Lloyd’s: “estamos animados e confiantes de que as oportunidades podem ser aproveitadas”

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2022

A Lloyd's abordou o mercado nesta quarta-feira, com tópicos essenciais como os planos de supervisão para 2023.

Liderada pelo Chefe de Mercados Patrick Tiernan, a sessão de comunicação trimestral da Lloyd’s incluiu o diretor de supervisão do mercado Peter Montanaro e a atuária principal Emma Stewart. Foram abordados os impactos essenciais para 2023, o tema as representações de capital e o que é esperado dos consórcios Lloyd’s.

Patrick Tiernan, Chefe de Mercados e Membro nomeado do Conselho da Lloyd’s partilhou: “estamos animados e confiantes de que as oportunidades podem ser aproveitadas, de que os riscos negativos podem ser geridos, e confiantes de que qualquer contágio negativo é algo que os sindicatos devem abordar, de modo a não atrasar o mercado da Lloyd’s como um todo”.

O diretor de supervisão do mercado delineou os temas-chave que conduzirão à supervisão dos mercados no próximo ano – incluindo questões de resseguros, resiliência operacional e cibernética, foco nos clientes e crimes regulamentares e financeiros. Outros fatores, como a incerteza económica, as alterações climáticas, a cultura e os parâmetros ESG (ambiental, social, e governação) também foram analisados.

Na mensagem do quarto trimestre, Peter Montanaro mencionou as alterações à supervisão das autoridades delegadas, bem como as áreas de foco para 2023, tais como a melhoria do desempenho dos sinistros na Lloyd’s.

Durante a sessão, Patrick Tiernan declarou: “As últimas semanas demonstraram um nível de deslocação nos mercados de seguros e resseguros patrimoniais e especializados que está para além do que seria razoável prever quando nos foram apresentados os planos, em setembro”.

O líder continuou: “gostaria de salientar que estamos animados e confiantes de que as oportunidades podem ser aproveitadas, de que os riscos negativos podem ser geridos, e confiantes de que qualquer contágio negativo é algo que os sindicatos devem abordar, de modo a não atrasar o mercado da Lloyd’s como um todo”.

O chefe dos mercados da Lloyd’s disse: “isto vai exigir que elevemos a estratégia durante as próximas semanas e meses. A nossa tarefa continua a avaliar o risco potencial – e não comprometermo-nos com ele – velocidade, determinação, e uma atitude orientada para a solução é o que se pode esperar de nós”.

As principais conclusões da mensagem trimestral incluem o volume bruto anual previsto de 56 mil milhões de libras para 2023 e as alterações materiais esperadas para as classes de especialidade de propriedade e de guerra.

“O desempenho do mercado Lloyd’s mostrou-se resistente este ano, face a uma pressão externa significativa”, afirmou Tiernan. “O Lloyd’s está financeira e operacionalmente preparado para apoiar consórcios devidamente capitalizados e com um historial de subscrições lucrativas”.

 

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IA: Seguradoras rejeitam inclusão em lista de alto risco

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2022

A Insurance Europe critica a inclusão do setor segurador na lista de alto risco de Inteligência Artificial da UE. Citam duplicação de parâmetros e bloqueio à inovação.

O Conselho da UE incluiu o setor segurador numa lista de casos de utilização de alto risco na sua abordagem geral da Lei de Inteligência Artificial (IA), adotada na passada terça-feira.

“Deveria ter sido realizada uma avaliação de impacto para avaliar se o quadro regulamentar e de supervisão existente já aborda adequadamente os riscos potenciais decorrentes da utilização de AI nos seguros”, afirmou William Vidonja, chefe de conduta e de negócios da Insurance Europe.

William Vidonja, chefe de conduta e de negócios da Insurance Europe, afirmou: “As seguradoras europeias desejam expressar o seu desapontamento com a decisão do Conselho. Com exceção de um caso de utilização restrita, relacionado com componentes de segurança em infraestruturas digitais, o seguro é o único setor incluído pelo Conselho na lista de alto risco do Anexo III sem que tenha sido efetuada qualquer análise ou avaliação de impacto adequada. Esta decisão vai contra os objetivos da agenda “Legislar Melhor” da UE e não promove a elaboração de políticas comunitárias baseadas em provas”.

O líder apontou: “as seguradoras já estão a utilizar a IA para melhorar o serviço ao cliente, aumentar a eficiência, fornecer uma maior perceção das necessidades do cliente e melhorar a deteção de fraudes. Estão também sujeitos a um forte quadro regulamentar da UE em termos de regras prudenciais e de conduta de negócios. Isto é complementado por quadros nacionais e requisitos legais da UE numa vasta gama de diferentes áreas, tais como os direitos fundamentais e a proteção de dados. Além disso, estão sujeitos a uma supervisão rigorosa por parte das autoridades de supervisão”, acrescentou ele.

Vidonja concluiu: “Deveria ter sido realizada uma avaliação de impacto para avaliar se o quadro regulamentar e de supervisão existente já aborda adequadamente os riscos potenciais decorrentes da utilização de AI nos seguros. Isto teria evitado inconsistências e duplicação de regras que só dificultam a inovação, sem trazer qualquer benefício para os consumidores”.

 

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Moçambique integra seguro catástrofe com paramétricos ARC

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2022

Moçambique recorre a soluções de (re)seguros catástrofe para se proteger de ameaças e impactos da seca, inundações e ciclones tropicais. A ARC, o Banco Mundial e outras apoiam o governo do país.

