Salário ou tipo de contrato? Só 37% prefere saber salário no anúncio de emprego
A localização da posição em aberto é o fator mais valorizado pela maioria dos profissionais portugueses. Segue-se o tipo de contrato, o título da função e só depois o salário praticado.
Há mais profissionais interessados em conhecer o tipo de contrato (47%) do que propriamente o salário oferecido (37%) quando se deparam com um anúncio de emprego. A localização da posição em aberto é, todavia, o fator mais valorizado pelo candidato. Apenas uma minoria valoriza o nome da empresa. As qualificações exigidas são o principal fator que levam as pessoas a considerarem nem sequer submeter uma candidatura, concluiu um estudo sobre o impacto dos anúncios de emprego realizado pela Michael Page.
“Quando questionados sobre o que consideravam mais importante nos anúncios de emprego, a localização da posição surge como um fator relevante. Mais de metade dos inquiridos (59%) indica que a localização é uma informação essencial, seguindo-se o tipo de contrato (47%) e o título da função (44%). Os candidatos destacam ainda outras informações importantes nos anúncios de emprego, nomeadamente a indicação sobre o salário (37%) e a senioridade da função (24%). Uma minoria (19%) refere o critério do nome da empresa e a data de publicação do anúncio”, detalha a empresa especialista em recursos humanos, em comunicado.
A análise da Michael Page revela ainda que uma elevada percentagem dos candidatos (68%) lê os anúncios de emprego por completo e os restantes indicam que leem entre a 80% a 90% do conteúdo. A acessibilidade impulsiona a leitura do anúncio dado que mais de um terço (37%) afirma recorrer aos telemóveis para ler os anúncios e 26% utiliza o mesmo dispositivo para a candidatura. No entanto, quase metade dos profissionais (49%) continua a utilizar o computador para submeter a sua candidatura.
“Já no que diz respeito à criatividade do formulário para atrair a atenção do candidato, alguns recrutadores estão a realizar experiências com formatos de anúncios originais e criativos”, refere a organização. Contudo, os candidatos inquiridos têm outras prioridades: 61% preferem um formato profissional e detalhado, cerca de 35% preferem subgrupos no anúncio de emprego, enquanto 33% preferem anúncios curtos e concisos.
A informação sobre a cultura da empresa é também um aspeto valorizado pela maioria dos candidatos, referido por 88%. Uma percentagem semelhante (87%) tem ainda interesse em saber o intervalo salarial da função, enquanto 69% afirma que pretende mais informação sobre os benefícios da empresa.
Qualificações impedem candidaturas
Já o principal fator que leva um candidato a rejeitar imediatamente uma oportunidade de trabalho é as qualificações. “Cerca de 60% dos entrevistados referem que não se candidatam a uma posição quando sentem que são mais ou menos qualificados para a desempenharem”, refere a Michael Page.
Segue-se a precisão do anúncio de emprego. Se o anúncio tiver erros ou inconsistências, 46% dos inquiridos dizem que não se candidatam. Outros critérios incluem a localização (fator determinante para 41% dos profissionais), anúncios desatualizados (36%), reputação negativa da empresa (35%) e salário e/ou benefícios inadequados (33%).
“Os recrutadores e chefias devem considerar que 31% dos inquiridos não se iriam candidatar a uma posição se fosse necessário preencher longos formulários”, alerta a companhia.
O estudo da Michael Page — que analisa os vários fatores que contribuem para que os profissionais se candidatem ou não a uma posição — envolveu um inquérito a 428 candidatos portugueses, realizado desde o final de setembro até meados de dezembro de 2021.
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