Sobrinho desviou 370 milhões de euros, diz o DCIAP

Álvaro Sobrinho, Hélder Bataglia, Ricardo Salgado Amílcar Pires e Rui Silveira são acusados de abuso de confiança agravado, de burla qualificada e de branqueamento agravado.

O ex-presidente executivo do BESA, Álvaro Sobrinho, está acusado de 23 crimes — dos quais 13 de abuso de confiança agravada e cinco de branqueamento agravado a título individual —, por um alegado desvio de cerca de 370 milhões de euros, entre 2007 e 2012.

Este é um dos muitos pontos da acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) contra o ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho num processo em que também foram acusados o ex-administrador do Banco Espírito Santo Angola (BESA) Hélder Bataglia, bem como o antigo presidente do BES Ricardo Salgado e os ex-administradores Amílcar Pires e Rui Silveira.

Neste inquérito foi deduzida acusação contra cinco elementos do Conselho de Administração do BESA e do BES, pela prática de abuso de confiança agravado, de burla qualificada e de branqueamento agravado, por factos ocorridos entre 2007 e julho de 2014.

A acusação respeita à concessão de financiamento pelo BES ao BESA, em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário. Por força desta atividade criminosa, a 31 de julho de 2014, o BES encontrava-se exposto ao BESA no montante de perto de 4,8 mil milhões de euros.

As vantagens decorrentes da prática dos crimes indiciados, neste inquérito, contabilizam-se nos montantes globais de 5.048.178.856,09 euros e de 210.263.978,84 dólares norte-americanos, conclui a acusação.

Segundo o DCIAP, além “das quantias movimentadas indevidamente a débito das contas do BESA domiciliadas no BES, em Lisboa, para crédito de contas de estruturas societárias que funcionaram em seu benefício pessoal, também em diversas ocasiões Álvaro Sobrinho utilizou a liquidez disponibilizada naquelas duas contas bancárias para fazer face ao pagamento de despesas na aquisição de bens e no financiamento direto da atividade de outras sociedades por si detidas”.

“O arguido agiu de forma livre, deliberada e consciente. O arguido sabia que as suas condutas eram proibidas e punidas pela lei criminal”, refere a acusação, a que a agência Lusa teve acesso.

De acordo com os autos, Álvaro Sobrinho atuou, ao longo dos exercícios de 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, determinando aos funcionários do Departamento de Operações do BESA, à operacionalização de transferências bancárias internacionais, através do débito das contas bancárias tituladas pelo BESA no BES, em Lisboa (…) logrando, desse modo, movimentar os fundos disponíveis naquelas contas bancárias, como se seus fossem, apropriando-se desses mesmos fundos”.

“O arguido logrou movimentar e beneficiar de um total de 9.330.857,63 euros, por si obtidos por via da apropriação indevida dos fundos disponibilizados pelo BES nas contas de clearing (limpeza) do BESA”, imputa o MP.

Atuou o arguido Sobrinho “conhecendo a origem ilícita daqueles fundos e visando utilizá-los em seu benefício, ocultando a sua origem, por via da interposição de entidades e contas bancárias sob seu domínio, em território suíço e português, visando com as suas condutas obstar a que a origem ilícita dos mesmos fosse descoberta evitando, assim, ser perseguido criminalmente pela apropriação ilícita de tais quantias”.

O MP concluiu ainda que Ricardo Salgado e Amílcar Pires agiram “em comunhão de esforços, visando manter o financiamento do BESA (…) em montantes que bem sabiam ser de difícil, senão impossível, recuperação para o BES, não apenas por força das sérias dificuldades financeiras que o BESA atravessava, como pelo risco de que a Garantia Autónoma Soberana pudesse não vir a cobrir quantias em dívida ao banco, resultantes da prática de factos criminalmente puníveis, relacionados com fundos desviados pelo anterior CEO da filial angolana (Álvaro Sobrinho), caso tais factos viessem a público”.

