Ministério Público. 51% dos magistrados sofreram problemas de saúde por causa de trabalho

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público divulgou os resultados de um inquérito às condições de trabalho da classe. O inquérito foi lançado em 2021 e responderam cerca de 600 profissionais.

A maioria dos magistrados do Ministério Público (51,1%) admitiu que já sofreu problemas de saúde em consequência da sua atividade profissional, sendo 57,6% de natureza física e psicológica, 26% apenas psicológica e 16,4% apenas física. “Na sequência desses problemas de saúde, 61,7% referiram já terem recorrido a consultas e baixa médica”, indicou o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP).

O sindicato divulgou os resultados de um inquérito às condições de trabalho da classe. O inquérito foi lançado no último trimestre de 2021 e decorreu ao longo do primeiro semestre de 2022, tendo respondido cerca de 600 magistrados a questões relacionadas com as condições de trabalho, saúde e bem-estar.

Quase um quarto dos magistrados colocados (23,1%) não está efetivamente ao serviço. As razões apontadas para essa ausência são variadas, mas sobressaem as situações de doença (37,3%), licenças de maternidade/paternidade (27,6%) e gravidez de risco (12,7%)”, lê-se no documento, a que o ECO teve acesso.

De acordo com a mesma fonte, seja pela falta de preenchimento de quadros, seja pelas ausências de magistrados pelos motivos citados, quase metade dos inquiridos “realizam mais trabalho do que aquele que consta no conteúdo funcional do seu lugar de origem”, uma vez que 41,4% dos magistrados afirmaram ser essa a sua realidade.

“Contudo, dos 15,2% lugares que foram preenchidos em setembro/outubro de 2021, a verdade é que 36,8% o foram a título de reafetação, 31,6% com a colocação de auxiliares, 26,3% com magistrados dos quadros complementares e 5,3% por destacamento”, especificou a estrutura sindical.

Para o SMMP, é “bem demonstrativo da situação precária” em que o Ministério Público se encontra “o facto de 60,9% dos magistrados que já estiveram ausentes ao serviço por algum motivo não terem sido substituídos”.

No regresso da baixa, “um número muito significativo” (78,7%), tinha processos/serviço acumulado no gabinete.

O inquérito apontou ainda para a sobrecarga de trabalho quando foram tomadas medidas de gestão na ausência de trabalhadores, por motivos de doença: “Estamos a falar de 59,8% dos casos em que houve redistribuição de serviço, 16,1% em que houve reafetação de magistrado a tempo parcial e de 4,5% em que a distribuição do serviço foi para magistrado do Quadro Complementar. Apenas em 19,6% dos casos houve uma paragem da distribuição”.

Também no que respeita às condições de trabalho, o retrato obtido é “claramente desfavorável”, com quase metade dos edifícios a apresentar danos (45,5%), como infiltrações, problemas nos telhados e pavimentos, deficiências nas casas de banho e problemas nos elevadores.

Os resultados do inquérito são acompanhados por fotografias que ilustram o estado das instalações em que os magistrados trabalham.

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Glion e Les Roches organizam ‘personal meetings’ para encontrar talentos no setor da hospitalidade

Estes encontros têm lugar em Lisboa (hotel Ritz Four Seasons, a 20 e 21 de outubro) e no Porto (no Sheraton Porto Hotel & Spa, nos dias 24 e 25 de outubro).

As escolas de hospitality management Glion e Les Roches estão a promover personal meetings entre os dias 20 e 25 de outubro para atrair futuros talentos para os setores da hotelaria e turismo. Estes encontros têm lugar em Lisboa (hotel Ritz Four Seasons, a 20 e 21 de outubro) e no Porto (no Sheraton Porto Hotel & Spa, nos dias 24 e 25 de outubro).

“As nossas instituições contam, ano após ano, com o maior reconhecimento e prestígio entre os recrutadores de todo o mundo, o que garante uma mais-valia aos nossos alunos na busca pelo emprego dos sonhos. O desenvolvimento do setor da hotelaria, turismo e luxo em termos globais e os desafios do setor, criam também oportunidades únicas e mais segmentadas”, afirma Pedro Martins, responsável pelo recrutamento da Glion e Les Roches em Portugal, citado em comunicado.

