Custos da nova construção desaceleram para 12,9% em junho

Preço dos materiais e o custo da mão-de-obra apresentaram, respetivamente, variações homólogas de 17,2% e de 6,9% em junho.

Os custos de construir uma casa nova em junho aumentaram 12,9% face ao mesmo mês do ano passado. Apesar desta subida, isto representa uma desaceleração no ritmo de crescimento face a maio, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O preço dos materiais e o custo da mão-de-obra apresentaram, respetivamente, variações homólogas de 17,2% e de 6,9%.

Em junho, a variação homóloga estimada do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) foi 12,9%, inferior em 0,6 pontos percentuais (p.p.) à observada em maio, refere o INE. Os preços dos materiais aumentaram 17,2%, desacelerando 1,6 p.p. face ao mês anterior e o custo da mão-de-obra aumentou 6,9% (6,2% em maio).

Índice de Custos de Construção de Habitação Nova.INE

O custo dos materiais contribuiu com 10,0 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN (11,0 p.p. em maio) e a componente mão-de-obra aumentou a sua contribuição para 2,9 p.p. (2,5 p.p. no mês anterior).

Entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução estão os produtos cerâmicos, com crescimentos homólogos de cerca de 80%. O gasóleo e os aglomerados e ladrilhos de cortiça apresentaram crescimentos homólogos acima dos 30%. Os aços, as madeiras e derivados de madeira e as obras de carpintaria e os tubos de PVC apresentaram crescimentos homólogos superiores a 20%.

A taxa de variação mensal do ICCHN foi 0,4% em junho. O custo dos materiais diminuiu 0,7% e o custo da mão-de-obra aumentou 2,1%. As componentes materiais e mão-de-obra contribuíram com -0,5 p.p. e 0,9 p.p., respetivamente, para a formação da taxa de variação mensal do ICCHN (0,4 p.p. e 0,1 p.p. em maio, pela mesma ordem).

(Notícia atualizada às 11h53 com mais informação)

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CML paga 30 mil euros a Sérgio Figueiredo por campanha

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

Em 2020 a Plataforma Coerente, de Sérgio Figueiredo e Margarida Pinto Correia, recebeu da CML, liderada por Fernando Medina, 30 mil euros por uma campanha de incentivo às compras no comercio local.

A Plataforma Coerente, empresa de Sérgio Figueiredo e de Margarida Pinto Correia, recebeu da Câmara Municipal de Lisboa 30 mil euros em dezembro de 2020. Fernando Medina era o presidente da autarquia e Sérgio Figueiredo tinha saído da TVI seis meses antes. Esta terá sido a primeira vez que o atual ministro das Finanças contratou os serviços de Sérgio Figueiredo, que por sua vez o tinha contratado para comentador da TVI.

A informação é avançada esta quinta-feira pela Sábado e em causa está uma campanha para incentivar o comércio local. O contrato foi assinado a 10 de dezembro de 2020, publicado a 17 de dezembro e cumprido em 13 dias.

De acordo com a newsmagazine do grupo Cofina, oficialmente a CML terá aberto uma consulta prévia para “aquisição de serviços de desenvolvimento de produção de uma campanha de comunicação destinada aos estabelecimentos de comércio tradicional a retalho e de restauração e bebidas, no âmbito do Plano de Apoio Económico e Social”, mas não está no Portal Base dos contratos públicos quais foram as empresas (a lei exige pelo menos três nos procedimentos de Consulta Prévia) que auscultadas antes da adjudicação.

“Estávamos no segundo confinamento [2020], todos os dias fechavam lojas de bairro e chamei a atenção de Fernando Medina que não se salvava da falência aquela gente toda apenas com subsídios. Era preciso sensibilizar as pessoas para privilegiarem o comércio local nas suas compras de Natal”, contou Sérgio Figueiredo à Sábado.

“Foi uma campanha de promoção das compras de Natal no comércio local, no contexto da segunda vaga de Covid e esteve no ar nas três televisões em dezembro desse ano. Chamou-se Parte de Nós.” A campanha consiste em blocos de depoimentos de figuras públicas.

A Plataforma Coerente, prossegue a Sábado, tinha acabado de ser criada, a 17 de agosto de 2020. Com sede em Lisboa e capital social de cinco mil euros, é detida por Sérgio Figueiredo (70%) e pela atriz e jornalista Margarida Pinto Correia (30%). Tem como objeto social “atividades de relações públicas e de comunicação, produção de filmes, de vídeos e programas de televisão, atividades técnicas de pós-produção para filmes, vídeos e programas de televisão”, entre outros.