O ex-administrador do BES Rui Silveira “conhecia o real estado da carteira de crédito do BESA e as vicissitudes que a envolviam, por força da sua participação na preparação da Assembleia Geral (AG) do BESA ocorrida em outubro de 2013, na redação das atas da mesma e nas cartas oficiais posteriormente dirigidas ao Presidente da República de Angola e ao Banco Nacional de Angola (BNA), fazendo menção à situação encontrada” no BESA.

Enquanto administrador com lugar na Comissão Executiva do BES, Rui Silveira não agiu de acordo” com os seus deveres funcionais e com as informações transmitidas a Ricardo Salgado e Morais Pires, “omitindo aos demais elementos da Comissão Executiva, os factos que conhecia sobre a carteira de crédito do BESA e as suspeitas da prática de ilícitos criminais na base do tão elevado incumprimento que havia sido detetado”.

Houve, assim, uma “clara violação dos seus deveres, enquanto administrador do BES”, tendo o arguido decidido manter silêncio, ocultando os factos aos restantes administradores, ao auditor externo e ao supervisor, possibilitando, com a sua conduta, “que os arguidos Ricardo Salgado e Amílcar Pires prosseguissem com os seus planos criminosos de continuação do financiamento do BESA, em detrimento dos interesses do acionista BES”.

Entendeu o MP que, os arguidos atuaram sabendo que a filial angolana se encontrava numa grave situação financeira, “a qual fazia prever que a instituição não conseguisse fazer face ao valor das responsabilidades futuras contratadas junto do BES, permitindo, deste modo, que o BESA tivesse continuado a beneficiar de cedências de liquidez em mercado monetário e de descobertos bancários nas suas contas de clearing, sem oposição dos demais administradores do BES, em detrimento dos interesses do banco”.

“É possível constatar que desenvolveram sucessivamente comportamentos destinados a impedir que a regulação interna e externa pudesse por cobro ao modo anómalo como funcionavam”.

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Galp quer reduzir consumo de gás e espera não recorrer ao mercado

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

Andy Brown diz que a Galp “está a fazer o possível” para reduzir o consumo de gás, esperando não ter que recorrer novamente ao mercado para garantir o aprovisionamento.

A Galp está a fazer “o possível” para reduzir o seu consumo de gás e espera não voltar a recorrer ao mercado para garantir o aprovisionamento, afirmou esta segunda-feira o presidente executivo da empresa, Andy Brown, admitindo alguns constrangimentos.

Numa sessão com os analistas, o presidente executivo da Galp, Andy Brown, assegurou que a empresa “está a fazer o possível” para reduzir o consumo de gás, esperando não ter que recorrer novamente ao mercado para garantir o aprovisionamento.

No entanto, Brown ressalvou que tal vai depender do “cumprimento do calendário das entregas”. O presidente executivo da petrolífera disse ainda que foram registados alguns constrangimentos na atividade da empresa, ao longo do segundo trimestre, devido ao nível de aprovisionamento.

Os lucros da Galp subiram 153% no primeiro semestre, face a igual período de 2021, para 420 milhões de euros, com os resultados a refletirem um “desempenho operacional robusto”, divulgou a empresa. Este valor compara com o resultado líquido de 166 milhões de euros no ano passado.

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Museus e monumentos nacionais somam 1,5 milhões de visitantes no 1.º semestre

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

A afluência continua ainda cerca de um terço abaixo do período pré-pandemia, quando, no primeiro semestre de 2019, tinham entrado nos museus e monumentos nacionais mais de 2,3 milhões de visitantes.

Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram mais de 1,5 milhões de visitantes no primeiro semestre de 2022, cerca de um terço abaixo de valores de 2019, mas em gradual recuperação, indicam dados estatísticos da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Contactado pela Lusa sobre o balanço de visitantes do primeiro semestre deste ano, o organismo avançou números do conjunto de 25 museus, monumentos e palácios tutelados que indicam um total de 1.508.362 visitantes recebidos, entre janeiro e junho deste ano, face aos 223.802 visitantes, nos primeiros seis meses de 2021, quando o período de confinamento se elevou a dois meses.

