5 coisas que vão marcar o dia

O INE vai confirmar a inflação de março, no dia em que o Banco de Portugal divulga as perspetivas do setor da banca para a evolução dos empréstimos.

A inflação tem estado na ordem do dia, e o gabinete de estatísticas nacional vai confirmar os números deste indicador para o mês de março, quando serão também conhecidos os dados dos preços na Alemanha e nos EUA. Já o Banco de Portugal vai divulgar dados sobre a evolução dos empréstimos nos próximos meses, enquanto o Eurostat traça o cenário do setor do turismo durante a pandemia. O dia será ainda marcado pelo relatório da OPEP sobre o mercado de petróleo, bem como pela assinatura de acordos entre o IHRU e o Município do Porto.

INE confirma inflação de março

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta terça-feira o Índice de Preços no Consumidor referente ao mês de março. O gabinete de estatísticas já tinha divulgado uma estimativa rápida, que apontava que a taxa de inflação em Portugal acelerou para 5,3% em março, de 4,2% em fevereiro, em termos homólogos. Se se confirmar, o indicador tocou em máximos de quase 28 anos no mês passado. Serão também conhecidos dados da inflação na Alemanha e Estados Unidos.

Como vai evoluir o crédito?

O Banco de Portugal publica o relatório regular sobre o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito. O documento contém as perspetivas do setor para a evolução dos empréstimos nos próximos meses, assim como faz uma análise dos últimos meses em termos de procura de crédito por parte de famílias e empresas.

OPEP publica relatório mensal

É conhecido esta terça-feira o relatório mensal do mercado de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que se debruça sobre as principais questões que afetam o mercado mundial de petróleo e dá também sinais sobre o desenvolvimento do mercado no próximo ano. O documento contempla uma análise dos principais desenvolvimentos que impactam o mercado na procura mundial de petróleo e abastecimento.

Qual foi o impacto da pandemia no turismo?

O Eurostat divulga esta terça-feira dados sobre efeitos da pandemia de Covid-19 no turismo, traçando o cenário neste setor desde 2019 até 2021. Este foi um dos setores da economia mais afetados pela pandemia, que limitou as deslocações dos cidadãos por todo o mundo e restringiu as atividades da área.

IHRU assina acordos com Câmara do Porto no setor da habitação

Neste dia, serão assinados acordos entre o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a Câmara do Porto, no setor da habitação. Em causa está a assinatura do primeiro contrato de comparticipação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) entre o Município do Porto e o IHRU, destinado à reabilitação de património municipal.

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Negócio ruinoso no Brasil deixa de afundar a TAP ao fim de 15 anos

A M&E Brasil foi um sorvedouro de dinheiro para a companhia área durante década em meia. As contas ficaram saldadas em 2021, com a contabilização de mais de mil milhões em imparidades.

A expectativa de uma melhoria dos resultados da TAP em 2021, acompanhando a recuperação do transporte aéreo, saiu gorada. O ano terminou afinal com um prejuízo recorde de 1.600 milhões de euros. A principal responsável por tão negro número chama-se M&E Brasil.

A companhia área portuguesa decidiu no final de dezembro encerrar aquela operação depois de não ter conseguido encontrar um comprador viável. Com o fecho, foi preciso saldar uma conta que é tão antiga quanto o negócio de compra da Manutenção e Engenharia da Varig, em 2006, decidida pelo então presidente da TAP Fernando Pinto.

A M&E Brasil é detida pela TAP SGPS, mas quem foi tapando os prejuízos foi a TAP SA, dona da companhia área. Como? Fazendo empréstimos à holding para esta injetar na companhia de manutenção brasileira. No final do ano passado, as contas a receber da TAP SA pela TAP SGPS totalizavam 884,7 milhões (a quase totalidade devido à M&E Brasil), segundo o relatório e contas.

Uma vez que a holding não tem como pagar, foi constituída uma imparidade nas contas de 2021 naquele montante. A fatura da M&E Brasil não fica por aqui. O mesmo relatório informa que foi ainda necessário proceder ao “registo de uma provisão no montante de 140,3 milhões referente à estimativa de encargos adicionais que a TAP terá que suportar relacionados com a referida reorganização societária, incluindo os decorrentes do processo de liquidação da TAP ME Brasil”.

A auditora, a PwC, considerou adequados os pressupostos usados pela companhia na contabilização destes valores, incluindo os encargos que possam resultar de ações a decorrer em tribunal.

Tudo somado, fazer a reestruturação societária da TAP SGPS e fechar o negócio da manutenção no Brasil custará 1.024,9 milhões. Valor já integralmente reconhecido nas contas de 2021 e que contribuiu de forma decisiva para o prejuízo de 1.600 milhões da TAP no ano passado.

Gonçalo Pires, administrador financeiro, garantiu na conferência de apresentação de resultados realizada esta segunda-feira que a companhia aérea não terá mais custos com a M&E Brasil, ainda que o processo de encerramento ainda esteja a decorrer.

