Costa não se compromete com data para cumprir meta de 2% do PIB em investimentos em Defesa
Com a mobilização de fundos comunitários, o país poderia chegar a um investimento de 1,98% do PIB em Defesa, mas essas verbas acabaram por não existir. Portugal vai reforçar presença na NATO.
Portugal vai reforçar a presença de militares nas missões da NATO, agora que a organização vai aumentar o número de tropas em prontidão, que neste caso passarão de 40 mil para mais de 300 mil. No entanto António Costa não se compromete com uma data para cumprir a meta de 2% do PIB em investimentos em Defesa e justifica-se com a atual situação de incerteza económica.
“Portugal aguarda que o comando da NATO faça uma distribuição das capacidades que são necessárias”, disse António Costa à entrada da cimeira da NATO que decorre esta quarta-feira em Madrid. O responsável lembrou que o país tem uma forte presença na Roménia nas forças destacadas da NATO e deu a garantia de que acompanhará o reforço.
Apesar de em cima da mesa estar um aumento em oito vezes do número de soldados destacados, o primeiro-ministro desdramatiza e diz que se trata de “um aumento global”. “Não quer dizer que cada país aumente oito vezes a sua disponibilidade”, frisou. “Participaremos de forma adequada às nossas circunstâncias”, acrescentou.
No último ano houve uma diminuição do investimento em Defesa já que os 1,56% investidos em 2020 caíram para 1,44% o ano passado, mas o primeiro-ministro garante que “Portugal vai cumprir em 2023 o objetivo a que se tinha comprometido por escrito para 2024 de 1,66% do PIB”. A meta a que os países da NATO se comprometeram é de investir até 2% do PIB em Defesa, mas António Costa não se compromete com uma data para cumprir esse valor.
Costa recordou que com a mobilização de fundos comunitários, o país poderia chegar a um investimento de 1,98% do PIB em Defesa. Mas como no quadro financeiro plurianual acabou por não haver um programa especificamente dedicado à Defesa, não se chegou a esse valor, explicou o chefe de Governo, ressalvando, porém que a nível europeu “há novas discussões sobre a possibilidade de haver fundos comunitários para alocar à Defesa”. E se esses fundos se vierem a verificar então a situação poderá ser alterada.
“Neste quadro de incerteza quanto à definição dos fundos comunitários temos de ter um objetivo realista ao longo da década”, disse, recordando a “enorme incerteza que a economia global está a viver, a enorme crescimento da inflação, a pressão das taxas de juro”. “Vamos ter uma revisão da lei da programação militar, no final deste ano”, mas há que não perder o foco ao esforço de redução da dívida pública, frisou.
“Assumimos compromissos que sabemos que podemos cumprir”, rematou.
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