Sérgio Figueiredo, recorde-se, foi contratado por ajuste direto, para prestar serviços de “consultoria estratégica especializada” ao Ministério das Finanças. A escolha de Fernando Medina está a gerar uma onda de críticas da esquerda e da direita parlamentar, tanto pelo modelo escolhido para celebrar o contrato com o ex-diretor de informação da TVI como pelo facto do ministro das Finanças ter sido comentador da TVI contratado por Figueiredo quando era diretor de informação da estação. O agora consultor do Ministério das Finanças vai receber 70 mil euros ano, mais do que o ordenado de ministro.

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Mandato da Portugal Film Commission prolongado até dezembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Agosto 2022

O Governo aprovou o prolongamento do mandato do Portugal Film Commission (PFC) até dezembro deste ano. Grupo criado em 2019 visa promover o país como destino internacional de produção de filmagens.

O mandato da Portugal Film Commission (PFC), grupo criado em 2019 para promover Portugal como destino internacional de produção cinematográfica e audiovisual, foi prolongado esta quinta-feira até ao fim do ano. Entre os objetivos da prorrogação do projeto está a apresentação de uma proposta de revisão do modelo da PFC que possa ser adequado à crescente procura internacional do mercado português.

O sucesso deste instrumento de política, materializado na procura muito significativa de Portugal como país de filmagens, justifica a prorrogação do mandato da PFC até 31 de dezembro de 2022“, lê-se na resolução do Conselho de Ministros, publicada esta quinta-feira em Diário da República, mas com efeitos a partir de 1 de junho.

A estrutura de missão da PFC tinha uma duração de três anos, de maio de 2019 até maio de 2022, mas o Governo aprovou, no final de julho, um prolongamento do mandato e uma alteração de competências. Sob a dependência conjunta dos Ministérios da Economia e da Cultura, a PFC é liderada por Manuel Claro, enquanto film commissioner, e conta com direção executiva de Sandra Neves, sendo que ambos manter-se-ão nos cargos até ao final do ano.

Entre as novas competências do projeto, destaca-se a apresentação de uma “proposta de revisão do atual modelo institucional e de governação da PFC que, mantendo o seu objetivo principal, possa ser adequado à crescente procura internacional do mercado português em função dos resultados alcançados nos últimos três anos”.

Essa preocupação era já notória em maio passado, quando uma fonte do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) revelou à Lusa que o Governo estava a preparar “uma solução” para responder à “enorme procura” de Portugal como destino de filmagens, porque já tinha esgotado o orçamento deste ano de incentivos fiscais a produções estrangeiras.

Adicionalmente, a estrutura do projeto vai passar a colaborar com os membros do Governo responsáveis pelas áreas do turismo e da cultura “na recolha e prestação de informações sobre o modelo institucional e de governação para a PFC”, por um lado, e “na avaliação do mecanismo de incentivo à produção cinematográfica e audiovisual em vigor”, por outro.

O mecanismo de financiamento em causa é recente e prevê, no âmbito do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema (FATC), incentivos às produtoras estrangeiras que queiram fazer filmes, séries ou outras obras audiovisuais em território português e com envolvimento de produtoras nacionais. Este ano houve 43 candidaturas a incentivos fiscais para filmagens em Portugal, no âmbito do FATC, tendo já sido atingido o teto máximo de 12 milhões de euros orçamentados para 2022.

A resolução do Conselho de Ministros refere ainda que a estrutura de missão do PFC deve entregar ao Executivo, até 15 de agosto, um plano de atividades relativo ao período entre agosto e dezembro de 2022, bem como um relatório final de execução relativo aos trabalhos do projeto até 31 de dezembro de 2022.

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Plano para recuperar aprendizagens vai ser financiado com antecipação de verbas do PT2030

Plano para a recuperar aprendizagens, que tenta mitigar os atrasos provocados pela pandemia, vai ter mais 25,6 milhões de euros face ao ano passado.

O Programa Operacional do Capital Humano (POCH) já não tem verbas para financiar as medidas do plano integrado para a recuperação das aprendizagens, que tenta mitigar os atrasos provocados pela pandemia, que são pagas com fundos comunitários. Assim, é necessário recorrer já a verbas do próximo quadro comunitário de apoio, o Portugal 2030, que ainda não foi aprovado.

Apenas o Acordo de Parceria do Portugal 2030 já recebeu luz da Comissão. Os vários programas operacionais estão agora em processo de consulta pública. No entanto, em agosto do ano passado, foi criado um mecanismo extraordinário de antecipação do Portugal 2030, “com vista a continuar a garantir o financiamento de medidas de política pública com forte impacto na melhoria da qualidade de vida e da coesão territorial, mesmo antes da aprovação dos seus Programas Operacionais”.