Moçambique anunciou colaboração com o fornecedor de seguros paramétricos especializados em desenvolvimento, African Risk Capacity (ARC), e com outras organizações, como o Banco Mundial, no desenvolvimento de estruturas de proteção adequadas e financiamento de prémios.

O Secretário-Geral Adjunto e Diretor-Geral da ARC das Nações Unidas, Mohamed Beavogui, explicou que o objetivo da ARC é trabalhar com o Governo de Moçambique para compreender o perfil de risco de cada um dos vários perigos que o país enfrenta, e desenvolver planos de resposta personalizados, que, provavelmente, incluirão acordos de seguros.

A ARC e o Governo de Moçambique assinaram um Memorando de Entendimento (MdE) com o objetivo de fornecer soluções a médio e longo prazo que respondam aos perigos que Moçambique enfrenta, passando pelo recurso a seguros paramétricos.

A ARC disse que o MdE em questão fornece, “um quadro para facilitar a cooperação e colaboração entre a Agência ARC e o Governo, e definir os termos e condições sob os quais o Governo e a Agência ARC trabalharão, em conjunto, para abordar o impacto de eventos climáticos extremos em Moçambique”. Isto inclui o apoio fornecido pela Agência ARC para Moçambique, a formação de funcionários do Governo e outros esforços de apoio.

Este país africano é particularmente vulnerável às alterações climáticas, ao clima extremo e aos desastres naturais, uma vez que a sua linha costeira está exposta a ciclones tropicais. Também secas severas, bem como cheias de rios e tempestades costeiras, são uma ameaça.

Com 2.470 km de costa, a exposição de Moçambique a eventos naturais cria uma fragilidade socioeconómica e põe em risco as suas infraestruturas, agricultura costeira, ecossistemas chave e pescas.

O Secretário-Geral Adjunto e Diretor-Geral da ARC das Nações Unidas, Mohamed Beavogui, explicou que o objetivo da ARC é trabalhar com o Governo de Moçambique para compreender o seu perfil de risco para cada um dos vários perigos que o país enfrenta e desenvolver planos de resposta personalizados, que provavelmente incluirão acordos de seguros.

“A ARC é um Mecanismo de Seguro de Desenvolvimento que liga a definição do perfil de risco, planos de contingência e financiamento. Embora o seguro nunca cubra todos os riscos associados ao perigo, em cada país, a abordagem ARC permite que os riscos sejam geridos de uma forma que multiplica os benefícios dos recursos limitados disponíveis para o Governo. Portanto, ajudando a salvar mais vidas e meios de subsistência na fase inicial de uma catástrofe, antes da chegada de assistência humanitária”, explicou Mohamed Beavogui.

“O Governo de Moçambique aprecia a colaboração formal com a ARC”, comentou Adriano Afonso Maleiane, Ministro da Economia e Finanças de Moçambique. “Esperamos que o MdE inicie um arranque bem coordenado de atividades, no sentido de reforçar as capacidades dos nossos funcionários da autoridade de gestão climática, bem como de outro pessoal, para compreender o nosso perfil de risco e dar respostas mais rápidas em caso de desastres naturais”.

Ao abrigo do MdE, o Governo de Moçambique e a ARC prepararam-se para a potencial participação do país como membro da ARC Ltd., permitindo-lhe assim beneficiar da cobertura de seguros paramétricos que a ARC proporciona.

O envolvimento no MdE não compromete o Governo a utilizar seguros, mas destina-se a informá-lo das opções disponíveis e da decisão de participar na ARC Ltd.

A ARC está também a trabalhar em conjunto com o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial na conceção de apoio ao financiamento de prémios para ajudar Moçambique a aceder à cobertura de seguro de risco soberano de desastres.

Moçambique foi atingido pelo ciclone Idai e Kenneth nas últimas semanas, tendo ambos causado impactos significativos às comunidades do país. A catástrofe resultou em milhares de milhões de dólares de danos a infraestruturas, indústria e comunidades costeiras. Em particular, os ciclones das últimas semanas demonstraram a necessidade de seguros que possam cobrir as necessidades rapidamente, uma vez que o financiamento imediato proporciona ajuda vital.

A ARC fornece seguros paramétricos contra catástrofes, bem como planos de resiliência e contingência, alavancando a eficiência dos mercados de resseguro para reunir o risco das nações africanas e transferir a exposição para agentes de resseguro e ILS.

Esta abordagem proporciona economias de escala para os utilizadores dos produtos, uma vez que o crescente pool de risco beneficia de preços e condições de resseguro mais acessíveis.

 

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Chubb nomeia novo chefe do setor Carga

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2022

A Chubb nomeou Alex O'Brien como Chefe de Carga da Chubb Global Markets (CGM), o negócio comercial e especializado do mercado londrino da empresa, que inclui a plataforma Lloyd's.

A Chubb nomeou Alex O’Brien como o seu novo Chefe do setor Carga do departamento comercial Chubb Global Markets (CGM).

Alex O’Brien, anteriormente subdirector de carga, juntou-se à equipa naval da CGM em 2015, como assistente de subscrição.

A companhia confirmou, em comunicado, que O’Brien será responsável por liderar o desenvolvimento e gestão da carteira CGM Cargo.

Ficará sedeado em Londres e reportará a David Kirk, Chefe do setor Naval da CGM. A nomeação é efetiva imediatamente.

David Kirk afirmou: “estou muito satisfeito por nomear Alex para este merecido papel. A capacidade da CGM de promover internamente é fundamental para manter a consistência e continuidade na nossa abordagem ao produto e mercado de Carga. O profundo conhecimento de Alex sobre o nosso negócio, corretores e clientes significa que ele estará bem colocado para liderar o crescimento contínuo da nossa capacidade de carga à medida que continuamos a expandir a nossa equipa e a capitalizar em novas oportunidades”.

