Cifial despede 41 trabalhadores devido a “insustentável” aumento no custo do gás
"Insustentável” aumento de 400% no custo do gás levou o grupo Cifial, dedicado ao fabrico de cerâmicas, torneiras, fechaduras e acessórios sanitários, a avançar com o despedimento de 40 trabalhadores.
O Grupo Cifial, dedicado ao fabrico de cerâmicas, torneiras, fechaduras e acessórios sanitários, iniciou esta semana o despedimento de 41 trabalhadores da sua unidade de Santa Comba Dão devido ao “insustentável” aumento de 400% no custo do gás.
Empregando um total de 300 pessoas nas suas três fábricas portuguesas, o grupo com sede em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, informa esta terça-feira que a reestruturação reporta apenas à Cifial – Indústria Cerâmica S.A., instalada em santa Comba Dão, no distrito de Viseu.
A medida é “consequência do exponencial aumento dos custos do gás natural”, e, segundo a administração, reflete uma situação “transversal a todo o setor”.
O diretor-geral da Cifial, Luís Rodrigues, admite que a reestruturação já vinha sendo equacionada há alguns anos. “Foi sucessivamente adiada pela administração, mas, apesar de todos os esforços, não se torna possível manter a atividade na indústria cerâmica nos moldes atuais”, disse.
Para o responsável, “o descontrolado aumento dos custos da energia – designadamente do gás natural, a rondar os 400% – torna a atividade insustentável”, tendo em conta que a matéria-prima em causa representa “entre 30% a 40% dos custos de produção”.
Ainda assim, “a Cifial – Indústria Cerâmica S.A. manter-se-á viva e em atividade no polo de Santa Comba Dão”, sendo que a administração do grupo se compromete a salvaguardar “todos os direitos que assistem aos colaboradores abrangidos pelo processo de restruturação”.
O mesmo se aplica a entidades externas, embora o prazo possa não ser imediato: “Com clientes, fornecedores e demais parceiros, a Cifial honrará todos os seus compromissos, sem prejuízo de um necessário tempo de adaptação à nova realidade”, acrescentou.
Na perspetiva de Luís Rodrigues, a reestruturação em que se enquadra o presente despedimento permitirá “robustecer o grupo, dotando-o da capacidade necessária para retomar a liderança do mercado português e solidificar a sua posição de marca nacional de referência”.
Com 117 anos de atividade, a Cifial reparte a atividade das suas três unidades em Portugal e de uma sucursal no Reino Unido pela produção cerâmica e metalomecânica.
Em 2019, passou a integrar o grupo multinacional que, sendo líder no mercado de equipamento para construção, é encabeçado pela Kinlong Hardware Products. Esse grupo integra atualmente cerca de 13 mil colaboradores, cujos postos de trabalho se distribuem por mais de 100 países e ocupam uma área industrial na ordem dos 600 mil metros quadrados.
O despedimento coletivo agora anunciado pela Cifial sucede-se ao que em outubro de 2021 afetou 13 funcionários de um dos seus polos industriais de Rio Meão, na Feira.
Do plano de requalificação atual faz parte “o fortalecimento do setor de fabrico de torneiras, válvulas e acessórios, por via da concentração das unidades industriais de Santa Maria da Feira, que hoje reúnem uma área superior a 100.000 metros quadrados”.
A administração realça, contudo, que “a situação ímpar” que o grupo vem vivendo em resultado da pandemia não tem impedido o investimento em novos produtos. Nesse contexto, vem apostando em “novas coleções de produtos, nomeadamente introduzindo melhorias nas suas conhecidas linhas sanitárias, com o objetivo de dar resposta às atuais e mais exigentes necessidades e tendências do mercado”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Cifial despede 41 trabalhadores devido a “insustentável” aumento no custo do gás
{{ noCommentsLabel }}