Bruxelas pede mais informação sobre fundos atribuídos a empresas de marido de ministra

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

Em resposta ao eurodeputado Nuno Melo, a comissária Elisa Ferreira reiterou que a Comissão “tem tolerância zero em relação à fraude lesiva" do orçamento da União Europeia.

A Comissão Europeia pediu ao Governo “informações adicionais” sobre a atribuição de verbas de fundos comunitários a empresas do marido da ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, segundo um documento a que a Lusa teve acesso.

Em resposta a uma questão do eurodeputado e líder do CDS, Nuno Melo, enviada ao executivo comunitário em 28 de setembro, a comissária europeia para a Coesão, Elisa Ferreira, adianta que “foram solicitadas ao Estado-membro em questão informações adicionais sobre o caso a que o Senhor Deputado se refere, para que a Comissão possa continuar a tratar do assunto”.

Elisa Ferreira reiterou ainda que a Comissão “tem tolerância zero em relação à fraude lesiva do orçamento da UE e espera que os Estados-membros, que são corresponsáveis pela boa gestão financeira do orçamento da UE, no âmbito da gestão partilhada, assumam o mesmo nível de compromisso”.

Caso seja identificada uma irregularidade, Bruxelas “pode impor a interrupção dos prazos de pagamento ou a suspensão dos pagamentos e impor correções financeiras ao Estado-membro se a despesa irregular ainda não tiver sido corrigida”.

Em 28 de setembro, Nuno Melo questionou a Comissão Europeia sobre a eventual ilegalidade da atribuição de verbas do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) a empresas do marido de Ana Abrunhosa.

“Não considera que a situação descrita configura um conflito de interesses e, por isso mesmo, a existência de uma ilegalidade e incompatibilidade?”, perguntou o eurodeputado ao executivo comunitário.

Segundo avançou em setembro o Observador, a Thermalvet, detida a 40% pelo marido de Ana Abrunhosa, recebeu 133 mil euros de um total de 303.275 euros, o que corresponde a mais de um terço dos fundos comunitários recebidos pelo país. Esta empresa foi fundada em outubro de 2020, 15 dias antes do arranque do projeto.

Já a Xiapu, empresa que conta com uma participação indireta do marido da ministra, recebeu 66.015 euros no quadro do programa Compete 2020.

A ministra da Coesão Territorial, que tutela as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) – responsáveis pela gestão dos fundos comunitários – alega que pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR), que não conclui a existência de conflitos de interesses, nem ilegalidades. Contudo, a PGR alerta também no parecer para a “obscuridade da lei”.

O FEADER financia a contribuição da UE para os programas de desenvolvimento rural em matéria de aumento da competitividade da agricultura, gestão sustentável dos recursos naturais e ações no domínio do clima e do desenvolvimento territorial equilibrado das economias e comunidades rurais.

Os programas são elaborados a nível nacional ou regional e devem prosseguir metas específicas relacionadas com os objetivos de desenvolvimento rural da UE.

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EDP ganha leilão para desenvolver parque eólico no mar da Califórnia

Ocean Winds, detida a meias pela EDP Renováveis e Engie, ganhou um projeto para produzir energia eólica no mar ao largo da Costa Central da Califórnia, por 150 milhões de dólares.

A EDP EDP 0,45% anunciou esta quinta-feira que ganhou, em consórcio, um leilão nos EUA para o desenvolvimento de um parque eólico offshore de grande escala ao largo da costa central da Califórnia, pagando cerca de 150 milhões de dólares.

O lote para explorar uma área de 80.418-acres no Morro Bay, e que pode atingir uma capacidade até 2 GW, foi atribuído pelo US Bureau of Ocean Energy Management à Golden State Wind, uma empresa que é detida a meias pela Ocean Winds – por sua vez, detida em partes iguais pela EDP Renováveis e Engie – e pela Canada Pension Plan Investment Board.

“Com anúncio de hoje, a EDP, através da sua associada Ocean Winds, aumenta a visibilidade do seu crescimento no segmento de eólica offshore, com a capacidade em operação, contratada ou com direitos de ligação à rede atingindo os 16,6 GW, alargando e diversificando assim as opções de crescimento rentável a longo-prazo da EDP, mantendo um perfil de risco equilibrado”, adianta a empresa portuguesa em comunicado enviado ao mercado.

