Emissões poluentes em Portugal baixam 10% em 2020

  • Lusa
  • 15 Abril 2022

Os "58 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente" emitidos em 2020 representam uma redução de 9,5% face a 2019, diz a associação ZERO.

As emissões poluentes em Portugal baixaram 10% em 2020 face ao ano anterior, adiantou a associação ambientalista ZERO, que admite os efeitos da pandemia no resultado positivo, mas defende serem também efeito de medidas estruturantes que quer ver alargadas.

Em comunicado, a ZERO refere que os “58 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente” emitidos em 2020 representam uma redução de cerca de 10% (9,5%) em relação a 2019, de 32,9% em relação a 2005, e de 1,6% em relação a 1990, definido como ano base do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris.

“O valor total das emissões considerando a componente florestas totalizou 51 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), o que representa uma redução de 8,9% face ao ano anterior, uma redução de 32,9% face a 2005 e uma diminuição de 15% face a 2019, sendo o valor mais baixo de emissões líquidas de Portugal desde 1990”, adianta o comunicado.

A ZERO destaca ainda a variação “muito positiva” em termos setoriais, sendo a agricultura a exceção, o único setor com aumento de emissões em 2020 face a 2019.

“O setor das florestas tem apresentado uma grande variabilidade em Portugal. As florestas atuam habitualmente como sumidouro, retirando carbono da atmosfera como aconteceu em 2020, num valor de quase 7 milhões de toneladas de CO2 e, por contraste com o ano de 2017, onde os incêndios conduziram a floresta a atuar de forma substancial como emissor líquido. Estamos, porém, ainda longe do objetivo de sequestro de carbono entre 11 e 13 milhões de toneladas por ano a atingir num cenário de neutralidade climática”, lê-se no comunicado.

Para a ZERO, “é evidente que esta enorme redução dos níveis de emissão foi um reflexo da significativa diminuição de atividade induzida pelas medidas de prevenção e emergência no âmbito da resposta nacional à pandemia”.

“Porém, a tendência de redução desde 2017, incluindo a retirada de produção das centrais térmicas a carvão fortemente poluidoras que começou a ter lugar no ano de 2020 e os investimentos em renováveis podem assegurar uma tendência de redução ao longo dos próximos anos”, defende a associação ambientalista.

A ZERO considera “absolutamente decisivas” nos próximos anos as medidas no setor dos transportes e da eficiência energética dos edifícios para “Portugal conseguir antecipar a neutralidade climática e assegurar uma maior independência energética em linha com a resposta à crise pandémica e às consequências da guerra na Ucrânia”.

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BE acusa Governo de impor “quebra” de salários ao recusar atualizar à inflação

  • Lusa
  • 15 Abril 2022

"Quando o Governo se recusa a atualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal", disse Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou esta sexta-feira o Governo de “impor uma quebra real dos salários” em Portugal ao recusar atualizá-los à taxa de inflação.

“Quando o Governo se recusa a atualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal e que quer controlar o ciclo da inflação, não pelo controlo dos preços especulativos que estão a criar este ciclo de inflação, mas sim pela quebra dos rendimentos do trabalho”, afirmou a bloquista, no Porto, à margem da apresentação do Desobedoc 2022 – Mostra de Cinema Insubmisso.

Para Catarina Martins são, uma vez mais, os trabalhadores a pagar uma crise que não provocaram. O ciclo da inflação não tem nada a ver com os salários, mas sim com os combustíveis, referiu. E, acrescentou, a única forma de o travar é controlar preços e limitar margens, porque “há quem esteja a ganhar muito com este ciclo de inflação e com a especulação que faz dos preços”.

“Atualizar os salários, pelo contrário, não tem nenhum problema do ponto de vista da inflação porque nem sequer aumenta a procura, é só prevenir que os salários não percam poder de compra”, sustentou.

O ministro das Finanças entregou na quarta-feira no Parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que mantém a economia numa rota de recuperação, ao mesmo tempo que procura mitigar os impactos da escalada de preços devido à guerra na Ucrânia. A proposta de OE2022 vai ser debatida na generalidade na Assembleia da República a 28 e 29 de abril, estando a votação final global marcada para 27 de maio.