Apesar do aumento (+574%), em relação ao período homólogo de 2022, a afluência continua porém ainda cerca de um terço abaixo do período pré-pandemia, quando, no primeiro semestre de 2019, tinham entrado nos museus e monumentos nacionais mais de 2,3 milhões de visitantes.

Nesse ano, os equipamentos culturais da DGPC receberam 2.302.083 visitantes, descendo para 704.481, no mesmo semestre de 2020, e depois para 223.802, números mais baixos motivados pelos confinamentos e limitações da pandemia de covid-19, e consequentes encerramentos de museus, monumentos e palácios por longos períodos, que impediram o acesso do público.

Os dados estatísticos mostram que a recuperação de 2022 representa uma variação positiva de 53% dos números do mesmo período de 2020, indo um pouco além da sua duplicação (cerca de 2,1 vezes), e atingindo um valor 6,7 vezes superior em relação aos de 2021 – com o regresso dos visitantes a acompanhar o alívio progressivo das restrições sanitárias –, mas continua a representar apenas perto de 65% dos valores de 2019 (perto de dois terços), na pré-pandemia.

Embora a diferença continue a ser negativa, com um diferencial de -34,5%, comparando os números de 2022 com os do período homólogo de 2019, a retoma das entradas tem sido gradual, indicam os números, com a variação do primeiro trimestre de 2022 face ao primeiro trimestre de 2019 a registar -43,0%, enquanto a variação no segundo trimestre dos primeiros semestres dos mesmos anos, aponta -29,0%.

No entender da DGPC, “o 3.º trimestre de 2022 vai permitir concluir se, de facto, 2022 é o ano da recuperação total face a 2019”. Os valores por trimestre mostram – em 2019 – 898.675 no primeiro e 1.403.408 no segundo, enquanto, em 2022, foram registados 512.299 visitantes no primeiro trimestre e 996.063 visitantes no segundo trimestre.

De acordo com o quadro de evolução de visitantes nos primeiros semestres de 2021 e 2022, o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, lidera, com o registo de 363.766 entradas (28.005 no primeiro semestre de 2021), seguindo-se a Torre de Belém com 227.219 (sem valor no anterior devido a encerramento para obras, tal como o Museu de Arte Popular), e o Mosteiro da Batalha, com 109.563 (22.451, em 2021).

Seguem-se o Convento de Cristo, em Tomar, com 104.175 visitantes (20.017, no ano passado), o Palácio Nacional de Mafra, com 97.261 (17.455), o Museu Nacional do Azulejo, com 86.857 (6.990), o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, 74.371 (10.854), o Panteão Nacional, com 62.689 (5.481), o Museu Monográfico de Conímbriga, com 62.384 (10.190), o Museu Nacional de Arqueologia, com 46.803 (16.498), o Museu Nacional de Arte Antiga, com 45.307 (11.056), e o Palácio Nacional da Ajuda, com 36.470 (12.803).

No mesmo período, o Museu Nacional do Chiado, em Lisboa, registou 23.971 visitantes (4.845), enquanto o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, recebeu 19.096 visitas (4.150), o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, 18.153 (4.676) e, o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, 14.723 (7.391).

Devido à pandemia covid-19, museus de todo o mundo enfrentaram perdas de público e de receitas, com valores entre 70% e 80% de quebra dos visitantes devido às restrições e quarentenas impostas pelas autoridades, o que aconteceu também em Portugal, segundo os números do ICOM, do Observatório Português de Atividades Culturais e da DGPC, divulgados em 2021.

Nos últimos dois anos, devido ao impacto da pandemia, os museus intensificaram as atividades online para preservar as suas missões essenciais de colecionar, conservar, comunicar, investigar e exibir o seu património.