Estas one-to-one meetings têm como objetivo apresentar as várias tipologias formativas em detalhe aos jovens portugueses que pretendem dar continuidade ao seu percurso académico a nível internacional. Os interessados podem obter todas as informações necessárias sobre o funcionamento das escolas, o método de ensino, as oportunidades de carreira e esclarecer eventuais dúvidas.

Com base na filosofia suíça de ensino, a Glion e a Les Roches procuram em Portugal alunos com um perfil internacional, que gostem de viajar, tenham bom nível de Inglês e interesse pela indústria hoteleira. Os processos de admissão já estão a decorrer e há vagas disponíveis nos vários campus das duas instituições de ensino, nomeadamente Suíça e Espanha.

Os encontros individuais tem a duração de aproximadamente uma hora e devem ser agendados através do e-mail pedro.martins@ec.sommet-education.com.

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Euribor a três e seis meses atingem novos máximos

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

Taxas que servem de indexante nos contratos de crédito à habitação voltaram a subir esta segunda-feira. Nos prazos de três e seis meses, renovaram mesmo novos máximos.

As taxas Euribor subiram esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses face a sexta-feira e nos dois prazos mais curtos para novos máximos desde respetivamente dezembro de 2011 e fevereiro de 2009.

  • A Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, avançou para 2,032%, mais 0,005 pontos e um novo máximo desde fevereiro de 2009. A média subiu de 0,837% em agosto para 1,596% em setembro. A taxa esteve negativa por seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu para 1,458%, mais 0,055 pontos do que na sexta-feira e um novo máximo desde dezembro de 2011. A taxa esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média a três meses subiu de 0,395% em agosto para 1,011% em setembro.
  • A Euribor a 12 meses também avançou, ao ser fixada em 2,679%, mais 0,002 pontos e contra o máximo desde janeiro de 2009, de 2,693%, em 11 de outubro. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média avançou de 1,249% em agosto para 2,233% em setembro.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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UE aprova mais 500 milhões de ajuda militar à Ucrânia. Portugal vai dar formação

  • Lusa e ECO
  • 17 Outubro 2022

Com esta nova parcela, contribuição para a Ucrânia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz soma já 3,1 mil milhões de euros. Portugal entra na missão para dar formação a militares ucranianos.

O Conselho da União Europeia (UE) adotou esta segunda-feira a sexta parcela de 500 milhões de euros de ajuda à Ucrânia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz. Segundo um comunicado do Conselho, com esta nova parcela, a contribuição da UE para a Ucrânia ao abrigo deste mecanismo soma já 3,1 mil milhões de euros.

As medidas de assistência, decididas em conformidade com as prioridades definidas por Kiev, consistem em 490 milhões de euros para equipamento militar concebido para aplicação de força letal com fins defensivos, bem como em dez milhões de euros destinados a cobrir o fornecimento de equipamento e outro tipo de material, como equipamento de proteção individual, caixas de primeiros socorros e combustível.

Além disso, ambas as medidas de assistência permitirão igualmente a manutenção e reparação de equipamento militar já doado pelos Estados-Membros da UE à Ucrânia no âmbito do mecanismo para a paz.

Com estas medidas, “a UE intensifica o seu apoio à Ucrânia para que esta defenda a soberania e a integridade territorial do país dentro das fronteiras que lhe são internacionalmente reconhecidas e defenda a população civil da guerra de agressão russa em curso”, destaca o comunicado, salientando que a verba se destina a apoiar as capacidades das forças armadas ucranianas.

Na quinta-feira, no final de uma reunião da NATO, em Bruxelas, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, anunciou que Portugal vai enviar para a Ucrânia os seis helicópteros Kamov de combate a incêndios, atualmente sem licença para operar por serem de origem russa e um dos quais inoperacional.

“A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”, disse Helena Carreiras. Em causa estão, especificou, “seis helicópteros que precisam de reparação, um deles inoperacional porque foi acidentado”.

