Espanhola Eurona entra em Portugal com internet via satélite
Acesso à internet via satélite, que já contava com sete prestadores, incluindo a Starlink de Musk, ganha nova oferta retalhista para “trazer conectividade às zonas rurais, isoladas e remotas" do país.
É com o objetivo de “trazer conectividade para as zonas rurais, isoladas e remotas de Portugal, reduzindo assim a clivagem digital que continua a funcionar como um travão ao progresso económico e social”, que a Eurona acaba de entrar no mercado português, onde pretende crescer no segmento residencial e “levar o seu serviço de internet via satélite a locais sem ligação”.
A empresa sediada em Madrid, que pertence ao Global Satellite Technologies Group e tem como principal acionista o fundo norte-americano Magnetar Capital, quer replicar em Portugal a estratégia que tem seguido do outro lado da fronteira, em que reclama um lugar no top 10 dos operadores de telecomunicações e o primeiro a oferecer internet via satélite de 100 Mbps (megabits por segundo).
Em comunicado, a Eurona confia que a expansão para Portugal vai ser favorecida pelo facto de ser um dos países europeus com melhores frequências na gama de velocidades com mais de 100 Mbps, e também pelo “contexto ideal” de o PRR português ter reservado 2.460 milhões de euros para a área da transição digital, frisou o CEO, Fernando Ojeda.
A nossa entrada em Portugal ocorre num contexto ideal, uma vez que o PRR desenvolvido pelo Governo irá atribuir 15% desses fundos, num total de 2.460 milhões de euros, à transição digital.
Segundo um relatório elaborado pela consultora The Competitive Intelligence Unit, quase 20% da população portuguesa não tem acesso a Internet de 100 Mbps. A empresa espanhola assinala que a entrada em Portugal “não começa do zero”, uma vez que já tem parcerias com operadores de telecomunicações como a francesa Eutelstat, que detém 39 satélites e com quem assinou um acordo que transferiu para a Eurona mais de mil clientes na Península Ibérica.
Portugal junta-se assim a Espanha, Itália e Irlanda na presença europeia da empresa que também está na América Latina e em África. Diz ter uma rede de 150 profissionais e um total superior a 40 mil clientes em todas estas localizações, onde diz oferecer “uma ligação com alcance global, seja em áreas remotas, espaços públicos, áreas urbanas, terra ou mesmo no alto mar”.
Número de operadores a crescer
No final do ano passado, o serviço de acesso à Internet via satélite tinha uma “reduzida penetração” em Portugal (0,03% do total) e contava com sete prestadores que comercializavam ofertas retalhistas, de acordo com os dados divulgados pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
O mais conhecido é a Starlink, subsidiária da SpaceX detida por Elon Musk, que chegou a Portugal em agosto de 2021 com um custo de entrada de 560 euros — e que em maio deste ano já tinha subido para os 726 euros, numa tendência contrária às previsões do próprio empresário norte-americano.
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