Quando estiver em fase operacional, esta área que a Golden State Wind recebeu pode acomodar aproximadamente 2 GW de energia eólica offshore, gerando energia suficiente para alimentar o equivalente a 900 mil casas. Nos EUA, a EDP tem já cerca de 4 GW em desenvolvimento em dois projetos.

Foram a leilão cinco áreas offshore, naquela que foi “a primeira venda de leasing eólico offshore flutuante no país e a primeira na Costa Oeste”, segundo a EDP.

Além do consórcio Golden State Wind, a norueguesa Equinor, a dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners e a alemã RWE e ainda a americana Invenergy também ganharam licenças neste leilão, que atingiu os 757 milhões de dólares, de acordo com a agência Reuters.

O leilão, que se realizou na terça e quarta-feira, faz parte do plano do governo de Biden de colocar turbinas eólicas ao longo da costa dos EUA para combater a mudança climática e criar empregos.

Conclui venda no Brasil

Num outro comunicado, a EDP disse ter concluído a venda da brasileira Energest, detentora da central hidroelétrica de Mascarenhas, à VH GSEO UK Holdings Limited, subsidiária da Victory Hill Global Sustainable Energy Opportunities.

“A transação foi concluída em linha com os termos e condições previamente divulgados, no valor total de 1.225 milhões de reais, tendo recebido, na presente data, o valor de 800 milhões de reais deduzidos dos dividendos antecipados e ajustes de caixa resultando no valor líquido de 708 milhões de reais (129 milhões de euros, considerando uma taxa de câmbio de 5,47 euro/real)”, informou a EDP.

A elétrica portuguesa salienta que, com esta transação, “reduz o peso da geração convencional e, nomeadamente, da exposição hídrica no Brasil, em linha com o plano estratégico 2021-2025 apresentado ao mercado em fevereiro de 2021”.

A central hidroelétrica de Mascarenhas possui 198 MW de capacidade instalada e está situada no Estado de Espírito Santo, no Brasil.

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Taxas Euribor sobem a três e seis meses e caem a 12 meses

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

Taxas usadas nos empréstimos da casa tiveram comportamentos mistos esta quinta-feira: subiram nos prazo a três e seis meses, mas caíram a 12 meses.

As taxas Euribor subiram a três e a seis meses, tendo descido no prazo a 12 meses em relação aos valores de quarta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, subiu para 2,456%, mais 0,014 pontos, batendo um novo máximo. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu para 1,990%, mais 0,013 pontos que na quarta-feira, dia em que subiu até 1,993%, um novo máximo desde fevereiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro.
  • No prazo de 12 meses, a Euribor recuou para 2,858%, menos 0,006 pontos do que na quarta-feira, contra 2,892% em 28 e 29 de novembro, um máximo desde janeiro de 2009. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

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Tripulantes da companhia aérea Swiss vão ter aumentos salariais até 18%

  • ECO
  • 8 Dezembro 2022

Salário inicial de um tripulante de cabine na Swiss vai aumentar para cerca de 4.050 euros por mês.

A tripulação de cabine da companhia aérea Swiss vai ter aumentos entre 4% e 18% no âmbito do novo contrato a cinco anos que foi acordado na unidade da alemã Lufthansa, avança a agência Reuters.

Os termos do acordo coletivo de trabalho ainda não foram assinados por todos os membros dos sindicatos, mas a companhia aérea e os líderes sindicais já saudaram este entendimento com a equipa de solo e do cockpit.

“Depois de algumas negociações muito duras, estou mais do que satisfeito por termos chegado a um entendimento sobre o acordo coletivo de trabalho, que oferece benefícios significativos para todos os nossos tripulantes de cabine, tanto em termos de remuneração como também no planeamento das suas vidas privadas”, disse o dirigente sindical Reto Schmid, citado pela agência.

O salário mensal inicial vai subir para 4.000 francos suíços (cerca de 4.040 euros) a partir de janeiro, enquanto os salários dos atuais trabalhadores vão aumentar pelo menos 4% em todos os níveis, segundo anunciou a transportadora.

“Ao todo, as melhorias acordadas sob o CLA23 [acordo coletivo] custarão à Swiss cerca de 100 milhões de francos suíços em investimentos adicionais nos próximos cinco anos”, adiantou.

