documento.

Os visados recorreram para o TCRS das multas aplicadas pela CMVM, que totalizaram 2,8 milhões de euros, com Ricardo Salgado a pedir a impugnação da coima de um milhão de euros, Amílcar Morais Pires de 600.000 euros, Rui Silveira de 400.000 euros, Joaquim Goes de 300.000 e José Manuel Espírito Santo de 500.000 euros.

Tendo caído a infração relativa à Rio Forte, cujo risco Mariana Machado disse ter sido mitigado pela colateralização imposta pelo Banco de Portugal, o TCRS decidiu pela suspensão em 20%, por dois anos, dos valores das coimas que aplicou a Morais Pires (500.000 euros), a Joaquim Goes (250.000 euros) e a Rui Silveira (400.000 euros), tendo sido este o único que não viu o valor global da coima reduzido.

No caso de Ricardo Salgado, o TCRS baixou a coima de um milhão para 950.000 euros, sem suspensão, tendo passado José Manuel Espírito Santo de coima para admoestação.

No acórdão do TRL, que analisou os recursos apresentados por Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, Joaquim Goes e Rui Silveira, os juízes desembargadores não deram razão aos antigos responsáveis do BES em relação a nenhuma das questões levantadas, entre as quais a da prescrição, nulidades ou inexistência de dolo ou negligência nas suas condutas.

Os advogados de Ricardo Salgado contestavam, ainda, que o TCRS não tivesse considerado, na ponderação da coima única, a mitigação das exigências de prevenção geral e especial decorrente do facto de este ter “um diagnóstico clínico compatível com a doença de Alzheimer” e do tempo passado desde a prática dos factos.

Contudo, o TRL concluiu que a situação pessoal de Salgado foi ponderada na sentença de Mariana Machado, a qual salientava o comportamento do ex-presidente do BES, nomeadamente o facto de não ter iniciado o pagamento voluntário de nenhuma das coimas transitadas em julgado, a mais antiga das quais se encontra em fase de execução, para pagamento coercivo.

O acórdão declarou, igualmente, improcedente a alegação de que o TCRS violou o princípio da igualdade, ao passar a coima que havia sido aplicada pela CMVM a José Manuel Espírito Santo para admoestação, tendo em conta a sua situação de saúde, e ao valorar o tempo decorrido desde a prática da infração para os restantes arguidos, suspendendo a execução das coimas aplicadas em 20% do valor.

O Tribunal manteve o entendimento de que a situação de Ricardo Salgado “não é idêntica à do arguido José Manuel Espírito Santo na medida em que, ao contrário deste, aquele não tem decretada judicialmente, por sentença transitada em julgado, medida de maior acompanhado fundada na particular situação de saúde de que padece, que o impede de reger a sua pessoa e bens”.

“Constata-se, pois, que o Tribunal a quo ponderou devidamente as diversas circunstâncias susceptíveis de impactar na medida concreta da pena aplicada ao recorrente Ricardo Salgado, incluindo o decurso do tempo, como fez com os demais arguidos”, afirma o acórdão.

Quanto ao argumento de que, apesar de ter sido absolvido da contraordenação relativa à obrigatoriedade de incluir no prospeto informação relativa à Rio Forte, a coima apenas foi reduzida em 50.000 euros, o TRL salienta que o TCRS era “livre, no seu livre e fundamentado arbítrio, de aplicar até coima superior, não obstante a parcial absolvição”.

O mesmo aconteceu no caso de Rui Silveira, que contestou o facto de, apesar de ter sido igualmente absolvido da prática dessa contraordenação, o TCRS ter mantido a coima de 400.000 euros aplicada pela CMVM.

Para o TRL, “embora a CMVM tenha aplicado uma coima única de 400.000 euros pela prática de duas contraordenações, das quais só uma subsiste, também é verdade que a coima parcelar aplicada à contraordenação relativa ao BESA era igualmente de 400.000 euros, cuja execução a sentença recorrida suspendeu em 20%, pelo que se não se verificou qualquer agravamento da coima”, conclui.