O’Brien, anteriormente subdiretor do setor Carga, juntou-se à equipa marítima da CGM pela primeira vez em 2015, como assistente de subscrição. O seu perfil no LinkedIn afirma que deixou brevemente a firma em 2020, para passar 11 meses como subscritor com a Beazley, tendo regressado em maio de 2021.

Sucede a Kirk, que manteve as suas responsabilidades de Chefe de Produto de Carga numa base provisória, na sequência da sua promoção a Chefe do setor Naval em julho.

 

 

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Carla Castro quer IL como terceira força partidária

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

Candidata à liderança do partido, a deputada Carla Castro tem Paulo Carmona como candidato a vice-presidente.

Carla Castro, candidata à liderança da Iniciativa Liberal, quer levar o partido a terceira força política nacional e eleger nas eleições europeias. Carla Castro falava na apresentação da sua lista à comissão executiva da IL, afirmando contar com “a melhor equipa” para fazer crescer o partido e o liberalismo em Portugal, marcando a agenda política nacional.

Para a IL, proponho no partido o que defendemos no país: uma organização descentralizada, plural, com separação de poderes, e onde os membros possam de forma capacitada contribuir para este projeto, em suma, um partido liberal”, declarou.

Robustecer, unir e convocar as energias liberais para retomar o caminho, mostrar as alternativas porque há muito a fazer para tornar o país mais liberal, foram também palavras que dirigiu aos militantes e simpatizantes que compareceram no auditório do Parque de Feiras e Exposições de Aveiro.

“Precisamos estar unidos com muita força cá dentro para vencer lá fora”, disse, concluindo que “o liberalismo funciona e faz falta a Portugal, que precisa de criar riqueza, combater o desperdício, integrar franjas sociais menos representadas”.

Carla Castro defende que o partido se deve assumir como alternativa, “num país devastado pela geringonça e pela governação socialista”, com “um sistema de educação desigual, o caos na saúde, em que o elevador social está estagnado e em que o empresariado é diabolizado”.

O PS esconde os problemas debaixo do tapete”, acusou a aspirante a líder do Iniciativa Liberal, aludindo às “políticas fiscais asfixiadoras” e à “falta de perspetivas para os jovens, que emigram por necessidade”.

Sobre a equipa que propõe para a comissão executiva, Carla Castro disse não poder estar mais animada e confiante, porque “representa o partido que vai além das redes sociais, que vai para as ruas”. “Consegui reunir a melhor equipa”, concluiu, depois de apresentar um a um os membros que a compõem.

Da atual direção de João Cotrim Figueiredo, que Carla Castro integrou como vogal, apenas transita para a lista da candidata Paulo Carmona que, juntamente com Filomena Francisco ocuparão os cargos de vice-presidentes.

Pedro Silva Martins, Carina Crucho e Orlando Monteiro da Silva são alguns dos nomes que integram a lista para a comissão executiva, que terá como secretário-geral João Cascão e João Leitão como tesoureiro.

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Reino Unido volta à UE, Macron demite-se e ouro atinge os 3.000 dólares: as previsões loucas do Saxo para 2023

O fim do ano significa previsões para o ano seguinte. Como vai ser 2023? O Reino Unido volta à UE, Macron demite-se e cria uma start-up. Estas são as previsões loucas do Saxobank para o próximo ano.

Como vai ser o próximo ano? O mundo vai mudar-se para uma economia de guerra, com os países a fecharem-se cada vez mais em si próprios e revertendo o processo de globalização. A OPEP, China e Índia deixarão o FMI e criarão um novo ativo de reserva mundial. O Reino Unido vai realizar um referendo para desfazer o Brexit. E Macron não vai resistir à ascensão de Marie le Pen e vai renunciar à Presidência francesa. Estas são as dez previsões loucas do Saxobank para 2023.

Projeto Manhattan para criar a “bomba atómica” na energia

A pandemia e a guerra mudaram o paradigma da energia e aceleraram a procurar fontes renováveis, perante a escalada dos preços do petróleo e do gás natural.

Com a crescente procura por energias limpas, os donos das grandes empresas tecnológicas e outros bilionários com experiência na área da tecnologia decidem unir-se para responder ao desafio da transição energética. Criam o projeto Third Stone (Terceira Pedra) com o objetivo de arrecadar biliões de dólares para financiar o desenvolvimento de soluções energéticas.

“Será o maior projeto de um projeto de investigação e desenvolvimento desde que o Projeto Manhattan deu aos EUA a primeira bomba atómica”, arriscam os economistas do Saxobank.

Emmanuel Macron, Presidente francês.Christophe Morin/Bloomberg

Macron demite-se e abre start-up

O partido de Macron e aliados perderam a maioria absoluta no Parlamento nas eleições legislativas de 2022, criando um cenário de maior desafio para o Presidente francês.

Confrontado com a forte oposição da aliança de esquerda NUPES e do partido de extrema-direita de Marine Le Pen, o governo não tem outra opção senão aprovar o Orçamento de 2023 por decreto – acionando o artigo 49.3 da Constituição.

Perante as dificuldades do Governo, Macron pensa inicialmente em convocar novas legislativas, mas as sondagens não são favoráveis. Decide então renunciar ao cargo de Presidente no início de 2023. Num discurso televisivo, Macron anuncia que a sua retirada da política para realizar o seu sonho de abrir uma start-up.