Questionada ainda sobre uma notícia do Público desta sexta-feira, a dar conta que o ex-ministro da Finanças João Leão vai gerir um projeto no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa financiado pelo Orçamento do Estado que ajudou a preparar, Catarina Martins recusou fazer comentários. “Sobre essa matéria não tenho qualquer comentário a fazer”, disse.

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Governo prevê aumento de 8.100 funcionários públicos este ano

  • ECO
  • 15 Abril 2022

É uma subida de 1,1% que, embora represente um abrandamento, significa um novo máximo de pessoal desde 2011.

O Governo prevê contratar mais 8.100 funcionários públicos este ano, um aumento de 1,1% face ao final do ano passado, avança o Dinheiro Vivo. Apesar disso, este crescimento é o mais baixo desde 2017. Ainda assim, haverá um novo máximo de trabalhadores do Estado: mais de 740 mil.

De acordo com o Relatório da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), apresentado esta semana, O Governo espera ter um total de 741.600 funcionários públicos até ao final do ano, contra os 733.495 que estavam registados no último trimestre de 2021. É uma subida de 1,1% que, embora represente um abrandamento, significa um novo máximo de pessoal desde 2011. Haverá mais 1,9% de funcionários públicos do que em 2011.

O relatório detalha ainda as áreas que serão reforçadas: escolas, Serviço Nacional de Saúde e Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) receberão o maior número de trabalhadores. O processo de descentralização de competências do Estado também deverá levar a reforços de pessoal na Administração Local, que no ano passado foi responsável por 27% do aumento de pessoal nas administrações públicas.

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Galp já entregou plano de desativação da refinaria de Matosinhos

  • ECO
  • 15 Abril 2022

Só em meados de 2025 é que será possível prever o "respetivo horizonte de implementação e estimativa dos custos associados" à descontaminação.

A Galp já entregou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) o plano de desativação da refinaria de Matosinhos. De acordo com o Jornal de Notícias (acesso pago), o documento foi entregue no início de abril, estando agora a ser analisado. Só em meados de 2025 é que será possível prever o “respetivo horizonte de implementação e estimativa dos custos associados” à descontaminação.

Está nas mãos da APA o plano de desativação da Petrogal, que incluirá uma avaliação da contaminação dos solos do complexo. A análise do nível de poluição que contará “para efeitos do plano de remediação” ambiental está prevista apenas para meados de 2025. Resta saber se esse prazo permitirá ao hub tecnológico “Matosinhos Innovation District” estar pronto até 2026.

“Segundo as datas previstas pela Petrogal, encontra-se previsto o desmantelamento da área da tancagem do crude com início em julho culminando em maio de 2023, seguindo-se de forma faseada o desmantelamento de equipamentos de diversas áreas da instalação”, que deverá arrancar no início de 2023 e conclusão até meados de 2025, acrescenta a APA, citada pelo JN.

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João Leão é o novo vice-reitor do Iscte

  • ECO
  • 15 Abril 2022

Anterior ministro das Finanças vai gerir o Centro de Valorização de Transferência de Tecnologias (CVTT), cujo financiamento foi incluído no último Orçamento do Estado que ajudou a preparar.

João Leão é o novo vice-reitor do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, tendo sido nomeado dois dias depois de ter saído do Governo, avança o Público (acesso pago). O ex-ministro das Finanças vai gerir, entre outros projetos, o Centro de Valorização de Transferência de Tecnologias (CVTT), cujo financiamento foi incluído no último Orçamento do Estado que ajudou a desenhar.

De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) apresentada esta semana pelo Governo, estão previstos oito milhões de euros de investimento público nesta obra que ficará sob responsabilidade de João Leão. O CVTT vai concentrar oito centros de investigação, dez laboratórios e três observatórios da instituição no antigo edifício do IMT, na Avenida das Forças Armadas, junto ao campus do Iscte, em Lisboa.

O projeto conseguiu, em 2019, um financiamento europeu de 4,8 milhões de euros, no âmbito do Programa Operacional Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Portugal 2020, mas o investimento total ascende a mais de 12 milhões de euros, diz o Público. A verba remanescente será coberta com fundos públicos, sendo que dois oito milhões de euros previstos no OE2022, o Iscte garante que só 5,2 milhões de euros provêm da administração central.