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Bolsa cai 1% com EDP Renováveis a perder mais de 2%

  • ECO
  • 8 Dezembro 2022

A bolsa de Lisboa caiu quase 1% neste feriado. Onze cotadas fecharam abaixo da linha de água. O petróleo, que esteve a subir mais de 2% durante a manhã, inverteu o caminho e recua cerca de 0,2%.

Ao contrário do país, a bolsa não teve direito a feriado, caiu quase 1%, num dia em que o grupo EDP concentrou atenções dos investidores. A EDP Renováveis perdeu mais de 2%.

Onze cotadas fecharam abaixo da linha de água. A EDP caiu 0,83% e a subsidiária EDP Renováveis perdeu 2,19% para 21,39%. O grupo anunciou esta manhã que ganhou um leilão nos EUA para desenvolver um parque eólico no mar da Califórnia com capacidade até 2 GW.

O petróleo, que esteve a subir mais de 2% durante a manhã, inverteu o caminho e recua agora cerca de 0,2%, dando continuidade às quedas das últimas sessões.

Do outro lado do Atlântico, Wall Street abriu a sessão em alta.

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Crise na produção automóvel ajuda mercado de usados e reparações, mas falta mão-de-obra

Venda de automóveis não deverá estabilizar até final de 2023, mas parte do setor está a beneficiar com isto, criando mesmo uma situação “inusitada” no mercado de usados, garante Roberto Gaspar.

A produção automóvel nacional recuou 0,2% entre janeiro e outubro deste ano, comparativamente aos dados de 2021. Em relação ao último ano pré-pandemia, o mercado automóvel português já afundou 33,7% face a 2019, avançam os últimos dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

A expectativa é de que o cenário não se estabilize antes do final do próximo ano. No entanto, a crise do setor que afeta a produção automóvel pode dar algum alento a setores como o comércio de veículos em segunda mão ou a área da reparação automóvel. Quem o diz é Roberto Gaspar, secretário-geral da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA).

Questões como a falta de semicondutores ou de matérias-primas, além de um contexto marcado pela inflação elevada e crise energética, têm penalizado a produção de automóveis novos. Alguns destes efeitos já se sentiam durante a pandemia, mas, com a guerra na Ucrânia, os constrangimentos nas cadeias de abastecimento só se têm agravado.

Pelo contrário, o impacto destes fatores no comércio e reparação automóvel tem sido “positivo”, argumenta Roberto Gaspar. “Temos menos carros novos no mercado, o parque automóvel envelhece e isso tem um efeito positivo no setor da reparação”, esclarece o secretário-geral, que acrescenta que o setor da reparação “está bem e regista uma procura enorme”.

Roberto Gaspar, secretário-geral da ANECRA
Roberto Gaspar, secretário-geral da ANECRAANECRA

Enquanto o comércio de automóveis novos segue em linha com os números de 2021 — um ano que “não foi particularmente brilhante” –, o mercado de usados tem “estado a funcionar muito bem e a ganhar muito dinheiro”, refere o responsável da ANECRA. As vendas neste segmento dispararam em reação às carências de materiais, ou tempos de espera elevados, associados à produção de automóveis novos. Agora, após um forte crescimento em 2021, este ano regista igualmente um aumento nas vendas, mas também no preço.

Face a uma procura crescente aliada a uma dificuldade em renovar stocks, deu-se um fenómeno “inusitado” no setor automóvel, considera Gaspar. “O normal de um carro usado é depreciar 10% a 15% de um ano para o outro. No último ano, o mesmo modelo, que deveria ter depreciado 15%, apreciou 20%”, esclarece.

Enquanto isso, o setor da reparação automóvel beneficia da crise na produção, mas sofre com outras questões. “Há peças que já começam a faltar, outras demoram bastante mais tempo a chegar, pelo que os carros ficam mais tempo imobilizados”, explica o secretário-geral.

No entanto, o principal problema, tanto do comércio como da reparação, diz respeito à mão-de-obra. Roberto Gaspar confirma que existem operadores no topo da sua capacidade de laboração. Esta “crise de pessoas”, como descreve, traduz-se num “problema sério” que limita a capacidade do setor, garante.

Crescimento dos “computadores com rodas”

Questionado pelo ECO quanto ao impacto dos veículos elétricos na indústria, o secretário-geral expressou que o setor atravessa uma fase de transição, embora esta não seja igualmente expressiva em todas as vertentes.