Ouro dispara para 3.000 dólares

A inflação não dá tréguas, apesar do esforço dos bancos centrais em todo o mundo. E o cenário vai manter-se no próximo ano. Os mercados apercebem-se que a alta inflação vai ser mais duradoura do que se previa. O aperto monetário da Fed vai gerar volatilidade no mercado de obrigações.

Por outro lado, com a China a afastar-se da política Covid zero, há um novo impulso na procura de matérias-primas.

O cenário de economia de guerra vai dar um lugar de destaque ao ouro no próximo ano, que atingirá os 3.000 dólares por onça.

Exército da UE força caminho à união plena

A guerra na Ucrânia mudou a visão europeia em relação a segurança e defesa. Num “movimento dramático”, todos os membros da União Europeia se movem para estabelecer as Forças Armadas da UE antes de 2028, “com o objetivo de estabelecer forças operacionais terrestres, marítimas, aéreas e espaciais totalmente tripuladas e destacáveis, a serem financiadas com 10 biliões de euros em gastos”.

Para financiar as novas Forças Armadas da UE, são emitidos títulos da UE, com base nas chaves do PIB de cada país membro. O que vai aprofundar drasticamente o mercado de dívida soberana da UE, impulsionando uma forte recuperação do euro com o aumento expressivo do investimento.

Um país proíbe toda a produção de carne até 2030

Enquanto o mundo tenta reduzir as emissões de carbono, alguns países almejam a neutralidade até 2050 (e antes), casos da Suécia, Reino Unido e Dinamarca.

Para liderar este caminho, um país irá não só impor uma taxa de imposto pesada sobre a carne como irá proibir totalmente a produção doméstica até 2030, dando prioridade a “carnes artificiais derivadas de plantas” e a tecnologias para o cultivo de carne em laboratório, com o objetivo de reduzir a pegada ecológica da agropecuária tradicional.

Flags of the United Kingdom and the European UnionFreepik

Reino Unido realiza referendo sobre UnBrexit

Os britânicos apercebem-se que a promessa do Brexit ficou por cumprir. O novo primeiro-ministro Sunak atira os índices de popularidade do partido conservador para mínimos históricos, depois do seu plano orçamental atirar a economia para uma recessão.

Aumenta a pressão interna sobre o Governo de Sunak, exigindo eleições antecipadas. O primeiro-ministro cede às exigências populares. Observando o apoio popular a um segundo referendo do Brexit, o líder trabalhista Keir Starmer mostra apoio a um segundo referendo para o Reino Unido regressar juntar ao UE nos moldes do acordo de David Cameron firmado antes do referendo original de 2016.

Um governo trabalhista assume o poder no terceiro trimestre, prometendo um referendo UnBrexit para o dia 1 de novembro de 2023. O voto ReJoin vence”, prevê o banco dinamarquês.

Governos alargam controlo de preços para domar inflação

Em 2023, a “mão do governo” vai expandir-se “impiedosamente” para travar as pressões dos preços que ameaçam a estabilidade da economia e da sociedade. A solução para domar a inflação passará pelo controlo administrativo dos preços e até dos salários, de uma forma mais alargada do que temos atualmente. O Reino Unido poderá criar um Conselho Nacional de Preços e Rendas.

O esforço será em vão. “Controlar os preços sem resolver o problema subjacente não apenas gerará mais inflação, mas também arriscará rasgar o tecido social devido à queda dos padrões de vida tendo em conta os desincentivos à produção e à má alocação de recursos e investimentos”, diz o Saxobank.

epaselect epa10023453 A man is reflected in a window as the flags of the People’s Republic of China and of the Hong Kong SAR are displayed in a street in Hong Kong, China, 20 June 2022. On 01 July 2022 Hong Kong will celebrate the transfer of sovereignty over Hong Kong from the United Kingdom to the People’s Republic of China and the establishment of the Hong Kong Special Administrative Region. EPA/JEROME FAVREEPA/JEROME FAVRE

OPEP+, China e Índia saem do FMI e criam novo ativo de reserva

O Ocidente proibiu transações com a Rússia devido à guerra na Ucrânia e congelou os ativos russos na sua posse. Muitos países pensarão se poderá acontecer com os ativos em dólares, libras ou euros.

Enquanto o yuan chinês não consegue ganhar tração à escala mundial, pois Pequim não mostra interesse em abandonar a política de controlo de capital e porque os EUA desconfiam do aumento de influência chinês em todo o mundo, a “solução natural” para a China e muitos dos seus parceiros comerciais será encontrar um novo ativo de reserva de moeda internacional para negociar.

Então, numa “conferência memorável” realizada em Astana, no Cazaquistão, os líderes dos países da OPEP+, China continental, Hong Kong, Índia, Brasil, Paquistão, países da Ásia Central e dezenas de países da União Africana estabelecem o Bancor, uma nova moeda que terá o código KEY. A KEY será indexada a um cabaz de matérias-primas, com o petróleo a ter o maior peso. Depois disso, os países abandonam o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dólar fixado nos 200 ienes

O Banco do Japão é obrigado a fixar o dólar nos 200 ienes, uma desvalorização temporária para permitir uma “reinicialização” do sistema financeiro japonês, depois de não ter conseguido controlar a inflação e o valor da moeda.

Com essa atuação, o Banco do Japão consegue reduzir a dívida pública para cerca de 100% do PIB e começa a aumentar a taxa de juro de referência para 1%. Os bancos são recapitalizados em função das suas necessidades para evitar a insolvência e o Governo avança com incentivos fiscais para repatriar as poupanças avultadas que os japoneses mantêm no exterior.

