Governo quer alta velocidade nas 10 maiores cidades até 2050

Plano Ferroviário Nacional entra em consulta pública nesta quinta-feira com o cenário da construção da ponte Chelas-Barreiro e a possibilidade de ligar Lisboa e Porto a Madrid em cerca de três horas.

Comboios de alta velocidade nas 10 maiores cidades portuguesas, uma nova ponte ferroviária sobre o rio Tejo, ligações sobre carris em todos os distritos e Lisboa e Porto a três horas de de comboio de Madrid. Estes são alguns dos principais objetivos para cumprir até 2050 do Plano Ferroviário Nacional (PFN), que a partir desta quinta-feira entra em consulta pública e que irá a aprovação pela Assembleia da República em meados de 2023. Avião e automóvel são nomeados como os principais concorrentes do comboio, segundo o documento, que não inclui os serviços de autocarros como rivais.

O documento parte do pressuposto que serão cumpridas todas as obras do Ferrovia 2020 – que já devia estar concluído mas que apenas tem 15% das obras completas – e também do Programa Nacional de Investimentos para 2030. Com estes trabalhos concluídos, o documento propõe um novo eixo Intercidades entre Lisboa e Valença “com serviços frequentes”, novos serviços entre Porto e Lisboa com passagem pelas beiras e a Linha o Oeste, o regresso do comboio Intercidades direto entre Lisboa e Beja e ainda o prolongamento do comboio Intercidades até à cidade de Portalegre.

A azul, mapa da rede de alta velocidade. A verde escuro, rede de Intercidades; a verde claro, rede de comboios interregionais.

O PFN também deixa propostas de construção de novas linhas a nível regional e suburbano, além da reabertura de troços em vários pontos do país. Há ainda uma menção ao transporte de mercadorias. Com este plano, são estabelecidas quatro categorias de serviço, que poderão ter horários cadenciados ou vários serviços por hora.

Novas linhas nacionais

O documento em consulta pública foi redigido por um grupo de trabalho, que recolheu um total de 318 contributos entre 18 de abril e 30 de setembro de 2021. Além de membros do Ministério das Infraestruturas, o grupo de trabalho conta com dirigentes do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Infraestruturas de Portugal, CP, Direção-Geral do Território e Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias.

Um dos pressupostos do PFN é que o comboio regresse aos distritos de Viseu, Vila Real e Bragança. Para que Viseu volte a ter comboios, o documento propõe a construção de uma linha entre Aveiro e Vilar Formoso, com passagem pelas cidades de Viseu e da Guarda. Esta linha serviria como alternativa à atual Linha da Beira Alta, que está a ser modernizada ao abrigo do Ferrovia 2020. Em 2016, a Comissão Europeia chumbou a construção do troço Aveiro-Mangualde, no valor de 675,3 milhões de euros, por causa da avaliação custo-benefício negativa.

Vila Real e Bragança também poderão voltar a ter serviços de comboio com a construção da nova Linha de Trás-os-Montes. O documento diz que a linha, “para ser competitiva com o automóvel”, tem de permitir a viagem Porto-Vila Real em menos de uma hora e do Porto a Bragança em menos de duas horas.

Linhas a verde marcam novos troços ou reaberturas.

 

Contudo, em 2022, um autocarro expresso já faz a viagem entre o Porto e Vila Real em uma hora; entre Porto e Bragança, o tempo mínimo são duas horas e 20 minutos. Por causa disso, a Associação Vale d’Ouro propôs, em 2021, uma ligação ferroviária Porto-Vila Real em 43 minutos e entre Porto-Bragança em 1h14 (alta velocidade) ou 1h30 (serviço Intercidades). O ponto de partida era o aeroporto Francisco Sá Carneiro e não a estação de Caíde, como pressupõe o PFN. Este estudo também previa que a ligação Porto-Madrid via Zamora (e não via Salamanca) fosse feita em menos de três horas.

O documento também prevê a construção da terceira ponte sobre o rio Tejo em Lisboa. A ponte Chelas-Barreiro reduz em “pelo menos, 30 minutos”, a ligação de Lisboa ao Alentejo e ao Algarve e também beneficia a conexão ferroviária do Barreiro e da Moita à capital.

Linhas a verde marcam construção e reabertura de troços.

Com a terceira ponte, será possível ligar Lisboa a Évora, com um comboio Intercidades, no espaço de uma hora e a capital a Beja em 1h25. A prazo, também será possível pôr Lisboa a 1h45 da fronteira (Elvas). Entre Lisboa e Faro, a viagem sobre carris passaria a durar duas horas e 25 minutos – podendo demorar ainda menos 30 minutos se houver intervenções no troço Torre Vã-Tunes.