A decisão de fechar aquela operação foi tomada pelo conselho de administração da TAP SGPS a 29 de dezembro de 2021, indica o relatório e contas, e comunicada em janeiro. Na mesma data, a TAP SA assumiu a responsabilidade de financiar a holding para fazer “face às contingências e responsabilidades que possam resultar do processo de liquidação”, em cumprimento do previsto no plano de restruturação aprovado em dezembro pela Comissão Europeia.

Christine Ourmières-Widener esteve no Brasil em novembro, em visita à operação naquele que é o principal mercado da companhia aérea no estrangeiro. A venda ou liquidação da TAP ME Brasil foi um dos temas na agenda, mas segundo a CEO nunca apareceu um comprador viável.

Segundo números recolhidos pela Lusa, a empresa de manutenção brasileira recebeu 538 milhões de euros em injeções financeiras do grupo entre 2010 e 2017. A CEO afirmou na altura à agência que a empresa tem atualmente 500 trabalhadores, estando no ativo pouco menos de 400.

A aquisição da antiga Varig Manutenção e Engenharia (VEM) foi fechada por Fernando Pinto em 2006, por 24 milhões de dólares, no estertor da companhia aérea brasileira. Além da VEM, foi também adquirida a Varig Logística, no âmbito de um plano que era suposto levar à aquisição da própria Varig, onde o então presidente da TAP trabalhara anos a fio.

A compra, que ficaria por 24 milhões de dólares, envolveu também o advogado Diogo Lacerda Machado, então administrador da Geocapital, que numa fase inicial entrou com a TAP no capital da VEM. “O preço da VEM foi imensamente baixo porque resultou de uma circunstância muito adversa da Varig, que precisava desesperadamente de meios financeiros, e a única hipótese foi oferecer [as empresas] a um preço escandalosamente baixo porque a sua necessidade [de dinheiro] era para o dia seguinte”, afirmou, em 2016, numa audição no Parlamento. “A VEM tem um potencial extraordinário, e um valor muitíssimo interessante”, acrescentou o futuro administrador não executivo da TAP.

Apesar de sucessivas reestruturações que foram emagrecendo o quadro de pessoal que chegou a ter mais de 4.000 trabalhadores, o potencial nunca se realizou. A TAP ME Brasil teve prejuízos de 31,9 milhões em 2016, de 50,1 milhões em 2017, de 51,6 milhões em 2018, de 14,7 milhões em 2019 e de 31,3 milhões em 2020. Nunca chegou a ter um ano positivo desde que foi adquirida.

A compra seria objeto de uma investigação judicial, iniciada em 2010, visando Fernando Pinto e mais quatro ex-administradores, por suspeita de administração danosa, tráfico de influência, branqueamento, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, burla, prevaricação e abuso de poder. O Ministério Público absolveu, em outubro, todos os arguidos, arquivando o processo.

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Inflação de 4% sobe pressão no Governo para aumentos salariais

Em apenas duas semanas, o Governo revê em alta a taxa de inflação prevista para 2022. Com este passo, admite que manter-se-á alta no segundo semestre e sobe a pressão para aumentos salariais.

Da esquerda e da direita, assim como dos sindicatos, chegam pedidos para aumentar os salários no setor público e no setor privado. O Governo tem colocado um travão, temendo uma “espiral inflacionista”, e tem o apoio das empresas. Porém, a revisão em alta da taxa de inflação que constará no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) para 4%, acima dos 3,3% estimados há apenas duas semanas, coloca pressão no Executivo para aumentos salariais — ou para ir mais além na compensação do aumento do custo de vida.

Perda de poder de compra: este é o tema que está a dominar atualmente a discussão política, com o Governo a admitir que não conseguirá compensar totalmente e a oposição a acusar o PS de praticar uma “austeridade encapotada” por não atualizar os salários à taxa de inflação. Os socialistas consideram que este período inflacionista será “temporário”, mas com a revisão em alta da previsão do OE2022 a ser entregue esta quarta-feira admitem que a inflação será maior e mais persistente.

O Ministério das Finanças, agora liderado por Fernando Medina, aproxima-se assim das previsões para a inflação do Conselho das Finanças Públicas (3,9%) e do Banco de Portugal (4%). Porém, há apenas 15 dias, as Finanças, ainda lideradas por João Leão, argumentavam que a sua previsão era inferior à das outras instituições por duas razões: anteviam uma travagem da inflação no segundo semestre, “devido ao efeito base relacionado com a inflação já muito elevada no final de 2021”, e incorporavam “o efeito das medidas de política que atenuam o efeito dos preços”.

Contudo, mesmo tendo apresentado um pacote de medidas ainda mais extenso desde então, o Governo parece ter deixado cair a ideia de que a inflação vai travar na segunda metade do ano. Nos 4%, o dobro da meta do Banco Central Europeu (BCE) de 2%, a taxa de inflação coloca ainda mais pressão mediática e social nos socialistas para aumentarem os salários dos 733 mil funcionários públicos (e as 3,6 milhões de pensões), aqueles que dependem diretamente do Estado. Se um aumento intercalar — o qual é pedido por sindicatos, PCP e Bloco — está, para já, colocado fora da mesa, a dúvida está no que será negociado para o próximo ano.