O PIB real do Japão cai 8% devido ao aumento do custo de vida, mas o choque coloca o país de novo num caminho de estabilidade. O modelo japonês servirá de exemplo para uma futura crise semelhante que vai atingir a Europa e os EUA.

Proibição de paraísos fiscais abala os private equity

Com a economia de guerra, surge um foco maior nos interesses nacionais e na capacidade das nações soberanas de se afirmarem. A esse respeito, os países da OCDE voltam sua atenção para os paraísos fiscais e retiram as grandes armas, banindo-os completamente.

A OCDE concorda em adotar uma abordagem mais agressiva em relação aos paraísos fiscais. Offshores como Ilhas Cayman, Bermudas, Bahamas, Ilhas Maurício e Ilha de Man passam a ser totalmente proibidas. Isto significará que as aquisições de empresas nos países da OCDE deixam de poder ser feitas com capital com origem nos paraísos fiscais, permitindo-se apenas capital de países da OCDE ou daqueles que adotem determinados requisitos, como a troca automática de informações ou o registo do beneficiário efetivo.

Esta proibição abalaria a indústria de private equity e venture capital, fechando grande parte do ecossistema, enquanto empresas de private equity listadas em bolsa sofreriam um corte de avaliação de 50%.

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Chuck Schumer eleito por unanimidade como líder democrata no Senado

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

O senador Chuck Schumer foi eleito esta quinta-feira por unanimidade para mais um mandato como líder democrata no Senado.

O senador Chuck Schumer foi eleito esta quinta-feira por unanimidade para mais um mandato como líder democrata no Senado, liderando uma maioria reforçada de 51 cadeiras para uma nova era do Governo dividido no Congresso.

Os democratas do Senado reuniram-se à porta fechada no Capitólio para escolher sua equipa de liderança para o novo Congresso que começa os trabalhos em janeiro.

Como líder da maioria no Senado, Schumer provou ser uma força surpreendentemente estável, embora frenética, no meio de uma das sessões mais importantes do Congresso.

Schumer assumiu o comando nas semanas após o ataque de 6 de janeiro do ano passado ao Capitólio e liderou o partido durante a crise da covid-19 e as conquistas das legislativas, muitas delas bipartidárias. Ex-chefe de campanha, levou o partido à maioria e expandiu para 51 assentos com a vitória do senador Raphael Warnock na eleição especial de terça-feira na Geórgia.

A reeleição de Schumer coloca dois nova-iorquinos no topo da liderança democrata no Congresso, ao lado do deputado Hakeem Jefferies, o novo líder da minoria na Câmara. Jeffries foi eleito para liderar os democratas após a decisão da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, de renunciar no próximo ano. Espera-se que os democratas do Senado preencham sua equipa de liderança com figuras novas e antigas.

O senador Dick Durbin, de Illinois, está a caminho de outro mandato no segundo lugar. A terceira posição deve ser preenchida pela senadora Debbie Stabenow, de Michigan.

Com os republicanos a assumir o controlo da Câmara, será um novo desafio para Schumer.

Os Republicanos do Senado já escolheram sua equipa, colocando o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, no caminho para ser o líder do partido mais antigo na Câmara.

McConnell venceu um raro desafio do senador republicano da Florida, Rick Scott, chefe de campanha do partido, que não conseguiu reconquistar a maioria do Senado para os republicanos.

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36 países, 2,2 mil milhões e quatro crimes. Isto é o que se sabe da maior fraude de IVA

Com origem em Portugal, está em investigação um dos maiores esquemas de fuga ao Fisco através de empresas fictícias. A "Admiral" envolve danos de 2,2 mil milhões. Veja o raio-x desta investigação.

O país e mundo pararam e os alarmes soaram quando davam conta da “megaoperação europeia” que resultou de uma investigação iniciada em Portugal. Apelidada como “Admiral”, a operação em curso investiga um dos maiores esquemas de sempre de fraude na Europa, envolvendo diversos países, e conta com a colaboração de várias autoridades europeias. 36 países, 2,2 mil milhões de prejuízos e quatro tipos de crimes em causa. Isto é o que se sabe, para já, da mega-fraude de IVA.

A fraude carrossel é a forma mais comum de fraude ao IVA e estima-se que cause aos Estados Membros da União Europeia (UE) uma perda anual de receitas de IVA de cerca de 50 mil milhões de euros, segundo a investigação Grand Theft Europe, um projeto europeu. Esta fraude ocorre nas operações intracomunitárias (transmissões de bens e prestações de serviços entre empresas de Estados Membros diferentes da UE), como por exemplo a venda de equipamentos expedidos de um país da UE com destino a outro país da UE.

Com origem em Portugal, neste caso concreto, em causa está um esquema de fuga aos impostos através da criação de empresas fictícias por parte de uma “complexa” organização europeia. A Procuradoria Europeia confirmou que é “um complexo esquema de fraude ao IVA baseado na venda de bens eletrónicos”. Ao todo, os danos estimados rondam os 2,2 mil milhões de euros. No caso de Portugal, os danos estão avaliados totalizam os 50 milhões de euros.

As suspeitas em causa apontam para crimes de associação criminosa, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documento. Mas vamos por partes e fazer um raio-x ao que se sabe, até ao momento, desta operação.

O ponto de partida do esquema fiscal

Tudo começou com um inquérito da Procuradoria Europeia que, face às suspeitas da Autoridade Tributária portuguesa, decidiu averiguar se havia ou não motivos para avançar com uma investigação oficial. Para tal, contou com a ajuda de autoridades de vários países, entre eles, as de Portugal.

