Caixa prepara-se para fechar mais 23 balcões, denuncia sindicato
Denúncia partiu do sindicato: o banco público vai encerrar mais 23 agências, localizadas na maioria na região do Porto, Coimbra e Lisboa. Reestruturação prossegue apesar dos lucros semestrais.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) prepara-se para encerrar mais 23 balcões durante o mês de agosto. A denúncia partiu do STEC, o sindicato mais representativo dos trabalhadores do banco público. A maioria dos encerramentos ocorrerá nas regiões urbanas de Porto, Coimbra e Lisboa.
O banco liderado por Paulo Macedo levou a cabo nos últimos anos uma dura reestruturação, por conta dos dinheiros públicos que recebeu em 2017 e no âmbito do acordo entre o Governo e Bruxelas, que passou também pela redução de pessoal e da rede comercial. Mas o ajustamento, ainda que a um ritmo menos intenso, continua, apesar de o banco ter acabado de anunciar lucros de 486 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.
No final de junho, a instituição financeira tinha 539 agências, espaços Caixa e gabinetes de empresa na atividade em Portugal, empregando 6.035 trabalhadores. Desde 2016, porém, já foram encerrados quase 200 balcões, enquanto reduziu cerca de 2.000 nos quadros de pessoal.
Contactado pelo ECO, o banco ainda não esteve disponível para comentar a denúncia do sindicato.
Pedro Messias, presidente do STEC, diz ao ECO que “tem vindo a alertar o Governo e os grupos parlamentares que a Caixa não deve estar no mercado em igual de circunstâncias com os outros bancos privado”. “Entendemos que a Caixa não tem de dar prejuízos, mas não pode estar na mira do lucro pelo lucro. Estão mais fechos na calha? Não sabemos. Paulo Macedo disse que não ia ficar nos sítios onde não fosse rentável. Mas a Caixa é um banco público, tem um papel na coesão territorial e o Governo não pode querer apenas os dividendos“, acrescentou este dirigente sindical.
"Estão mais fechos na calha? Não sabemos. Paulo Macedo disse que não ia ficar nos sítios onde não fosse rentável. Mas a Caixa é um banco público, tem um papel na coesão territorial e o Governo não pode querer apenas os dividendos.”
Em comunicado, o sindicato lembra os encerramentos e redução de pessoal na última década na Caixa e que estes fechos agora anunciados internamente vão levar a um “inevitável congestionamento dos balcões” mais próximos, “apesar destes já não conseguirem atualmente dar uma resposta adequada ao serviço”.
Das mais de duas dezenas de balcões que vão ser encerrados, 16 localizam-se na região da capital e outros seis no Porto.
No final de junho, após anunciar um resultado de quase 500 milhões de euros, Paulo Macedo rejeitou a ideia de ter lucros excessivos. “Lucros excessivos? Até agora zero”, disse o CEO do banco do Estado aos jornalistas.
(Notícia atualizada às 9h56)
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