Portugal vai dar formação a militares ucranianos

A partir do Luxemburgo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, anunciou ao início da tarde desta segunda-feira a participação de Portugal numa missão à escala europeia para dar formação a militares ucranianos, em matérias “específicas e de curta duração”, que estará sediada na Alemanha e na Polónia.

Além da deslocação de militares portugueses para darem algumas dessas formações nestes dois países da Europa central, o governante referiu, no final de uma reunião com os homólogos da UE, que também está prevista a “participação de militares ucranianos em atividades de formação em Portugal, nomeadamente nos carros de combate”.

Em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, o ministro da Defesa garantiu ainda que houve consenso nesta reunião em torno da continuação do apoio militar “muito firme e alargado” à Ucrânia, com Kiev a pedir defesas antiaéreas; da intensificação das sanções à Rússia; e ainda dos contactos com o Tribunal Penal Internacional “para que todos os crimes de guerra possam ser investigados e levados” à justiça.

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Associação Lisbonense de Proprietários defende isenção total de IRS a senhorios com baixos rendimentos

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

A ALP propõe ainda que as rendas congeladas, com contratos de arrendamento anteriores a 1990, estejam isentas de IRS, a abolição do AIMI e a duplicação das isenções a conceder em sede de IMT.

A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) defendeu esta segunda-feira a criação de um rendimento mínimo de existência, no âmbito do Orçamento do Estado, que garanta isenção integral de IRS a todos os proprietários de imóveis com baixos rendimentos.

A ALP propõe a correção de uma grosseira inconstitucionalidade que afeta há muito os proprietários que têm baixos rendimentos, os quais não são tratados com justiça e equidade fiscal”, começou por considerar a associação, em comunicado, a dar conta do envio ao Governo e aos partidos com assento parlamentar de um conjunto de 17 propostas a inscrever no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que, “no seu entender, são da maior importância para estabilizar e relançar o mercado de habitação em Portugal e salvar o arrendamento”.

Assim, a ALP propõe a criação de um rendimento mínimo de existência “para todos os proprietários que aufiram pelo seu património muito baixos rendimentos prediais”, à semelhança do que já acontece noutro tipo de rendimentos, como os do trabalho dependente e independente (este último, com exceções) e das pensões.

O mínimo de existência de IRS está previsto no Código do IRS, apontou a ALP, e, em 2022, fixou-se em 9.870 euros.

Como exemplo, a associação refere o caso de um senhorio que tem como único rendimento de subsistência uma renda de um apartamento, no valor de 6.600 euros anuais. Segundo a ALP, este proprietário terá de suportar uma fatura fiscal em sede de IRS de 1.848 euros, se optar pela tributação autónoma de 28%, ou de 957 euros, no caso de optar pelo englobamento de rendimentos em sede de IRS.

“Os proprietários são tributados como tendo rendimentos altos mesmo quando estão muito abaixo dos valores fixados pela fórmula do rendimento mínimo de existência e deveriam, por isso, estar isentos de qualquer tributação em sede de IRS”, defendeu a ALP.

A ALP propõe ainda que as rendas congeladas, com contratos de arrendamento anteriores a 1990, estejam isentas de IRS, a abolição imediata do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI) e a duplicação das isenções a conceder em sede de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para compra de habitação própria permanente.

Adicionalmente, a associação que representa mais de 10.000 proprietários urbanos à escala nacional, apontou que “milhares de proprietários” estão a pagar mais IRS sobre os rendimentos prediais do que deviam, por insuficiente literacia financeira e digital, propondo, por isso, a instituição de “princípio de tratamento fiscal mais favorável” totalmente automático.

A associação defende também o reforço de incentivos e benefícios fiscais ao arrendamento, a participação das associações de proprietários e inquilinos no Conselho Económico e Social e a reativação da Comissão de Monitorização do Mercado de Arrendamento.

“A ALP acredita firmemente que a reversão da crise da habitação passa inquestionavelmente pela reposição da confiança dos proprietários no Estado de Direito e nas instituições democráticas, sendo por isso necessário inverter a estratégia política e fiscal até agora seguida”, considerou.