Reaberturas nacionais

Além do regresso da ligação Pocinho-Barca d’Alva (Linha do Douro), o PFN contempla a reabertura do troço Beja-Funcheira, encerrado em 1 de janeiro de 2012. Em 2015, estimava-se que as obras de modernização e eletrificação do troço entre Casa-Branca e Beja (63,5 quilómetros) poderiam custar entre 68 e 94 milhões de euros, de acordo com um estudo publicado na altura pela Refer, a antiga gestora da rede ferroviária nacional. A versão mais económica permitiria que os comboios atinjam uma velocidade máxima de 140 km/h. A versão mais cara traria mais benefícios para os passageiros, com os comboios a poderem atingir os 200 km/h.

Para modernizar e eletrificar o troço Beja-Funcheira (63,7 quilómetros), seriam necessários mais 77 ou 86 milhões de euros, conforme a velocidade máxima pretendida seja de 140 km/h ou de 200 km/h, respetivamente. Com 27 milhões de euros, seria possível ligar a Linha do Alentejo à Linha do Sul – através da Concordância de Casa Branca – permitindo comboios Lisboa-Faro via Évora e Beja sem inversão de marcha.

Obras no Grande Porto

Até 2050, também estão previstas algumas mudanças na rede ferroviária do Grande Porto, através da reabertura da Linha de Leixões, da ligação entre Campanhã e Aeroporto Francisco Sá Carneiro, da construção da Linha do Vale do Sousa (Paços de Ferreira-Felgueiras) e da ligação ferroviária até Amarante com a Linha de Trás-os-Montes. Também está prevista a inclusão da Linha do Vouga (em bitola métrica) na rede suburbana, por Aveiro e por Espinho. Em Espinho, a Linha do Vouga está fora da estação principal desde 2008.

Com estes pressupostos, será possível ter comboios diretos entre Leixões e Ovar e entre o aeroporto do Porto e Aveiro. A partir da estação de Porto-São Bento será possível apanhar comboios suburbanos para Felgueiras e para Barcelos. Do centro do Porto para Leixões, Aeroporto, Ovar e Aveiro será necessário mudar de comboio em Porto-Campanhã, que vai dar acesso a todas as linhas do Grande Porto. Fica ainda em aberto a criação de um comboio direto entre Braga e Viana do Castelo.

Ao PFN fica a faltar a ligação direta entre Felgueiras e Amarante, com valor estimado de investimento no traçado de 37,9 milhões de euros, segundo estudo preliminar de 2018 da Infraestruturas de Portugal (IP). Entre Felgueiras e Amarante seriam construídas as estações de Lixa e Hospital (de Amarante), garantido o fecho da rede e uma redundância nesta região.

Obras na Grande Lisboa

O PFN também propõe uma nova estrutura de serviços, pressupondo a ligação entre as estações de Alcântara-Terra e Alcântara-Mar, assim como a construção da terceira ponte sobre o rio Tejo. O plano fala na criação de dois novos eixos: Sintra-Setúbal e Cascais-Azambuja. No entanto, a partir da estação do Oriente os comboios terão como destino a estação de Oeiras, o que obriga a um transbordo para quem quiser chegar a Cascais.

A Linha do Oeste seguirá apenas de Torres Vedras até ao Rossio, ignorando os passageiros com destino a Sete-Rios, Entrecampos e Roma-Areeiro, as três estações principais do centro da capital, porque Santa Apolónia deixa de ser terminal desta linha. Prevê-se ainda a abertura de estações como Alvito e Beato, além do regresso do apeadeiro de Chelas, futuramente designado de Chelas-Olaias.

Apesar de não estar incluído no novo mapa de rede, o documento prevê a construção de um novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa, com passagem por Loures, “reduzindo tempos de viagem em cerca de 20 a 30 minutos”. Pelo mapa, percebe-se que o troço começa perto da Malveira e que termina junto à Linha de Cintura.

Sistemas ligeiros

O documento em consulta pública também abre a porta à criação de mais dois sistemas ligeiros de transporte de passageiros. Partindo do exemplo de Coimbra, do Sistema de Mobilidade do Mondego, o PFN sugere a criação de uma rede de autocarros em via dedicada para o Norte e para o sul do país.

No norte, este sistema de autocarros pretende ligar Guimarães a Braga, Fafe, Felgueiras e Famalicão. Também se pretende colocar autocarros entre Fafe e Felgueiras e entre Famalicão e Póvoa de Varzim, segundo a proposta. O PFN diz que o sistema “pode ter uma solução evolutiva”, podendo passar para um sistema de metropolitano (ferrovia ligeira).

No Algarve, prevê um conjunto de autocarros ao longo da costa: Vila do Bispo-Lagos, Portimão-Faro (passagem em Albufeira e Quarteira) e ainda Loulé-Faro.

Estudos e mercadorias

Em cenário de estudo são deixadas duas opções: a criação de uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Faro ‘– já chumbada por especialistas contactados pelo ECO – e ainda a possibilidade de se construir um acesso norte a Lisboa pela margem esquerda ou pela margem direita, “com flexibilidade para se adaptar à decisão sobre a localização do novo aeroporto”, seja no Montijo, em Alcochete ou até em Santarém.