Numa resposta enviada entretanto ao Público, João Leão garante que não teve qualquer intervenção na decisão de incluir um financiamento público ao CVTT e que esse apoio já constava do documento apresentado em outubro. “A negociação e solicitação [do financiamento] resulta sempre do ministério e membros do governo respetivos, neste caso do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES)”, disse o ex-ministro.

(Notícia atualizada às 13h58 com reação de João Leão)

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Novos radares em Lisboa estão desligados, mas têm já “efeito dissuasor” contra excesso de velocidade

  • Lusa
  • 15 Abril 2022

Novos radares da capital estão desligados desde o início do ano, mas condutores não sabem e já reduzem a velocidade quando passam por eles.

Os novos radares de controlo de trânsito instalados nas principais vias rodoviárias de Lisboa mantêm-se desligados desde o início do ano, mas têm provocado já “um efeito dissuasor” no comportamento dos condutores para o cumprimento dos limites de velocidade.

“É evidente que só você e eu é que sabemos que eles não estão a funcionar ainda, a maior parte das pessoas em Lisboa não sabe”, afirmou o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, em declarações à Lusa, referindo que só com a instalação das caixas dos radares existe “um efeito dissuasor”, com os condutores a abrandarem quando veem os equipamentos.

O ACP está “completamente de acordo” com a instalação dos novos radares fixos na cidade de Lisboa, tal como a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) que considera que o investimento nos equipamentos peca por tardio. ACP e ACA-M afastam ainda a ideia de “caça à multa”, mas discordam sobre a forma de implementação do sistema de fiscalização rodoviária.

“A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados vê com bons olhos estes radares e esperemos que eles funcionem e que o tempo de chegada da multa aos prevaricadores seja o mais curto possível, porque há muitos estudos que apontam que, quanto mais curta a punição ao ato, melhor e mais eficaz é o sistema”, declarou Mário Alves, representante da ACA-M.

Ainda segundo Mário Alves, apesar de o excesso de velocidade ser “um flagelo nas cidades portuguesas”, o número de multas por milhão de habitantes noutros países da Europa é “cerca de 10 vezes mais” do que em Portugal.

Os 41 novos radares de controlo de velocidade de veículos, dos quais 20 em novas localizações e os restantes para substituir antigos equipamentos, resultam de um investimento de 2,142 milhões de euros por parte da Câmara de Lisboa, assumido ainda no anterior mandato, sob a presidência de Fernando Medina. A instalação dos radares ficou concluída no final do ano passado, já com Carlos Moedas à frente do executivo camarário de Lisboa. No final de março, Moedas indicou que o município estava a trabalhar na sinalização para informar os condutores, sem adiantar datas.

Para o presidente da ACP, os novos radares fixos, da responsabilidade da Polícia Municipal de Lisboa, têm como missões a acalmia e a estabilização do tráfego, para permitir uma velocidade constante nas vias rápidas ou vias de distribuição de tráfego, no sentido de facilitar o escoamento do trânsito e evitar engarrafamentos. Um dos novos radares está instalado na Segunda Circular, com sinalização vertical a avisar os condutores junto à saída para Benfica, onde também foi alterado o limite de velocidade de 80 quilómetros por hora (km/h) para 50 km/h.

“Enquanto que na anterior vereação [PS] foi corta, corta, corta, corta, um ódio de morte aos carros, nesta vereação [PSD/CDS-PP] há muito mais abertura para perceber onde é que se tem que andar devagar e onde é que se pode andar ligeiramente menos devagar”, indicou Carlos Barbosa, que é também eleito do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa.

O dirigente da ACP disse ainda que os primeiros 21 radares em Lisboa foram “ridiculamente” instalados, inclusive a seguir a semáforos, como na avenida das Descobertas, esperando que alguns dos equipamentos que foram agora substituídos possam ou ser anulados ou deslocalizados para outras zonas. Deslocando-se pela cidade de bicicleta, Mário Alves, da ACA-M, escolheu falar sobre os radares na avenida das Descobertas, onde o novo equipamento voltou a ser instalado junto aos semáforos, quase escondido entre as árvores e ainda sem sinalização, próximo do Externato de São José.