Em setembro, o Governo determinou que as rendas das casas e das lojas não poderão aumentar mais do que 2% em 2023, como uma das medidas adotadas para limitar os efeitos da subida da taxa de inflação e que a ALP contesta.

A medida será acompanhada de uma compensação aos senhorios que será feita por via do IRS ou do IRC. O benefício fiscal (que na prática permite que uma parcela do rendimento das rendas não seja sujeita a tributação) exclui expressamente os contratos de arrendamento que sejam objeto de atualização a um valor superior ao do coeficiente de 2%. Sem o limite imposto para 2023, as rendas poderiam ser atualizadas em 5,43%.

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China impede energéticas de vender gás natural à Europa

A Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma da China ordenou que as principais energéticas do país usassem as suas reservas de GNL apenas para consumo doméstico.

No sentido que garantir abastecimento suficiente para autoconsumo no inverno, Pequim ordenou que nenhuma energética chinesa importadora da gás natural liquefeito (GNL) o revendesse a clientes estrangeiros.

De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira pela Bloomberg, os clientes asiáticos e europeus ficam assim impedidos de comprar GNL chinês, numa altura em que se aproximam as temperaturas mais frias.

Segundo a agência, a Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma da China dirigiu-se à PetroChina, à Sinopec e à Cnooc com instruções para utilizarem os carregamento de GNL exclusivamente para abastecimento doméstico. Nem a entidade nem as empresas referidas prestaram esclarecimentos adicionais quando foram questionadas pela Bloomberg e a Reuters.

Esta decisão de Xi Jinping coloca uma nova pressão sobre a União Europeia, numa altura em que Moscovo já não envia gás para o bloco. Segundo a Comissão Europeia, os 27 Estados-membros já ultrapassaram a margem de segurança de 90% relativamente às reservas de gás necessárias para este inverno.

Em agosto, a Bloomberg dava conta que a China, o Japão e a Coreia de Sul eram os três maiores maiores importadores de gás natural liquefeito do mundo, sendo que Pequim tem contratos de valores avultados com um dos maiores exportadores de GNL do mundo, os Estados Unidos, vendendo parte para a Europa.

Além de querer impedir a revenda de gás natural, a China comprometeu-se em aumentar de forma significativa a capacidade de fornecimento doméstico de energia e sua capacidade de reserva das principais commodities. De acordo com a Reuters, Pequim irá diversificar a sua oferta energética recorrendo ao carvão, enquanto acelera o desenvolvimento de recursos domésticos de petróleo e gás, disse Ren Jingdong, vice-chefe da Administração Nacional de Energia.

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Situação de seca extrema no país regista “diminuição acentuada” em setembro

Segundo o novo boletim do IPMA, apenas 0,2% do território encontra-se em em estado de "seca extrema", afetando agora apenas "pontualmente na região de Bragança".

A situação de seca extrema em Portugal Continental registou uma “diminuição muito acentuada” em setembro, depois de em agosto o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ter alertado que quase 40% do território se encontrava nesta situação. Segundo o boletim divulgado esta segunda-feira pelo IPMA, atualmente só a região de Bragança se encontra nesta situação meteorológica, ainda que seja “apenas pontualmente”.

“De acordo com o índice PDSI no final de setembro, verificou-se uma diminuição significativa da situação de seca meteorológica em todo o território, com as classes de seca moderada e severa a predominarem em todo território“, lê-se na nota divulgada esta manhã. “A classe de seca extrema teve uma diminuição muito acentuada” existindo “agora apenas pontualmente na região de Bragança“.

Índice PDSI – Situação Atual – Setembro 2022 – IPMA

Assim, face à nova atualização do Índice PDSI do IPMA, 3,3% do território encontra-se em situação de “seca fraca”, 32,2% está em situação de “seca severa” e 64,3% do território encontra-se em situação de “seca moderada”. Apenas 0,2% do território está em estado de “seca extrema”.

 

A entidade meteorológica aponta que em alguns locais do distrito da Guarda, Viseu e Castelo Branco registou-se um “desagravamento muito significativo da seca meteorológica”, passando da classe de seca severa (a 31 de agosto) para a classe de seca fraca. Isto acontece, explica o IPMA, “uma vez que os valores de precipitação ocorridos foram muito superiores aos valores médios para o mês e mesmo superiores aos correspondentes valores do decil 8″, isto é, valores da quantidade de precipitação muito superiores ao normal e que ocorrem em 20% dos anos.