As ações específicas integradas no Plano 21|23 Escola+, que são financiadas através de fundos comunitários, são um exemplo, porque “se consideram da maior relevância para a recuperação das aprendizagens e para a prevenção do abandono escolar precoce dos seus beneficiários”. E como o “POCH não dispõe, neste momento, de dotação necessária à assunção do financiamento” dessas medidas, o Governo vai abrir dois concursos no valor de 75,3 milhões de euros de Fundo Social Europeu.

Mas a abertura de qualquer concurso no âmbito desta antecipação de verbas do PT2030 carece de um despacho de autorização “dos membros do Governo responsáveis pela área das Finanças, pela coordenação da Comissão Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria – CIC Portugal 2020 e pela respetiva comissão especializada da CIC Portugal 2020, que identifica a tipologia de instrumento a apoiar e o montante a alocar ao aviso de abertura de concurso, bem como a justificação para o acionamento do mecanismo extraordinário de antecipação”. Um despacho que foi publicado esta quinta-feira em Diário da República.

Assim, o POCH está autorizado a abrir:

  • um concurso para “as ações específicas, a desenvolver no ano letivo de 2022/2023, do Eixo 1 do Plano 21|23 Escola+ – Ensinar e Aprender, designadamente «1.1.2 – Ler – conhecer, aprender e ensinar», «1.1.4 – Ler com mais livros», «1.3.2 – #EstudoEmCasa Apoia», «1.6.2 – Programa para competências sociais e emocionais», «1.6.3 – Planos de desenvolvimento pessoal, social e comunitário» e «1.6.4 – Inclusão mais apoiada», e do Eixo 2 – Apoiar as Comunidades Educativas, designadamente «2.1.1 – Reforço extraordinário de docentes», que ascende a 65,3 milhões de euros de Fundo Social Europeu
  • um concurso “para as ações específicas incluídas no Eixo 1 do Plano 21|23 Escola + – Ensinar e Aprender «3.4 – Recuperar com Matemática», «1.3.7 – Recuperar incluindo» e «1.5.2 – Capacitar para avaliar» que, designadamente, envolvam formação contínua, do pessoal docente e não docente dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, bem como para a ação incluída no Eixo 2 – Apoiar as Comunidades Educativas «2.2.1 – Formação para pessoal docente e não docente», a serem desenvolvidas ainda no corrente ano civil e até ao final de 2023”, com uma dotação de dez milhões de euros de Fundo Social Europeu.

Estas duas medidas têm um reforço de dotação face ao ano anterior. A primeira teve um reforço de 20,1 milhões de euros e a segunda, que serve nomeadamente para pagar a formação de professores e pessoal não docente, de 5,6 milhões. Mas este reforço ainda poderá ser financiado por verbas do Portugal 2020 que venham a sobrar no POCH.

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Apoio à retoma progressiva mantém direito a desconto para a Segurança Social

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

Quem trocou o apoio extraordinário à normalização da atividade pela retoma progressiva mantém o direito à dispensa parcial de 50% do pagamento de contribuições para a Segurança Social.

As empresas que desistiram do incentivo extraordinário à normalização da atividade empresarial para beneficiarem do apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade mantêm o direito à dispensa parcial de 50% do pagamento de contribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, segundo a portaria publicada esta quinta-feira em Diário da República.

Por causa da pandemia, o Governo avançou com uma série de medidas de apoio financeiro às empresas e foi necessário, face à evolução a situação pandémica ao longo do tempo, alterar a modalidade dos incentivos extraordinários.

Foi criado inicialmente o apoio à normalização da atividade empresarial na fase mais aguda da pandemia. Posteriormente, o Governo avançou com o apoio à retoma progressiva — que permite aos empregadores com quebras de faturação cortarem os horários de trabalho e lhes garante um apoio para o pagamento dos salários — quando a crise de saúde aliviou.

Até final de 2020, foi possível desistir do primeiro apoio e aceder ao apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade. Agora, o Governo vem clarificar as regras de transição no que diz respeito às dispensas contributivas para a Segurança Social.

Determina a portaria agora publicada que a empresa que trocou de modalidade de apoio mantém “o direito à dispensa parcial de 50% do pagamento de contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora”, como previa o apoio à normalização da atividade empresarial.

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PR diz que, em regra, lei não permite uso de escusas de responsabilidade

  • Lusa
  • 11 Agosto 2022

Marcelo diz que há casos em que se pode invocar escusa de responsabilidade, mas sublinha que “é muito importante, em política, quando se tem razão, saber explicar aos portugueses a razão que se tem".

O Presidente da República defende que, em regra, a lei não permite o uso das escusas de responsabilidade e que, em política, quando se tem razão, é muito importante saber explicar aos portugueses a razão que se tem.