Segundo Mário Alves, esta via é “um bom exemplo” da necessidade de “começar a trabalhar muito mais as medidas físicas de acalmia de tráfego”.

“Se começarmos a fazer a medição de velocidades percebemos que muito poucos estarão a cumprir os 50 km/h a não ser na aproximação dos semáforos. Por isso, obviamente, terá que haver toda uma transformação deste tipo de avenidas, que é estreitando as vias, fazendo ciclovias, a questão das árvores, por exemplo, que vai ser muito preciso com as alterações climáticas. Se houver uma canópia de árvores, por exemplo, psicologicamente faz com que os carros andem mais devagar”, sugeriu o representante da ACA-M, defendendo a redução dos limites de velocidade.

Mário Alves considerou ainda que, onde há peões e ciclistas que se misturam com o tráfego rodoviário, o limite de velocidade deverá ser 30 km/h, medida que está a ser adotada por outras cidades da Europa, ainda que possa haver exceções como a Segunda Circular e outras avenidas de distribuição do trânsito. Entre a panóplia de soluções de engenharia para reduzir as velocidades estão as plataformas à altura do passeio para as passadeiras e as gincanas para os carros terem mais cuidado ao usar algumas vias de bairro, apontou o responsável da ACA-M.

As novas localizações onde foram instalados radares são as avenidas Santos e Castro (dois equipamentos), Lusíada (dois), General Norton de Matos (um), Padre Cruz (dois), Marechal Gomes da Costa (um), da Índia (um), Infante Dom Henrique (dois), Dr. Alfredo Bensaúde (dois), Almirante Gago Coutinho (um), de Ceuta (um), Calouste Gulbenkian (um), Marechal Craveiro Lopes (um), Combatentes (dois) e Segunda Circular (um).

Já os 21 radares a substituir localizam-se nas avenidas da Índia e Brasília (dois), Infante Dom Henrique (dois), de Ceuta (dois), Gen. Correia Barreto (dois), Estados Unidos da América (dois), Marechal Gomes da Costa (um), Almirante Gago Coutinho (um), Eusébio da Silva Ferreira (um), 05 de Outubro (um), da Igreja (um), Cidade do Porto (um), João XXI (um), Afonso Costa (um), Eng. Duarte Pacheco (um), das Descobertas (um) e na Segunda Circular (um).

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Rússia alerta para “consequências imprevisíveis” se EUA continuarem a fornecer armas à Ucrânia

Ao 50.º dia de guerra na Ucrânia, Zelensky diz que os ucranianos devem estar orgulhosos de ter sobrevivido a tantos dias de invasão russa.

50.º dia de guerra na Ucrânia. Volodymyr Zelensky diz que os ucranianos devem estar orgulhosos de terem sobrevivido a 50 dias de invasão russa. É uma “conquista para milhões de ucranianos”, disse o Presidente, apesar das centenas de mortes já registadas.

Enquanto isso, o Ministério da Defesa russo diz ter atingido um alvo militar na fronteira de Kiev durante a noite e, por isso, promete aumentar os ataques na capital ucraniana. E Moscovo nota ainda que o Moskva, o navio do Kremlin no Mar Negro, afundou após um incêndio, apesar de a Ucrânia afirmar que o navio afundou por ter sido atingido dois mísseis ucranianos, que provocaram “danos muito sérios” na embarcação.

Esta sexta-feira foram abertos nove corredores humanitários para a retirada de civis, informou o vice-primeiro-ministro ucraniano. Ao mesmo tempo, o governador de Luhansk instou os moradores da região a “escolherem a vida” e a abandonarem imediatamente a cidade.

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Governo reconhece perda de poder de compra de 0,9% em 2022

As previsões do Governo no Orçamento do Estado para 2022 apontam para um aumento salarial de 3,1% enquanto a inflação será de 4%. O Executivo responde com os apoios extraordinários.

Os salários dos portugueses vão perder poder de compra em 2022. Esta conclusão é reconhecida nas previsões subjacentes à proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) entregue esta quarta-feira. A taxa de inflação vai acelerar para 4% este ano, ao passo que as remunerações médias por trabalhador vão crescer 3,1%, o que resulta numa perda de 0,9%. O Governo responde com os apoios já anunciados, mas o próprio ministro das Finanças tinha admitido que era impossível uma compensação total.

