Gasóleo sobe 16,4 cêntimos (mesmo com alívio no ISP). Gasolina fica 6 cêntimos mais cara

Pela primeira vez, preço do gasóleo ultrapassa o preço da gasolina. Diesel aumenta 16,4 cêntimos, já incorporando o alívio de 1,3 cêntimos no ISP. A gasolina aumenta 6 cêntimos.

Prepare bem a carteira se tiver de abastecer o automóvel esta semana. Os combustíveis vão ficar mais caros outra vez, em consequência da subida dos preços petrolíferos nos mercados internacionais por causa da guerra na Ucrânia. O litro de gasóleo vai ficar 16,4 cêntimos, já considerando o alívio de 1,3 cêntimos no ISP anunciado pelo Governo. Sem isso, o agravamento no preço seria de 18 cêntimos. Já a gasolina vai encarecer 6 cêntimos por litro, sendo que o ISP não regista alterações.

A confirmar-se esta subida, de acordo com as estimativas que o Executivo usou para calcular o valor do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) no âmbito do novo mecanismo para aliviar o aumento dos preços dos combustíveis nas famílias e empresas, o diesel vai passar a custar 2,011 euros por litro, enquanto a gasolina ficará nos 1,987 euros por litro, assumindo os preços médios em Portugal Continental.

Isto significa que, pela primeira vez, o gasóleo, que é o combustível mais usado pelos portugueses, está mais caro do que a gasolina: a diferença é de mais de dois cêntimos.

A subida dos combustíveis reflete sobretudo a situação de enorme incerteza em relação à guerra da Rússia na Ucrânia e as implicações desse conflito para o mercado do “ouro negro”, embora a escalada dos preços venha já do ano passado (com o desequilíbrio provocado pela saída da pandemia).

Durante a semana passada, especulou-se sobre a possibilidade de a União Europeia (UE) embargar o petróleo e gás russo como sanção contra Moscovo por causa do ataque ao país vizinho, juntando-se aos EUA. Esse cenário, que já foi afastado, colocaria o mercado sobre enorme pressão tendo em conta que os Estados membros teriam de procura alternativa aos 2,5 mil milhões de barris por dia que importa da Rússia.

Se estas discussões parecem distantes de Portugal, o certo é que têm consequência direta no bolso dos portugueses, sobretudo junto de quem tem carro.

Para mitigar o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, o Governo lançou duas medidas importantes: uma foi este mecanismo que corta no ISP o montante extra arrecadado com o IVA (e repõe o imposto em caso de baixa dos preços), o que pressupõe atualizações semanais do imposto.

Além disso, os automobilistas poderão contar com novamente com o Autovoucher durante o mês de abril para ter um benefício de 20 euros quando for ao posto de abastecimento. Esta medida foi lançada em novembro, atribuindo cinco euros por mês até fevereiro, tendo sido reforçada em março para os 20 euros. Poderá beneficiar de mais 20 euros no próximo mês.

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Preço do vinho vai disparar nos supermercados e restaurantes

Com os custos a subirem da videira ao engarrafamento, produtores do Douro, Alentejo, Verdes e Lisboa avisam que o vinho vai ficar (ainda) mais caro nas prateleiras do retalho e cartas da restauração.

Vidro, rolhas, cápsulas, rótulos, colas, paletes, caixas de cartão, pesticidas, adubos, eletricidade, combustíveis, contentores marítimos. Estes são alguns dos materiais e fatores de produção que as empresas de vinho têm de comprar e cujos preços têm disparado nos últimos meses. Depois de um primeiro aumento mais ligeiro no início deste ano, os produtores admitem ao ECO que nas próximas semanas as garrafas de vinho vão ter de voltar a ficar mais caras nas prateleiras dos supermercados ou nas garrafeiras dos restaurantes.

Depois de em 2021 já ter visto o preço do transporte marítimo para a exportação triplicar de preço, nos últimos meses começaram a cair no e-mail de Martim Guedes as notificações dos fornecedores com a revisão de preços de outros materiais. Para a Aveleda, que é o maior produtor de Vinho Verde com a marca Casal Garcia e que tem presença também no Douro (Quinta Vale Dona Maria), na Bairrada e no Algarve, o que mais pesa são as garrafas de vidro, que estão 50% mais caras do que há um ano.

“Fizemos um aumento modesto [do preço aos clientes], na casa dos 3%, que se está a mostrar claramente curto. Só nestes materiais, o aumento de custos está próximo de 10% e a aumentar todos os dias. É inevitável haver mais aumentos a meio ou mais para o final do ano. Ainda vamos decidir a melhor altura. Mas é impraticável manter os preços atuais”, resume o co-CEO da Aveleda, sediada em Penafiel. A inflação “é inevitável e vai ter impacto no consumo, [pois] é natural que alguns consumidores troquem para vinhos mais baratos ou outros produtos”, como a cerveja.

É inevitável haver mais aumentos a meio ou mais para o final do ano. Ainda vamos decidir a melhor altura. Mas é impraticável manter os preços atuais.