A lógica deste Governo tem sido aumentar os salários com base na inflação passada (a taxa a 12 meses em novembro do ano anterior) e não na esperada para aquele ano. No Programa de Estabilidade 2022-2023, o anterior Executivo previa um aumento de 3,7% das despesas com pessoal em 2023, assumindo então uma taxa de inflação de 2,9% (IPC), o que já indiciava que não haveria lugar à aplicação do mesmo critério. Com a inflação nos 4%, torna-se praticamente impossível enquadrar nessa previsão — são automaticamente mais mil milhões de euros a que se somam os custos das progressões e promoções –, mas a previsão de subida dos gastos com pessoal pode ser revista em alta.

Será, por isso, preciso esperar por outubro (entrega da proposta do OE2023 no Parlamento) e novembro (apuramento da inflação) deste ano e o próprio primeiro-ministro remeteu essa decisão para uma “avaliação ao longo do ano” com os parceiros sociais. “Se se confirmar a natureza iminente conjuntural desta tensão inflacionista, como afirmam várias instituições internacionais, temos de olhar para a política de rendimentos do próximo ano não à luz da tensão ocasional deste ano, mas à luz do que tem de ser o poder de compra que, sustentadamente, temos de garantir às famílias portuguesas, evitando qualquer espiral de inflação”, disse António Costa no Parlamento.

Oposição acusa PS de “austeridade encapotada”. Patrões do lado do Governo

Durante o fim de semana, o ainda líder do PSD, Rui Rio, atacou o PS por “adotar uma política de austeridade” dado que “não vai adaptar os salários ao nível da inflação”, incluindo o salário mínimo (promessa mantém-se nos 750 euros em 2023), acusando o Governo de mandar as promessas eleitorais “às malvas” logo no início do mandato. Esta segunda-feira, após ter conhecido as linhas gerais do OE2022, o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, acrescentou que o “Governo tem como objetivo evitar a criação da espiral inflacionista, mas no fundo há aqui um regresso encapotado a uma certa austeridade“.

Costa rejeita essa abordagem dos social-democratas. No sábado, perante a comissão nacional do PS, o primeiro-ministro argumentou que “se os preços estão a subir porque os custos de produção estão a aumentar na área da energia, [ao aumentar o rendimento] iríamos só aumentar mais os custos de produção e os preços iriam aumentar e iríamos na ilusão do aumento do rendimento que rapidamente seria comido pelo aumento da inflação“. “Não, não é essa espiral inflacionista que nós queremos alimentar”, assinalou.

Esta segunda-feira, na concertação social, o patronato colocou-se ao lado do Governo. “Não podemos ser cegos e pensar que o problema da inflação se resolve com aumento de salários“, disse António Saraiva, presidente da CIP, pedindo “moderação” e argumentando que “se vamos atrás da inflação para subir os salários, não a conseguimos controlar, apenas a potenciamos“. O foco no médio prazo deve estar no crescimento económico e na produtividade e no curto prazo nas medidas que possam mitigar o aumento dos preços.

Do lado do Governo está também Mário Centeno, ex-ministro das Finanças e atual governador do Banco de Portugal, que disse, quando questionado especificamente sobre o caso da Função Pública, que as “indexações automáticas, que não é o que acontece neste caso, não são desejáveis face à inflação prevista” uma vez que dificultariam a gestão da política monetária. A previsão do Banco de Portugal para a inflação tem subjacente a continuação da “contenção salarial” e sem incorporar “efeitos de segunda ordem”, isto é, uma espiral de preços e salários.

Na discussão no final deste ano deverá pesar não só a taxa de inflação registada na altura, mas também o que se prevê para 2023, de forma a confirmar (ou desmentir) o argumento do Governo de que este fenómeno é passageiro. A previsão do CFP aponta para 2,2%, a do Banco de Portugal para 1,6% e das Finanças para 1,7% (no Programa de Estabilidade). O Fundo Monetário Internacional vai rever as suas previsões na próxima semana e a Comissão Europeia divulga novos números a 16 de maio.

No final de março, o anterior Ministério das Finanças deixava a questão em aberto. “Para 2023, assume uma taxa de crescimento das despesas com pessoal de 3,7% e existem diferentes formas de concretizar este aumento, entre o normal desenvolvimentos das carreiras, revisões das carreiras, contratações de trabalhadores para a Administração pública e atualizações salariais”, explicava então o gabinete de João Leão, notando que “o PE não concretiza esta decomposição”.

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Turismo otimista para a Páscoa. Hotelaria admite subidas de preços acima dos 10%

Expectativas para a Páscoa são animadoras, com quase todos os hotéis abertos e um aumento da procura pelo turismo de natureza.

O turismo continua a recuperar do impacto provocado pela pandemia e, para a Páscoa, as expectativas são positivas, desde a hotelaria até ao alojamento local. O setor acredita que a Páscoa possa ser “o pontapé de saída” para a retoma do turismo, numa altura em que os números já estão muito próximos dos resultados de 2019. As agências de viagens já sentem o ritmo positivo da procura, mas o setor também sente os efeitos da invasão russa à Ucrânia e, por isso mesmo, a hotelaria admite subidas de 10% nos preços para compensar o aumento dos custos da energia.