Roberto Gaspar, secretário-geral da ANECRA
Roberto Gaspar acredita que alguns fatores que prejudicam a produção têm ajudado a área da reparação automóvelANECRA

Dado que um veículo a combustão tem entre “1.000 a 2.000 peças móveis ou mecânicas” na sua composição, contra “cerca de 20-30” nos veículos elétricos, isto provoca uma “diferença substancial” no tipo de manutenção necessária. Neste sentido, o responsável da ANECRA partilha que, relativamente à intervenção em veículos elétricos, “começa a haver cada vez mais técnicos de mecatrónica”.

A aposta neste tipo de técnicos, no entanto, não se resume exclusivamente à proliferação de veículos elétricos. Os carros são, cada vez mais, “computadores com rodas” dotados de múltiplos sensores e capazes de gerir elementos desde o consumo de combustível à potência do motor, explica. Como tal, cada vez mais, são os técnicos de mecatrónica a tratar dos carros quando vão à oficina, sendo esta uma tendência a intensificar-se quando o assunto são carros elétricos.

O caminho aponta, inclusivamente, para que grande parte das operações destes técnicos possa ser feitas remotamente, garante Gaspar, havendo lugar para que tanto fabricantes como operadores de aftermarket (oficinas), estejam ligados ao software das viaturas. As vantagens desta conectividade incluem a deteção e correção, em tempo real, de anomalias.

Já no que toca ao comércio, está em curso um processo “absolutamente disruptivo”, garante Roberto Gaspar. O modelo tradicional de distribuição automóvel – no qual existe um fabricante, um importador/distribuidor e depois os concessionários – está a dar lugar ao modelo de agenciamento. Neste modelo, segue-se uma “lógica mais ligeira de funcionamento”, sendo uma solução já em curso para gigantes como a Stellantis, que rescindiu dos contratos com os seus concessionários a nível europeu.

Algumas marcas planeiam implementar um modelo de agência assente na venda direta online, “copiando um pouco o modelo da Tesla”, explica o secretário-geral, embora grande parte desses projetos esteja associada a viaturas elétricas. A principal vantagem deste modelo de negócio é a redução de custos com logística, estrutura e implementação, explica Gaspar, mas tal é possível “porque as viaturas elétricas são mais standardizadas, com menos variações face aos motores a combustão”.

O aumento dos veículos elétricos leva ainda os reparadores a investir em pessoal e equipamento apropriado, especialmente nos reparadores oficiais (representantes das marcas), mas tal não se verifica nas oficinas. “Como é um mercado muito residual, ainda não estão muito vocacionados para isso”, conta o responsável.

Além disso, comparativamente aos 6,5 milhões de carros no parque automóvel português, “estamos a falar de uns milhares de carros elétricos e ainda não compensa os grandes investimentos que têm de ser feitos”, acrescenta o secretário-geral.

Transição energética, uma “aspirina no problema das emissões”

Em Portugal, existem 6,5 milhões de viaturas no parque circulante, segundo Roberto Gaspar, sendo que, sob “condições normais”, a venda anual de automóveis ronda os 200 mil. Tendo isto em consideração, o secretário-geral defende que, “se assumirmos o absurdo de que, nos próximos dez anos, 100% dos carros vendidos serão elétricos, só teríamos dois milhões de carros elétricos no parque automóvel, seria apenas 30% da frota”, destaca.

"Se assumirmos o absurdo de que, nos próximos dez anos, 100% dos carros vendidos serão elétricos, só teríamos 2 milhões de carros elétricos no parque automóvel, seria apenas 30% da frota.”

Roberto Gaspar

Secretário-geral da ANECRA

Para Gaspar, a transição para a mobilidade elétrica será um processo que irá demorar décadas, pelo que o responsável considera que as viaturas a combustão não irão desaparecer de forma repentina. Também neste sentido, o secretário-geral da ANECRA recorda que um em cada quatro carros a circular em Portugal tem mais de 20 anos, um número que passa para 50% da frota automóvel portuguesa se considerarmos os carros acima de dez anos.

“Quando metemos milhares carros elétricos no mercado, estamos apenas a tomar uma aspirina para resolver a questão das emissões. Há toda uma questão muito mais grave para resolver”, garante Gaspar. Por este motivo, a ANECRA considera fundamental baixar as emissões dos veículos através dos combustíveis baixos em carbono (biocombustíveis e/ou combustíveis sintéticos).