Martim Guedes

Co-CEO da Aveleda

No Alentejo, além dos aumentos de dois dígitos no vidro e nas tarifas das transportadoras, a Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (Carmim), que tem cerca de 400 produtores a entregarem uva regulamente, está preocupada com o custo e com a possível escassez de fitofármacos e adubos – muito deles são produzidos no leste europeu ou com matérias-primas provenientes daquela zona –, temendo que possam ser “tomadas decisões subótimas do ponto de vista do tratamento da planta ou da fertilização da própria terra”.

João Caldeira, diretor geral da Carmim – Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz

O diretor-geral, João Caldeira, conta que “fruto dos contratos que tem e dos níveis de stock que existem nos clientes”, os efeitos ainda não terão chegado ao consumidor final. No entanto, diz que “é uma questão de tempo”, insistindo que “mais tarde ou mais cedo, os custos que [fará] repercutir nos preços hão de chegar ao mercado”. Com que dimensão? “Não consigo precisar. Isto requer algum trabalho por canal. Mas nunca serão inferiores a 5%, até aí poderão evoluir”, responde o gestor da cooperativa alentejana, que em 2021 faturou 20 milhões de euros.

Mais tarde ou mais cedo, os custos que faremos repercutir nos preços hão de chegar ao mercado. Nunca serão inferiores a 5%.

João Caldeira

Diretor geral da Carmim - Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz

Mais certo é que, estando neste momento a pagar mais pelas garrafas, cápsulas, rolhas, caixas ou pelo transporte para os distribuidores, a Carmim não pode esperar pela próxima colheita para passar parte desses encargos. “Não posso estar à espera de uma vindima que só vou fazer em agosto ou setembro – e depois de ter vinho em dezembro ou janeiro do ano que vem. Tenho de repercutir esses custos já nas próximas semanas. Já começámos a fazer algumas revisões, que poderão não ser definitivas face ao cenário mais recente”, resume João Caldeira.

As rolhas são um dos materiais que já estão mais caros. Por exemplo, a Corticeira Amorim avançou nas últimas semanas com “uma evolução tarifária nos preços de todos os produtos para incorporar o aumento de custos” que teve em 2021. Porém, como “infelizmente esses custos não pararam de aumentar”, António Rios Amorim admitiu ao ECO que isso vai obrigar a gigante da cortiça a avançar com novas subidas das tarifas para os clientes nos próximos meses.

Inevitabilidades no Porto e sustos em Lisboa

No Douro, o cenário é semelhante e repetem-se os maiores focos de pressão. Desde logo, os “aumentos na base dos 40%” impostos pela indústria vidreira, utilizadora intensiva de gás; e o “incremento grande” nos pesticidas e fertilizantes, que faz as empresas de Vinho do Porto temer que os viticultores independentes a quem compram uva “possam começar a não fazer os tratamentos adequados”, nas palavras da diretora executiva da associação do setor (AEVP).

Isabel Marrana relata que, no arranque deste ano, a generalidade das casas de Vinho do Porto negociou com os importadores e distribuidores subidas de preços que pensava ser “adequadas” para fazer face ao crescimento de todos estes custos, que começaram a aumentar de forma acentuada em meados de 2021. O início da guerra na Ucrânia só veio comprovar que não são. E o setor está agora “a ver o que pode refletir [a mais], mas claramente vai ter de haver outra revisão” de preços a pesar no bolso dos apreciadores de vinho.

Tudo isto é uma cadeia de interesses e de margens, que tem de ser equacionada e dividida [com a distribuição]. (…) Não queremos subir preços que nos estrangulem o negócio.

Isabel Marrana

Diretora executiva da Associação das Empresas de Vinho do Porto

“É inevitável um aumento dos preços nas lojas, mas temos de ser razoáveis. Os salários dos consumidores não são elásticos. Tudo isto é uma cadeia de interesses e de margens, que tem de ser equacionada e dividida [com a distribuição]. (…) Não queremos subir preços que nos estrangulem o negócio. Os empresários têm de ter equilíbrio e sensatez nestes momentos que vamos atravessar”, sublinha a porta-voz da influente Associação das Empresas de Vinho do Porto.

Em Alenquer, Francisco Bento dos Santos anda também “assustadíssimo por não fazer ideia do que vem aí”. Sendo que o que já conhece não o deixa mais tranquilo. “É uma loucura. Têm sido aumentos expressivos e, como não temos uma produção grande [100 mil garrafas por ano], não temos descontos de quantidade. Por exemplo, as cápsulas de estanho para o vinho aumentaram 300% no ano passado”, ilustra o diretor-geral da Quinta de Monte d’Oiro.

Francisco Bento dos Santos, diretor-geral da Quinta de Monte d’Oiro

“Andámos anos sem rever um único preço, este ano apresentámos aos importadores, à distribuição, aos restaurantes, uma tabela nova com um aumento médio à volta de 10%. Mas era a contar com os aumentos [de custos] do ano passado. Neste momento, esses preços já estão totalmente desatualizados. Estava mais ou menos confiante que com este aumento podíamos passar o ano mais confortáveis e agora estou assustado”, frisa.

Este produtor de vinhos da região de Lisboa, filho do histórico José Bento dos Santos, conta ainda que resolveu mesmo antecipar a compra de material para garantir que, dentro de dois a três meses, consegue engarrafar os vinhos tintos da colheita de 2020. O receio – e garante que essa era uma ameaça que vislumbrava no horizonte – era de enfrentar um cenário de escassez de embalagens que obrigaria a Quinta de Monte d’Oiro a ficar com o vinho em cuba.

