Economia cresceu 0,4% em cadeia no terceiro trimestre. Evolução homóloga foi de 4,9%
"O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no 3º trimestre, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento", explica o INE.
A economia portuguesa cresceu 0,4% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores. Mas cresceu 4,9% em termos homólogos, ou seja, face ao mesmo período do ano passado, revelam os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 4,9% no terceiro trimestre”, o que compara com uma evolução de 7,4% no trimestre anterior, avança o INE. “O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no terceiro trimestre, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento”, explica o instituto na nota publicada.
Já o “contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, traduzindo a desaceleração das exportações de bens e serviços, em volume, mais intensa que a das importações. Em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, superior ao observado nas exportações, verificou-se uma perda significativa de termos de troca pelo sexto trimestre consecutivo, embora menos intensa que no trimestre anterior”, acrescenta o INE.
Os economistas ouvidos pelo ECO apontavam para uma estagnação ou até mesmo uma ligeira contração. As estimativas variavam entre uma contração de 0,5% e um crescimento de 0,3% em cadeia no terceiro trimestre. No segundo trimestre, Portugal cresceu 0,1% face aos primeiros três meses do ano.
Comparando com o segundo trimestre, “o PIB aumentou 0,4% em volume, mais 0,3 pontos percentuais que o registado no trimestre anterior“, detalha o INE, justificando este desempenho com o contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB ter passado a ser positivo. O INE destaca “o crescimento do consumo privado apesar da aceleração dos preços no consumidor, enquanto o contributo da procura externa líquida foi inferior ao observado no trimestre precedente“.
A estimativa rápida do INE incorpora “nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens relativo ao trimestre”, que, contudo, “não implicou revisões nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB divulgadas na edição das Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional de 23 de setembro de 2022”, salienta o INE.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2023, o Executivo aponta para um crescimento de 6,5% este ano e 1,3% no próximo. Já o Banco de Portugal prevê um crescimento de 6,7% para este ano, uma previsão partilhada pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) que antecipa um abrandamento para 1,2% em 2023, numa base de políticas invariantes, ou seja, que não tem em conta as medidas que o Governo vai tomar, nomeadamente no OE. Mas o Fundo Monetário Internacional é a instituição mais pessimista e aponta para um crescimento de 6,2% este ano e de 0,7% no próximo.
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