Segundo explicou recentemente a Procuradoria, em abril de 2021, a Autoridade Tributária portuguesa em Coimbra já investigava uma empresa de venda de telemóveis, tablets, auscultadores e outros aparelhos eletrónicos, por suspeita de fraude ao IVA. Posteriormente, a AT comunicou ao organismo europeu.

Esta empresa tinha tudo em “ordem” do ponto de vista nacional, como a faturação e declarações fiscais, mas investigando mais a fundo, e com o auxílio internacional, chegaram à conclusão que existiam “ligações” entre esta empresa de Portugal e cerca de “9.000 outras entidades legais, e mais de 600 pessoas singulares localizadas em países diferentes”.

“Desde empresas que agem como fornecedores aparentemente limpos de dispositivos eletrónicos e que reclamam reembolsos de IVA junto das autoridades fiscais nacionais enquanto vendem estes dispositivos online a clientes individuais – e subsequentemente canalizam o produto dessas vendas para o estrangeiro, antes de desaparecerem – a empresas que branqueiam o produto dessa atividade criminosa”, lê-se no comunicado.

Ou seja, os suspeitos formaram uma “complexa cadeia de empresas em sucessão”, principalmente de venda de equipamentos informáticos em plataformas online, que na verdade “operavam executando os atos necessários para se locupletarem com as quantias de IVA recebidas da venda desses produtos a clientes finais, num esquema típico da Missing Trader Intra-Community (MTIC) Fraud, que lesa os cofres da União Europeia“.

Mas o que é, em concreto, uma “fraude carrossel” em questões de IVA? Ao ECO/Advocatus, a advogada Joana Cunha d’Almeida da Antas da Cunha Ecija, explicou que este tipo de crime ocorre quando uma empresa estabelecida num determinado Estado-Membro (EM), o “A”, faz uma transmissão de bens a uma empresa estabelecida noutro EM, o “B”, a qual adquire tais bens sem pagar IVA em virtude da isenção estabelecida nas transmissões intracomunitárias.

“Seguidamente, esta empresa vai transmitir estes mesmos bens a uma outra empresa no mesmo EM, o “C”, liquidando IVA nessa transmissão. Contudo, a empresa B não entrega o valor do IVA liquidado nessa operação ao Estado e extingue a sua atividade. A empresa C paga o IVA liquidado na operação com a empresa B e solicita um pedido de reembolso à administração fiscal por referência a esse mesmo IVA. A fraude verifica-se neste prejuízo suportado pelo Estado, ou seja, o montante do IVA reembolsado à empresa C e que nunca tinha sido entregue pela empresa B, entretanto extinta e desaparecida”, acrescentou.

Dado que este processo repete-se várias vezes, foi-lhe atribuído o nome de “fraude carrossel”. “O processo fraudulento repete-se quando a empresa C declara posteriormente uma nova transmissão intracomunitária, por exemplo, a empresa A, mantendo o esquema criminoso”, referiu a advogada.

“O modelo básico desta fraude envolve atividades organizadas de criação de estruturas de empresas em diferentes países da UE, com o objetivo de aproveitar abusivamente das regras do IVA”, explica a advogada Conceição Gamito, senior counsel da Vieira de Almeida. “Nos casos mais simples, a empresa responsável pela cobrança e entrega do IVA no país de destino dos equipamentos cobra este imposto aos seus clientes, mas, aproveitando-se abusivamente das regras/da mecânica de funcionamento do IVA, não entrega o IVA cobrado ao Estado, enriquecendo à custa das receitas fiscais”, explica.

“Nos casos mais complexos, os equipamentos vendidos a partir do país de expedição são adquiridos e vendidos no país de destino através de cadeia de empresas, antes de serem novamente vendidos com destino ao país de expedição. A primeira empresa da cadeia nacional (no país de destino) cobra o IVA aos seus clientes, mas não o entrega à autoridade fiscal. Por seu turno, as empresas vendedoras pedem e recebem o reembolso do IVA que nunca foi pago. Para dificultar a deteção da fraude pelas autoridades, as ligações entre as empresas participantes nestes esquemas são frequentemente disfarçadas, mediante a interposição de empresas tampão, que tanto podem ser empresas envolvidas no esquema de fraude, quanto empresas que participam normalmente no circuito económico sem terem consciência de que está a ser cometida uma fraude. Este esquema de fraude carrossel pode operar durante alguns meses, após os quais em regra as empresas responsáveis pelo esquema fraudulento desaparecem”, concluiu.

Conceição Gamito sublinha ainda que “após a fase de investigação, os próximos passos cabem às autoridades (tributárias, judiciárias) nacionais em termos que são idênticos aos aplicáveis a investigações levadas a cabo exclusivamente pelas autoridades nacionais. Ou seja, será às autoridades nacionais de cada um dos países envolvidos que competirá encetar os procedimentos necessários à cobrança, coerciva se necessária, do IVA em falta, acrescido de juros, à aplicação de medidas de coação, apreciação das condutas, aplicação de penas ou outras medidas”, acrescenta.

O “rebentar” da bolha

No dia 29 de novembro, quando a operação “rebentou” nos media, foram feitas cerca de 100 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, em Portugal. Os concelhos envolvidos foram os de Braga, Coimbra, Corroios, Figueira da Foz, Funchal, Guimarães, Lisboa, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Sintra, Vila do Conde, Vila Franca de Xira e Vila Nova de Gaia.

Esta ação foi levada a cabo pela PJ do Porto e foi presidida pelo juiz Pedro Miguel Vieira do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto. Estiveram envolvidos mais de 250 elementos da PJ e 35 da Administração Tributária, tendo ainda participado um magistrado judicial, o Procurador Europeu e dois Procuradores Europeus Delegados Portugueses.