Contudo, a associação considera que a aposta nos combustíveis baixos em carbono não é uma alternativa devidamente explorada, dado que é uma solução ainda em desenvolvimento. A entidade considera mesmo os combustíveis sintéticos como uma resposta complementar à transição energética, mas alerta para “a necessidade de massificação ou, pelo menos, de haver um efeito de escala para baixar os custos de produção”.

Enquanto o hidrogénio representa uma das alternativas à eletrificação, no caso dos veículos ligeiros, Gaspar considera que os combustíveis baixos em carbono poderão ser uma alternativa viável, já que “o processo de transição tem de passar por estas soluções, senão vai demorar demasiado tempo”.

Para o secretário-geral, “os combustíveis de baixo carbono seriam uma ótima resposta não só para novos carros, como também para o parque existente”, até porque esta aposta poderia tirar partido dos postos de combustível já existentes. Adicionalmente, esta alternativa seria aplicável “com alguns ajustes nos próprios carros a combustão” existentes, embora sublinhe que uma boa parte já os pode utilizar sem quaisquer alterações.

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Adesão total na greve dos tripulantes da TAP

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2022

O sindicato do pessoal de voo garante que a adesão à greve é "total" e só estão a funcionar os serviços mínimos.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) garante que a adesão à greve na TAP, até às 08h30, foi total, tendo apenas partido voos de serviços mínimos ou da Portugália. “O balanço é prematuro, uma operação da TAP inicia-se por volta das 05h30 da manhã, o que sabemos até à data é que nenhum voo saiu sem ser serviços mínimos ou Portugália, portanto até agora a adesão é total”, disse à Lusa o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, no aeroporto de Lisboa, cuja operação, às primeiras horas da manhã, funcionava dentro da normalidade.

Os tripulantes da TAP cumprem esta quinta-feira o primeiro de dois dias de greve, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), por falta de acordo nas negociações do novo acordo de empresa. A TAP já tinha cancelado 360 voos nos dois dias de greve e tinha também dado a possibilidade aos clientes de alterarem as marcações sem custos.

Questionado sobre possíveis negociações com a empresa, para evitar a marcação de mais dias de greve até 31 de janeiro, conforme anunciado já pelo sindicato, Ricardo Penarroias disse que ainda não houve qualquer contacto da TAP nesse sentido, mas reiterou a disponibilidade do sindicato para o diálogo. “Nós estamos sempre disponíveis, mas para fazer reuniões para trazer uma mão cheia de nada ou andarmos mais uma vez em trocas de galhardetes posteriormente, não vale a pena. Nós esperamos pela administração, […] quando quiser peça para reunir connosco, nós estamos totalmente disponíveis”, disse o dirigente sindical, apontando que o que é preciso da parte da TAP “é uma posição proativa” para dialogar “de forma construtiva”.

Os tripulantes da TAP decidiram, na terça-feira, manter a greve e aprovaram também a marcação de pelo menos mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.

Na moção votada na assembleia-geral de associados, na terça-feira, o SNPVAC considera que “a TAP preferiu ‘pagar para ver’ os efeitos da greve, ao invés de repor aos tripulantes aquilo que unilateralmente lhes retirou”.

Por sua vez, a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse lamentar a decisão do sindicato, manifestando-se disponível para tentar encontrar soluções que evitem mais disrupções.

A TAP e os sindicatos encontram-se em negociações para a revisão do Acordo de Empresa (AE), no âmbito do plano de reestruturação.

A TAP propõe cortes nos salários e flexibilização de horários, entre outras medidas. Descontentes, os tripulantes da TAP, em assembleia-geral de emergência do SNPVAC, em 03 de novembro, decidiram avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro, bem como “recusar liminarmente a proposta de novo acordo de empresa (AE)” apresentada pela companhia aérea, que consideram “absolutamente inaceitável e manifestamente redutora”.

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Portugal é a 24.º economia mais competitiva em matéria de talento

Apesar de na posição geral ter subido dois lugares no ranking de Talento Mundial do IMD World Competitiveness Center, Portugal perdeu terreno em atratividade. Suíça, Suécia e Islândia estão no pódio.