Em abril, o número de bilhetes emitidos para voos com destino a Portugal disparou 500% face a abril de 2021, adianta ao ECO Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal. Contudo, importa notar que este número não inclui companhias low-cost nem bilhetes reservados diretamente com as companhias aéreas. Ainda assim, o responsável está confiante para a Páscoa, notando que, “em termos de conectividade aérea”, o país está “muito próximo dos números de 2019”, ano em que se bateram recordes no setor do turismo, com 27 milhões de turistas.

A hotelaria tinha “boas” expectativas para a Páscoa e, por esta altura, mantêm-se. “Esperamos que a Páscoa possa ser o pontapé de saída para a retoma”, diz Cristina Siza Vieira, CEO da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), apontando que “já havia uma procura muito grande”.

Depois de um janeiro e fevereiro “muito maus”, a responsável diz que o setor “estava em apneia a aguentar até à Páscoa” e que, neste momento, acredita que “haverá bastante mais hotéis abertos”, embora cerca de 20% deverão continuar de portas fechadas. O Grupo Vila Galé, por exemplo, terá todos os 27 hotéis no país a funcionar, adianta ao ECO o administrador Gonçalo Rebelo de Almeida.

O responsável pela segunda maior cadeia hoteleira do país afirma que as expectativas para a Páscoa são “positivas”, “com reservas de clientes nacionais e estrangeiros”, o que faz prever taxas de ocupação acima dos 80%. Do lado da AHP, as projeções apontam para um peso de 60% de turistas internacionais, embora a procura por portugueses para o setor hoteleiro também seja considerável.

As expectativas positivas alastram-se até ao alojamento local. “Finalmente conseguimos ter alguma expectativa de recuperação”, diz ao ECO Eduardo Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local de Portugal (ALEP). “Março já foi mais otimista e a Páscoa é justamente o que marca as expectativas de início da retoma”, acrescenta o responsável, notando que a Páscoa “é um marco importante” para o setor.

Turismo de natureza com muita procura

Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, nota que “uma das lições da pandemia” foi a abertura do mapa turístico nacional e isso continuará a ser uma tendência. “O aumento da procura por outras regiões não tão turísticas”, mais concretamente o interior do país, “foi muito positivo” e vai manter-se, afirma o responsável. A presidente da AHP defende o mesmo e antecipa que as férias da Páscoa assistirão a uma forte “procura pelo turismo de natureza”, nomeadamente no interior do país, embora os destinos de sol e mar continuem a predominar.

O administrador do Vila Galé nota que, na Páscoa, “genericamente todas as regiões estão com procura”, embora o Algarve, Alentejo, Douro e Braga se destaquem. O mesmo cenário é observado no alojamento local, com Eduardo Miranda a explicar que a Páscoa “marca o começo das reservas nas zonas de praia e urbanas”, mas que deverá manter-se a “apetência pelo interior, por casas mais rurais” — tendência que “marcou a pandemia”.

Do lado da Agência Abreu, a procura dos portugueses por férias da Páscoa lá fora também já é notória. “Este ano a oferta é superior à dos anos anteriores, mas a procura correspondeu e pode até superar a oferta em algumas datas“, diz ao ECO Pedro Quintela, diretor comercial da agência de viagens, apontando o “bom nível e ritmo da procura para a temporada da Páscoa”.

Para esta altura, as ofertas preparadas pela Abreu são várias. Cabo Verde e Djerba (Tunísia) são os destinos internacionais mais próximos, com preços a partir de 499 euros, mas as Caraíbas, o México e a República Dominicana também estão em destaque esta Páscoa, com ofertas desde 855 euros. “Paralelamente, verificamos uma grande tendência para destinos alternativos como os Estados Unidos e Brasil“, diz o responsável da Abreu.

Hotelaria admite subidas de 8% nos preços. Alojamento local deve mexer pouco

A invasão russa à Ucrânia provocou um disparo nos preços de vários segmentos e isso acaba por afetar todas as empresas, incluindo as do setor do turismo. “É fruto da inflação que já se fazia sentir antes da guerra”, diz Cristina Siza Vieira. “São os chamados efeitos indiretos”, acrescenta, explicando que, “por um lado, os custos de produção já estavam a subir”, incluindo dos alimentos, abastecimentos, matérias-primas, etc. “Neste momento, por causa da guerra, isso intensificou-se. E, naturalmente, sempre que sobem os preços na fonte, a jusante também haverá impacto“, afirma.

A presidente-executiva da AHP nota que já se estão a assistir subida de preços nas estadias no setor hoteleiro. “No mínimo dos mínimos estão a subir 8%, mas acredito que possam subir mais”, diz, notando que, mesmo durante a pandemia, “não houve uma baixa de preço”. “Portugal já não é um destino de preços muito baixos há muitos anos. O mercado quer apostar noutro tipo de turismo”, explica.