Face à situação meterológica, o Governo já tinha alertado que o país estava perante a situação de seca mais severa do último século. Na passada sexta-feira, 14 de outubro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática e a ministra da Agricultura apontavam o motivo prendiam-se com a a conjugação de invulgares temperaturas e fraca precipitação. “Este é o quinto ano seguido com precipitação abaixo da média“, explicou Duarte Cordeiro.

O índice PDSI baseia-se no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo e permite detetar a ocorrência de períodos de seca classificando-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).

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Ministério Público pede ida a julgamento dos principais arguidos do caso Máfia do Sangue

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

O Ministério Público pediu no processo "Máfia do Sangue" a ida a julgamento do ex-administrador da Octapharma Paulo Lalanda e Castro e do ex-presidente do INEM, Luís Cunha Ribeiro, por corrupção.

O Ministério Público pediu esta segunda-feira no processo “Máfia do Sangue” a ida a julgamento do ex-administrador da Octapharma Paulo Lalanda e Castro e do ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, Luís Cunha Ribeiro, por corrupção e outros crimes.

No debate instrutório do processo, também conhecido por “O-Negativo”, o Ministério Público (MP) defendeu ainda, perante o juiz de instrução criminal Ivo Rosa, a pronúncia (ida a julgamento) dos arguidos Maria Manuela Carvalho (médica), Paulo Farinha Alves (advogado) e da empresa CONVIDA/Investimentos Imobiliários e Turísticos.

Quanto à arguida Elsa Morgado, júri de concursos que permitiram negócios com a Octapharma e que vinha acusada de um crime de corrupção, a equipa de procuradoras do MP considerou que o crime já estava prescrito, razão pela qual não deverá ser pronunciada.

Helena Lalanda e Castro, arguida e irmã do ex-administrador da Octapharma, foi despronunciada dos crimes de branqueamento e falsificação de documentos de que está acusada.

Neste processo, que foi extraído do megaprocesso “Operação Marquês”, está em causa o negócio do plasma sanguíneo, realizado entre Paulo Lalanda e Castro (então administrador da Octapharma) e Luís Cunha Ribeiro, antigo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, que terá beneficiado a Octopharma em concursos públicos, envolvendo crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Esta segunda-feira, o MP pediu ao juiz Ivo Rosa que pronuncie Paulo Lalanda e Castro por dois crimes de corrupção ativa para ato ilícito, três crimes de recebimento indevido de vantagem e dois crimes de falsificação (um na forma consumada e outro na forma tentada). Relativamente à acusação, as procuradoras deixaram cair os crimes de branqueamento e alguns de falsificação.

Quanto a Luís Cunha Ribeiro, o MP pediu o seu julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, dois crimes de recebimento indevido de vantagem, um crime de branqueamento e dois crimes de falsificação (um na forma consumada e outro na forma tentada). As procuradoras deixaram cair dois crimes de abuso de poder relativamente ao ex-presidente do INEM.

Para a médica e arguida Manuela Carvalho foi pedido o julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito e um crime de recebimento indevido de vantagem, tendo, para o advogado e arguido Paulo Farinha Alves, sido pedido a pronúncia por um crime de falsificação de documento na forma tentada.

Em relação à empresa CONVIDA, foi pedida a pronúncia por dois crimes de falsificação (um deles na forma consuma e outro na forma tentada).

Em novembro de 2019, o MP acusou sete arguidos, incluindo esta empresa de capitais, devido a suspeitas de um alegado esquema de negócios corruptivos com o fornecimento de plasma sanguíneo e seus derivados para os hospitais públicos, que terá lesado o Estado em mais de 100 milhões de euros.

De acordo com a acusação, tratou-se de um esquema de corrupção montado entre 1998 e 2013 entre os principais arguidos para permitir que a empresa farmacêutica ganhasse os concursos e obtivesse elevados lucros.