Sobre os comboios de mercadorias, o PFN prevê a criação de novos corredores ferroviários pela Linha de Trás-os-Montes e pela Linha do Algarve, a partir de Tunes. Fica ainda em aberto a hipótese de um corredor piloto entre Sines e Elvas para permitir a circulação de comboios com 1,5 quilómetros de comprimento, criando desafios ao nível do tempo de carga do material para os vagões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maria Luís Albuquerque nomeada para a subsidiária europeia do Morgan Stanley

  • ECO
  • 17 Novembro 2022

Antiga ministra das Finanças anunciou no LinkedIn que começou um novo cargo como membro do Conselho de Supervisão e Comissões de Auditoria, Risco e Nomeações do banco Morgan Stanley Europe.

Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças do Governo de Passos Coelho, anunciou no LinkedIn que iniciou um novo cargo como membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia do gigante financeiro americano Morgan Stanley.

A economista e atual membro do conselho nacional do PSD iniciou funções em setembro, de acordo com o que indica no seu perfil naquela rede social.

Em concreto, Maria Luís Albuquerque integra o Conselho de Supervisão (equivalente à administração executiva) das instituições Morgan Stanley Europe Holding SE – MSEHSE, Morgan Stanley Europe SE – MSESE e do Morgan Stanley Bank AG – MSBAG, as três com sede em Frankfurt.

Ao mesmo tempo, a portuguesa passou a integrar as comissões de auditoria, risco e nomeações daquelas três sociedades.

Segundo o perfil no LinkedIn, Maria Luís Albuquerque exerce ainda funções na Universidade Lusíada de Lisboa (comissão de aconselhamento estratégico da direção), no Indeg-ISCTE (conselho consultivo) e na sociedade de private equity Horizon (equipa operacional).

Em 2021, a antiga ministra deixou o grupo Arrow – que em Portugal detém a Whitestar, sociedade que gere malparado e ativos imobiliários – para regressar à Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), de onde tinha saído em 2011.

(Notícia atualizada às 17h26)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Impacto da greve da função pública começa a sentir-se esta noite

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

A Frente Comum de Sindicatos indica que o impacto da greve vai começar a sentir-se esta quinta à noite em áreas “como a recolha de resíduos sólidos e nos hospitais”.

Os efeitos da greve nacional da administração pública marcada para sexta-feira começam a sentir-se já esta noite na recolha do lixo e nos hospitais, antecipa a Frente Comum de Sindicatos, que convocou a paralisação.

A greve foi convocada para dia 18, a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê aumentos salariais de um mínimo de cerca de 52 euros ou de 2% para a administração pública no próximo ano.

Segundo disse à Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, os efeitos da greve vão começar a sentir-se ao final do dia de hoje em áreas “como a recolha de resíduos sólidos e nos hospitais”, uma vez que a greve começa no início dos turnos destes trabalhadores.

Na sexta-feira, a paralisação vai afetar serviços da educação, saúde, finanças, segurança social e autarquias, mas também áreas com menor visibilidade por não terem atendimento ao público, como “centros de processamento, serviços centrais ou o centro nacional de pensões, disse o sindicalista.

Vai haver com certeza escolas encerradas em todo o país e perturbações nas consultas nos hospitais” na sexta-feira, afirmou Sebastião Santana, realçando que os pré-avisos de greve são entregues com 10 dias da antecedência para garantir em determinados serviços um menor impacto para a população.

A Frente Comum espera “uma grande adesão” à greve perante o “descontentamento” face às negociações com o Governo sobre os aumentos salariais para 2023. “O Governo entrou nas negociações com um aumento de massa salarial em 5,1% e um aumento médio das remunerações de 3,6% e anda dois meses a dizer que negoceia para acabar com os mesmos montantes com que começou, portanto, não resolve problema nenhum”, acusou o líder sindical.

Sebastião Santana disse que praticamente todas as 30 estruturas da Frente Comum entregaram pré-avisos de greve para sexta-feira, realçando no entanto que “todos os trabalhadores da administração pública, sindicalizados ou não, podem aderir” ao protesto.

Entre as estruturas da Frente Comum que emitiram pré-avisos de greve estão a Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Administrador de insolvência da FTX arrasa gestão de Sam Bankman-Fried

John J. Ray III, designado administrador de insolvência da FTX, e que geriu a insolvência da Enron em 2001, diz que nunca viu uma falha tão grande de governação como a que encontrou na corretora.

O homem designado para administrar a insolvência da FTX, conhecido por também ter comandado o processo de insolvência da Enron, diz que nunca se deparou com “uma falha tão grande” de governação como a que viu na corretora de criptomoedas falida este mês.

