Vodafone reforça quota em Portugal com a compra da Nowo
Nowo é o quarto maior operador em Portugal, com cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel, mas falta saber o que se passará com as licenças de 5G das duas empresas. Operação depende do regulador.
A Vodafone Portugal fechou um acordo com a Llorca JVCO, acionista da Másmóvil Ibercom, para a compra da empresa Cabonitel, detentora da Nowo Communications. A operação precisa ainda da aprovação do regulador. “A aquisição da operação da Nowo pela Vodafone vem reforçar a sua competitividade no mercado, dotando-a de maior escala e de maior cobertura, com benefícios para os atuais e para os futuros clientes, bem como para o setor”, refere a Vodafone, em comunicado enviado esta sexta-feira.
Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, afirma que este negócio “irá permitir à Vodafone aumentar a sua base de clientes, bem como a sua cobertura de rede fixa“. Citado em comunicado, o responsável nota ainda que “a futura modernização da rede adquirida para a nova geração de fibra ótica irá beneficiar os atuais e futuros utilizadores, ao garantir a qualidade e a resiliência acrescida desta infraestrutura”.
A operação “cria as condições para investimentos mais eficientes em redes de conectividade de elevado débito, bem como no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores”. A transação aguarda o “ok” regulatório, com a Vodafone a esperar que fique concluída no primeiro semestre de 2023.
A Nowo é o quarto maior operador convergente em Portugal, com cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel e 140 mil clientes do acesso fixo (Pay TV e Banda Larga) em aproximadamente um milhão de casas cobertas com a sua infraestrutura de comunicações, refere a Vodafone, em comunicado.
A operação tem consequências ainda por determinar no 5G. A Másmóvil, através da operadora Nowo, investiu quase 70,22 milhões de euros e ficou com dois dos três lotes nos 1.800 MHz que a Anacom pôs à venda numa fase exclusiva para operadores que não estavam no mercado, e em condições mais favoráveis do que aquelas exigidas aos operadores instalados. A Vodafone, por seu lado, aplicou pouco mais de 133,2 milhões de euros na compra 11 lotes: dois nos 700 MHz e os restantes nos 3,6 GHz. Falta saber o que sucederá a estas licenças, decisão que depende da Anacom. Mas já se percebe uma consequência: O regulador apostou na entrada de dois novos operadores e um deles, depois de ganhar a licença, acaba comprado por um dos ‘incumbentes’.
Fusão vai permitir ultrapassar a Nos na banda larga móvel
De acordo com dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), no primeiro semestre de 2022, a Meo foi o prestador com a quota mais elevada dos acessos móveis ativos com utilização efetiva (39,7%), seguida da Vodafone (29%), da Nos (28,0%), da Nowo (1,9%) e da Lycamobile (1,4%). Face ao período homólogo, as quotas de acessos móveis Nos, Lycamobile e da Nowo aumentaram em 1,3 p.p., 0,1 p.p. e 0,1 p.p., respetivamente.
Já no que diz respeito às subscrições de televisão, a Meo liderou com uma quota de 40,8% de assinantes de serviço de distribuição de sinais de TV, seguida da Nos (37,4%), Vodafone (18,6%) e Nowo (3,1%). Em termos de clientes de acesso direto com telefone fixo, a Meo liderou novamente com uma quota de 41,8%, à frente da Nos (34,5%), da Vodafone (20,3%) e da Nowo (2,8%).
No caso das quota de subscritores de acesso à Internet em banda larga móvel, a quota da Meo foi de 36,6%, seguida pela Nos (30,8%), Vodafone (29,1%) e Nowo (2,3%). Com esta fusão, a Vodafone e a Nowo ultrapassam, assim, a Nos. Já em termos de banda larga fixa, a Meo tem uma quota de 40,8%, à frente da Nos (34,2%), Vodafone (21,5%) e Nowo (3,1%).
(Notícia atualizada às 17h46 com mais informação)
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