Epidemiologista chefe sueco anti-confinamento abandona o cargo e ruma à OMS
Responsável pela estratégia sueca de combate à Covid-19 abandona o cargo na terça-feira por posição de especialista sénior na OMS, após a sua gestão ser criticada a nível nacional e internacional.
Anders Tegnell, o epidemiologista chefe da Suécia e o responsável pela estratégia de combate à Covid-19 no país, vai abandonar o seu cargo atual por uma posição na Organização Mundial da Saúde (OMS), avançou esta quarta-feira o Financial Times (acesso condicionado / conteúdo em inglês).
Tegnell, de 65 anos, irá abandonar a área da saúde sueca na próxima terça-feira e irá assumir o cargo de especialista sénior da OMS, onde irá coordenar os esforços de vacinação da entidade juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a GAVI, The Vaccine Alliance. Durante a sua chefia, a Suécia foi o único país europeu, além da Bielorrússia, a não estabelecer um confinamento geral durante a primeira vaga de Covid, em 2020.
O plano de combate à pandemia de Tegnell foi criticado tanto a nível nacional como internacional, inclusive pelo monarca do país, o rei Carl XVI Gustaf, e a própria comissão oficial sueca para a Covid-19. Entre as críticas principais, Tegnell é acusado de não proteger os idosos e os mais vulneráveis nos primeiros meses da pandemia.
A comissão oficial da Suécia para a Covid-19 defendeu no mês passado que a estratégia do país foi “fundamentalmente correta”, embora tenha referido que em fevereiro e março de 2020, se “deveria ter optado por medidas mais rigorosas e intrusivas de prevenção e controlo de doenças”.
Por sua vez Tegnell disse, na altura, não acreditar na viabilidade de um confinamento e desconfinamento “drástico” das escolas e dos negócios, alegando que isto seria mais prejudicial do que um encerramento total.
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