Numa entrevista à CNN Portugal, que será divulgada na íntegra esta quinta-feira à noite, Marcelo Rebelo de Sousa diz que é preciso as pessoas olharem para o direito e que “há casos em que a lei permite [invocar escusa de responsabilidade], mas, em regra, não permite”.

“Sob pena de, em diversas atividades públicas (…) sem encontrar maneira de a pessoa poder invocar realidades objetivas, como a falta de dinheiro, a falta de orgânicas, de estruturas, para não cumprir a sua missão”, acrescenta.

O chefe de Estado adianta que há casos em que pode ser invocado [escusa de responsabilidade], mas sublinha: “é muito importante, em política, quando se tem razão, saber explicar aos portugueses a razão que se tem. Porque, muitas vezes, tem-se razão, mas a não explicação da razão, ou o mau uso da razão, faz perder a razão”.

Estas declarações do Presidente da República surgem numa altura em que muitos médicos têm apresentado escusas de responsabilidade por considerarem que não estão reunidas as condições necessárias para desempenharem as funções cumprido as regras da boa prática médica.

O último caso foi conhecido na quarta-feira, quando o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) revelou que todos os 14 médicos do serviço de urgência geral do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, no distrito de Lisboa, apresentaram escusas de responsabilidade devido à “escassez permanente de recursos humanos”.

“Isto insere-se no problema global que temos vivido nos últimos tempos, que é o número insuficiente de médicos escalados para a urgência face ao número de utentes que a ela recorrem. Agora, estes colegas, que são 14, manifestaram a sua indisponibilidade para salvaguardar os doentes desta situação, ou seja, não vão compactuar com este tipo de atendimento, que é nitidamente insuficiente para a população que recorre ao hospital”, afirmou Maria João Tiago, secretária regional de Lisboa e Vale do Tejo do SIM.

No início de agosto, cerca de uma centena de médicos internos de Ginecologia/Obstetrícia assinaram uma carta enviada à ministra da Saúde que, entre outras matérias, informava a tutela da entrega de escusas de responsabilidade para os casos em que estiverem destacados para trabalho em urgência e as escalas não estiverem de acordo com o regulamento sobre a constituição das equipas médicas nestes serviços.

Os pedidos de escusa visam excluir a responsabilidade individual em sede disciplinar por falhas de diagnóstico e/ou terapêutica condicionada por mau funcionamento dos serviços e que afetem o cumprimento da boa prática médica.

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Estónia é o primeiro país da UE a barrar turistas russos

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

Mesmo que tenham visto Schengen, cidadãos russos deixam de poder entrar na Estónia. Petróleo russo volta a circular através oleoduto de Druzhba, que atravessa a Ucrânia e serve a Europa Central.

O governo estónio anunciou hoje que vai deixar de aceitar a entrada de cidadãos russos, mesmo que com visto Schegen, no país no báltico e espera que outros Estados europeus adotem a mesma medida. A Estónia decidiu não aceitar mais pessoas da Rússia, que são titulares do Visto Schengen concedido pela Estónia, para entrar no país”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros estónio, Urmas Reinsalu.Esta semana, a Estónia, a Letónia e a Finlândia tinham defendido a suspensão da emissão de vistos a turistas russos.

Em outras notícias, acompanhadas em direto por este live, a empresa russa Transneft retomou os fluxos de petróleo através do braço sul do oleoduto de Druzhba, que serve vários países da Europa Central, depois de a Mol, a maior refinadora da Hungria, ter pago a tarifa de trânsito, que estava em falta da parte da Rússia.

Numa declaração na quarta-feira, a refinaria húngara confirmou que a Eslováquia começou a receber petróleo bruto russo através da infraestrutura que atravessa a Ucrânia, enquanto à Hungria a matéria-prima chegará a partir desta quinta-feira. O acordo do pagamento da taxa de trânsito não inclui, no entanto, a República Checa, que também é servida pelo Druzhba.

À Bloomberg, o porta-voz da Transneft, Igor Dyomin, já tinha dito que os fluxos para a parte sul da ligação de Druzhba estavam a recomeçar como planeado. O operador russo recebeu a confirmação da Ucrânia, país-chave de trânsito para as exportações de petróleo, de que estava pronta para retomar o tráfego, disse Dyomin.

O retomar dos fluxos acontece depois de a Rússia ter suspenso a 4 de agosto a exportação de petróleo através da infraestrutura. Em causa estava a impossibilidade por parte da empresa russa exportadora de petróleo de realizar o pagamento de um imposto de trânsito à Ukrtransnafta.