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Licenciamento simplificado? “Vamos ver o quão eficaz é”, diz CEO da Galp

O ritmo de licenciamento deve acompanhar a necessidade de aceleração na aposta de renováveis, defende a Galp, depois de Portugal ter lançado novidades neste âmbito na semana passada.

Apesar de a área das renováveis e novos negócios da Galp ter apresentado um prejuízo de cinco milhões de euros no relatório e contas dos primeiros seis meses do ano, a empresa acredita que existe espaço para crescer dentro do setor na Europa, frisando que pacotes de licenciamento simplificado, como o anunciado pelo Governo português na semana passada, vão permitir acelerar esta aposta. Aos analistas, Andy Brown frisou que existe um maior investimento nas energias renováveis do que no licenciamento de projetos e, por isso, defendeu que essa capacidade “vai ter que acelerar”.

“A União Europeia definiu uma meta ambiciosa para acelerar o licenciamento, e o que está a acontecer agora é que vários países estão a divulgar legislações nesse sentido para criar um ambiente onde a aprovação possa ser acelerada”, tal como aconteceu em Portugal, que recentemente divulgou um pacote legislativo, explicou Andy Brown. “Vamos ver o quão eficaz é durante este período”, indicou o CEO da energética, esta segunda-feira, durante uma chamada com analistas, na sequência da divulgação dos resultados referentes ao primeiro semestre.

No mesmo momento, o líder explicou que a Galp vai “continuar a frisar que existe mais dinheiro apontado na direção das energias renováveis na Europa do que na capacidade de os governos concederem permissões“, argumentando que, devido à estratégia europeia visada no programa RePower EU, a capacidade de licenciamento “vai ter que acelerar”, não só por causa da eletricidade mas por causa da aposta no hidrogénio.

“É um ponto importante que temos de trabalhar em proximidade com os governos, para ter a certeza que o dinheiro que gastamos em energias renováveis encontra uma casa certa“, referiu o responsável em resposta às questões dos analistas.

Esta manhã, antes da abertura do mercado, a Galp Energia divulgou os resultados do primeiro semestre, informando ter registado um lucro de 420 milhões de euros à boleia das “condições de mercado favoráveis”, sobretudo devido ao aumento dos preços do petróleo e ao negócio de refinação. No segundo trimestre, as margens e refinação subiram para 22,3 dólares por barril.

De acordo com as contas apresentadas pela empresa liderada por Andy Brown ao mercado, os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentaram 97%, para 2.114 milhões de euros, nos primeiros seis meses do ano.

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Crescimento dos impostos indiretos atingiu em maio 98% do previsto para total do ano

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

O crescimento nominal homólogo dos impostos indiretos até ao final de maio é explicado, sobretudo, pela evolução do IVA.

O crescimento nominal dos impostos indiretos atingiu em maio aproximadamente o previsto no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) para o conjunto do ano, assinala a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), num relatório divulgado esta segunda.

No relatório de análise da evolução orçamental entre janeiro e maio, em contabilidade pública, os técnicos do parlamento destacam que o crescimento nominal homólogo dos impostos indiretos no final do mês de maio (2.156 milhões de euros) atingiu 98% do aumento previsto para o conjunto do ano (2.190 milhões de euros).

“Não obstante o contexto de incerteza geopolítica atual, refletindo-se no aumento muito pronunciado da inflação, esta evolução indicia uma previsão demasiado conservadora do MF [Ministério das Finanças] para a receita fiscal indireta e para o IVA no cenário orçamental subjacente ao OE/2022, apresentado em abril último”, pode ler-se na análise.

A UTAO assinala que o crescimento nominal homólogo dos impostos indiretos até ao final de maio é explicado, sobretudo, pela evolução do IVA (1.741 milhões de euros), com um peso de, estimam, 81% na variação deste agregado. A UTAO explica que “a amplitude significativa do desvio dos impostos indiretos” face ao previsto no OE2022 pode resultar da aceleração do consumo privado no primeiro trimestre do ano, superior ao antecipado, pelo aumento dos preços e pelo efeito de base do ano de 2021, que registou uma “evolução desigual” da atividade económica ao longo dos trimestres.