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EDP conclui venda de participação na Hydro a chineses da Three Gorges

  • ECO
  • 23 Dezembro 2022

Elétrica portuguesa entende que conclusão do negócio, que envolve maior acionista da empresa, permitirá "continuar a sua trajetória de crescimento".

A EDP concluiu nesta sexta-feira a venda da participação na Hydro Global Investment Limited. A elétrica portuguesa arrecadou 68 milhões de dólares (64 milhões de euros) neste negócio, em linha com o que tinha sido anunciado no final de julho.

A empresa portuguesa vendeu a participação de 50% à empresa chinesa China Internacional Water & Electric Corporation, subsidiária da China Three Gorges (CTG), a maior acionista da EDP, com 21,08% do capital. Até agora, EDP e CTG repartiam, em igual parte, as ações da Hydro, que tem como principal ativo o projeto hídrico San Gabán III, localizado no Peru, com 209 megawatts (MW), e que está ainda em construção.

“A alienação da participação detida na Hydro Global permite à EDP continuar a sua trajetória de crescimento, em cumprimento dos objetivos estabelecidos no seu Plano de Negócios 2021-2025, mantendo o foco de crescimento em ativos de geração renováveis, redes e na prestação de serviços de valor acrescentado para os seus clientes”, assim refere o comunicado enviado nesta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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Países Baixos disponibilizam 2,5 mil milhões de euros a Kiev para 2023

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

Desta valor, “cerca de dois mil milhões são destinados ao apoio militar”, disse o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte.

O Governo dos Países Baixos anunciou esta sexta-feira um pacote total de 2,5 mil milhões de euros de apoio à Ucrânia para 2023, em grande parte destinado a equipamentos militares. “Cerca de dois mil milhões são destinados ao apoio militar”, precisou o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, no decurso de uma conferência de imprensa em Haia.

“O restante será para as áreas humanitária, para a reconstrução de infraestruturas” e no combate à impunidade, acrescentou. “A utilização exata da contribuição depende das necessidades dos ucranianos e da forma como irá decorrer a guerra”, sublinhou por sua vez o Governo em comunicado.

A ajuda aos trabalhos de reconstrução está destinado à recuperação de infraestruturas, incluindo as energéticas, para além de hospitais, habitações, agricultura ou operações de desminagem, pormenorizou o Governo. Na semana passada, a ministra da Defesa neerlandesa, Kajsa Ollongren, indicou que os Países Baixos disponibilizaram até ao momento cerca de mil milhões de euros de ajuda militar à Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

“Os Países Baixos continuarão a apoiar a Ucrânia enquanto a Rússia prosseguir a guerra na Ucrânia”, declarou Rutte em mensagem no Twitter, acrescentando que contactou por telefone o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre as decisões hoje anunciadas por Haia.

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Investidores estão “perdidos” na política do BCE e da Fed. E agora, até onde podem ir as taxas de juro?

Apesar de terem abrandado o ritmo de subida das taxas de juro, os dois bancos centrais abriram a possibilidade de elevarem as taxas de juro para níveis acima do que era esperado pelos analistas.

Christine Lagarde (BCE) e Jerome Powell (Fed) abrandaram o ritmo de subida das taxas de juro, subindo em 50 pontos base as taxas de referência do euro e do dólar, respetivamente, em meados de dezembro.

Desde que Christine Lagarde e Jerome Powell anunciaram, em meados de dezembro, um abrandamento do ritmo de subida das taxas de juro que os principais índices acionista dos dois lados do Atlântico estão a cair: o norte-americano S&P 500 está a desvalorizar 5% desde 13 de dezembro e o Stoxx 600 está a cair 3%.

Nem mesmo a divulgação de vários indicadores económicos positivos (sobretudo em relação à economia dos EUA) esta semana ajudou a afastar alguns dos medos que têm tomado conta das carteiras dos investidores.

