45% das empresas deram prejuízo no primeiro ano da pandemia
Dados do Banco de Portugal confirmam o aumento de empresas em potencial situação de risco, sobretudo no Algarve, Madeira e região de Lisboa. Negócios da zona Centro continuam a ser os mais lucrativos.
Quase metade (45%) das empresas portuguesas apresentaram resultados líquidos negativos em 2020, muito acima do nível pré-pandemia: 36,9% em 2019. Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), a percentagem de empresas nesta situação aumentou em todas as regiões do país.
Ainda assim, as estatísticas confirmam que o Algarve (52,2%) e a Madeira (52,5%) foram as zonas mais fustigadas pela pandemia de Covid-19, com mais de metade das empresas a apresentarem prejuízos em 2020, seguidas daquelas sediadas na Área Metropolitana de Lisboa (49,1%). Apesar da subida de seis pontos em termos homólogos, os negócios da zona Centro (38, 8%) continuaram a ser os menos fustigados nos resultados.
Confirmando o aumento da percentagem de empresas em potencial situação de risco, o BdP mostra igualmente um decréscimo de 7,6% para 5,9% na rendibilidade do ativo neste período marcado pelo surgimento da Covid-19. Pela dependência do alojamento e da restauração, a redução foi mais expressiva nas sociedades algarvias e madeirenses e menos acentuada no Centro (7,63%) e no Norte (7,15%), que mantiveram em 2020 os valores mais elevados no comparativo entre o lucro e os ativos, em termos líquidos.
Nesta nota estatística em que o banco central passa a publicar indicadores económico-financeiros regionais sobre a atividade das sociedades não financeiras, 15 das 25 zonas (NUTS III) em que divide o país apresentam uma rendibilidade negativa no setor do alojamento e da restauração, embora todas tenham registado “reduções expressivas”. Pelo contrário, o mesmo indicador para a construção teve um “ligeiro aumento” em 2020, foi positivo em todas as regiões e até subiu em dez delas.
Outro ponto analisado pelo BdP foi a autonomia financeira das empresas (medida pelo peso do capital próprio no balanço), que aumentou de 36,5% em 2019 para 38,1% em 2020. O maior reforço dos capitais próprios aconteceu na região de Lisboa (de 32,5% para 34,8%) e as maiores reduções no Algarve e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, embora a região madeirense continue a ser a que apresenta o valor mais elevado (43,1%) para este indicador a nível nacional.
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