No relatório, a unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras recorda que até maio as Administrações Públicas (AP) apresentaram um défice não ajustado em contabilidade pública de 411 milhões de euros, traduzindo uma melhoria homóloga de 5.183 milhões de euros.

A UTAO indica que “após ajustamento dos fatores que condicionam a comparabilidade homóloga”, o défice global das AP situou-se em 378 milhões de euros, traduzindo uma melhoria da posição orçamental em 4.634 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior.

“A melhoria homóloga de 4.634 milhões de euros no saldo orçamental até ao final de maio teve origem no aumento muito acentuado da receita fiscal (3.382 milhões de euros) e na diminuição do esforço financeiro com as medidas de política covid-19 (915 milhões de euros)”, aponta.

Os técnicos que dão apoio aos deputados salientam que a receita fiscal aumentou 3.382 milhões de euros, “explicando 73,0% da melhoria do saldo”.

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Galp dispara quase 3% com lucro acima do esperado de 420 milhões

Bolsa de Lisboa voltou a fechar acima dos 6.000 pontos. Galp avançou 2,9% depois de ter apresentado resultados acima do esperado pelos analistas. Em dia de ganhos na Europa, o índice alemão caiu.

A Galp valorizou quase 3% esta segunda-feira, depois de ter apresentado resultados semestrais acima do esperado pelos analistas, ajudando a bolsa de Lisboa a fechar acima dos 6.000 pontos com um dos melhores desempenhos na Europa.

As ações da petrolífera liderada por Andy Brown avançaram 2,87% para 10,02 euros. A Galp anunciou esta segunda-feira, antes da abertura da bolsa, uma subida do lucro para 421 milhões de euros e do EBITDA para 2.114 milhões de euros. Ambos os indicadores saíram melhor do que o esperado pelo mercado, com impostos aquém do estimado e o bom desempenho da divisão comercial, de acordo com o CaixaBank/BPI.

Galp soma quase 3%

Este desempenho acabou por ajudar o PSI a somar 1,10% para 6.002,60 pontos, o valor mais elevado desde 4 de julho. Foi um dos melhores registos entre os pares europeus. O Stoxx 600 avançou cerca de 0,1% e os ganhos de Madrid a Milão situaram-se entre os 0,2% e os 0,7%. Sem sentido contrário, o germânico DAX caiu cerca de 0,5%, depois de novos receios com o fornecimento de gás da Rússia.

“O índice alemão já tinha recebido durante a manhã a revelação de que a confiança empresarial germânica se degradou mais do que o esperado em julho, com o presidente do IFO a afirmar mesmo que a economia daquela geografia está à beira de uma recessão, e durante a tarde teve a notícia de que a Gazprom revelou atraso na entrega de uma turbina para o gasoduto Nord Stream, acrescentando que alguns problemas adicionais com o equipamento ainda permanecem, o que se faz sentir numa escalada dos preços do gás natural”, explicam os analistas da sala de mercados do BCP..

Apenas uma cotada do índice de referência nacional fechou abaixo da linha de água: a operadora Nos teve uma queda ligeira de 0,16%.

Do lado positivo, a papeleira Altri foi a estrela da sessão, com um aumento de 4,53% para 6,35 euros. Entre os pesos pesados, além da Galp, o BCP ganhou 2,54% para 0,1456 euros, antes de apresentar os resultados do semestre na quarta-feira. A retalhista Jerónimo Martins ganhou 1,23%.

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Fecho da refinaria de Matosinhos “continua a assombrar” Galp e Governo

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

Comissão Central de Trabalhadores (CCT) da Petrogal reage à subida dos lucros da Galp, afirmando que encerramento da refinaria do Porto é um espetro que continua a assombrar administração e Governo.

“Em dia de apresentação de resultados, o encerramento da refinaria do Porto é um espetro que continua a assombrar a Administração Amorim [maior acionista individual da Galp] e o primeiro-ministro, António Costa, pelo miserável serviço prestado ao país”, refere a Comissão Central de Trabalhadores (CCT) da Petrogal num comunicado divulgado.