Portugal está mais competitivo ao nível do talento este ano. Subiu do 26.º para o 24.º lugar de uma tabela que analisa a competitividade de 63 nações ao nível da atração, desenvolvimento e retenção de talentos, e que é encabeçada pela Suíça, Suécia e Islândia. No entanto, em matéria de atratividade, o país caiu dez posições, fixando-se, agora, no 40.º lugar, revela o ranking mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2022, divulgado esta quarta-feira.

“De acordo com os dados, a atração e a retenção de talento, a motivação dos colaboradores e a fuga de talento devem merecer a atenção dos líderes e dos gestores das empresas. Mais do que atrair talento, o desafio de Portugal é ser capaz de retê-lo. O salário e os benefícios são um fator importante na tomada de decisão dos profissionais, mas não o único”, afirma Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School, parceira exclusiva a nível nacional na elaboração do ranking.

“É importante apresentar e integrar os profissionais em projetos mais atrativos e investir na conversão e reconversão de talentos, através de investimento na formação e desenvolvimento das pessoas. É também importante desenhar modelos de trabalho que promovam a flexibilidade (que implica uma maior responsabilidade na gestão do trabalho) e um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, acrescenta, em comunicado.

Depois de ter conquistado o seu melhor resultado em 2018, ano em que se posicionou no 17.º lugar, Portugal perdeu terreno nos últimos três anos. No entanto, este ano conseguiu finalmente inverter a tendência, voltando a ascender no ranking. O país lusitano registou uma subida de duas posições face ao ano anterior, para o 24.º lugar.

Top 25 do Ranking Mundial de Talento do IMDIMD

Os resultados ficam marcados pelo crescimento do país nos fatores “Investimento & Desenvolvimento” (no qual subiu do 25.º para o 22.º lugar), graças ao desempenho positivo dos critérios de rácio alunos/professores na educação primária e o rácio de alunos/professores na educação secundária, e “Preparação” (no qual escalou seis patamares, passando da 25.º para a 19.º posição), justificado pelo desempenho positivo do critério de competências linguísticas

A participação feminina na força de trabalho (49,7%) surge, também, como um dos principais destaques nacionais. Em contrapartida, a formação dos colaboradores constitui a maior fraqueza nacional neste fator, onde Portugal se situa mesmo nos últimos lugares do ranking (61.º).

Apesar da subida alcançada na posição geral, Portugal regista uma descida de dez lugares no fator “Atratividade”, posicionando-se, agora, no 40.º lugar. A queda é fundamentada pelo “desempenho dos critérios de atração e retenção de talento, o índice de motivação dos colaboradores, a fuga de talento e a perceção de justiça, que registam um baixo desempenho”, revela o documento.

Europeus dominam Top 10. Mas Peru foi o que mais cresceu

As economias europeias continuam a fortalecer a sua posição de liderança no ranking anual. No entanto, o Peru foi o país que mais cresceu, com uma subida de 16 posições, seguido da República Checa e da Arábia Saudita, que ascenderam oito posições cada um, e da Croácia, que escalou sete patamares.

Já no pódio, a Suíça manteve o primeiro lugar, consolidando a liderança alcançada nas últimas sete edições e que resulta do desempenho nos três fatores em avaliação: “Investimento & Desenvolvimento” (1.º lugar), “Atratividade” (1.º lugar) e “Preparação” (em que subiu do 3.º para o 2º lugar).

“Refira-se, aqui, que a Suíça se destaca pelo elevado grau de aprendizagem, força laboral estrangeira altamente qualificada, remuneração significativa de gestores e profissionais de serviços, bem como pela experiência internacional”, pode ler-se.

A Suécia, por sua vez, mantém a segunda posição do ranking, resultado das melhorias no desempenho em “Atratividade” (em que subiu do 3.º para o 2.º lugar), e isto, apesar do decréscimo na “Preparação” (em que caiu da 4.ª para a 6.ª posição).

“Neste caso, o desempenho tem como base a qualidade da educação e qualificação, que não dificulta a competitividade na economia, a diminuta exposição à poluição de partículas, a abundância de gestores superiores altamente qualificados e a experiência internacional, a par das competências linguísticas.”

A Islândia completa o pódio ao subir três posições, suportada pelo “Investimento & Desenvolvimento” (4.º lugar), “Atratividade” (em que passou do 10.º para o 8.º patamar) e “Preparação” (fator no qual pulou da 17.ª posição para a 13.ª).