De acordo com as previsões subjacentes ao OE2022, as remunerações médias por trabalhador vão crescer 3,1% este ano, menos do que o esperado pelo Conselho das Finanças Públicas (4%) mas exatamente igual à previsão do Banco de Portugal (também a previsão do Governo para a inflação e o PIB é igual à do banco central). Já a taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidores (usado para comparações europeias), deverá acelerar para 4%.

“Considerando o IHPC como deflator, o Ministério das Finanças antecipa uma redução da remuneração real média de 0,8% em 2022, o que compara com uma expectativa de estabilização no exercício de projeção do CFP“, alerta o Conselho das Finanças Públicas no relatório sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). O ECO questionou o CFP sobre como chegou aos 0,8% (em vez dos 0,9%) e fonte oficial explicou que pode estar relacionado com arredondamentos ou alterações posteriores à entrega dos dados ao Conselho.

Além de ficar aquém do aumento dos preços, a subida dos salários prevista em Portugal para o conjunto da economia (setor público e setor privado) fica aquém dos ganhos de produtividade. Segundo as previsões do Ministério das Finanças, o aumento da produtividade aparente do trabalho será de 3,5% em 2022, acima dos 3,1% da subida dos salários.

Este é o tema do momento por causa do aumento do custo de vida dos portugueses, com sindicatos e partidos — alertando para uma “austeridade encapotada”a pressionarem o Governo a subir os salários que dependem de si (principalmente salário mínimo e função pública) ou a reduzir os impostos de forma mais expressiva, uma abordagem defendida principalmente pela Iniciativa Liberal. Já os patrões estão do lado do Executivo e consideram que o aumento iria alimentar uma espiral de inflação e salários que iria piorar a situação das empresas e dos cidadãos. “Não podemos acrescentar um motor interno à inflação“, tem repetido Fernando Medina.

Esta quarta-feira o ministro das Finanças rejeitou a hipótese de dar um aumento intercalar aos 733 mil funcionários públicos, argumentando que já tiveram um aumento, têm progressões e esta é a melhor estratégia “com a preocupação de apoiar a menor perda possível de poder de compra”. Em relação aos aumentos de 2023, Fernando Medina disse que o Governo vai “iniciar um processo de diálogo com as estruturas sindicais relativamente às melhores formas” de encontrar uma “posição de equilíbrio” e de se conseguir “minorar o efeito de um fenómeno que está a entrar” em Portugal, “não alimentando uma espiral inflacionista”. Quanto ao salário mínimo, o primeiro-ministro reafirmou recentemente a meta dos 750 euros no próximo ano.

Quanto aos salários no setor privado, a decisão está nas mãos dos empresários e os patrões já vieram dizer que não a aumentos salariais. Do seu lado, o Governo quer fazer um acordo de subida de rendimentos, com descida de impostos para as empresas, mas essa promessa eleitoral não estava relacionada com a inflação. Há quem peça uma redução maior do IRS para haver um salário líquido maior, mas o Executivo não quis ir mais longe no OE2022 além da criação de dois escalões, tal como previsto na proposta original, devolvendo 150 milhões de euros aos trabalhadores.

No imediato, o Governo acena com um pacote de 1,8 mil milhões de euros para ajudar cidadãos e empresas a suportar o aumento dos custos, ainda que sem o compensar totalmente, dando subsídios diretos (a ajuda de 60 euros para os mais desfavorecidos) mas também reduzindo impostos (como o ISP). A compensação alcançada através destas medidas depende do caso específico de cada cidadão, nomeadamente do seu padrão de consumo, assim como do setor da empresa em causa, sendo que os apoios são maiores nos setores mais afetados.

Em entrevista ao Público, Fernando Medina argumenta esta quinta-feira que “a taxa de inflação é uma média” pela que “as pessoas não estão todas sujeitas à mesma pressão sobre os preços“, dando ênfase à resposta para os mais vulneráveis. E olha para o futuro: “Se há coisas que não normalizarão com rapidez, o desfecho da guerra [na Ucrânia] vai ditar muito o que serão as expectativas de futuro relativamente aos preços dos combustíveis, do gás”. As previsões do OE2022 apontam para que os preços, nomeadamente o petróleo, continuem em níveis elevados, mas antecipam uma desaceleração da taxa de inflação no segundo semestre.