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5 coisas que vão marcar o dia

No início da semana em que o novo Governo toma finalmente posse, os patrões reúnem-se para debater a transformação da economia e o FC Porto arranca a operação obrigacionista.

O Conselho Nacional das Confederações Patronais pensa como “crescer e convergir” em 2022 e a Associação de Energias Renováveis mostra o impacto no preço da eletricidade suportado pelos consumidores portugueses no ano passado. Destaque ainda para o empréstimo obrigacionista da SAD portista e para o acordo laboral na Autoeuropa.

Início da operação obrigacionista do FC Porto

Arranca esta segunda-feira e decorre durante as duas semanas seguintes o período de subscrição do novo empréstimo obrigacionista lançado pela SAD do FC Porto, com o qual pretende captar 40 milhões de euros junto dos investidores. Os portistas acenam com uma taxa de juro de 5,25% por estes títulos que vencem em 2025.

Patrões discutem como transformar a economia

Tem como tema “Transformar a Economia – Crescer e Convergir 2022” e é um encontro organizado pelo CNCP – Conselho Nacional das Confederações Patronais, que junta a CIP, CCP, CTP, CAP e CPCI. O evento está agendado para o Centro de Congressos de Lisboa e decorre na semana em que o novo Governo toma posse e se prepara para apresentar uma nova proposta de Orçamento do Estado.

Trabalhadores da Autoeuropa votam acordo laboral

O novo pré-acordo laboral da Autoeuropa já foi apreciado e discutido pelos trabalhadores em reuniões plenárias no final da semana passada e pode ser agora votado. O coordenador da comissão de trabalhadores da fábrica de automóveis, Rogério Nogueira, adiantou que o acordo “garante um aumento mínimo de 30 euros já este ano e a manutenção do prémio anual por objetivos, que abrange a maioria dos trabalhadores da fábrica de Palmela e que nos últimos dois anos foi de cerca de 1.400 euros”.

Estudo mostra impacto das renováveis no preço

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) apresenta esta tarde o estudo “Impacto da eletricidade de origem renovável no preço suportado pelo consumidor em 2021”, elaborado pela consultora Deloitte. No ano passado, Portugal foi o país do Sul da Europa com maior incorporação renovável na produção de eletricidade (63%), acima de países como Espanha (49%) e Itália (41%).

Dados do Eurostat, da Covid ao Canadá

A semana arranca igualmente com a divulgação de vários dados por parte do Eurostat, o serviço de estatística da União Europeia. Na lista estão os custos laborais em 2021, o impacto da Covid-19 no retalho, na indústria, nos serviços e na construção, números sobre o comércio internacional de produtos médicos e farmacêuticos ou relativos às trocas comerciais entre o bloco comunitário e o Canadá.

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Costa Silva indica autarca de Viana para a secretaria de Estado do Mar

  • ECO
  • 27 Março 2022

António Costa Silva mantém João Neves na Economia e dá mais poder a Rita Marques. A surpresa é a escolha de autarca que fez 'velório' pelos Estaleiros de Viana para a pasta do Mar.

Há varias mudanças na nova equipa da Economia. A nomeação de António Costa Silva, o ‘pai do PPR’ para ministro da Economia trouxe também uma reorganização orgânica, com novas pastas. E isso acaba por ter consequências nos nomes escolhidos pelo ministro indigitado para a próxima legislatura. Há um nome que se mantém na equipa, o de João Neves, como secretário de Estado da Economia, mas a principal novidade é mesmo a nomeação do antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo para a secretaria de Estado do Mar.

João Neves foi, na equipa de Siza Vieira, o governante com contacto permanente com a chamada economia real, e isso trouxe-lhe uma relevância junto das empresas, particularmente o setor industrial. Foi administrador da Bial entre 2010 e 2018, mas tem uma larga experiência de administração pública, como diretor geral, e como governante. Entrou para o Governo em 2018, ficou na equipa de Siza Vieira e vai manter-se com António Costa Silva.

A Economia vai incorporar a pasta do Mar, até agora com o estatuto de ministério. E a escolha de Costa Silva é surpreendente. José Maria Costa deixa a câmara de Viana do Castelo nas últimas autárquicas, por ter atingido o limite de mandatos, mas o que marcou a sua ação foi quando o novo governante depositou uma coroa de flores pela morte dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Os Estaleiros tinham sido privatizados — a Martifer foi o comprador — e o então autarca fez campanha contra o negócio, antes e depois da sua realização. “Vim a um velório, ao velório da construção naval em Portugal”, disse o autarca, em 2014. Hoje, os Estaleiros de Viana têm um negócio em crescimento e já ultrapassaram 100 milhões de faturação. Em 2020, trabalhavam já nos estaleiros mais 1.200 pessoas.

Rita Marques mantém-se na equipa de secretários de Estado do Ministério da Economia, mas agora, além do Turismo, vai acumular as áreas do comércio e dos serviços, com a saída de João Torres. Secretária de Estado desde 2019, com a promoção de Ana Mendes Godinho para a pasta do Trabalho, Rita Marques era, até então, presidente da Portugal Ventures, uma sociedade de capital de risco pública.