A estrutura representativa dos trabalhadores reagiu, assim, aos lucros da Galp, que subiram 153% no primeiro semestre, face a igual período de 2021, para 420 milhões de euros, com os resultados a refletirem um “desempenho operacional robusto“, divulgou hoje a empresa.

No entender da CCT, os resultados “são o prémio inacreditável da incompetência, dos despedimentos e da destruição social”.

Os números hoje conhecidos “criam a expectativa de que também os resultados anuais batam recordes”, afirmando a CCT que a refinação “retomou um lugar que era seu e que muitos acharam pertencer ao passado”.

“Ao que parece, a morte da refinação foi mais um boato manifestamente exagerado”, vincam os trabalhadores da Petrogal, considerando que as refinarias “continuam a ter um papel central na soberania energética do país“.

A CCT “repetirá mil vezes que as refinarias continuam a ter um papel central na soberania energética do país, produzindo os combustíveis que continuam a ser necessários para alimentar as cadeias de abastecimento e a generalidade dos transportes”, pode ler-se no comunicado.

Os trabalhadores apelidaram ainda os resultados semestrais de “estratosféricos”, dizendo que poderiam “ser ainda mais massivos, caso a refinaria do Porto continuasse a produzir combustíveis, produtos químicos e óleos-base”.

“Estes resultados são um hino à falta de visão estratégica, ao seguidismo acéfalo, ou então não, apenas ao oportunismo de quem se tentou aproveitar de uma situação pandémica para concretizar os seus objetivos pequeninos”, acrescenta.

A estrutura representativa dos trabalhadores considera ainda “estranho que quanto mais se fala de transição energética, mais sobem os lucros da petrolíferas“, e que a “área das renováveis continua sem expressão nos resultados”.

“A verdade teima a vir ao de cima e a escancarar os contornos lesa-pátria do encerramento da refinaria do Porto”, segundo os trabalhadores da Petrogal.

A antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”, no âmbito de um protocolo de cooperação entre a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines.

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TELLES assessora empresa VELLAR

Esta operação foi liderada pelo sócio co-coordenador de área, Francisco Espregueira Mendes e pelo Of Counsel, Nuno Marques, com a participação ativa do associado Tomás Paiva Rosado.

A TELLES assessorou a VELLAR II, S.A., no processo de alienação de 100% do capital social e direitos de voto da sociedade “Velltrans – Trânsito e Transportes, Lda.”

O trabalho da equipa de Societário, Comercial e M&A da TELLES incluiu a preparação e negociação de todos os instrumentos legais necessários e convenientes à transação, nomeadamente a negociação e a elaboração do contrato de compra e venda de participações sociais. Esta operação foi liderada pelo sócio co-coordenador de área, Francisco Espregueira Mendes e pelo Of Counsel, Nuno Marques, com a participação ativa do associado Tomás Paiva Rosado.

Este processo contou ainda com a intervenção da CS’Associados pelo Galliker Holding AG.

A Velltrans é uma empresa portuguesa reconhecida internacionalmente pela prestação de serviços de transporte rodoviário internacional, bem como serviços de transporte marítimo e aéreo de mercadorias para todo o mundo. A Velltrans também disponibiliza uma vasta gama de serviços de logística e distribuição.

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Regras para advogados do Estado passam a ser mais apertadas

Ordem dos Advogados votou esta segunda-feira as regras dos advogados oficiosos, votado em Assembleia Geral Extraordinária.

A Ordem dos Advogados (OA), aprovou, por maioria, em Assembleia Geral Extraordinária, uma alteração às regras dos advogados oficiosos — os que são pagos pelo Estado para patrocinar a defesa de quem tem menos recursos financeiros.

A norma que estava em vigor pedia apenas que, para se ser advogado oficioso, o profissional tivesse inscrição definitiva e em vigor na Ordem dos Advogados e com as quotas regularizadas.