Num documento submetido ao abrigo da insolvência da FTX, John J. Ray III alega que a situação que encontrou na FTX é ainda pior do que a da Enron. A Enron era uma empresa de energia norte-americana que colapsou em 2001 num escândalo de fraude contabilística, cujo processo também foi comandado por este administrador.

“Desde a integridade de sistemas comprometida à supervisão regulatória deficiente no exterior, à concentração e controlo nas mãos de um grupo muito pequeno de indivíduos inexperientes, não sofisticados e potencialmente comprometidos, a situação não tem precedentes”, escreveu o responsável, citado pelo The New York Times.

John J. Ray III vai ainda mais longe e fala em “práticas de gestão inaceitáveis” e “falta de governação independente” entre a FTX e a Alameda, esta última detida por Sam Bankman-Fried, que também geria a corretora. “O Grupo FTX não mantinha livros e registos apropriados, ou controlos de segurança, em respeito aos seus ativos digitais”, afirma o administrador de insolvência.

Na semana passada, a FTX declarou falência depois de a perda de confiança dos clientes ter provocado uma corrida aos levantamentos e atirado a empresa para a insolvência. O caso afundou o mercado das criptomoedas, com a bitcoin a regressar a preços que não eram vistos desde 2020. A gestão de Sam Bankman-Fried está agora a ser passada a pente fino pelas autoridades.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD decide “nos próximos dias” se avança para inquérito potestativo ao caso Isabel dos Santos

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

“Não iremos conversar com o Chega sobre isso, iremos tomar uma posição nossa”, disse Joaquim Miranda Sarmento.

O líder parlamentar do PSD afirmou esta quinta-feira que o partido decidirá “nos próximos dias” se avança sozinho para uma comissão parlamentar de inquérito ao caso Isabel dos Santos, e assegurou que os sociais-democratas não irão conversar com o Chega.

À margem da Assembleia Política do Partido Popular Europeu (PPE), Joaquim Miranda Sarmento foi questionado se o PSD avançará para uma comissão parlamentar de inquérito sobre as declarações do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que acusou o primeiro-ministro de intromissão política no afastamento da empresária angolana Isabel dos Santos do BIC, com António Costa a anunciar que irá processá-lo por declarações falsas e ofensivas.

“Nós sobre isso tomaremos uma posição a breve trecho”, afirmou o líder parlamentar do PSD. Questionado se o PSD já conversou com o Chega, partido que já anunciou que irá avançar para essa iniciativa, Miranda Sarmento respondeu negativamente.

Não iremos conversar com o Chega sobre isso, iremos tomar uma posição nossa”, afirmou, recordando que PSD e PS são os únicos partidos que dispõem de deputados suficientes para avançar para um pedido de inquérito potestativo (obrigatório), ou seja, pelo menos 46 parlamentares (um quinto). Instado a clarificar quando irá ser tomada essa posição, o líder parlamentar do PSD respondeu: “A breve trecho, no decorrer dos próximos dias”.

Na terça-feira, o presidente do Chega anunciou que vai propor a realização de um inquérito parlamentar às “relações obscuras” entre o primeiro-ministro, António Costa, e a famílias do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos.

“Quer o PSD venha connosco, quer o PSD não venha connosco, o Chega não vai desistir que seja investigado até às ultimas consequências aquilo que aconteceu nas relações obscuras entre António Costa e a família dos Santos. Quero anunciar que vamos propor uma comissão de inquérito parlamentar a esta relação entre António Costa e a família dos Santos neste episódio do Banco de Portugal”, afirmou André Ventura, na Assembleia da República.

No entanto, esta proposta do Chega, que tem apenas 12 deputados, teria de ser aprovada por maioria para avançar.

Na terça-feira, na apresentação do livro “O Governador”, da autoria do jornalista do Observador Luís Rosa, Carlos Costa acusou o primeiro-ministro de intromissão política sobre o Banco de Portugal, instituição que liderou entre 2010 e 2020.

Carlos Costa referiu que António Costa o “contactou por chamada” para o telemóvel no dia 12 de abril de 2016 à tarde, depois de uma reunião que o antigo governador teve com a empresária angolana Isabel dos Santos, com o seu sócio Fernando Telles, enquanto acionistas do BIC, e com o diretor do departamento de supervisão do banco central Carlos Albuquerque.

“Um telefonema em que me comunicou que não se pode tratar mal a filha do presidente de um país amigo de Portugal”, disse. Segundo o livro “o Governador”, esta frase de António Costa seria um pedido para que o Banco de Portugal não afastasse Isabel dos Santos da administração do BIC.

Na apresentação do livro, Carlos Costa acrescentou que, esta semana, “no mesmo dia em que anunciava um processo judicial” recebeu uma mensagem do primeiro-ministro. “Enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para me transmitir a inoportunidade do afastamento da engenheira Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar a tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, disse o antecessor de Mário Centeno, na sua intervenção.