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Medina faz mudanças. Equipa mais curta e Sofia Batalha no orçamento

  • ECO
  • 27 Março 2022

Fernando Medina promove subdiretora geral do Orçamento, Sofia Batalha, a secretária de Estado do Orçamento. João Nuno Mendes acumula o Tesouro e Mendonça Mendes fica no Fisco.

Conhecida a indicação de Fernando Medina para a pasta das Finanças, ficava por saber qual seria a equipa de secretários de Estado que o acompanharia. É uma equipa mais curta, há saídas e há mudanças, de nomes e de pastas.

António Mendonça Mendes deixa de ter o estatuto de secretário de Estado Adjunto, mas mantém-se nos Assuntos Fiscais. Irmão de Ana Catarina Mendes — a nova ministra dos Assuntos Parlamentares –, Mendonça Mendes foi candidato a deputado em Setúbal e está desde julho de 2017 na pasta dos Assuntos Fiscais. Com a saída de Mário Centeno e a promoção de João Leão, o governante foi promovido a secretário de Estado adjunto, isto é, na prática, a número dois da equipa. Agora, Fernando Medina optou por não ter uma hierarquia na equipa, mas não dispensou Mendonça Mendes, apesar do risco político associado ao facto de ser irmão de outra governante quando António Costa tinha optado, em 2019, por não permitir membros do governo com relações familiares, o conhecido ‘family gate’.

Há uma cara nova na equipa das Finanças. A nova secretária de Estado do Orçamento é uma técnica com competências nesta área. Antiga adjunta do então secretário de Estado João Leão, passou para subdiretora-geral do Orçamento e vai agora substituir Cláudia Joaquina como secretária de Estado.

Finalmente, há uma mudança de pastas dentro das Finanças. João Nuno Mendes vai passar a acumular as Finanças com a pasta do Tesouro. Com experiência em cargos públicos, foi adjunto económico de António Guterres, esteve no grupo Amorim e na Galp, passando depois para presidente da Águas de Portugal, até 2019. Entrou na equipa de João Leão e agora, além das Finanças, vai substituir Miguel Cruz como secretário de Estado do Tesouro.

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Dos 38 secretários de Estado, 15 são novos e 23 são repetentes

O primeiro-ministro já apresentou ao Presidente da República a lista dos 38 secretários de Estado do novo Governo que toma posse esta quarta-feira.

O Presidente da República recebeu hoje de António Costa a lista dos 38 secretários de Estado do novo Governo. A posse de todo o XXIII Governo Constitucional está prevista para esta quarta-feira, 30 de março, pelas 17h00, no Palácio Nacional da Ajuda.

O novo Governo é composto por 17 ministros e 38 secretários de Estado, menos 12 do que no Executivo que agora cessa funções. Da lista apresentada este domingo, 15 dos 38 nomes são novas entradas no Governo e 23 secretários de Estado já desempenhavam funções de secretários de Estado no Executivo, sendo que uns mantêm o cargo e outros mudam de pasta.

Na nova orgânica, há dois secretários de Estado que ficam sob a tutela direta do primeiro-ministro: o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa (Mário Filipe Campolargo) e o secretário de Estado dos Assuntos Europeus que será Tiago Antunes, até agora secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

No Ministério das Finanças, entra Sofia Batalha para a pasta do Orçamento, substituindo Cláudia Joaquim. Sofia Batalha era até agora subdiretora-geral da Direção-Geral do Orçamento. António Mendonça Mendes continua com os Assuntos Fiscais, mas perde o estatuto de “Adjunto”.

A pasta das Finanças desaparece e João Nuno Mendes passa a ocupar o lugar de secretário de Estado do Tesouro, cadeira até aqui ocupada por Miguel Cruz.

Uma das surpresas é a entrada de Paulo Cafôfo para o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Cafôfo foi líder do PS Madeira e ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal.

Com Mariana Vieira da Silva na Presidência do Conselho de Ministros continua André Moz Caldas (secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros) e entram Eduardo Pinheiro que ficará com a secretaria de Estado do Planeamento (transita da pasta da Mobilidade) e ainda Inês Ferreira com a secretaria de Estado da Administração Pública.

No ministério de Ana Mendes Godinho também há mudança de nomes. Miguel Cabrita sai do Emprego e Miguel Fontes entra para liderar a secretaria de Estado do Trabalho. Fontes é atualmente o CEO da Startup Lisboa. Os outros dois secretários de Estado mantêm-se: Gabriel Bastos com a Segurança Social e Ana Antunes como secretária de Estado da Inclusão.

Na Saúde, um dos protagonistas do ministério durante a pandemia, António Lacerda Sales, continua como secretário de Estado Adjunto e da Saúde. Para o gabinete de Marta Temido entra Maria de Fátima de Jesus Fonseca para o lugar de Diogo Serras Lopes.

No Ambiente, o novo ministro Duarte Cordeiro mantém João Galamba como secretário de Estado do Ambiente e da Energia. Até agora Galamba era secretário de Estado Adjunto e da Energia, ou seja, perde o “Adjunto”.