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Galp aumenta preços a partir de hoje. EDP em maio

  • Lusa
  • 15 Abril 2022

Os clientes domésticos da Galp vão começar a pagar mais pelo gás natural. Já a EDP vai aumentar as tarifas de eletricidade a partir de 1 de maio.

A Galp começa esta sexta-feira a aplicar tarifas mais altas aos clientes domésticos, com aumentos mensais de até três euros no gás natural e entre um e dois euros na eletricidade. Numa nota enviada aos clientes, em 14 de março, a Galp destacava que “os novos preços, que constam da tabela de preços abaixo, refletem o aumento do custo de aquisição de energia em linha com a evolução do preço no mercado internacional”, indicando os novos valores, mas sem referir a variação em causa.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Galp adiantou que “para os principais escalões de gás natural os aumentos mensais variam entre os 1,6 e os três euros, e para as principais potências contratadas no caso da eletricidade entre um a dois euros”.

Na fatura analisada de um cliente doméstico, com uma potência contratada de 3,45 Kva na eletricidade, o aumento no preço da energia consumida oscila entre os 1,8% no vazio e os 3,9% fora do vazio. Já no gás natural (escalão 1) o aumento anunciado é de quase 15% – passando de 0,07728 para 0,0889 euros/Mwh.

A EDP Comercial também anunciou que vai aumentar o preço da eletricidade aos clientes domésticos em 3%, a partir de maio, uma atualização “em linha com o recente anúncio de ajuste da tarifa do mercado regulado”, apontou a empresa.

Em 01 de abril, as tarifas da eletricidade e do gás natural para os clientes domésticos no mercado regulado, que representam cerca de 6% e 2,2% do consumo total, respetivamente, aumentaram 3%.

Os mercados grossistas de eletricidade e de gás natural já atravessavam uma crise energética, com valores historicamente elevados, tendo a escalada de preços disparado com a guerra na Ucrânia, alcançando valores dez vezes superiores aos que se registavam no início de 2021.

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Eunice Muñoz morreu. Atriz tinha 93 anos

  • Lusa
  • 15 Abril 2022

Eunice Muñoz celebrou 80 anos de carreira nos palcos, que começou no Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa. Atriz morreu aos 93 anos.

A atriz Eunice Muñoz morreu esta sexta-feira no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, aos 93 anos, disse à agência Lusa o filho da atriz. Nascida na Amareleja, no distrito de Beja, em 1928, Eunice Muñoz completou em novembro 80 anos de carreira.

A estreia de Eunice Muñoz aconteceu exatamente no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em 28 de novembro de 1941, na peça “Vendaval”, de Virgínia Vitorino, com a Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, que aí se encontrava sediada.

Filha e neta de atores de teatro e de artistas de circo, ao longo da carreira Eunice Muñoz entrou em perto de duas centenas de peças, trabalhou com cerca de uma centena de companhias, segundo a base de dados do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, no cinema e na televisão, o seu nome está associado a mais de oito dezenas de produções de ficção, entre filmes, telenovelas e programas de comédia.

Em abril do ano passado, Eunice Muñoz foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, cerca de três anos depois de ter recebido a Grã Cruz da Ordem de Mérito.

Ao longo de 2021, contracenou com a neta Lídia Muñoz, na peça “A margem do tempo”, em diferentes palcos do país, numa digressão que culminou no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em 28 de novembro, exatamente 80 anos após a sua estreia.

No final da sessão, a que assistiram o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, foi prestada uma homenagem à atriz. “Este teatro foi a minha casa durante muito anos, fui feliz no palco, em tudo o que cá fiz”, afirmou então Eunice Muñoz, no final da sessão.

Agradeço sobretudo a vocês, ao público, que me acarinhou, que me aplaudiu desde que comecei, até agora que comemoro os meus 80 anos de carreira”, salientou. “O teatro precisa de nós, de nós no palco e de vocês que recebem o melhor que temos para dar”, acrescentou ainda Eunice Muñoz, concluindo que, “apesar dos dias estranhos e difíceis, o belo continua a existir”.