O primeiro-ministro, António Costa, tem acusado Carlos Costa, por várias vezes, de fazer afirmações “falsas e ofensivas” e já anunciou que irá processar o ex-governador do Banco de Portugal por ofensa à sua honra.

Na quarta-feira, o Presidente da República não comentou diretamente as trocas de palavras entre Carlos Costa e António Costa, mas considerou que as autoridades portuguesas atuaram em nome do “interesse nacional” quando o Governo avançou com um diploma de desblindagem dos estatutos do BPI (que levou à saída de Isabel dos Santos), depois promulgado por si.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, desafiou no passado fim de semana o primeiro-ministro a dar esclarecimentos, mas, no final da apresentação do livro, na qual esteve presente, juntamente com muitas figuras do PSD, escusou-se a prestar mais declarações à comunicação social.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Próxima Geração volta a formar os próximos cidadãos políticos. Candidaturas abertas

Entre 27 de janeiro e 30 de abril de 2023, os participantes deste programa terão oportunidade de adquirir competências de liderança, comunicação política, ética e conhecimentos da estrutura do poder.

O programa intensivo de 12 semanas da Próxima Geração, que desafia jovens dos 16 aos 30 anos a aprender como responder às necessidades dos cidadãos e encontrar soluções para os desafios atuais da sociedade, está de volta. As candidaturas para a segunda edição do programa estão abertas até 28 de novembro, aqui.

“É muito importante que exista na política e na sociedade civil transparência, debate de ideias e pensamento crítico. A governação democrática de um país não se faz sozinha, é necessária uma engrenagem que complemente vários ideais e um grande equilíbrio para que tudo funcione correta e naturalmente. É a pensar nisto que, depois de uma primeira edição muito bem-sucedida, seguimos agora para a segunda edição da Academia Próxima Geração, com o objetivo de preparar os participantes para o dia a dia de um cidadão ativo, consciente e com um pensamento crítico”, afirma Ricardo Marvão, diretor executivo da Próxima Geração – Apolitical Academy.

“O nosso programa irá fornecer a este novo grupo de participantes as ferramentas necessárias e mostrar-lhes como podem ser usadas para poderem contribuir positivamente para a prosperidade da democracia e para o bem-estar da sociedade”, acrescenta, em comunicado.

Entre 27 de janeiro e 30 de abril de 2023, através de diferentes ferramentas e módulos de educação não-formais, os participantes deste programa terão oportunidade de adquirir competências de liderança, comunicação política, ética e conhecimentos da estrutura do poder local, governo central e instituições europeias e mundiais.

Numa vertente prática, os alunos serão colocados perante vários desafios, incluindo atividades como a criação de políticas públicas, a escrita de um manifesto, a organização de uma campanha de angariação de fundos por uma causa, entre outros. Uma vertente de reflexão levará também os participantes a colaborar e discutir temáticas atuais (globais e locais), sempre com um especial foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU para implementação da Agenda 2030.

As candidaturas para a segunda edição da Academia Próxima Geração estão abertas para todos os cidadãos entre os 16 e 30 anos, de diferentes realidades socioeconómicas, regiões do país e com diferentes ideologias. Esta edição conta ainda com o apoio do IPDJ – Instituto Português da Juventude, Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, das Câmaras Municipais parceiras e de donativos pessoais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo promulga novas regras da banca, mas critica Governo e Parlamento (com maioria PS)

Marcelo Rebelo de Sousa aprovou 2 novos diplomas para a banca, para superar "indesejável compasso de espera" num processo em que Portugal era o único país em falta. Mas critica Governo e Parlamento,

O Presidente da República promulgou dois novos diplomas sobre o setor financeiro que transpõem para a lei portuguesa duas diretivas europeias, mas lançou críticas ao Governo e Parlamento (de maioria PS). Marcelo Rebelo de Sousa diz que apenas deu luz verde aos diplomas para “ultrapassar um indesejável compasso de espera” num processo em que Portugal era o único país em falha e já levava quase dois anos de atraso.

Marcelo Rebelo de Sousa lamenta que não se tenha “aproveitado” a transposição das duas diretivas para se proceder com “uma revisão integral e codificadora do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras e legislação conexa, de leitura particularmente complexa”, segundo adianta na nota publicada esta quinta-feira no site da Presidência.

Isto era algo que o Banco de Portugal pretendia quando avançou com o anteprojeto do Código da Atividade Bancária – que substituiria o histórico Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), de 1993, criando e condensando as novas e velhas regras para a banca num manual mais simples – no final de 2020, mas que continua na gaveta à espera do Ministério das Finanças.

Por outro lado, o Presidente da República faz questão de sublinhar que o resultado final da transposição das duas diretivas se afastou “em alguns aspetos de forma muito significativa” daquilo que era a opinião das autoridades ouvidas no processo, como os reguladores financeiros.

Nota Marcelo que as “opções subjacentes se distanciam, em alguns aspetos significativos, dos pareceres emitidos no âmbito do processo legislativo”.

