ECO do Dinheiro. Invasão da Ucrânia trava subida do custo do crédito
A invasão da Ucrânia pela Rússia levou a uma descida das taxas Euribor, que servem de indexante no crédito à habitação. Vai o BCE subir os juros ainda este ano?
- A invasão da Ucrânia pode travar a subida do custo do crédito? Veja o vídeo:
O aumento da inflação para níveis recorde empurrou a Zona Euro para um novo ciclo de política monetária. Depois de uma década de juros zero ou mesmo negativos, a perspetiva é que o Banco Central Europeu comece a subir as taxas diretoras ainda este ano.
Antecipando esse movimento, as taxas Euribor, que servem de indexante no crédito à habitação, têm vindo a subir desde meados de dezembro.
Nos últimos dias, com a escalada da tensão entre a Rússia e o Ocidente e a invasão do leste da Ucrânia por tropas russas, o movimento inverteu-se.
As taxas ficaram mais negativas em todos os prazos, sobretudo os mais longos. Baixaram de -0,28% para -0,33% na Euribor a 12 meses, de – 0,45% para -0,48% na Euribor a 6 meses, de -0,52% para perto de -0,53% na Euribor a 3 meses.
Porquê este comportamento do mercado? Se por um lado a invasão da Ucrânia pela Rússia está a fazer disparar os preços da energia, o que levará a mais inflação. Por outro, essa mesma inflação significa um imposto sobre as famílias e empresas e um travão ao crescimento económico. A que pode acrescer o impacto de um possível corte total no fornecimento de gás natural à Zona Euro, em particular em países como a Alemanha, a Itália ou a Holanda.
O que coloca o BCE num dilema. Ataca a inflação ou protege o crescimento económico e o emprego?
Depende se vai vingar a posição dos falcões, que querem juros mais altos o mais cedo possível, ou das pombas, que preferem uma atitude mais cautelosa. Quem tem a revisão da taxa do crédito à habitação este mês, com base na média da Euribor em janeiro, vai pagar mais uns euros.
Mas aquilo que até há semana passada parecia inevitável – a subida das taxas pelo BCE lá para setembro ou outubro – parece agora menos seguro.
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