Parte dessa situação foi particularmente causada pelo discurso líderes do Banco Central Europeu (BCE) e da Reserva Federal norte-americana (Fed), que abriram a porta à possibilidade de as taxas de juro do euro e do dólar puderem atingir valores mais elevados do que o mercado contava.

“Aumentámos hoje as taxas de juro em 50 pontos base e vamos continuar a fazê-lo no futuro porque a inflação ainda é muito elevada”, referiu Christine Lagarde, presidente do BCE em conferência de imprensa.

De acordo com Paulo Monteiro da Invest Gestão de Activos, “os Bancos Centrais deverão manter as taxas de juro em níveis não observados há vários anos, após as fortes subidas ocorridas em 2022, como forma de conter a subida dos preços”, refere o gestor numa nota enviada a 16 de dezembro aos seus clientes (um dia depois do anúncio do BCE).

A mensagem de Lagarde levou inclusive o JP Morgan a rever em alta o valor máximo que os analistas do banco norte-americano preveem que o BCE irá em termos de taxas de juro, colocando agora a fasquia nos 3,25% face aos 2,5% que tinha anteriormente.

Mas Filipe Grilo, professor da Porto Business School, vai mais longe para justificar a reação negativa dos investidores ao discurso dos banqueiros centrais. “Lagarde foi um pouco incoerente: ao mesmo tempo que disse que pretendia cortar na inflação, cortou no aumento da subida da taxa de juro e isso levou a alguma desorientação dos investidores”, refere o professor ao ECO.

Uma das muitas incertezas que se colocam aos investidores no arranque do próximo ano é justamente perceber quais serão os contornos da política monetária da Fed e do BCE, particularmente quanto à meta que têm para as taxas de juro. Mais ainda numa altura em que a taxa de inflação, tanto nos EUA como na Zona Euro, permanece perto dos valores máximos registados em muitos ano; e quando a recessão parece estar à porta da economia europeia e norte-americana.

Assim, a grande dúvida que continuará a pairar entre os investidores é para que lado irá pender o prato da balança dos bancos centrais:

  • Se o BCE e a Fed vão continuar a aumentar agressivamente a taxa de juro para controlar a todo o custo a subida da inflação;
  • Se vão abrandar ainda mais o ritmo de subida e até promover uma correção mais cedo das taxas de juro para para evitar uma recessão mais longa e profunda nas duas economias.

Paulo Rosa, economista do Banco Carregosa, antecipa que “se os números do PIB da Zona Euro no quarto trimestre [que serão divulgados a 31 de janeiro] confirmarem uma contração económica e a inflação sinalizar uma visível desaceleração, a taxa de juro terminal do BCE deverá cair substancialmente.”

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Polónia apresenta queixa contra UE para impedir multa diária de 1 milhão

  • Mariana Marques Tiago
  • 23 Dezembro 2022

A despesa já atingiu 400 milhões de euros. Na opinião do ministro dos Assuntos Europeus, não há motivos para tal sanção, uma vez que o país cumpriu a ordem do tribunal da UE.

A Polónia apresentou uma queixa contra a União Europeia (UE) para impedir uma multa diária de um milhão de euros que está no centro da disputa do país a propósito das mudanças no sistema judicial.

Até ao momento, a despesa já atingiu 400 milhões de euros. Na opinião do ministro dos Assuntos Europeus, Szymon Szynkowski vel Sek, a pena tem de ficar sem efeito, uma vez que o país cumpriu a ordem do tribunal da UE, que obrigava o país a dissolver a Câmara Disciplinar para Juízes.

“A Câmara Disciplinar do Supremo Tribunal foi liquidada, e as disposições que levantaram dúvidas por parte da Comissão Europeia e do Tribunal Judicial deixaram de se aplicar”, disse o ministro, acrescentando que, por essa razão, “não há motivos para impor sanções”.