Estes são os novos secretários de Estado

Mário Filipe Campolargo
Secretário de estado da digitalização e da Modernização Administrativa

Tiago Barreto Caldeira Antunes
Secretário de Estado dos Assuntos Europeus

André Moz Caldas
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros

Eduardo Nuno Rodrigues e Pinheiro
Secretário de Estado do Planeamento

Inês Pacheco Ramires Ferreira
Secretária de Estado da Administração Pública

Francisco Gonçalo Nunes André
Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação

Paulo Alexandre Nascimento Cafôfo
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Bernardo Forjaz vieira Ivo Cruz
Secretário de Estado da Internacionalização

Marco Alexandre da Silva Capitão Costa Ferreira
Secretário de Estado da Defesa Nacional

Maria Isabel Solnado Porto Oneto
Secretária de Estado da Administração Interna

Patrícia Alexandra Costa Gaspar
Secretária de Estado da Proteção Civil

Jorge Albino Alves Costa
Secretário de Estado Adjunto e da Justiça

Pedro Luís Ferrão Tavares
Secretário de Estado da Justiça

Sofia Alves de Aguiar Batalha
Secretária de Estado do Orçamento

António Manuel Veiga dos Santos Mendonça Mendes
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

João Nuno Marques de Carvalho Mendes
Secretário de Estado do Tesouro

Sara Abrantes Guerreiro
Secretária de Estado da Igualdade e Migrações

João Paulo Moreira Correia
Secretário de Estado da Juventude e do Desporto

João Jorge Arêde Correia Neves
Secretário de Estado da Economia

Rita Baptista Marques
Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços

José Maria da Cunha Costa
Secretário de Estado do Mar

Isabel Alexandra Rodrigues Cordeiro
Secretária de Estado da Cultura

Pedro Nuno de Freitas Lopes Teixeira
Secretário de Estado do Ensino Superior

António de Oliveira Leite
Secretário de Estado da Educação

Luís Miguel de Oliveira Fontes
Secretário de Estado do Trabalho

Gabriel Gameiro Rodrigues Bastos
Secretário de Estado da Segurança Social

Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes
Secretária de Estado da Inclusão

António Lacerda Sales
Secretário de Estado Adjunto e da Saúde

Maria de Fátima de Jesus Fonseca
Secretária de Estado da Saúde

João Saldanha de Azevedo Galamba
Secretário de Estado do Ambiente e da Energia

João Paulo Marçal Lopes Catarino
Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas

Jorge Moreno Delgado
Secretário de Estado da Mobilidade Urbana

Hugo Santos Mendes
Secretário de estado das infraestruturas

Marina Sola Gonçalves
Secretária de Estado da Habitação

Isabel Cristina Fernandes Rodrigues Ferreira
Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional

Carlos Manuel Soares Miguel
Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território

Rui Manuel Costa Martinho
Secretário de Estado da Agricultura

Teresa Alexandra Meca Valverde Gouveia Coelho Estêvão Pedro
Secretária de Estado das Pescas

(Correção: Na versão inicial desta notícia estava escrito que 17 dos 38 secretários de Estado são novas entradas e 21 são repetentes. Os números corretos são 15 novos nomes e 23 repetentes).

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Seguradoras italianas oferecem apólice automóvel gratuita a refugiados ucranianos

  • ECO Seguros
  • 27 Março 2022

Associação de seguradoras tomou iniciativa de suportar o custo dos prémios das apólices de seguros para refugiados ucranianos que chegam a Itália de carro.

Imagens de famílias e crianças a fugir do terror, morte e destruição “deixam-nos horrorizados”, afirma a associação italiana de empresas de seguros. Passado mais de um mês desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e iniciou a guerra na Europa, muitas pessoas têm chegado a Itália em busca de um lugar tranquilo para viver. “São inúmeros os autocarros cheios de pessoas amedrontadas e de carros carregados” com o que conseguiram trazer das suas casas.

Pensando nessas pessoas, a associação italiana de seguradoras, “decidiu, por sua própria iniciativa”, que o setor segurador irá “suportar o custo dos prémios das apólices de seguros para os refugiados ucranianos que chegam a Itália de carro,” refere um comunicado da Associazione Nazionale fra le Imprese Assicuratrici (Ania).

A situação dramática destes dias está, de facto, a levar à “entrada em Itália de veículos provenientes de territórios devastados pela guerra sem uma Carta Verde ou outro seguro de responsabilidade civil válido,” explica a entidade. Em colaboração com a Ania, o Ufficio Centrale Italiano (U.C.I.), organismo que gere assuntos internacionais relacionados com a Carta Verde, vai emitir gratuitamente apólices com validade de 30 dias para os refugiados que as solicitem.

“Será emitida uma cobertura gratuita para veículos com matrículas ucranianas” a pedido da pessoa interessada, que deverá atestar, através de declaração bilingue, “que está autorizada a utilizar o veículo se este estiver registado em nome de terceira pessoa ou entidade jurídica diferente. O certificado será emitido à distância e enviado por correio eletrónico,” detalha a nota divulgada no site da Ania.

Para obter a designada apólice de fronteira, a Ania recomenda que o pedido seja remetido para endereço de internet especificado ([email protected]), anexando seguintes documentos:

– cópia (frente e verso) do documento de matrícula do veículo;

– cópia da terceira página do passaporte do titular do veículo;

– atestado do titular, em declaração preenchida e assinada.