O debate instrutório prosseguiu com Soares da Veiga, advogado de Paulo Lalanda de Castro, a rebater os argumentos acusatórios do MP e a invocar nulidades e a impossibilidade de o tribunal ter inquirido testemunhas da defesa consideradas essenciais para a descoberta da verdade.

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Vice-presidente do BCE admite recessão técnica na Zona Euro e pico da inflação no fim do ano

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

Luis de Guindos sugere que Zona Euro tem maior probabilidade de caminhar para uma recessão técnica, ainda que não muito profunda, e alerta para pico da inflação no final do ano.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, sugeriu que a instituição em dezembro, vai rever em baixa as suas previsões de modo a refletir um cenário marcado por uma aceleração da inflação e uma deterioração económica. Uma eventual recessão técnica passou a estr em cima da mesa, embora não muito profunda.

Luis de Guindos alertou para uma situação de recessão técnica na Zona Euro, à medida que as previsões mais pessimistas do BCE se concretizam, um cenário que tinha sido afastado pela instituição nas previsões de setembro. Num discurso na conferência do 20.º aniversário do euro, organizado pelo Conselho Geral de Economistas de Madrid, acompanhado esta segunda-feira peloo Cínco Dias (acesso livre e conteúdo em espanhol), o responsável afirmou que todas as previsões “vão na mesma direção, de menor crescimento e maior inflação nos próximos trimestres”, embora ressalve que uma eventual recessão técnica não será muito profunda.

Em setembro, o BCE rejeitou que a Zona Euro estivesse a caminho de uma recessão no próximo ano, embora tenha admitido a possibilidade de uma contração no PIB de 0,9% em 2023, no cenário mais negativo em que o choque energético fosse mais grave. Luis de Guindos admite agora uma maior probabilidade de este cenário se concretizar e refere ainda que a inflação está cada vez mais generalizada, devendo atingir o pico no final do ano.

Neste sentido, o vice-presidente do BCE destacou que a instituição vai continuar a aumentar as taxas de juro, embora não se comprometa com o valor exato, explicando que a subida irá depender dos indicadores económicos. Adicionalmente, Luis de Guindos salientou que a política orçamental não deve entrar em colisão com a política monetária na Zona Euro e defendeu uma redução “prudente e gradual” do endividamento público. “O rácio de 60% de dívida em relação ao PIB não tem utilidade e vai mudar”, esclareceu.

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UE reforça proteção de infraestruturas críticas contra risco de sabotagem

A proposta de reforço de proteção será debatida esta semana na Comissão Europeia. Decisão surge depois dos alegados ataques ao Nord Stream 1 e 2.

A União Europeia (UE) vai aumentar os esforços para proteger infraestruturas críticas de riscos de sabotagem. De acordo com a notícia avançada pela Bloomberg, esta segunda-feira, esta estratégia vai ter em conta infraestruturas energéticas, como gasodutos ou torres de transmissão de eletricidade, mas irá abranger também outros setores-chave como o das telecomunicações, transportes e aerospacial.

Segundo uma versão preliminar de um documento a que a agência noticiosa teve acesso, e que irá ser debatido esta semana na Comissão Europeia, o executivo comunitário irá também pedir que a cooperação entre Estados-membros seja reforçada em caso de crises futuras.

“A agressão da Rússia contra a Ucrânia trouxe um novo conjunto de ameaças, muitas vezes combinadas num ataque híbrido”, cita a Bloomberg o documento da Comissão Europeia. “Isso tornou-se descaradamente óbvio com a aparente sabotagem dos gasodutos Nord Stream”.

O reforço da estratégia de proteção surge na sequência dos dois alegados ataques ao Nord Stream 1 e 2, gasodutos que permitem à Rússia enviar gás para a Europa, através da Alemanha. Ao todo, foram contabilizados quatro ataques (duas em cada infraestrutura) e as autoridades suecas apontam que as ruturas terão sido causadas por detonações.

Da parte da Rússia foi garantida total cooperação no apuramento dos factos, no entanto Vladimir Putin atribui as culpas aos Estados Unidos classificando o ataque como “ato de terrorismo”.