A multa foi imposta pelo Tribunal de Justiça europeu em outubro. Para Bruxelas, as mudanças ao sistema judicial que a Polónia está a levar a cabo são prejudicais para a União Europeia e colocam em risco a independência da Justiça.

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Tempestade perigosa de inverno condiciona Natal de milhões de pessoas nos EUA

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

A tempestade prevista ocorre “uma vez por geração”, avisam as autoridades. Mais de 200 milhões de pessoas estavam esta sexta sob alguma forma de aconselhamento ou aviso meteorológico de inverno,

Uma “tempestade perigosa de inverno”, como lhe chama a meteorologia norte-americana, está a afetar uma grande parte dos Estados Unidos, com milhões de pessoas sem energia ou impedidas de viajar no Natal. Mais de 200 milhões de pessoas estavam esta sexta-feira sob alguma forma de aconselhamento ou aviso meteorológico de inverno, por estarem em zonas onde ocorrem ou são esperados efeitos da tempestade, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês).

O mapa do serviço meteorológico “retrata uma das maiores extensões de avisos e avisos meteorológicos de inverno de sempre”, afirmaram os meteorologistas num comunicado divulgado esta sexta, citado pela agência norte-americana AP. Esta grande tempestade, que ocorre “uma vez por geração”, segundo o NWS, começou a afetar o Midwest, mas estava hoje a intensificar-se e já se está a espalhar para leste, tanto a norte como a sul.

Mais de 458.000 residências e casas comerciais estavam sem eletricidade esta sexta de manhã, segundo a AP. Mais de 3.400 voos tinham sido cancelados, muitos deles em grandes cidades como Nova Iorque, Detroit, Seattle, Chicago, Denver e Boston, de acordo com dados do site de aviação FlightAware, noticiou a agência espanhola EFE.

Três aeroportos regionais e um aeroporto internacional (Michigan) fecharam e vários suspenderam as operações de descolagem, de acordo com dados do ‘site’ da Autoridade Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês). Os problemas de transporte estão também a afetar empresas de comboios e autocarros, como a Greyhound, a maior delas, que já avisou que muitas rotas no nordeste ou centro-oeste podem ser canceladas ou interrompidas.

A enorme tempestade estendeu-se de fronteira em fronteira, segundo a AP. No Canadá, a WestJet cancelou todos os voos de hoje no Aeroporto Internacional Toronto Pearson.

No México, migrantes concentraram-se perto da fronteira dos Estados Unidos sob temperaturas invulgarmente frias enquanto aguardavam uma decisão do Supremo Tribunal norte-americano sobre o levantamento de restrições aprovadas durante a pandemia de covid-19 que impedem muitos de procurar asilo.

No seu website, o NWS advertiu para a natureza extraordinária desta “imensa tempestade” e anunciou que fortes chuvas irão afetar grande parte do país, especialmente o leste, durante o dia. Alertou, entre outras inclemências, para a poderosa “frente ártica” que está a varrer grande parte do leste do país, para fortes nevões que irão cobrir a região dos Grandes Lagos e a área da Nova Inglaterra, e para “precipitações significativas” que podem também atravessar o noroeste.

Os meteorologistas esperam mesmo que um ciclone bomba – quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente numa forte tempestade – se desenvolva perto dos Grandes Lagos. O Presidente norte-americano, Joe Biden, apareceu publicamente na quinta-feira para avisar a população que deve levar a tempestade “extremamente a sério” e pedir-lhe que siga as recomendações das autoridades.

“Isto não é como um dia de neve quando se era criança”, declarou Biden na Sala Oval da Casa Branca, após uma reunião com funcionários federais. “Isto é coisa séria”, alertou o Presidente dos Estados Unidos.

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ISQ paga um “salário anti-inflação” em dezembro

Valor do apoio extraordinário atribuído é do mesmo valor do salário do colaborador.

O ISQ decidiu atribuir um apoio extraordinário “no valor do salário de cada colaborador” a ser pago ainda em dezembro com o objetivo de ajudar a mitigar o impacto da inflação nos rendimentos.