Tudo o que os interessados têm de indicar para concluir o requerimento é fornecer um endereço de correio eletrónico onde possa receber a apólice digital, cujo original (suporte em papel) será mantido pelos serviços até que o UCI receba a solicitação de entrega feita pelo titular.

 

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GamaLife reconduz administração até 2024 e transfere 15 milhões para o acionista

  • ECO Seguros
  • 27 Março 2022

Matteo Castelvetri, Gonçalo Castro Pereira, Alistair Bell e Filomena Ferreira Santos têm novo mandato à frente dos destinos da seguradora da GBIG, empresa detida por fundos da APAX.

Os acionistas da GamaLife Seguros de Vida (antiga GNB Vida), reconduziram, em assembleia geral anual (AG), o Conselho de Administração (CA), presidido por Matteo Castelvetri, para o período de 2022 a 2024.

Do resultado líquido individual do exercício (42.464.153,19 euros) alcançado no ano passado, a reunião aprovou transferência de 15.000.000 euros para o acionista a título de dividendos. O valor remanescente (27.464.153,19 euros) transita para a conta de “outras reservas (sub-rubrica reservas livres)”. Em abril do ano passado, depois de ter registado prejuízo em 2020, a GamaLife pagou 3 milhões de euros (ilíquido) em dividendos ao acionista. A parcela remetida à GBIG Portugal (detida por fundos geridos pela Apax Partners) eram “reservas livres”.

A AG realizada dia 25 de março reelegeu Castelvetri presidente do CA e reconduziu também os outros três membros deste órgão social: Gonçalo Pereira, Alistair Bell e Filomena Ferreira Santos, detalha informação da seguradora através da Comissão do Mercados de Valores Mobiliários (CMVM). A Mesa da assembleia geral permanece também inalterada, em 2022, contando com Mário Lino Dias (presidente) e José Miguel Marcão (secretário). Por sua vez, o Conselho Fiscal da seguradora é composto por António Gonçalves (presidente), João Pires (vogal), Paulo Marques (vogal) e Paulo Silva (vogal).

Os acionistas decidiram ainda votar favoravelmente a proposta de atribuição de uma remuneração variável aos administradores no valor global de 160.000 euros, a ser distribuída pelos membros do Conselho de Administração. Na agenda da AG estavam também as contas da empresa, apreciação da administração e fiscalização, além de alteração de alguns artigos dos estatutos da seguradora, assuntos que foram igualmente aprovados na reunião anual.

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Energia nuclear é essencial para sair de mundo asfixiado pelo CO2, defende investigador

  • Lusa
  • 27 Março 2022

Investigador do Campus Tecnológico e Nuclear, Eduardo Alves defende que a energia nuclear é essencial para garantir a autonomia energética e combater as alterações climáticas.

O investigador do Campus Tecnológico e Nuclear Eduardo Alves defende que a energia nuclear é essencial para garantir a autonomia energética e combater as alterações climáticas, argumentando que é uma alternativa limpa e fiável à queima de combustíveis fósseis.

“O medo que as pessoas têm da energia nuclear deve-se ao desconhecimento. O grande mal é que desde o início da produção de energia elétrica em reatores nucleares não houve preocupação de informar as pessoas. Era mais simples e barato queimar petróleo e carvão e agora sofremos as grandes consequências disso. Criámos toda a economia mundial à volta de combustíveis fósseis”, afirma o investigador em entrevista à agência Lusa.

Trata-se de uma energia que na produção é “completamente limpa, em que não há qualquer emissão de dióxido de carbono, poeiras ou outros resíduos para a atmosfera”, gerando, no entanto, resíduos radioativos do combustível consumido.

Portugal é um dos países europeus que “não tem neste momento uma autonomia energética, está totalmente dependente do exterior” e é também por isso que “paga das energias elétricas mais caras”.

“Mas nós consumimos energia nuclear. As pessoas não podem esconder a cabeça na areia. Na fatura da eletricidade descreve-se de onde vem a energia consumida em Portugal e está lá a nuclear, importada de Espanha e de França. Nós precisamos do nuclear”, considera.

Eduardo Alves defende que “para não prejudicar mais o ambiente, é preciso parar imediatamente de consumir combustíveis fósseis e neste momento, 60% a 70% da energia mundial ainda é produzida a partir de petróleo, carvão e gás”.

“Para deixarmos de os utilizar, tem que haver uma alternativa e os governos estão a ser obrigados a encarar esta realidade. Há um aumento da temperatura incontornável e temos que o parar, senão vamos assumir as consequências. Estamos a desestabilizar o equilíbrio que existiu na nossa atmosfera durante milhões de anos. Tem que haver um compromisso entre países para se reduzir progressivamente a utilização de combustíveis fósseis para poderem ser alcançados os protocolos climáticas, mas sem pôr em causa as economias”, analisa.

As energias renováveis como a solar e eólica não permitem sustentar mais do que “10% das necessidades”, salienta o investigador, frisando que é preciso “ter outra forma viável de produzir energia, e já”.

“A única que conhecemos, porque a tecnologia está testada, é a nuclear”, como atesta o modelo energético francês, que conta com 70% de eletricidade produzida em centrais nucleares, defende Eduardo Alves.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, “a Europa acordou de repente” para os seus problemas de dependência energética de países exportadores de combustíveis fósseis como a Rússia, o que evidenciou que “não há nenhum método atual de produção de energia que consiga, no espaço de uma década, ter um sistema alternativo ao carvão, petróleo e gás”.