“A performance positiva assenta, neste caso, nos índices de experiência pública na educação por aluno, na elevada qualidade de vida, na remuneração dos profissionais de serviços, bem como nas competências laborais e financeiras demonstradas”, lê-se no comunicado enviado às redações.

A subida deste país surge em detrimento do Luxemburgo, que deixa, assim, o terceiro lugar, descendo quatro posições para se fixar no sétimo posto, muito devido ao imposto sobre o rendimento pessoal cobrado.

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Bidluck vai contestar exclusão do concurso para concessão dos casinos do Estoril e de Lisboa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Dezembro 2022

A Bidluck considera que as regras do concurso são "claramente desproporcionadas em favor da Estoril-Sol", grupo ao qual foi atribuída a concessão dos casinos do Estoril e de Lisboa.

A Bidluck vai contestar a decisão do júri do concurso público internacional para a atribuição da concessão dos casinos do Estoril e de Lisboa, que voltou a confirmar a exclusão da empresa sediada em Leiria, agora devido à “alegada inviabilidade” do terreno por esta proposto para a construção de um novo casino na capital portuguesa.

Em comunicado, a empresa administrada por Jorge Manuel Galvão Miguel refere que o júri do concurso alega “que o terreno apresentado pela Bidluck SA não tem condições para edificar um casino com as características e valências rigorosamente idênticas às do atual edifício do casino de Lisboa“.

Essa exigência, no entender da Bidluck, “configura o caso de um concurso cujas regras são claramente desproporcionadas em favor da Estoril-Sol“, grupo controlado pelos descendentes de Stanley Ho ao qual foi entregue a concessão da Zona de Jogo do Estoril – que engloba os casinos do Estoril e de Lisboa.

Recordando que o único critério de adjudicação “era a melhor proposta financeira para o Estado” e que a sua, de 86 milhões de euros ao ano (entre valores fixo e variável), “significaria um encaixe para os cofres públicos superior em 300 milhões de euros ao valor apresentado pela Estoril-Sol”, ao longo dos 15 anos da concessão, a Bidluck reitera, no comunicado, “a sua intenção de contestar judicialmente, até às últimas consequências, a exclusão da melhor proposta financeira para o Estado”.

Por se tratar de uma nova causa de exclusão, a Bidluck SA tem agora cinco dias úteis para contestar a decisão do júri.

O grupo Estoril-Sol foi notificado pelo júri do concurso no dia 26 de outubro, através de um relatório preliminar de análise das propostas que tinham sido apresentadas. As concessões das salas de jogo do Estoril e de Lisboa, bem como as da Figueira da Foz, deviam ter terminado no final de 2020, mas devido à pandemia de Covid-19 foram prolongados por dois anos.

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Iberdrola quer investir 3 mil milhões em Portugal nos próximos anos

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2022

“Investimos em Portugal dois mil milhões de euros, nos últimos anos, mas queremos ir mais longe", disse Ignacio Galán, presidente executivo da Iberdrola.

O presidente executivo da Iberdrola anunciou que a empresa quer investir em Portugal, nos próximos anos, três mil milhões de euros, afirmando que gostaria de o fazer ainda durante o mandato do primeiro-ministro, António Costa.

“Investimos em Portugal dois mil milhões de euros, nos últimos anos, mas queremos ir mais longe, por isso […], estamos dispostos a investir mais três mil milhões de euros nos próximos anos”, anunciou Ignacio Galán, que falava na apresentação do primeiro pacote da Reforma dos Licenciamentos – Ambiente+Simples, em Alcochete, Setúbal.

Galán sublinhou que gostava de fazer este investimento ainda durante o mandato do primeiro-ministro, António Costa, que também está presente na sessão.

O presidente executivo da Iberdrola mostrou assim interesse em inaugurar “mais instalações fotovoltaicas, mais armazenamentos de eletricidade, mais energia eólica e também hidrogénio verde”.

Durante a sua intervenção, Galán defendeu ainda que a transição energética oferece uma “oportunidade única” para reduzir as importações e alcançar os objetivos climáticos, mas também para criar um “tecido industrial competitivo”, que seja capaz de gerar milhares de postos de trabalho.