“Esta medida extraordinária será no valor do salário de cada colaborador e será paga ainda no mês de dezembro. A medida abrange o conjunto dos colaboradores do ISQ e constitui uma medida que, acreditamos, irá proporcionar um Natal melhor aos colaboradores e suas famílias, no contexto particularmente difícil que estamos a viver”, refere a empresa em comunicado.

O ISQ tem ao longo de 2022 vindo a “reforçar o pacote de benefícios” dos seus 700 colaboradores, “caso de seguro de saúde, aumento de subsídio de refeição, acesso a vantagens relacionadas com parceiras estabelecidas em diferentes áreas, atribuição de dia de férias por ocasião do aniversário”, entre outras medidas, enumera.

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Empresário português detido sem acusação há duas semanas na Guiné Equatorial

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

O empresário Nuno Pimental estará a ser alvo de “extorsão” num processo de corrupção “clássico e muito conhecido na Guiné Equatorial”. MNE acompanha caso com "toda a intensidade".

O empresário português Nuno Pimentel está detido sem acusação desde dia 9 na Guiné Equatorial, numa esquadra de polícia a 50 quilómetros de Malabo, situação que o Governo português garantiu esta sexta-feira estar a acompanhar “com toda a intensidade”. “Estamos a acompanhar esta situação com toda a intensidade que ela merece e assim continuaremos até [o cidadão português Nuno Filipe Medeiros Pimentel] ser libertado”, garantiu à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

“Sabemos perfeitamente que a Guiné Equatorial é um país que tem grandes desafios em matéria de Estado de direito. Há lacunas em matéria de Estado de direito na Guiné Equatorial e isso é mais razão ainda para a diplomacia estar ativa como está”, acrescentou Cravinho. Segundo a organização Internacional Association Against Coruption (IAAC), o empresário português está a ser submetido a “atos de tortura” por “se recusar a ceder às solicitações de corrupção e pagamento de impostos revolucionários” por altos quadros da Administração equato-guineense.

A organização não-governamental (ONG) de combate à corrupção com sede em Paris é presidida por Joaquinito Maria Alogo de Obono, um neto do Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.

Nuno Pimentel estava com pessoas suas conhecidas no lobby do Hotel Carmen Galaxy, em Malabo, capital do país, no dia 9, quando, por volta das 21:00, o diretor-geral equato-guineense das Obras Públicas, Justino Nchama Ondo, sobrinho de Teodoro Obiang, acompanhado por dois homens, o levou num veículo para o local onde se encontra desde então, a Comissaria Distrital de Polícia de Luba Bioko-Sur, a cerca de 50 quilómetros de Malabo.

A descrição é do empresário português, em declarações à Lusa por telefone, aquando de uma visita do seu advogado local. No caminho entre Malabo e Luba, o empresário foi levado para uma casa particular, que Nuno Pimentel acredita pertencer a Justino Nchama, onde foi espancado violentamente e ameaçado com uma rebarbadora de lhe cortarem os dedos das mãos, e daí foi então levado para a esquadra em Luba.

“Pararam a meio do caminho, onde ele, o Justino, tem uma casa de férias, há um caminho de terra, levaram-se para dentro da casa, pensava que iriam deixar-me aí a dormir, atiraram-me ao chão e começaram a torturar-me. Em seguida, com uma rebarbadora, ameaçaram-me cortar os dedos. Disse-me que ia cortar-me seis dedos”, relatou o empresário à Lusa.

De acordo com Joaquinito Alogo de Obono, advogado especializado em direito internacional e professor na Universidade de Paris X, que denunciou o caso em declarações à Lusa, Nuno Pimental está a ser alvo de “extorsão” num processo de corrupção “clássico e muito conhecido na Guiné Equatorial”.