Agora, a lista de requisitos diz que os oficiosos terão de estar “com inscrição definitiva e em vigor na Ordem dos Advogados, que residam habitualmente em Portugal, que tenham a advocacia como sua profissão principal, nomeadamente cuja atividade não seja prestada em regime de subordinação e em exclusividade ao serviço de quaisquer serviços ou entidades que possuam natureza pública ou prossigam finalidades de interesse público, que tenham concluído o seu estágio em Portugal, ou, não tendo concluído o estágio em Portugal, que se encontrem inscritos há, pelo menos, dezoito meses, com efetiva atividade forense, em Portugal, durante tal período e com as quotas regularizadas”.

Por ano, o Estado gasta, em média, cerca de 30 milhões para pagar aos milhares de advogados que estão inscritos no Sistema de Acesso ao Direito enquanto advogados oficiosos. No total, são cerca de 13 mil e 500 advogados (de um total de 35 mil) que estão inscritos como advogados oficiosos.

“Para a Ordem dos Advogados, as novas regras de inscrição no SADT reforçam a credibilidade dos advogados oficiosos e dos serviços por eles prestados aos cidadãos que a eles recorrem”, segundo comunicado da OA.

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Moedas pediu ao Governo esquadras móveis nas zonas mais problemáticas de Lisboa

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

O autarca defende que estes postos móveis devem estar nos sítios onde existe mais turismo e mais ocorrências, nomeadamente no Cais do Sodré e no Bairro Alto.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pediu ao Governo postos de polícia móveis para zonas turísticas mais problemáticas da cidade, onde se têm registado problemas de violência, anunciou esta segunda-feira o autarca.

O pedido foi feito no domingo ao ministro da Administração Interna, revelou Carlos Moedas (PSD) após uma reunião de emergência do Conselho Municipal de Segurança, na qual esteve a PSP de Lisboa e a Polícia Municipal, convocada pelo autarca.

“Peço ao Governo que tem de haver mais visibilidade da polícia nesta cidade. Ofereço aqui, desde já, ao Governo a capacidade de podermos ter postos móveis, ou seja, esquadras móveis, na cidade. As pessoas não estão a ver a polícia na rua e eu ofereço ao Governo a capacidade de o fazer”, disse.

Moedas defendeu que estes postos móveis devem estar nos sítios onde existe mais turismo e mais ocorrências, nomeadamente no Cais do Sodré e no Bairro Alto.

O autarca afirmou que esta reunião de urgência com as autoridades surge na sequência de queixas de existência de violência nestes locais, nomeadamente mais uma morte ocorrida neste fim de semana.

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Preço do gás dispara 10% na Europa após nova disrupção no gasoduto Nord Stream

A Gazprom espera que o fluxo de gás através do Nord Stream 1 caia para 33 milhões de metros cúbicos esta quarta-feira, o equivalente a uma quebra de 50%.

O holandês TTF, o contrato de gás natural que serve de referência na Europa, deu um salto de 10%, até aos 176 euros por megawatt-hora (MWh), de acordo com a Bloomberg, depois de serem noticiadas novas disrupções no fornecimento de gás russo.

Esta subida acontece depois de a empresa estatal russa Gazprom informar que parou de funcionar mais uma turbina no gasoduto Nord Stream 1, um gasoduto que liga a Rússia à Alemanha e que tem estado debaixo de holofotes pela diminuição dos fluxos para o Velho Continente, que têm colocado preocupações do ponto de vista da segurança energética.

Com a mais recente disrupção, a Gazprom espera que o fluxo de gás naquele gasoduto caia para 33 milhões de metros cúbicos esta quarta-feira, 27 de julho, o equivalente a uma quebra de 50% face aos valores atuais, o que equivale a 20% da capacidade do gasoduto.