No alojamento local o cenário é um pouco diferente e, diz Eduardo Miranda, “esse é um dos aspetos positivos”. “Não é pela baixa de preços que vamos conquistar mais clientes. Não sentimos uma guerra de baixar preços, é mais ou menos na mesma linha de antes”, diz o presidente da ALEP, referindo que “em alguns segmentos houve até alguns sinais de pequenas subidas dos preços”. “O que é bom, porque os custos vão aumentar”.

Ainda assim, Eduardo Miranda diz que “a expectativa é de que os preços se mantenham”. “Não estamos a observar uma guerra de preços, que era o nosso medo, que numa retoma os operadores ao estarem com muita ansiedade para terem reservas usassem o preço como fator de atração”, diz.

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Costa vai ler com atenção artigo de Cavaco em que é criticado por falta de coragem

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

“Então não havia de ler o texto de um político com a experiência longa do professor Cavaco Silva? Claro que se tem de ler com atenção”, disse ainda o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro afirmou que vai ler hoje à noite com atenção o artigo que o ex-Presidente da República Cavaco Silva escreveu no jornal Público e em que o critica por ter baixo grau de coragem política. “Ainda não li, mas estou curioso e vou ler esta noite com calma”, declarou António Costa aos jornalistas, depois de ter participado numa sessão de homenagem ao ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos Rui Vilar, na Cultugest, em Lisboa.

Num artigo de opinião publicado esta segunda no jornal Público, Cavaco Silva traçou o perfil político de António Costa com base na análise da atuação do primeiro-ministro nos seis anos de chefe do Governo, concluindo que “sobressaiu a aversão a políticas de cariz estrutural”.

Confrontado pelos jornalistas com estas posições críticas manifestadas pelo ex-Presidente da República, António Costa não as comentou para já, alegando que ainda não leu o artigo de opinião. Interrogado se o vai ler, o líder do executivo respondeu: “Então não havia de ler o texto de um político com a experiência longa do professor Cavaco Silva? Claro que se tem de ler com atenção”, declarou.

Nesse artigo, Cavaco Silva elege as áreas da administração pública, sistema fiscal, justiça e mercado de trabalho como as principais em que o Governo tem poder para tomar medidas com forte impacto positivo no crescimento da economia e diz que o perfil dos ministros por elas responsáveis “é ainda desconhecido”, à exceção do ministro das Finanças, a quem reconhece “um grau médio de coragem política”.

Cavaco Silva defende que no programa do Governo apresentado à Assembleia da República “não se detetam sinais de um ímpeto reformista nas áreas em questão, com a exceção da Administração Pública”.

No entanto, insiste, “o facto de o Governo dispor de apoio maioritário no parlamento faz com que a atuação do primeiro-ministro no passado e o próprio conteúdo do programa sejam indicadores da avaliação do grau de coragem política de relevância limitada”.

“Com efeito, na prática, o Governo, confrontado com o empobrecimento relativo do país, pode ir além das medidas constantes do programa aprovado pelo parlamento e o primeiro-ministro pode adotar um perfil mais favorável ao crescimento económico”, acrescenta.

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Wall Street recua com perspetivas de inflação “extraordinariamente elevada”

Os principais índices de referência norte-americanos registaram perdas de mais de 1%, na véspera de serem conhecidos os dados da inflação.

Wall Street terminou a primeira sessão da semana em terreno negativo, no dia antes de serem conhecidos os dados da evolução de preços em março que podem levar a Reserva Federal a mudar a política, e acabar por abrandar a recuperação da economia. A Casa Branca já alertou que a inflação será “extraordinariamente elevada”.

Neste contexto, o índice de referência S&P 500 perdeu 1,73%, para 4.410,74 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq sofreu as maiores perdas, cedendo 2,19%, para 13.410,56 pontos. Já o industrial Dow Jones desvalorizou 1,20%, para 34.305,25 pontos.

A taxa de inflação dos EUA já estava alta em fevereiro, situando-se nos 7,9%, e provavelmente subiu ainda mais no mês passado. Os dados serão conhecidos na terça-feira, mas a Casa Branca já alertou que está em valores elevados. Esperamos que a inflação de março seja extraordinariamente elevada”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, citada pela AFP.

Com estas perspetivas, bem como com a subida dos juros da dívida dos EUA, sofrem as cotadas que são caracterizadas por terem taxas de crescimento elevadas, muitas das quais no setor da tecnologia. A Apple perdeu 2,55% para os 165,75 dólares, a Amazon recua 2,16% para os 3.022,44 dólares e a Microsoft afundou 3,94% para os 285,26 dólares.

Os preços do petróleo também seguiram a tendência negativa, nomeadamente devido ao impacto das restrições pandémicas na China. Isto penalizou, por sua vez, as cotadas do setor da energia. A Occidental Petroleum recuou 6,31% para os 57,92 dólares, a ExxonMobil perdeu 3,47% para os 83,85 dólares e a Chevron cedeu 2,61% para os 165,56 dólares.

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Vacinação contra a Covid está abaixo dos 10% em 20 países, alerta OMS

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

Cerca de 20 países, a maioria de África, mas também do Mediterrâneo Oriental, América, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático, ainda não ultrapassaram a marca de 10% da sua população vacinada.