Alogo de Obono – que expôs o caso a várias instâncias diplomáticas, incluindo as embaixadas de Portugal e Itália em Paris e fez chegar a mesma exposição do próprio Nuno Pimentel à embaixada portuguesa em Malabo – resumiu que o processo, que remonta ao final 2021, começou com a tentativa de aquisição pelo empresário português de um navio entregue à sucata pelo Estado equato-guineense.

Nuno Pimentel assinou entre setembro e dezembro de 2021 sucessivos contratos – desde o contrato de promessa de compra e venda, à compra efetiva, com prova de pagamento reconhecido e ata de entrega do navio – com o Ministério dos Transportes equato-guineense, na pessoa do próprio titular da pasta, Rufino Ovono Ondo Engonga, a compra de um navio por 350 milhões de francos cfa (cerca de 534 mil euros).

Um mês depois, no final de janeiro deste ano, o ministro evocou “irregularidades” na empresa do empresário português, Tropikal Services, S.L., e exigiu-lhe mais 150 milhões de francos cfa (cerca de 229 mil euros) como condição para libertar o navio.

Nuno Pimentel não só recusou, como se queixou do procedimento à Presidência do país, que em carta enviada ao seu membro do Governo o insta a “suspender a reclamação exercida contra a Tropikal Services S.L. exigindo um montante adicional ‘post’ contrato de 150 milhões de francos cfa”, por “ser um procedimento ilegal e contra a normativa jurídica em vigor”.

Rufino Ovono Ondo Engonga acabou por decidir denunciar o contrato e vendeu o navio a um investidor nigeriano, de acordo com Nuno Pimentel, que desde então reclama sem sucesso a devolução dos 350 milhões de francos cfa – em depósito na Tesouraria Geral do Estado em dezembro de 2021, confirmado pela instituição em 15 de julho deste ano –, cuja ordem depende da Presidência equato-guineense.

A carta dirigida a Teodoro Obiang “foi o maior erro” de Nuno Pimentel, na opinião do presidente da IAAC. Desde então, o empresário foi detido e espancado por diversas vezes, incluindo numa das prisões com pior reputação em todo o mundo, conhecida como ‘Black Beach’, em Malabo.

“Trata-se de um caso clássico e muito conhecido na Guiné Equatorial. Nuno é um homem de negócios, que comprou um barco por 350 milhões de francos cfa, o barco nunca lhe foi entregue, e só o seria, se ele tivesse entregue luvas de 150 milhões de francos cfa”, disse Alogo de Obono.

“Como Nuno recusou, e ameaçou queixar-se à CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] de um tratamento a que estava a ser sujeito – a saber, um caso de corrupção – foi sequestrado, torturado, colocado sob detenção em ‘Black Beach’, de manhã à noite levam-no de uma esquadra a outra para o torturar para o fazer vergar mentalmente”, acrescentou.

Na resposta à Lusa, João Gomes Cravinho confirmou que o Estado português tem “efetivamente conhecimento deste cidadão nacional que está detido na Guiné Equatorial”, acrescentando: “Obviamente é uma matéria que nos preocupa e que a nossa embaixada em Malabo está a seguir de perto”.

“Recorde-se que o nosso envolvimento nestas matérias é constante. O mesmo cidadão esteve detido entre abril e junho deste ano, foi possível, devido aos esforços da diplomacia portuguesa, retirá-lo da prisão. Voltou agora a ser preso e a diplomacia portuguesa volta a estar plenamente ativa”, acrescentou o governante.

O ministro escusou-se a “comentar os factos que levaram à detenção”, mas sublinhou a “preocupação” de que “se cumpram as normas do Estado de direito”. “A atuação da embaixada [de Portugal em Malabo] irá exatamente nesse sentido”, garantiu o governante português. “Nuno Pimentel está a passar por cada uma das etapas que descrevo num livro que acabo de publicar sobre os esquemas de corrupção na Guiné Equatorial”, resumiu o advogado ativista, neto de Teodoro Obiang, Joaquinito Alogo de Obono.

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