Apontando como motivo a falta de uma turbina, a Gazprom já tinha reduzido, desde meados de junho, o fornecimento via Nord Stream para 40% da capacidade total. Na passada quinta-feira, dia 21 de julho, o Nord Stream 1 reabriu, após dez dias de manutenção, a 30% da capacidade total, informando que o volume levaria algum tempo a aumentar.

Num cenário normal, concluída a manutenção do principal gasoduto que liga a Rússia à Europa, os fluxos de gás voltariam a ser enviados para o bloco a um ritmo regular. No entanto, a guerra na Ucrânia, as sucessivas sanções europeias contra Moscovo e o agravar das tensões entre os dois blocos põem em causa a retoma.

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Madeira fecha empresa ligada a Isabel dos Santos por falta de contas

Dorsay, que tinha como acionista Sindika Dokolo, falecido marido de Isabel dos Santos, foi dissolvida depois de não ter registado as contas em dois anos seguidos na Zona Franca da Madeira.

Uma empresa do universo de Isabel dos Santos na Zona Franca da Madeira acabou de ser encerrada por falta de apresentação de contas. Em causa está a sociedade Dorsay, apontada como detentora de participações no setor cimenteiro angolano e que tinha como acionista o marido da empresária angolana Sindika Dokolo, falecido em outubro de 2020.

A decisão de dissolver esta sociedade, constituída em 2008 e que foi identificada no âmbito do processo Luanda Leaks como fazendo parte do universo de Isabel dos Santos, foi tomada a 28 de junho e transitou em julgado no início da semana passada.

“Foi declarada a dissolução e o encerramento da liquidação por a sociedade não ter procedido ao registo da prestação de contas durante dois anos consecutivos e por não ter resultado do processo a existência de ativo e passivo a liquidar”, segundo se lê na decisão da Conservatória do Registo Comercial e Cartório Notarial Privativos da Zona Franca da Madeira.

O processo administrativo de dissolução foi instaurado no dia 10 de maio. Nessa altura, foram notificados não só a Dorsay, como também o acionista Sindika Dokolo e também o administrador Ricardo Morais Diz, este último com domicílio profissional na Charneca da Caparica.

A partir do momento da notificação, foram dados dois prazos:

  • um prazo de dez dias para comunicarem junto dos serviços da conservatória a existência de ativo e passivo da sociedade
  • um prazo de 30 dias para regularizarem a situação ou para demonstrarem que a regularização já se encontra efetuada;

A decisão de liquidação foi proferida já no final de junho, “em virtude da sociedade não ter efetuado durante dois anos consecutivos a prestação de contas”, tendo sido dado um período de dez dias para impugnarem judicialmente a decisão que se tornou definitiva a 18 deste mês.

Não foi a primeira vez que a Dorsay esteve em risco de dissolução por falta de apresentação de contas. No início de 2020, já depois do caso Luanda Leaks ter apertado o cerco aos negócios de Isabel dos Santos, as autoridades madeirenses avançaram com um processo semelhante contra a sociedade, mas situação acabou por ser rapidamente resolvida, evitando o fecho da empresa, como adiantou o ECO na altura.

Entretanto, em maio desse ano, o BPI interpôs um processo judicial no tribunal da Madeira contra Sindika Dokolo e também a Dorsay por causa de uma dívida de cinco milhões de euros.

Isabel dos Santos tem vindo a ser alvo de diversas ações dos bancos portugueses. Ainda na semana passada o BCP e o Novobanco avançaram com uma ação em conjunto no valor de 17,4 milhões de euros contra a empresária angolana e ainda das suas sociedades Santoro e a Finisantoro, através das quais detém uma posição de 42,5% no banco português EuroBic, que está prestes a ser vendido.

As sociedades Unitel Holdings e Kento Holding (com participações indiretas na operadora Nos) e a Winterfell Industries e Winterfell 2 (ligadas à Efacec) foram outras sociedades visadas pelos bancos nos últimos anos, na sequência do Luanda Leaks.

O ECO contactou a assessoria de Isabel dos Santos ao início da tarde e ainda não obteve uma resposta.

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