A cobertura da vacinação contra a covid-19 está ainda abaixo dos 10% da população em cerca de 20 países, a maioria dos quais africanos, alertou esta segunda-feira o comité de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 foram distribuídas a um ritmo “sem precedentes” no mundo, com quase todos os países a administrarem as primeiras doses em menos de 12 meses, salientou o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS (SAGE, na sigla em inglês).

Apesar disso, cerca de 20 países, a maioria de África, mas também do Mediterrâneo Oriental, América, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático, ainda não ultrapassaram a marca de 10% da sua população vacinada, lamentou Kate O’Brien, chefe da vacinação da OMS, em conferência de imprensa.

São países que estão a trabalhar arduamente para avançar com os seus programas” de imunização contra o SARS-CoV-2, salientou a especialista da OMS, ao assegurar que a organização, em conjunto com os seus parceiros, está a apoiar o desenvolvimento desses planos de vacinação.

É aqui que o nosso trabalho está focado. Precisamos de garantir que são as populações de alto risco – a maioria em risco de doença grave ou morte, bem como os profissionais de saúde – que recebem as vacinas com prioridade”, adiantou Kate O’Brien.

Segundo dados da OMS, a nível global, a cobertura vacinal dos grupos considerados prioritários é ainda “insuficiente”, uma vez que só abrange 65% dos profissionais de saúde e 69% das pessoas com 60 ou mais anos.

A organização com sede em Genebra adiantou ainda que o mecanismo internacional de acesso às vacinas contra a covid-19 (Covax) tem doses suficientes para imunizar até junho 70% da população das 92 economias de baixo e médio rendimento. Em 2021, a OMS estabeleceu como objetivo vacinar 70% da população de cada país até meados de 2022.

O Covax, que visa garantir a igualdade global no acesso às vacinas, já entregou até agora mais de 1,4 mil milhões de doses em 145 países, número que fica abaixo dos inicialmente previstos de dois mil milhões de doses até final de 2021.

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Rui Vilar provou que o banco público pode ser bem gerido, diz Costa

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

"Um banco pode ser público, pode ser bem gerido, pode cumprir os planos e atingir os resultados”, disse António Costa durante a sessão de homenagem a Rui Vilar, antigo chairman da CGD.

O primeiro-ministro destacou esta segunda-feira o ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Rui Vilar, com uma personalidade da cultura portuguesa que também provou que um banco público pode ser bem gerido com bons resultados financeiros.

Esta posição foi transmitida por António Costa na sessão de homenagem a Rui Vilar, antigo ministro e antigo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian – uma apreciação que também foi partilhada pelo presidente executivo da CGD, Paulo Macedo.

Numa cerimónia em que também estiveram presentes o cardeal patriarca, D. Manuel Clemente, o ex-presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues e os ministros das Finanças, Fernando Medina, e da Cultura, Pedro Adão e Silva, António Costa e Paulo Macedo descerraram uma placa alusiva à atribuição ao grande auditório da Culturgest do nome de Emílio Rui Vilar, que cessou funções como presidente do Conselho de Administração da CGD em 23 de dezembro último.

Natural do Porto, licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, antigo diretor geral da Comissão Europeia e com uma longa carreira no setor da banca, Rui Vilar lançou a Culturgest em 1993.

Na sua intervenção, tanto Paulo Macedo, como António Costa, destacaram o período recente em que Rui Vilar assumiu as funções de chairman do banco público em 2016, numa fase difícil do banco público no plano financeiro, designadamente em matéria de cumprimento das diretrizes europeias de rácios mínimos de capital.

O primeiro-ministro defendeu que Rui Vilar pode ser homenageado pelo seu percurso de “cidadão empenhado”, fundador da SEDES e ministro “num período difícil da democracia portuguesa”, ou pelo seu serviço de “constante dedicação à economia”.

Rui Vilar não foi só presidente da CGD no momento em que se impunha a abertura à competição com o setor privado, como também aceitou ser chairman num momento de difícil, em que o esforço de recapitalização era essencial e em que muitos duvidavam em Portugal e em Frankfurt da viabilidade da existência de uma Caixa enquanto banco público”, referiu o líder do executivo.

Enquanto presidente do Conselho de Administração da CGD, segundo António Costa, “Rui Vilar acompanhou a gestão rigorosa que Paulo Macedo e a sua equipa imprimiram. Demonstraram que um banco pode ser público, pode ser bem gerido, pode cumprir os planos e atingir os resultados”.

“Na semana passada, foi devolvido por inteiro a emissão privada da dívida. Emissão essa que foi o teste de mercado exigido pela Comissão Europeia para autorizar a capitalização por parte do Estado. Demonstrou-se que um banco bem gerido, público, é um banco que vale a pena e serve o nosso país”, completou.

Tal como Paulo Macedo, o primeiro-ministro evidenciou o percurso de Rui Vilar na esfera da cultura, desde os tempos de estudante em Coimbra, onde esteve ligado ao CITAC (Companhia Independente de Teatro da Academia de Coimbra). “A cultura foi um fio condutor ao longo de toda a sua vida. Foi assim enquanto administrador de quase todas as maiores instituições culturais portuguesas, culminando com dez anos de presidência da Fundação Calouste Gulbenkian”, acrescentou António Costa.