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Nas notícias lá fora: crédito à habitação, Berlusconi e Boeing

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

Boeing entregou o primeiro 787 Dreamliner desde junho de 2021, ultrapassando os problemas operacionais e parques temáticos ajudam lucros da Walt Disney a disparar 62%.

Em Espanha o crédito para a compra de casa está cada vez mais caro, um reflexo do aumento dos juros por parte do Banco Central Europeu. O preço médio das hipotecas subiu 23%, enquanto o crédito ao consumo aumentou apenas 8%. Em Itália está desfeito o tabu, Sílvio Berlusconi anunciou que vai concorrer ao Senado nas eleições legislativas de 25 de setembro, apesar do seus 86 anos e dos diversos escândalos que protagonizou. E Cuba voltou a ficar às escuras porque foi necessário desligar uma das maiores centrais elétricas devido à escassez de água para a arrefecer.

Expansión

Preço das hipotecas dispara 23% no primeiro semestre

O custo do crédito à habitação para famílias está a crescer a um ritmo elevado, com o preço médio das hipotecas a subir 23% nos primeiros seis meses do ano, enquanto o crédito ao consumo aumentou 8%. No total, as instituições financeiras concederam 48.680 milhões de euros em hipotecas para a compra de casas e empréstimos ao consumo. Os analistas preveem novos aumentos para o resto do ano.

Leia a notícia completa no Expansión (acesso pago, conteúdo em espanhol)

ANSA

Berlusconi anuncia candidatura ao Senado italiano

O três vezes primeiro-ministro de Itália, Sílvio Berlusconi, prestes a cumprir 86 anos, terminou com as especulações sobre o seu futuro político, ao divulgar que vai concorrer ao Senado nas eleições legislativas de 25 de setembro. O magnata dos media, atingido por vários escândalos, está fora do Parlamento italiano há quase dez anos, mas foi eleito para o Parlamento Europeu em 2019. “Acho que vou ficar no Senado, desta forma vamos deixar toda a gente feliz”, referiu Berlusconi. Em 2013, Berlusconi foi expulso do Senado após a condenação por fraude fiscal no caso Mediaset. O magnata, proprietário da maior rede de televisão comercial em Itália e do grupo de media Mediaset, lidera o partido de centro-direita Força Itália.

Leia a notícia completa na ANSA (acesso livre, conteúdo em inglês)

Infobase

Cuba volta a desligar uma das maiores centrais elétricas do país

A estatal Unión Elétrica (UNE) voltou a desligar uma das maiores centrais elétricas de Cuba devido à escassez de água para arrefecer a central termoelétrica, horas depois de as operações terem sido restabelecidas. Num comunicado, a elétrica cubana garantiu que, “assim que estiver prevista alguma alteração, será comunicada em tempo oportuno”. O Ministério da Energia e Minas cubano já tinha ordenado na segunda-feira o encerramento da central termoelétrica Antonio Guiteras de Matanzas, situada a apenas cinco quilómetros do incêndio no depósito de combustível na cidade de Matanzas. Na altura, a UNE confirmou que a situação se deveu ao incêndio em Matanzas.

Leia a notícia completa no Infobase (acesso livre, conteúdo em espanhol)

CNBC

Boeing entrega primeiro 787 Dreamliner desde junho de 2021

A Boeing entregou o primeiro 787 Dreamliner desde junho de 2021, depois de as entregas de aviões de longo curso terem estado suspensas durante mais de um ano devido a problemas operacionais. “Retomámos as entregas do 787 na sequência da nossa análise, verificação e refabrico para assegurar que todas as aeronaves cumprem as especificações exatas da Boeing e os requisitos regulamentares”, disse o fabricante de aeronaves. “O 787 é uma componente importante da frota da American, e este é o primeiro dos nove 787 que esperamos receber este ano”, disse Robert Isom, o chefe da American Airlines. A reguladora da aviação civil norte-americano anunciou na segunda-feira que a Boeing tinha feito as “alterações necessárias” para retomar as entregas do seu 787 Dreamliner.

Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês)

The New York Times

Lucros da Walt Disney sobem 62% para 3.000 milhões nos primeiros nove meses

A The Walt Disney Company obteve lucros de 2.983 milhões de dólares (2.909 milhões de euros) nos últimos nove meses, mais 62% que no mesmo período do ano passado, impulsionados pelos parques temáticos. A empresa afirma que entre novembro e julho — que correspondem aos primeiros nove meses do seu ano fiscal de 2022 — gerou um volume de negócios de 62.572 milhões, mais 28% do que no ano anterior. O negócio de media e entretenimento continua a representar a maior quota das receitas, mas o segmento de parques temáticos, experiências como cruzeiros e resorts e marketing de produtos quase duplicou no período em análise. A Disney destacou o forte desempenho dos parques temáticos e experiências, especialmente nos EUA, onde os consumidores estão a regressar em massa depois das perturbações provocadas pela pandemia e também estão a gastar mais.