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Wall Street inverte e fecha no vermelho com investidores a pesar época de resultados e inflação

Os investidores estão a avaliar vários fatores neste altura, nomeadamente os dados da inflação e os resultados das empresas. Principais índices acabam por recuar.

Após ter arrancado o dia com ganhos, Wall Street acabou por terminar a sessão em queda. Os investidores estão a avaliar os dados de inflação, que está em máximos de 1981, bem como os próximos passos da Reserva Federal norte-americana e os resultados das empresas no primeiro trimestre enquanto decidem como proceder.

Além destes fatores, os investidores processam também os últimos dados dos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA, que aumentaram em 18 mil na semana passada. Neste contexto, o índice de referência S&P 500 caiu 1,22%, para 4.392,21 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recuou 0,32%, para 34.454,76 pontos. Já o tecnológico Nasdaq registou as maiores perdas, ao ceder 2,15%, para 13.349,92 pontos.

As ações de tecnologia estiveram sob pressão, com os juros da dívida dos EUA a subir. A Microsoft caiu 2,71%, a Apple perdeu 3% e a Alphabet, dona da Google, cedeu 2,44%.

Já o Twitter arrancou a sessão com ganhos mas acabou por recuar também, 1,68%, para 45,08 dólares. A empresa vê-se agora a braços com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), lançada por Elon Musk, para adquirir 100% das ações do Twitter. Dias depois de ter anunciado a aquisição de uma posição de 9,2%, tornando-se no maior acionista da empresa, Musk propõe agora pagar 54,20 dólares por cada título, em dinheiro.

Entretanto, surgem especulações de que o conselho de administração do Twitter vê a oferta de aquisição de Elon Musk como indesejável e vai lutar contra a oferta. Respondendo a uma pergunta no próprio Twitter, Musk diz que “seria totalmente indefensável não colocar esta oferta ao voto dos acionistas”. “Eles são donos da empresa, não o conselho de administração”, escreveu o CEO da Tesla.

Nota também para os principais bancos dos EUA, que apresentaram resultados esta quinta-feira. O Morgan Stanley avançou 0,69% e o Citigroup ganhou 1,54%, depois de terem superado as expectativas dos analistas. Já o Wells Fargo caiu 4,51% para 46,35 dólares após reportar uma queda de 21% no lucro trimestral.

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Petróleo sobe 2% após notícias de possível embargo da UE a petróleo russo

Os preços do petróleo arrancaram o dia a cair mas inverteram a tendência e seguem agora em alta. Investidores pesam possibilidade de embargo faseado a petróleo russo.

Depois de quedas no arranque do dia, os preços do petróleo negociado nos mercados internacionais seguem agora a subir cerca de 2%, acima dos 105 dólares. Este desempenho ocorre numa altura em que surgem notícias de que a União Europeia (UE) já estará a preparar um embargo ao petróleo russo.

O barril de Brent, que é a referência europeia, segue a somar 2,07% para os 111,03 dólares, enquanto o West Texas Intermediate, “benchmark” para os Estados Unidos, avança 1,81% para os 106,14 dólares.

Este desempenho junta-se assim às subidas das últimas duas sessões, que fizeram o Brent escalar dos 98,48 dólares no final da sessão de segunda-feira para 108,78 dólares na sessão desta quarta, após duas valorizações intradiárias de 6,26% (terça) e 3,96% (quarta).

A inversão na tendência do petróleo nesta quinta-feira verificou-se depois do The New York Times noticiar que as instituições europeias preparam já o esboço da legislação que permitirá sancionar o petróleo com origem na Rússia, de forma a penalizar mais o país por ter invadido a Ucrânia.

Contudo, esta nova sanção não deverá ser discutida a nível europeu até que terminem as eleições francesas, cuja segunda volta acontece a 24 de abril, para evitar que o impacto económico prejudique o incumbente Emmanuel Macron e ajude Marine Le Pen.

Uma proibição gradual forçaria os compradores europeus “a procurar fontes alternativas, algumas das quais no curto prazo estão a ser respondidas com libertações de Reservas Estratégicas de Petróleo, mas no futuro, serão necessárias outras fontes de abastecimento”, nomeadamente sem ser de reservas, como explica Andrew Lipow da Lipow Oil Associates em Houston, citado pela Reuters.

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