Neste ponto relativo à dimensão cultural de Rui Vilar, Paulo Macedo relacionou o “conhecimento do mundo” e o “sucesso profissional da longa carreira” do ex-presidente do Conselho de Administração da CGD. “Estas homenagens devem fazer-se em vida. Sei da reserva de Rui Vilar em relação a homenagens, mas estes momentos são importantes”, sustentou o antigo ministro da Saúde do executivo de Pedro Passos Coelho.

Paulo Macedo considerou que a ação de Rui Vilar teve sempre “uma dupla vertente: Conhecimento do mundo e noção de serviço público”. “A prática de colocar os seus conhecimentos ao serviço dos outros, do país, prolongando esse esforço ao longo de anos a fio”, salientou.

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Itália anuncia acordo para comprar mais gás à Argélia

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

"A Itália está pronta a trabalhar com a Argélia para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde", disse ainda Draghi, na assinatura do acordo com o presidente argelino.

O primeiro-ministro italiano, Mário Draghi, anunciou esta segunda-feira que a Itália vai importar mais gás da Argélia, durante uma visita a este país com o qual está disposto a trabalhar também para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde.

“Os nossos governos assinaram um acordo de cooperação bilateral no setor da energia, para além do acordo entre a Eni (empresa italiana de hidrocarbonetos) e a Sonatrach (argelina) para aumentar as exportações de gás para Itália“, disse o primeiro-ministro italiano após uma audiência com o Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboun.

O objetivo do Governo italiano é reduzir a sua dependência da Rússia, que representa 40% do total de gás importado pela Itália, explicou numa conferência de imprensa. A Argélia é hoje, atrás da Rússia, o segundo maior fornecedor de gás a Itália, que é transportado através do gasoduto Transmed.

“A Itália está pronta a trabalhar com a Argélia para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde. Queremos acelerar a transição energética e criar oportunidades de desenvolvimento e emprego”, salientou ainda Draghi.

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“Orienta-te”: Ageas ensina alunos a definir orçamento e a poupança familiar

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2022

A Fundação do grupo segurador vai orientar estudantes a gerir um orçamento e a planear poupança. A turma vencedora fará viagem à Bélgica.

O projeto da Fundação Ageas Portugal que pretende alertar alunos do 3º ciclo (7.º, 8.º e 9.º ano de escolaridade) para a importância de poupar desde cedo e saber como gerir um orçamento, acaba de lançar a 4.ª edição. Embalada pelo sucesso alcançado nos últimos três anos, a fundação arrancou com nova edição do concurso “Ori€nta-te.”

A iniciativa de literacia financeira é dirigida a alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico e “convida as escolas de todo o país a ingressarem numa viagem de diversão e aprendizagem” que decorrerá até junho. “Com este projeto pretendemos trazer aos professores e aos alunos, uma forma mais criativa de abordar os conceitos de literacia financeira. Em Portugal são temas que tendencialmente provocam alguma preocupação, mas acreditamos que é fundamental procurar novas formas de suscitar o interesse e a aquisição de conhecimento por parte dos jovens, por forma a garantir que são capazes de tomar decisões informadas sobre o seu futuro”, comenta Flávia Nobre, Responsável do Projeto Orienta-te.

À semelhança das edições anteriores, o concurso escolar incluirá um desafio prático que os concorrentes deverão explorar e aprofundar. “É-lhes pedido que definam objetivos, o seu orçamento e um modelo de poupança. Além disso, não devem esquecer-se dos imprevistos que possam surgir”. Com os professores, será partilhado um toolkit com os conceitos e dinâmicas a aplicar em sala de aula, de forma a ajudar a explicar os conceitos base de literacia financeira, explica um comunicado da fundação do grupo segurador.

No final do programa, o 1.º lugar vai ganhar uma viagem de três dias à Bélgica (tanto alunos como professores), o 2.º e 3.º lugar uma experiência ao My Camp – Water Fun e ao Parque dos Monges, Alcobaça, respetivamente. Ainda, o “Diploma Ori€nta-te, o Selo Ori€nta-te e o Troféu Ori€nta-te serão atribuídos às escolas dos 10 melhores grupos concorrentes. Entre estes, as escolas que ficarem no Top 3 receberão ainda material escolar no valor equivalente a 500 euros”.

Nas edições anteriores, o projeto Orienta-te chegou a mais de 4.200 alunos de 70 escolas, e a 3ª edição teve o maior número de trabalhos submetidos (100), “refletindo a vontade crescente em aprender a poupar, desde cedo,” realça a fundação. Para participar na edição deste ano, o(a) professor(a) responsável pelo grupo, turma ou escola deverá inscrever grupo de alunos e os trabalhos devem ser submetidos até ao dia 31 de maio. A inscrição é feita através de um formulário. Mais informações sobre o Orienta-te aqui.