Um dos “aspetos” que mais distanciou as partes que intervieram neste processo teve a ver com os limites ao investimento por pequenos investidores em produtos financeiros complexos como são os instrumentos de MREL. O Banco de Portugal pretendeu uma abordagem mais conservadora do que aquela que acabou por singrar, que foi a proposta do PS: o investimento não ultrapassar 10% do total da carteira de instrumentos financeiros que seja inferior a 500 mil euros. Apenas os socialistas (em maioria) votaram a favor, sendo que Chega, Iniciativa Liberal, PAN e Livre abstiveram, e os outros partidos votaram contra.

Apesar dos reparos, Marcelo Rebelo de Sousa diz que teve de promulgar os dois diplomas “atendendo à necessidade de ultrapassar um indesejável compasso de espera”. Portugal era o único país que ainda não tinha transposto para a legislação nacional as regras europeias, levando já quase dois anos de atraso em relação ao prazo limite.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp alerta para “dívida muito significativa” de Estado moçambicano

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Ao não haver atualizações de preço nos postos de abastecimento, muito abaixo do valor de compra, acumula-se uma "dívida muito significativa" do Estado junto dos distribuidores, como a Galp.

O presidente da Galp Moçambique, Paulo Varela disse esta quinta-feira esperar resultados do diálogo do setor com o Governo para sanar a dívida quase insustentável aos distribuidores de combustíveis no país. Em causa está o facto de não haver atualizações de preço nos postos de abastecimento, que estão muito abaixo do valor de compra, acumulando-se uma “dívida muito significativa” do Estado junto dos distribuidores, como a Galp, referiu.

“É um tema da indústria, não de uma empresa em particular e a Associação das Empresas Petrolíferas (Amepetrol) tem tido um diálogo próximo com o Governo no sentido de se encontrar uma solução”, referiu Paulo Varela, num encontro com jornalistas a propósito dos 65 anos da Galp em Moçambique. “De facto, as empresas continuam a suportar esse custo que está a atingir valores muito significativos”, numa situação que “não é sustentável durante muito mais tempo”, afirmou.

Para Varela, “é um tema em que, com diálogo e colaboração entre todas as partes, se vai encontrar uma solução”, remetendo para a associação detalhes sobre os valores em causa. “No fim do dia, o custo terá de ser pago de alguma forma“, referiu, ou os consumidores suportam uma atualização de preços ou o Estado subsidia os distribuidores ou há outra forma, dependendo de uma “decisão de política económica” em que cada Governo “é soberano”.

Apesar de haver “esforços do Governo” para controlar o preço de venda ao público, através do corte de carga tributária, “o problema de Moçambique e de muitos outros países é o elevado custo internacional” dos combustíveis, que no país são totalmente importados. Os preços têm-se mantido elevados, apesar de alguma baixa “em agosto e setembro”, ou seja, “a pressão mantém-se”, referiu.

Em conjugação com o Ministério da Energia moçambicano, trabalha-se em busca de “um mecanismo que permita haver continuidade do fornecimento e não haver situações como no Maláui, em que há uma escassez enorme de combustíveis, decorrente de fatores de perturbação de abastecimento”, disse.

Moçambique, felizmente, tem tido um abastecimento estável, totalmente à custa das empresas distribuidoras que estão a suportar essa diferença”, concluiu. A Amepetrol tem alertado desde o início do ano que as dívidas do Estado às gasolineiras podem paralisar a distribuição. No total, segundo informação avançada em abril pela Amepetrol, o Governo moçambicano devia na altura às gasolineiras acima de 110 milhões de dólares (106 milhões de euros).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tecnologia ao serviço da internacionalização empresarial

  • BRANDS' ECO
  • 17 Novembro 2022

A AEP, através do projeto Next Challenge Asia, vai apoiar as PME portuguesas que pretendam traçar uma estratégia de internacionalização com o Japão, a Coreia do Sul e a China.

O Next Challenge Asia é um projeto promovido pela AEP e cofinanciado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia, que visa apoiar as PME portuguesas a diversificarem os seus mercados de exportação em três países com potencial económico – o Japão, a Coreia do Sul e a China.

Para atingir os objetivos, a AEP delineou uma série de atividades de capacitação das PME portuguesas e de promoção dos produtos portugueses nos mercados em destaque para o projeto.

Dentro das atividades propostas inclui-se o lançamento de três ferramentas digitais de utilização totalmente gratuita, que permitem aos empresários diagnosticar o interesse dos mercados, avaliar o grau de preparação da empresa para iniciar a internacionalização e delinear uma estratégia para fazê-lo com sucesso.

A Business Intelligence é a primeira dessas ferramentas e dedica-se à caracterização dos três mercados, de forma a permitir às empresas comparar e identificar oportunidades e características chaves de cada um, a fim de auxiliar na tomada de decisão.