As buscas culminaram na detenção de 14 pessoas pela alegada prática de crimes de associação criminosa, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Ao todo, foram apreendidos mais de 2 milhões de euros entre carros, bens de luxo, materiais informáticos, documentos, dinheiro, Foram ainda feitos três arrestos judiciais: a cerca de 50 viaturas, 47 propriedades e cerca de 600 contas bancárias nacionais.

Em Portugal, o valor da fraude está estimada em ser superior a 300 milhões de euros.

Os 14 detidos em Portugal foram presentes ao TIC do Porto para primeiro interrogatório. Oito deles foram libertados a 3 de dezembro, após o Ministério Público não ter promovido a adoção de medidas de coação privativas de liberdade, e seis arguidos continuaram detidos.

No dia 6 de dezembro foram conhecidas as medidas de coação. Os seis arguidos vão continuar em prisão preventiva, sendo que um deles poderá ficar em casa quando estiverem criadas as condições de vigilância determinadas pelo juiz. Já os restantes oito arguidos ficam em liberdade, mas não podem comunicar entre eles, constituir empresas ou abrir contas e tiveram que entregar os passaportes, não se podendo ausentar para o estrangeiro sem autorização do tribunal.

36 países envolvidos

Mas esta operação não se cinge só a Portugal. Também no dia 29 de novembro foram feitas buscas em vários países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, República Checa e Roménia.

Segundo a Procuradoria Europeia, as atividades criminosas estão espalhadas pelos 22 Estados-Membros da Procuradoria Europeia, mas não só. À lista soma-se ainda países como Hungria, Irlanda, Suécia, Polónia, Albânia, China, Ilhas Maurícias, Sérvia, Singapura, Suíça, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos (mapa abaixo).

Que crimes estão em cima da mesa?

Entre os crimes suspeitos está o de branqueamento de capitais. Este crime é um processo que tem por objetivo a ocultação de bens, capitais ou produtos com a finalidade de lhes dar uma aparência final de legitimidade, procurando, assim, dissimular a origem criminosa de capitais, bens ou produtos. O agente que incorra neste crime é punido com pena de prisão de dois a doze anos, segundo o artigo 368.º – A do Código Penal (CP).

A lei refere ainda que quando tiver lugar a reparação integral do dano causado ao ofendido, sem dano ilegítimo a um terceiro, a pena é especialmente atenuada.

Enquanto crime público, a associação criminosa (artigo 299.º do CP) pune o agente com pena de prisão de um a cinco anos. Destina-se a quem “promova ou funde o grupo, organização ou associação cuja finalidade ou atividade seja dirigida à prática de um ou mais crimes”. Quem fizer parte ou apoiar tais grupos também incorre na pena.

Segundo o número 3 do artigo 299.º do CP, “quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações (…) é punido com uma pena de prisão de dois a oito anos”.

A falsificação ou contrafação de documentos (artigo 256.º do CP) é um crime público pune o agente com pena de prisão até três anos ou com pena de multa. Neste crime está em causa a intenção do agente de “causar prejuízo a outra pessoa ou ao Estado”, de “obter para si ou para outra pessoa benefício ilegítimo”, ou de “preparar, facilitar, executar ou encobrir outro crime” através de várias formas, entre elas a de “fabricar ou elaborar documento falso” ou “abusar da assinatura de outra pessoa para falsificar ou contrafazer documento”.

Caso a falsificação recaia sobre documento autêntico ou com igual força, a testamento cerrado, a vale de correio, a letra de câmbio, a cheque ou a outra documento comercial transmissível por endosso, ou a qualquer outro título de crédito, a pena de prisão vai de seis meses a cinco anos e a pena de multa de 60 a 600 dias. Mas caso seja funcionário e o crime decorra no exercício das suas funções, o agente é punido com pena de prisão de um a cinco anos.

Por fim, em “cima da mesa”, estão ainda suspeitas de fraude fiscal. Segundo o artigo 103.º do Regime Geral das Infrações Tributárias, este crime é punível com pena de prisão até três anos ou multa até 360 dias. Constitui fraude fiscal as “condutas ilegítimas” que visem a não liquidação, entrega ou pagamento da prestação tributária ou a “obtenção indevida de benefícios fiscais, reembolsos ou outras vantagens patrimoniais suscetíveis de causarem diminuição das receitas tributárias”.

A fraude fiscal pode ter lugar por “ocultação ou alteração de factos ou valores que devam constar dos livros de contabilidade” ou das “declarações apresentadas ou prestadas a fim de que a administração fiscal especificamente fiscalize, determine, avalie ou controle a matéria coletável”; por “ocultação de factos ou valores não declarados e que devam ser revelados à administração tributária”, e ainda pela celebração de “negócio simulado”.

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Basquetebolista regressa aos EUA após troca de prisioneiros com Rússia

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

Washington e Moscovo trocaram prisioneiros: a basquetebolista norte-americana Brittney Griner regressa aos EUA e Viktor Bout, um conhecido traficante de armas, é devolvido à Rússia.

A basquetebolista norte-americana Brittney Griner, presa na Rússia desde fevereiro deste ano, foi libertada e vai regressar aos EUA, numa troca de prisioneiros entre os dois países, anunciaram hoje as autoridades norte-americanas.

Numa medida autorizada pela administração do presidente Joe Biden, para ter o regresso da atleta de 32 anos, os EUA devolveram à Rússia Viktor Bout, um conhecido traficante de armas, que estava a cumprir uma pena de 25 anos de prisão em solo norte-americano.