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BCP reforça administração com duas mulheres, incluindo Clara Raposo

Saem dois homens e entram duas mulheres para o board do BCP. Banco aposta na continuidade da equipa executiva liderada por Maya para a “segunda fase de normalização e de crescimento da atividade”.

O BCP BCP 0,03% vai reforçar o seu conselho de administração com duas administradoras, sendo uma delas Clara Raposo, presidente do ISEG e que vai integrar ainda a administração da Nos e é ainda a chairwoman da Greenvolt. A outra novidade proposta para o board do banco é Lingzi Yuan.

As duas vão exercer funções não executivas e substituir José Elias da Costa e Wan Sinlong no próximo mandato que vai até 2025, de acordo com a proposta que os acionistas vão votar na assembleia geral do próximo dia 4 de maio.

Em relação ao resto do conselho de administração, não há novidades: vai continuar a ser liderado por Nuno Amado, com Jorge Magalhães Correia, Valter Dias de Barros e Miguel Maya como vice-presidentes.

A comissão executiva do banco também vai continuar com Miguel Maya como presidente e Miguel Bragança, Jorge Nuno Palma, Maria Matos Campos, Rui Manuel Teixeira, e José Miguel Pessanha como administradores.

De resto, Nuno Amado já tinha antecipado na conferência de resultados do banco, em fevereiro, que a comissão executiva ia ser reconduzida para um novo mandato com o objetivo de o banco entrar na “segunda fase de normalização e de crescimento da atividade”.

“A produção de efeitos da presente proposta fique sujeita à condição suspensiva da obtenção, por parte do Banco Central Europeu”, assinala ainda o comunicado do banco enviado ao mercado.

Além dos órgãos sociais, a assembleia geral vai deliberar sobre o dividendo de 0,09 cêntimos por ação, depois dos lucros de 138 milhões de euros em 2021.

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Tailândia suspende 2 seguradoras que já não conseguem pagar sinistros Covid-19

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2022

Volume de responsabilidades financeiras assumidas com coberturas de Covid-19 está a surpreender seguradoras tailandesas. Duas vergaram ao peso dos sinistros e enfrentam processos de dissolução.

O ministério das Finanças da Tailândia revogou licenças comerciais às seguradoras Southeast Insurance e Thai Insurance, depois de terem falhado pagamentos aos clientes por um montante superior 18 mil milhões de bahts tailandeses (cerca de 493,3 milhões de euros ao câmbio corrente) em compensações relacionadas com sinistros de Covid-19, segundo foi divulgado pelo Office of Insurance Commission (OIC), regulador local do setor.

A Southeast Insurance sucumbiu a 13,5 mil milhões de baht (THB) em créditos relacionados com sinistros Covid-19 por pagar e a Thai Insurance acumulou 4,6 mil milhões da mesma natureza que a seguradora não tem condições de honrar. Estas companhias são subsidiárias do Thai Group Holdings, entidade controlada pelo multimilionário Charoen Sirivadhanabhakdi, considerado empresário mais rico do país.

As seguradoras foram advertidas pelo organismo regulador e foi-lhes concedido um prazo e possibilidade de suspenderem a venda de novas apólices do ramo não Vida, venderem parte dos ativos e usar o encaixe para reforço de capitais que permitisse proceder ao pagamento das indemnizações por infeções de Covid-19, mas não o fizeram. Agora, além de terem as licenças canceladas desde 1 de abril, a OIC vai aprofundar investigação comportamental que pode levar a ações legais visando os respetivos dirigentes por incumprirem indemnizações em atraso e porque, deliberadamente, também não aplicaram medidas para corrigir a insuficiências de capital.

Já no final de janeiro, os acionistas destas companhias recusaram apoiar o necessário reforço de capital, optando por devolver as respetivas licenças à entidade de Supervisão e suspender atividade, explicou Suttipol Taweechaikarn, secretário-geral do OIC. Agora, face ao desfecho anunciado, caberá ao Fundo de Garantia de seguros acompanhar um processo regulamentado de dissolução das seguradoras e dar destino aos clientes lesados que serão transferidos para outras 31 companhias de seguro.

Em 2020, cerca de uma dúzia de companhias procurou dar resposta à emergência da pandemia (de Covid-19) na Tailândia com oferta de apólices para cobrir despesas associadas com doença. Com incremento da oferta no mercado e preços cada vez mais atrativos para os consumidores venderam-se milhões de apólices. As duas companhias cujas licenças foram revogadas reúnem entre si perto de 1,2 milhão de apólices envolvendo coberturas Covid.

Com prolongamento da crise pandémica (mais os efeitos das novas variantes do coronavírus), as seguradoras demoraram a perceber que acumulavam responsabilidades de cobertura muito acima das suas reservas prudenciais e, consequentemente, começaram a enfrentar problemas operacionais decorrentes da expansão dos gastos com sinistros. O impacto da Covid-19 no setor não fez apenas aquelas duas vítimas. A OIC tem tido reuniões com outras 15 empresas (10 do ramo não Vida e cinco do ramo Vida) para lidar com os efeitos da Covid-19.

Em conjunto Southeast e a Thai geriam carteiras somando oito milhões de clientes no total.

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