Leia a notícia completa no The New York Times (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Mota-Engil e BCP animam Lisboa em dia positivo na Europa

Alívio na taxa de inflação nos EUA dá ânimo aos investidores europeus. Mota-Engil dispara 3% em Lisboa e BCP sobe 1%.

Com muitos investidores de férias, a bolsa de Lisboa regressa aos ganhos esta quinta-feira, com a Mota-Engil a disparar 3% e o BCP a somar 1%. O PSI acompanha os ganhos nas praças europeias, depois de a taxa de inflação nos EUA ter ficado aquém do esperado.

O índice de referência nacional avança 0,39% para 6.236,98 pontos, com oito cotadas em terreno positivo. A Mota-Engil é a estrela da sessão, com as ações a subirem 2,96% para 1,252 euros. O Jornal de Negócios adianta que o consórcio participado pela construtora é o único candidato à construção de uma nova linha do metro de Medellín, na Colômbia.

Entre os pesos pesados, o BCP avança 0,99% para 0,1533 euros e a Galp sobe 0,57% para 10,575 euros, num dia em que os preços do petróleo seguem em alta pela segunda sessão seguida.

A travar uma maior subida na praça portuguesa estão a EDP e EDP Renováveis, com ambas a cederem cerca de 0,2%, enquanto a Jerónimo Martins recua 0,45%.

Lá por fora, o índice de referência na Europa, o Stoxx 600, avança 0,4%. O CAC-40 soma 0,6%, e as bolsas IBEX-35 e DAX avançam ambas cerca de 0,4%.

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Previsões de aumento de procura põem petróleo perto dos 100 dólares

Agência Internacional de Energia reviu em alta as previsões de procura pelo 'ouro negro', incluindo troca de fonte de energia pelos consumidores.

Os preços do petróleo estão a negociar perto do patamar dos 100 dólares. A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla original) reviu em alta as previsões de procura pelo ‘ouro negro’, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Pelas 19h52, o barril de Brent, de referência para as importações europeias, escalava 2,27%, para 99,61 dólares. No barril de referência para os Estados Unidos (West Texas Intermediate), a subida era de 2,62%, para 94,34 dólares.

A IEA estima que exista um aumento da procura média na ordem dos 380 mil barris de petróleo por dia neste ano. “Com os preços do gás natural e da eletricidade a atingirem novos máximos, há incentivos a trocar o gás pelo petróleo em alguns países”, referiu a agência sediada em Paris.

Em sentido contrário, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu em baixa as previsões de crescimento de procura por petróleo, devido ao impacto económico da guerra na Ucrânia, a elevada taxa de inflação e os custos para travar a pandemia de covid-19.

A OPEP cortou as previsões de procura para 3,1 milhões de barris por dia, menos 260 mil barris por dia do que no estudo anterior.

Petróleo sobe pelo segundo dia

Na véspera, de acordo com a Administração de Informação de Energia americana, os stocks de petróleo aumentaram em 5,5 milhões de barris na semana mais recente, bem acima do esperado – subida de apenas 73 mil barris.

No entanto, os stocks de gasolina registaram uma queda drástica perante o que se entende ser um aumento do consumo após a baixa procura no pico de verão, período em que as famílias mais saem para as estradas para longas viagens.

Por outro lado, a taxa de inflação nos EUA ficou nos 8,5%, abaixo dos 9,1% registados em junho. O alívio nos preços levou os investidores para ativos de maior risco, incluindo as ações, com o dólar a cair 1% em relação a um conjunto de moedas. Um dólar mais fraco tende a dar força ao petróleo, que é geralmente cotado na divisa americana.

(Notícia atualizada às 19h59 com novas cotações e novas informações)

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Hoje nas notícias: Mota-Engil, inflação e PSD

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Mota-Engil, aliada à chinesa CRRC, concorre sozinha ao projeto de construção do metro de Medellín, na Colômbia. Dirigentes do PSD continuam em desacordo com o Presidente da República, devido às posições opostas no caso do despacho do primeiro-ministro sobre a Endesa. Médicos e professores estão entre os grupos profissionais que mais perderam com a elevada inflação. Conheça estas e outras notícias em destaque esta quinta-feira.