“Acreditamos que isto é possível, através do diálogo e da confiança. Senhor primeiro-ministro, sabe que pode contar com a Iberdrola”, assinalou.

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TAP envia e-mail a tripulantes mas rejeita estar a condicionar direito à greve

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2022

Após ter enviado e-mails aos tripulantes a perguntar se iriam aderir à paralisação dos dias 8 e 9 de dezembro, a companhia garante não estar a “constranger ou condicionar” o direito à greve.

A TAP garantiu esta quarta-feira não estar a “constranger ou condicionar” o direito à greve pelos tripulantes de cabine, depois de ter enviado e-mails a perguntar se iriam aderir à paralisação, marcada para quinta e sexta-feira.

Questionada pela Lusa, a transportadora disse que “não há qualquer desrespeito para com os trabalhadores nem qualquer intuito de constranger ou condicionar o legítimo exercício do direito à greve pelos tripulantes de cabina”.

“A TAP, em total conformidade com a lei, necessita de saber se os tripulantes de cabina em regime de assistência (isto é, que não estão na empresa) estão ou não a aderir à greve”, visto que, sublinhou, “sem essa informação, a TAP não tem forma de enquadrar para efeitos de greve cada um dos tripulantes de cabina, designadamente, para efeitos de perda ou manutenção de retribuição”.

A empresa disse ainda que “na ausência de resposta, a companhia, em proteção dos trabalhadores, presumirá que o tripulante aderiu à greve, não lhe marcando uma falta injustificada”.

Segundo um e-mail, a que a Lusa teve acesso, a companhia dirigiu-se aos tripulantes: “Estando nomeado/a para um serviço de assistência para os dias 8 e 9 de dezembro, queira, por favor, informar a TAP se irá prestar esse serviço ou se, diversamente, irá exercer o seu direito de greve”, tendo indicado um prazo até às 20 horas desta quarta-feira para a resposta.

A TAP ressalvou, no entanto, que, “na ausência de resposta nos termos e prazo indicados, opção que também lhe assiste [ao tripulante]”, assumirá que “exercerá o seu direito de greve nesse período”. “Esta presunção de adesão à greve poderá ser ulteriormente afastada, mediante justificação de ausência nos termos gerais”, destacou.

“O propósito desta informação é, exclusivamente, perceber se V. Exa. terá ou não o seu contrato de trabalho suspenso no referido período, para os devidos efeitos legais”, concluiu a TAP, no mesmo e-mail.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), reunido em assembleia geral na terça-feira, manteve a greve marcada para quinta e sexta-feira e aprovou a marcação de pelo menos cinco dias de greve até 31 de janeiro.

A companhia aérea decidiu cancelar 360 voos nos dias da greve, afetando cerca de 50.000 passageiros e uma perda de oito milhões de euros em receitas, depois de já ter informado os clientes de que permitia a alteração das datas dos voos marcados para os dias de greve, sem qualquer penalização.

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Brent cai mais de 2% e continua a negociar abaixo dos 80 dólares por barril

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Dezembro 2022

Esta quarta-feira, o barril de Brent chegou a atingir o valor mais baixo desde 3 de janeiro, estando a desvalorizar cerca de 2,3% no fecho dos mercados petrolíferos.

Os preços do “ouro negro” continuam em queda ao final do dia desta quarta-feira, negociando aos níveis mais baixos desde o início do ano. Pelas 20h12 (hora de Lisboa), o barril de Brent, cotado em Londres e que serve de referência às importações europeias, perde 2,29% para 77,53 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, desvaloriza 2,53% para 72,37 dólares.

Este desempenho acontece na sequência de dados da Administração norte-americana que dão conta de uma acumulação grande desta matéria-prima nas reservas do país, alimentando receios sobre a procura num mercado já assustado pela possibilidade de recessão económica.

Os stocks de produtos destilados dos EUA registaram um aumento de 6,2 milhões de barris, de acordo com os dados divulgados pela Administração de Informação Energética, o que superou largamente as estimativas de um aumento de 2,2 milhões de barris. As reservas de gasolina cresceram 5,3 milhões de barris contra as previsões de um aumento de 2,7 milhões de barris.

Na sessão desta quarta-feira, o Brent chegou a tocar o valor mais baixo desde 3 de janeiro e o WTI atingiu o nível mais baixo desde finais de dezembro do ano passado.

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