Através da Business Knowledge, segunda ferramenta do projeto, é possível diagnosticar o nível de preparação atual (no que diz respeito aos fatores críticos de sucesso) para a iniciação de um processo de internacionalização nos mercados asiáticos alvo. Os utilizadores precisam apenas de responder a um inquérito sobre seis tópicos essenciais – conhecimento, capital humano, capital relacional, capacidade financeira, reputação e visão internacional.

A terceira ferramenta disponível no projeto é a Business Strategy e dedica-se à preparação do plano estratégico individual de abordagem aos mercados através de um questionário que avalia aspetos essenciais da envolvente interna e externa da empresa e do estabelecimento de objetivos a curto e médio prazo. Daqui, resulta uma estratégia de definição de segmentos de mercado, posicionamento e marketing-mix.

As três ferramentas digitais – Business Intelligence, Business Knowledge, Business Strategy

Estas ferramentas podem ser utilizadas em separado ou em conjunto, sendo que a utilização das três assegura uma tomada de decisão mais eficiente e completa.

Como complemento, e de forma a reforçar o objetivo de munir as PME de informação relevante para todo este processo, o projeto disponibiliza ainda de forma gratuita Guias Digitais com informação relevante sobre os países, tais como a cultura empresarial, oportunidades e constrangimentos de acesso aos mercados ou apoios e incentivos de que as empresas podem beneficiar.

O projeto Next Challenge Asia destina-se a micro e PMEs portuguesas das fileiras Agroalimentar, Casa, Materiais de Construção e Infraestruturas (Água e Energia), no entanto as ferramentas são de utilização gratuita e podem ser acedidas por todos os empresários, independentemente da fileira que representam. Pode encontrar os conteúdos aqui.

Portugal Premium Experience: Os produtos portugueses em destaque

No âmbito do projeto está prevista a realização de quatro ações de promoção dos produtos portugueses – uma em cada um dos três mercados-alvo e outra delas já realizada em Portugal, em outubro deste ano, no Portugal Premium Experience.

O Portugal Premium Experience trouxe a Portugal cerca de 30 potenciais parceiros de negócio japoneses, sul-coreanos e chineses, para um programa de três dias, onde puderam contactar com empresários portugueses, visitar fábricas e empresas, participar em palestras, workshops setoriais e sessões de networking.

Portugal Premium Experience

Para 2023 estão previstas ações de promoção do Portugal Premium Experience em Tóquio, Seul e Pequim, em datas a anunciar brevemente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Corticeira Amorim junta 150 colaboradores para plantar 3.000 sobreiros

Desde 2011 que os colaboradores do grupo de transformação de cortiça colaboram nesta atividade, tendo já contribuído para a plantação de 24.500 árvores em Portugal.

Uma centena e meia de voluntários da Corticeira Amorim vai juntar-se já no próximo sábado, 19 de novembro, a partir das 10h, na Quinta Grande, em Coruche, para a plantação de 3.000 sobreiros. A iniciativa, em parceria com a Quercus, surge no âmbito do “Green Cork”, e integra-se nas comemorações do centésimo aniversário da Amorim Cork, unidade de rolhas da Corticeira Amorim. Desde 2011 que os colaboradores do grupo de transformação de cortiça já contribuíram para a plantação de 24.500 árvores em Portugal.

“Os montados de sobro (florestas de sobreiros) regulam ciclos hidrológicos, protegem contra a erosão dos solos, fomentam uma biodiversidade de relevância, diminuem o risco de desertificação e são barreiras contra incêndios, importantes sumidouros naturais de CO2 e motores de desenvolvimento social, ambiental e económico”, explica a Corticeira, em comunicado.

E detalha: “Social porque asseguram trabalho em toda a sua cadeia de valor, nomeadamente nas áreas rurais, fixando as populações; ambiental visto que o montado, parte integrante de um dos 36 hotspots mundiais de biodiversidade, fornece valiosos serviços dos ecossistemas; e económico tendo presente o contributo para a criação sustentada de valor em toda a fileira.”

A empresa fomenta também vários programas de recolha e reciclagem de rolhas de cortiça e adota os princípios basilares da economia circular ao utilizar todos os subprodutos de transformação da cortiça. “O desígnio é alavancar a consciência ecológica da sociedade contemporânea, estimular uma economia de baixas emissões de carbono e favorecer a redução dos impactos ambientais”, refere.

Lançado pela Quercus em 2008, o projeto Green Cork apresenta-se como o primeiro programa estruturado de recolha seletiva visando a reciclagem de rolhas de cortiça, contando com o apoio da Corticeira Amorim desde o arranque.

Em 2019, numa ação concertada com a associação ambientalista e a Missão Continente, o Green Cork distribuiu 500 000 «Rolhinhas» (depósitos para recolha de rolhas de cortiça) entregues pelas lojas Continente ao público para incentivar a reciclagem de rolhas, contribuindo para a reflorestação das florestas portuguesas através do Floresta Comum (projeto de rearborização do Green Cork).