Griner, que venceu duas medalhas de ouro olímpicas com os EUA, foi detida no aeroporto de Moscovo em fevereiro por alegada posse de droga e, em agosto, foi sentenciada a nove anos e meio de prisão.

A jogadora dos Phoenix Mercury durante a pausa da Liga norte-americana feminina de basquetebol (WNBA) representava, desde 2014, o UMMC Ekaterinburg.

Os EUA conseguiram o regresso de Griner após vários meses de negociações com o governo liderado por Vladimir Putin, numa altura em que as relações entre os dois países estão ainda mais tensas e deterioradas por causa da invasão da Rússia à Ucrânia.

O caso dividiu a oposição pública nos EUA, sobretudo devido à possível libertação de Viktor Bout, um ex-coronel do exército russo, dado como culpado de vender milhões de dólares em armas em solo norte-americano, que seriam utilizadas para atacar o país.

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Secretária de Estado pede à população para ficar em casa devido ao mau tempo

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

"Que as pessoas se mantenham o mais possível em casa". Foi este o apelo de Patrícia Gaspar, depois do mau tempo que atingiu a região de Lisboa, provocando uma morte e muitas inundações.

A secretária de Estado da Proteção Civil lamentou a morte de uma pessoa em Algés devido ao mau tempo e lançou um apelo à população para se manter o mais possível em casa.

“Que as pessoas se mantenham o mais possível em casa, restringindo movimentações na rua àquelas que são as deslocações absolutamente necessárias, e que se possam resguardar e que se possam também auto proteger”, pediu a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, em conferência de imprensa em Carnaxide (Oeiras), da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para fazer o ponto da situação sobre o mau tempo em Portugal.

O aviso à população foi feito a todos os portugueses, mas sobretudo àqueles que habitam nas zonas mais afetadas pelo mau tempo, designadamente nos distritos de Lisboa e Setúbal.

Patrícia Gaspar alertou as pessoas para que se mantenham atentas a todas as informações que vão sendo veiculadas pela comunicação social e que são emitidas pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e também pelo Instituto do Mar e da Atmosfera.

“É absolutamente fundamental que os conselhos que são dados pela Proteção Civil e todas as informações que são passadas pelas autarquias sejam escrupulosamente respeitadas”, apelou.

O mau tempo registado em Portugal na última noite já provocou 27 desalojados e 1977 ocorrências, destacando-se o distrito de Lisboa com 913 ocorrências, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

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Bruxelas quer pôr motoristas da Uber e proprietários de Airbnb a cobrar IVA

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

Comissão Europeia quer os operadores em plataformas como a Uber e a Airbnb passem a cobrar o IVA e a entregar posteriormente o valor do imposto às autoridades fiscais.

A Comissão Europeia propôs que os operadores ativos em plataformas, como a Uber e a Airbnb, passem a cobrar o IVA e a entregar posteriormente o valor do imposto ao fisco.

O executivo comunitário propõe que os operadores ativos na economia das plataformas nos setores do transporte de passageiros e do alojamento de curta duração passem “a ser responsáveis pela cobrança e devolução do IVA às autoridades fiscais quando os prestadores de serviços não o fizerem, por exemplo porque são pequenas empresas ou prestadores individuais”.

As plataformas passarão, assim, a ser responsáveis pela cobrança do IVA caso os motoristas ou os proprietários dos alojamentos não o façam.

Bruxelas propõe ainda a transição para a comunicação digital de informações em tempo real com base na faturação eletrónica para as empresas com atividade transfronteiras na UE e a criação de um registo de IVA único em toda a UE.

Segundo um comunicado, em 2020 os Estados-membros perderam 93 mil milhões de euros em receitas de IVA, estimando o executivo comunitário que as propostas hoje apresentadas ajudarão os 27 a cobrar anualmente até 18 mil milhões de euros em receitas do IVA adicionais.

As medidas – que têm de ser aprovadas pelo Conselho da UE e o Parlamento Europeu – pretendem modernizar e tornar o sistema do IVA mais eficaz para as empresas e mais resiliente à fraude.

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Em dia de greve, TAP diz que operou 78 voos dos 148 previstos para hoje

Companhia fez primeiro balanço da greve dos tripulantes: já operou os 78 voos previstos para hoje, de um total de 148 voos. Reitera disponibilidade para negociar com tripulantes e sindicatos.

A TAP adiantou que já operou os 78 voos previstos para hoje, de um total de 148, de acordo com o balanço da greve convocada para esta quinta e sexta-feira pelos tripulantes da companhia portuguesa.

Devido ao protesto, a TAP está a operar com serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral. Segundo a transportadora, já foram realizados 42 voos dos 64 que estavam previstos nos serviços mínimos para o primeiro dia de greve. E esclarece que “apenas um voo de ida-e-volta para a Guiné-Bissau foi cancelado, mas devido a falta de passageiros”. Pelo mesmo motivo já cancelou o voo de amanhã para a Praia.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) garantiu de manhã que a adesão à greve na TAP, até às 08h30, era total, tendo apenas partido voos de serviços mínimos ou da Portugália. O protesto deve-se à falta de acordo nas negociações do novo acordo de empresa.

Para mitigar o impacto da greve, a TAP já tinha cancelado 360 voos para esta quinta e sexta-feira e tinha também dado a possibilidade aos clientes de alterarem as marcações sem custos.

A TAP lamenta profundamente a situação e reitera que “está disponível para negociar com o SNPVAC, bom como com todos os sindicatos”. Lembra que já aceitou nove das 14 propostas do Sindicato e pediu que a sua assembleia-geral fosse antecipada para evitar o impacto na operação da companhia.

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