Mota-Engil sozinha na corrida ao metro de Medellín

O consórcio da Mota-Engil e da China Railway Rolling Stock Corp (CRRC) é o único concorrente à construção da nova linha do metro de Medellín, na Colômbia, um projeto avaliado em 1,7 mil milhões de dólares (mais de 1.660 milhões de euros, à taxa de câmbio atual). A construtora portuguesa, a par com a chinesa CRRC, foi a única a entregar uma proposta na última sexta-feira, quando se esperava que mais de 40 empresas mostrassem interesse. Se validado, este será o maior contrato de sempre na América Latina para a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins.

Leia a notícia no Jornal de Negócios (acesso pago)

Social-democratas irritados com Marcelo no caso Endesa

O despacho de António Costa contra a Endesa voltou a deixar a nu como o PSD e o Presidente da República continuam desafinados. Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz não pouparam nos adjetivos para criticar o comportamento do primeiro-ministro, mas Marcelo Rebelo de Sousa tentou esvaziar por completo a polémica, colocando-se ao lado de Costa no castigo contra a elétrica. Situação que deixou os sociais-democratas irritados com Marcelo, considerando mesmo “incompreensível” esta postura.

Leia a notícia completa no Observador (acesso condicionado)

Inflação arrasa salários de médicos, professores e empregados de escritório

Médicos, professores, empregados de escritório e trabalhadores não qualificados (do privado ou do público) são os grupos profissionais que perderam mais poder de compra com a elevada inflação entre abril e junho, cuja média foi de 8%. Pelo contrário, políticos, dirigentes e gestores de topo (privado e público), pessoal da construção e da agricultura estão entre as profissões mais resguardadas face à escalada dos preços, de acordo com cálculos feitos a partir das estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

Operadores de mercadorias ainda sem compensações pelo fecho da Beira Alta

A principal fronteira do país está sem comboios, após o encerramento da linha entre Pampilhosa e Guarda e, depois, o fecho da linha da Beira Alta, que se estendeu ao troço entre esta cidade e Vilar Formoso. A Medway e a Takargo tiveram, consequentemente, de recorrer a camiões para transportar as mercadorias que deveriam ir sobre a carris da Beira Alta, sem nenhuma das operadoras ter recebido qualquer indemnização da Infraestruturas de Portugal, com quem as negociações ainda não foram concluídas.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Venda de álcool a menores dá multas de mais de 600 mil euros

Entre 2019 e 2021, foram abertos mais de 457 processos contra estabelecimentos por causa da venda de álcool a menores, que resultaram em multas de 619 mil euros, de acordo com os dados da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Só no ano passado foram abertos 228 processos, o dobro face aos 111 instaurados no ano anterior, dando origem a coimas de 232 mil euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível)

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Novos vistos. Gestores aplaudem medida, mas pedem maior rapidez nos processos

Os gestores ouvidos pela Pessoas olham para os novos vistos com bons olhos. Mas fazem recomendações: agilização dos processos, articulação entre SEF e SS e reforço dos postos consulares.

A proposta de criação de uma nova tipologia de visto direcionado para a procura de trabalho, que possibilita a entrada em território português de nacionais de Estados estrangeiros à procura de trabalho pelo período de 120 dias, extensivo a mais 60 dias, é vista com bons olhos pelos setores da restauração, hotelaria e agricultura, a braços com uma enorme escassez de talento. Mas deixam um alerta: “[Este tipo de medidas] têm de ser acompanhadas da agilização dos processos necessários para o estabelecimento dessas pessoas em Portugal, quer na obtenção da documentação necessária em tempo útil, quer nas políticas de habitação e integração”, afirma Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé. O Governo já anunciou um grupo de trabalho para acelerar a atribuição de vistos.

O setor do turismo é dos que tem sofrido com a escassez de talento, com o Governo a estimar que o setor precisa de entre 45 mil a 50 mil colaboradores para suprir as necessidades. Recorrer a trabalhadores estrangeiros tem sido, por isso, uma opção levantada pelo setor. Mas há que agilizar os processos de atribuição de vistos, dizem os operadores.

“Esperemos que as autoridades tenham as capacidades necessárias para responder rápido aos pedidos”, reforça Elmar Derkitsch, diretor-geral do Lisbon Marriott Hotel, que conta atualmente com 200 colaboradores, 30 dos quais estrangeiros, sobretudo vindos da Ucrânia, Cabo Verde e Angola.

E o mesmo diz o grupo Portugália. “Alargar o período de visto é sempre positivo. Não obstante, para que esta medida seja eficiente, é importante dar continuidade ao reforço que tem vindo a ser feito na rapidez de concessão de Número de Identificação de Segurança Social [SS], essencial para as pessoas trabalharem e que está (outra vez) a demorar, em alguns casos, mais de seis meses”, considera Vera Chaves, diretora de recursos humanos do grupo de restauração.