“Os beneficiários são claros (…) Porque [estes incidentes] reforçam a importância geopolítica dos sistemas de gás, nomeadamente aqueles que passam pelo território da Polónia (…) e da Ucrânia, e que a Rússia construiu por conta própria. Mas também são importantes para os Estados Unidos, que agora podem distribuir a sua energia a preços elevados”, explicou Putin, durante um fórum de energia.

O apuramento das causas e os respetivos trabalhos de reparação nas quatro ruturas do Nord Stream 1 e 2 poderão demorar “várias semanas, ou até mesmo meses”, estimam os professores ouvidos pelo ECO/Capital Verde, numa altura em que o bloco europeu está há um mês sem receber gás da Rússia.

As autoridades europeias e internacionais têm apontado para a hipótese de sabotagem, possivelmente, da autoria de um agente estatal. “Este tipo de condutas marítimas é feito de cimento e tem uma espessura significativa, com uma profundidade relativamente elevada. Se tivesse sido uma [rutura], até poderíamos pensar num evento catastrófico, ou inesperado, mas quatro ruturas, num espaço de tempo curto, em duas infraestruturas separadas, sugere que pode ter havido uma ação intencional”, argumenta o professor do Instituto Superior Técnico, Carlos Santos Silva.

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Levar Portugal para o mundo

  • BRANDS' ECO
  • 17 Outubro 2022

O Portugal Exportador volta em 2022 para ajudar as empresas portuguesas a lançarem-se além-fronteiras. Dia 23 de novembro os olhos estão de Lisboa para o mundo.

Esta é a 17ª edição do Portugal Exportador, um evento organizado em parceria da Fundação AIP com o novobanco e com a AICEP, com o objetivo de num só dia – 23 de novembro – dar a todas as empresas uma hipótese de internacionalização. Mas como?

Desde a sua fundação, a função principal do Portugal Exportador é dar a empresas exportadoras a hipótese de contactar diretamente com um conjunto de fornecedores de serviços que ajudem a acelerar a sua estratégia de internacionalização. Falamos pois de cafés temáticos, workshops, web buyers, Meet the Leaders, câmaras de comércio, embaixadas até encontros de networking com líderes que já fizeram o mesmo. De logística, stocks a legislação, está tudo coberto.

Mas em 2022, o evento não se fica por aqui. O Portugal Exportador apresenta muitas novidades, nomeadamente para empresas que querem começar o seu plano de exportação – e direcionadas para e-commerce. Fique a saber em baixo as novidades.

As novidades deste ano

A edição de 2022 apresenta-se com quatro grandes novidades: a Nursery – para apoiar empresas que querem começar a sua exportação -, o Digital Lab – dedicado exclusivamente a e-commerce -, e o MUNDO – uma rede de networking para exportação. Vejamos um a um.

1. NURSERY
São muitas as empresas que veem na exportação uma forma de aumentar a sua faturação e, dessa forma, fugir à crise que se avizinha. Contudo, este não é um caminho fácil. Para exportar um produto ou um serviço é necessário estar preparado e, acima de tudo, ter um plano. Este processo tem muitas variantes e envolve bastante investimento. Desta forma no Nursery serão guiadas estas empresas, num diagnóstico à exportação. Uma autoanálise da empresa e do seu potencial, como definir o seu plano de internacionalização, como fazer um estudo de mercado e viabilidade. As bases indispensáveis serão aqui abordadas.

2. DIGITAL LAB
O Digital Lab é o Hub digital do Portugal Exportador. Este hub é para empresas que querem iniciar ou reforçar a sua presença em e-commerce, nomeadamente destinada à internacionalização: uma medida do Plano de Recuperação e Resiliência que visa dinamizar as exportações online de produtos e serviços portugueses. Criar uma loja online, escolher entre plataformas de venda e gestão, definição de um sistema logístico, marketing online. É aqui que tudo vai ser explorado. E atenção: isto não é opcional… os dados dizem que em 2040 cerca de 95% das compras serão feitas através de comércio eletrónico (Nasdaq).