A China, que é o maior poluidor mundial, está a consumir 45% da energia elétrica produzida no mundo, mais do que a Europa e os EUA juntos. A sua grande fonte é o carvão e sofre também os problemas climáticos, por isso se comprometeram a baixar as suas emissões. E como é que o vão fazer? Estão a construir 10 centrais nucleares e têm mais cerca de 20 planeadas. É a única maneira de produzirem a energia de que precisam sem aumentar o consumo de carvão, e provavelmente vão consegui-lo”, afirma o investigador.

As novas tecnologias de produção e os reatores de última geração permitem obter mais rendimento energético a partir da mesma quantidade de combustível e produzem menos resíduos com uma vida radioativa na ordem dos 500 anos, muito inferior aos milhares de anos que tornam o armazenamento de combustível nuclear usado um problema que reconhecido e para o qual terá que se encontrar solução, pois existirão sempre resíduos radioativos.

A segurança e os resíduos radioativos são a grande preocupação. Neste momento os reatores da nova geração permitem reduzir significativamente o volume desses resíduos pois eles são consumidos durante o funcionamento do reator para gerar mais energia” e os novos reatores são construídos com “cada vez mais sistemas de segurança redundantes”, fruto das lições aprendidas com os três únicos acidentes nucleares de relevo da História: Three Mile Island, nos Estados Unidos em 1979, Chernobyl na União Soviética em 1986 e Fukushima, no Japão, em 2011.

“É evidente que a energia nuclear tem problemas. Mas os estudos estão feitos. É preciso um equilíbrio. Se continuarmos a emitir dióxido de carbono, daqui a 60 ou 70 anos, já não vamos mais à Baixa de Lisboa. Estará debaixo de água. As nossas praias vão desaparecer. Os nossos estuários vão desaparecer, tal como todas as ilhas da Ria Formosa”, frisa.

Eduardo Alves estima que “em cinco a dez anos” seria possível ter um reator a produzir energia: “a construção é modular, é como um lego mas acho que o processo de licenciamento seria mais moroso do que a própria construção, porque a União Europeia, apesar de considerar a energia nuclear para a transição energética, colocou requisitos de tal maneira limitadores que será um desafio cumprir com todos, do ponto de vista científico”.

Em março de 1976, a população de Ferrel manifestou-se contra a construção de uma central nuclear naquela freguesia do concelho de Peniche, um processo de contestação que ganhou força nos anos seguintes e acabou por levar ao abandono do projeto no princípio da década de 1980.

Para Eduardo Alves, foi “uma oportunidade perdida” que Portugal hoje paga na fatura da eletricidade que tem que importar e nas consequências ambientais que são uma ameaça no horizonte.

“Precisamos de todas as energias. A nuclear foi ignorada durante muito tempo e está a ter as consequências que vemos. Não usando a nuclear, usamos os combustíveis fósseis, o que se compreendia há 50 anos, quando ainda não tínhamos sido afetados pelas alterações climáticas. A nuclear é aquela energia que ligamos e está lá sempre”, resume.

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AGCS nomeia Phil Curtis novo responsável global de Recursos Humanos

  • ECO Seguros
  • 27 Março 2022

Transitando da chefia de RH na sede da Allianz para liderar igual função na filial de corporate e grandes riscos do grupo, o novo responsável vai gerir mais de 4 200 pessoas em 31 países.

Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) nomeou Phil Curtis para a liderar a área de Recursos Humanos (RH) em todas as geografias de operação da empresa, com efeitos desde 1 de abril, em substituição de Melanie Gillig, que foi convidada para conduzir o programa Future Work na Allianz SE, empresa-mãe do grupo segurador.

Phil Curtis, que chegou ao grupo Allianz em 2012, transitará da sua função atual, como Head of HR and Change na sede do grupo, para o cargo de Global Head of Human Resources na AGCS, subsidiária que emprega 4 250 colaboradores, reunindo mais de 80 nacionalidades em 31 países.

Entre as principais responsabilidades na AGCS e além de assegurar objetivos de bem-estar dos profissionais da empresa, diversidade e inclusão, Curtis deverá focar-se na atração e retenção de talentos para apoiar a estratégia de crescimento da AGCS e levar mais longe a jornada de transformação cultural da empresa, refere um comunicado da seguradora de linhas comerciais do grupo Allianz

Antes de exercer na sede do grupo germânico, Curtis foi responsável global pela área de gestão de pessoas na Allianz Global Investors. Previamente à sua chegada à seguradora, Phil Curtis acumulou experiência de RH em outras instituições financeiras, como o UniCredit e a UBS.

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Lloyd’s of London regressa aos lucros com melhor resultado de 6 anos

  • ECO Seguros
  • 27 Março 2022

Embora esperando impacto direto pouco significativo no hub londrino, a companhia admite que os efeitos indiretos da guerra na Ucrânia serão importantes no final de 2022.