Até à data, a iniciativa recolheu mais de 100 milhões de rolhas, tendo permitido, ao mesmo tempo, a plantação de mais de 1,3 milhões de árvores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economia reage ao Tribunal de Contas: “Valores orçamentados para as medidas devem ser tomados como uma estimativa”

"Governo teve a capacidade, flexibilidade e humildade de adaptar as medidas inicialmente pensadas, reforçando-as orçamentalmente, sempre que necessário e possível", diz o Ministério da Economia.

O Tribunal de Contas denunciou esta quinta-feira que dois terços da ajuda prometida pelo Governo na pandemia ficaram pelo caminho, depois de analisar a eficácia das 24 medidas identificadas pelo Ministério da Economia, então gerido por Pedro Siza Vieira para o efeito. As conclusões da entidade liderada por José Tavares são explicadas pela Horta Seca com a incerteza do momento que se vivia e a necessidade de tomar “decisões de imediato”.

“O Governo teve a capacidade, flexibilidade e humildade de adaptar as medidas inicialmente pensadas, reforçando-as orçamentalmente, sempre que necessário e possível, e reconfigurando-as sempre que tal se revelou adequado a bem da economia portuguesa”, recorda o Ministério da Economia, em comunicado enviado às redações.

Sem desmentir as conclusões do tribunal, o Ministério defende que “os valores orçamentados para as medidas devem ser tomados como uma estimativa, muitas vezes desenvolvida sem o desejável conhecimento sobre as diferentes variáveis, apenas estimáveis com prazos que impediriam a tomada de decisão que se impunha”.

Notando que a recessão de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, em 2020 foi “mais acentuada do que na média dos países da área do euro (6,6%) e mais expressiva do que a prevista no Orçamento Suplementar (6,9%) em junho de 2020”, o Tribunal de Contas nota que, contudo, só foi “gasto com as medidas de reação à pandemia menos de 10% (98 milhões de euros) da despesa orçamental do Programa Orçamental Economia (1.006 milhões de euros)”.

No relatório, a instituição considera ainda que “a informação prestada sobre as medidas extraordinárias não foi completa, nem suficiente, não tendo promovido a responsabilização, a transparência e o escrutínio públicos quanto à eficácia dessas medidas em atingir os seus objetivos e assegurar a recuperação do impacto adverso da pandemia na economia”.

Pedro Siza Vieira, na altura ministro da Economia, recusou comentar o relatório. Questionado pelos jornalistas esta quinta-feira, à margem do 33.º Congresso da Hotelaria e Turismo, em Fátima, disse que “o relatório não é sobre o [antigo] ministro”. “O ministério se quiser que responda”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 14h48 com declarações de Pedro Siza Vieira)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado tem 50 milhões para comprar e depois alugar imóveis de empresas do turismo e indústria

Objetivo é "disponibilizar liquidez que permita o investimento por parte das empresas, sobretudo, na adaptação, requalificação e modernização dos imóveis".

O Governo vai lançar esta quinta-feira um novo programa para a reabilitação de imóveis, com uma dotação de 50 milhões de euros, destinado às empresas do turismo e da indústria, anunciou o ministro da Economia. Chama-se “Call 50 | Turismo e Indústria”.

A ideia é que o Governo, através dos fundos de investimento imobiliário geridos pela Turismo Fundos, possam adquirir os imóveis de empresas do turismo e da indústria e, subsequente, os arrendem às empresas em questão com contratos de longo prazo. De acordo com os detalhes do programa, está ainda prevista a opção de recompra por parte das empresas.

O objetivo é “disponibilizar liquidez que permita o investimento por parte das empresas, sobretudo, na adaptação, requalificação e modernização dos imóveis afetos à atividade turística ou industrial”, lê-se.

Assim, o programa destina-se, essencialmente, a empresas que sejam proprietárias de imóveis afetos à atividade turística ou industrial. Complementarmente, são também elegíveis, em operações de sale, invest and lease, as empresas que, não sendo proprietárias de imóveis afetos à atividade turística, se proponham investir na sua requalificação e no seu subsequente arrendamento.

E ainda as empresas que, não sendo proprietárias de imóveis não afetos à atividade turística, e que se situem em territórios de baixa densidade, se proponham investir na sua reconversão para utilização turística e no seu subsequente, refere o Ministério da Economia, em comunicado enviado esta quinta-feira.

O montante máximo por operação é de seis milhões de euros e o preço de aquisição corresponderá, no máximo, a 85% da média do valor das avaliações imobiliárias. O valor da renda resulta da aplicação de uma taxa fixa de 4% sobre o valor de aquisição. Nos territórios de baixa densidade, a taxa pode ser reduzida até aos 2,5 % (taxa fixa).

As empresas interessadas deverão submeter as suas propostas através de um formulário, disponível aqui.

(Notícia atualizada às 14h55 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.