3. O MUNDO
O Mundo é um espaço dedicado à AICEP e Associações Empresariais. No Mundo o objectivo é ter um espaço onde todas as associações organizadoras de iniciativas conjuntas, se possam encontrar. Este é um espaço de colaboração. No MUNDO encontram-se todas as associações organizadoras de iniciativas conjuntas, permitindo uma abordagem direta com empresas interessadas, nomeadamente com o pré-agendamento de reuniões para o dia 23 – usando a PLATFORM. A Platform serve também para o agendamento de todas as reuniões B2B (com expositores, consultoria, etc.)

4. PASSAPORTE
Trata-se de uma formação num conjunto de temáticas relativas à internacionalização, com a curadoria da Universidade Católica.

O evento realiza-se no Centro de Congressos da Junqueira em Lisboa no dia 23 de novembro. Os bilhetes têm o custo de 50€+IVA. Saiba mais aqui

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Football Leaks: Rui Pinto assume “vergonha” pela tentativa de extorsão à Doyen

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

O hacker Rui Pinto manifestou em tribunal a sua vergonha pelos emails enviados a Nélio Lucas e que se traduziram na tentativa de extorsão à Doyen pela qual está também a ser julgado.

O criador da plataforma eletrónica Football Leaks, Rui Pinto, manifestou esta segunda-feira em tribunal a sua vergonha pelos emails enviados a Nélio Lucas e que se traduziram na tentativa de extorsão à Doyen pela qual está também a ser julgado.

Em declarações ao coletivo de juízes, pela segunda sessão consecutiva no Juízo Central Criminal de Lisboa, Rui Pinto começou por dizer que o email enviado sob o nome Artem Lobuzov “não foi criado especificamente para o contacto com Nélio Lucas”, mas que acabou por ser utilizado somente nessa situação.

Sinto-me envergonhado por esta situação. Custa-me imenso ler este tipo de emails. Hoje em dia não me reconheço nisto, foi uma trapalhada de todo o tamanho. Infelizmente, isto foi aproveitado pelos críticos para tentarem reduzir os méritos do Football Leaks”, afirmou o principal arguido do processo, que aproveitou o momento para pedir desculpa ao outro arguido, Aníbal Pinto, o advogado que foi envolvido nesta interação com a Doyen.

E continuou: “Foi tudo uma infantilidade, nem imaginava que Nélio Lucas ia responder a isto. Isto começou como uma provocação. Foi feito à revelia dos outros participantes no projeto, que não sabiam de nada. Acabei por lhes contar no final do mês de novembro, fiquei logo envergonhado na altura e hoje ainda tenho mais vergonha. Não me sinto nada confortável a ler isto”.

A responder às perguntas dos juízes sobre esta parte da acusação e o porquê de ter estabelecido este contacto com o CEO da Doyen apenas três dias depois de lançar a plataforma eletrónica, Rui Pinto vincou que queria apenas mostrar a Nélio Lucas o tipo de documentação a que tinha acesso. “Estava a ‘dar-lhe música’ para o apertar um bocadinho”, resumiu.

“Nunca devia ter acontecido, mas a verdade é que aconteceu. Ele foi respondendo e as coisas foram escalando”, considerou, assegurando aos juízes que sugeriu “aleatoriamente” o valor entre 500 mil euros e um milhão de euros para resolver a questão da informação da Doyen: “Já que Nélio Lucas me deu conversa no início, queria ver até onde ia chegar. Foi o valor que me veio à cabeça naquele momento”.

Sobre o possível encontro pessoal com Nélio Lucas, o arguido revelou que essa intenção foi espoletada pelas informações que encontrou sobre o FC Porto e a revolta que disse ter sentido por ver o clube do qual é adepto envolvido com a Doyen em práticas que reprovava.

Na minha ingenuidade não fazia a mínima ideia que o FC Porto tinha este tipo de práticas e, como adepto portista, senti-me traído. O facto de ser adepto do FC Porto e ver-me confrontado com esta situação feriu-me. Nunca pensei que haveria um desvio de fundos a serem entregues ao filho do presidente [Alexandre Pinto da Costa]. Nem queria acreditar”, sublinhou.

Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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