A Lloyd’s of London, gestora do mercado homónimo de seguros comerciais em Londres, obteve 2,3 mil milhões de libras esterlinas em lucros antes de impostos no fecho do exercício (cerca de 2,74 mil milhões de euros o câmbio do último dia de 2021), invertendo prejuízo que se acercou de 880 milhões de libras em 2020, um ano em que os custos de sinistros relacionados com a pandemia de Covid-19 (cancelamento de eventos e encerramento de empresas) penalizaram as contas da entidade.

O desempenho mostrou-se igualmente no resultado da atividade de subscrição, que passou de um negativo de 2,7 mil milhões, para um resultado positivo de 1,7 mil milhões de libras esterlinas no ano passado, uma evolução que também beneficiou de decréscimo de sinistros catastróficos, como furacões e incêndios florestais. Em consequência, o rácio combinado no negócio de seguros gerais melhorou de 110,3%, em 2020, para 93,5%, a fixar o melhor nível de eficiência dos últimos 7 anos.

O volume bruto de prémios ascendeu a 39,2 mil milhões de libras esterlinas (cerca de 46,7 mil milhões de euros), apontando crescimento de 11% a comparar com 35,5 mil milhões no exercício precedente.

Com os recursos líquidos a crescerem 2,6 mil milhões, para 36,6 mil milhões de libras, reforçou-se a posição de capital e “excecional resiliência” da Lloyd’s, com os níveis de solvência a aumentarem para 388% (central solvency), contra 209% no ano anterior.

Citado no mesmo comunicado, o presidente executivo afirma: “Ao anunciarmos os resultados, os nossos pensamentos estão, antes de mais, com o povo da Ucrânia.” Neste contexto, a Lloyds admite que a atual guerra na Ucrânia constituirá um “sinistro importante” para o conjunto do hub londrino em 2022. Sem estimar montantes absolutos decorrente do conflito militar, a companhia reitera que, em termos dos riscos subscritos, a exposição direta (Ucrânia, Rússia e Bielorrússia) não representará sequer 1% do seu negócio.

Depois de ter desembolsado 19,9 mil milhões de libras em 2021 (valor bruto de indemnizações pagas por sinistros), a Lloyd’s refere que pagou 2,9 mil milhões de libras por sinistros relacionados com Covid-19 (86% dos sinistros participados notificados até à data).

“Embora não se perceba ainda a dimensão total dos custos económicos e humanos” do conflito, “é evidente que os impactos se estenderão da Ucrânia a todos os cantos do mundo,” afirma John Neal numa declaração publicada em separado. “Vivemos atualmente tempos de risco acrescido, que não víamos nem experimentámos” nos últimos 75 anos. “O seguro tem um papel fundamental a desempenhar,” observa o CEO do Lloyd’s of London.

Já os impactos de segunda ordem que, admite a companhia, terão consequências indiretas importantes no mercado referência global do seguro comercial, os custos só poderão estimar-se no final de 2022. Mas, adianta ainda a companhia com base em cenários testados, esses efeitos deverão ficar dentro de níveis de tolerância, sem afetar a solvência.

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Macron alerta contra “escalada de palavras” após Biden chamar “carniceiro” a Putin

  • Lusa
  • 27 Março 2022

Presidente francês não quer aumentar a confrontação em relação a Moscovo e ao Presidente francês, dado que continua em conversações com Putin para travar o ataque à Ucrânia.

O Presidente de França, Emmanuel Macron, alertou contra uma “escalada das palavras e das ações na Ucrânia”, após declarações do Presidente norte-americano, Joe Biden, que classificou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de “carniceiro”.

Eu não usaria esse tipo de linguagem porque continuo a falar com o Presidente Putin”, declarou Macron ao canal de televisão France 3.

Ao ser questionado por jornalistas no sábado na Polónia sobre o que pensava sobre Vladimir Putin face ao que o Presidente russo fazia sofrer os ucranianos, Joe Biden respondeu: “Ele é um carniceiro”.

Não foi a primeira vez que Biden usou palavras duras em relação a Putin, considerado o principal responsável pela invasão russa da Ucrânia, que já causou milhares de mortes. Nos últimos dias, o Presidente norte-americano designou-o, por duas vezes, como “criminoso de guerra”.

Queremos parar a guerra que a Rússia lançou na Ucrânia sem entrar em guerra. Esse é o objetivo” e “se queremos fazer isso não devemos entrar na escalada nem das palavras nem das ações”, considerou Emmanuel Macron.

“Geograficamente, quem enfrenta a Rússia são os europeus. Os EUA são um aliado no quadro da NATO, com o qual compartilhamos muitos valores, mas quem convive com a Rússia são os europeus”, lembrou, defendendo os meios diplomáticos para se conseguir um acordo de cessar-fogo e a retirada das tropas russas da Ucrânia.

O Presidente francês indicou que falará com o seu homólogo russo “amanhã (segunda-feira) ou depois de amanhã (terça-feira)” para organizar uma operação de retirada de moradores da cidade de Mariupol, no leste da Ucrânia, sitiada e alvo de bombardeamentos há semanas.

A operação, que Macron anunciou na sexta-feira após as cimeiras da NATO e do G7 em Bruxelas, deve ser realizada “o mais rapidamente possível, nos próximos dias”, disse, juntamente com a Turquia, a Grécia e as organizações humanitárias, em colaboração com as autoridades ucranianas e o presidente da câmara de Mariupol, cujo “heroísmo” elogiou.

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