A líder de pessoas do grupo Portugália, que conta atualmente com 1.100 colaboradores, defende que é, também, importante assegurar a articulação entre os vários organismos essenciais à integração de estrangeiros em Portugal (SEF e SS).

No setor agrícola, por sua vez, lamenta-se que a medida não contribua, com efeitos imediatos, para o problema que o setor atravessa. “A medida merece um aplauso, mas só poderá contribuir para diminuir a falta de pessoal no setor agrícola em 2023. Para o ano em curso já não produzirá efeitos”, afirma fonte da oficial da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Em linha com a grande preocupação dos gestores ouvidos pela Pessoas, a confederação considera ainda que a criação de um novo visto implica a resolução dos problemas inerentes à emissão de um novo visto. “A maioria dos constrangimentos na emissão de vistos reside na exiguidade dos recursos humanos existentes nos postos consulares. A CAP entende que o aspeto a cautelar para a medida ter êxito reside, antes de mais, em dotar esses mesmos postos consulares de recursos humanos suficientes para a emissão dos vistos em 30 dias, após a submissão dos processos.”

E deixa uma sugestão: “No setor agrícola, faria todo o sentido uma medida que envolvesse as empresas junto dos postos consulares, na medida em que são elas que devem garantir a existência de contratos de trabalho e alojamento, mas que na maior parte dos casos são ignoradas. Talvez a execução dos Acordos que Portugal celebrou com a Índia e Marrocos possa proporcionar esse envolvimento.”

Entre as competências do grupo de trabalho criado pelo Governo para acelerar a concessão de vistos está avaliar a necessidade do reforço dos postos consulares com maior número de pedidos de vistos com mais recursos humanos e avaliar “a necessidade de colocação de elementos do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e IEFP, I. P. (Instituto do Emprego e da Formação Profissional), nos postos mais sujeitos a pressão”. É ainda missão do grupo, refere despacho, “estabelecer um canal de comunicação permanente entre as entidades, das distintas áreas governativas, envolvidas nos processos de visto”.

Medida é aplaudida

Apesar dos alertas deixados pelos gestores, a medida tem sido considerada positiva. “Portugal está com grandes carências de recursos humanos em vários setores de atividade, existindo em geral muitas vagas de emprego por preencher de norte a sul do país. Efetivamente, o país tem vindo numa tendência de diminuição da população em geral e, em particular, do número de trabalhadores ativos, fruto da baixa taxa de natalidade e envelhecimento da população. Esta tendência é também notória na União Europeia”, começa por comentar o administrador da Vila Galé.

“Uma das medidas que a Europa, e em particular Portugal, têm para resolver esta questão será adotar políticas de imigração conscientes, responsáveis e integradoras, que não só permitam suprir o défice de recursos humanos, como contribuir para um mundo melhor. Conseguir-se-á assim acolher população de outras regiões do globo onde não existem ofertas de emprego tão apelativas, salários justos ou condições de vida adequadas para as suas populações. Neste sentido, vemos este tipo de medidas como positivas, porque são o início para esse percurso e políticas“, defende.

O grupo Vila Galé conta, atualmente, com cerca de 1.600 colaboradores espalhados por 27 hotéis. Embora a maioria dos colaboradores contratados continue a ser de nacionalidade portuguesa, cerca de 14% do total de colaboradores são estrangeiros, sobretudo cidadãos de países de língua portuguesa e da Ucrânia.

Ainda no setor da hotelaria, Elmar Derkitsch também partilhas as suas expectativas no que toca às novos vistos: “Esperamos que esta medida ajude realmente a preencher as vagas que temos no nosso setor”.

Esperanças partilhadas por Leonel Branquinho, diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food. “Os futuros novos vistos atribuídos a cidadãos estrangeiros podem ser, realmente, uma mais-valia porque, de momento, não existe mão de obra suficiente disponível em Portugal para suprir as necessidades do mercado. A falta de mão de obra é, atualmente, um problema sério em vários setores. E não só em Portugal, como também em muitos outros mercados europeus”, afirma o gestor de pessoas, em entrevista à Pessoas.

Também o setor agrícola, que se debate com uma intensa falta de mão de obra há, pelo menos, dez anos, e que se tem acentuado nos últimos cinco, aplaude a proposta do Governo. “A CAP é favorável à adoção de quaisquer medidas que visem tornar mais simples e célere a emissão de vistos para trabalhadores”, afirma fonte oficial.

Em novembro de 2021, a CAP apresentou ao Ministério dos Negócio Estrangeiros um levantamento que apontava para a necessidade de cinco mil trabalhadores estrangeiros em 2022. “Alguns já chegaram a Portugal e outros estão ainda a aguardar a emissão do visto de estada temporária para trabalho sazonal”, adianta.

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