EDP, SU Eletricidade e Endesa com mais falhas no atendimento telefónico, aponta ERSE

  • Lusa
  • 13 Outubro 2022

Entre as empresas como estando abaixo dos padrões nesta área conta-se a EDP Comercial, a SU Eletricidade e a Endesa, segundo o regulador, que aponta ainda a Audax, Galp Power, Aldro e Tagusgás.

A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos disse esta quinta-feira que, no ano passado, algumas empresas de energia não cumpriram os padrões mínimos no atendimento telefónico, de acordo com um comunicado divulgado esta quinta-feira.

O regulador, que publicou o relatório da qualidade de serviço comercial, de 2021, no qual “analisa a qualidade de serviço prestada pelos operadores de redes e pelos comercializadores de energia aos seus clientes”, incluído o setor elétrico e do gás, concluiu que “os agentes cumpriram os padrões estabelecidos na maioria das vertentes da qualidade de serviço comercial, verificando-se em algumas situações elevados níveis de desempenho”.

“Todavia, no atendimento telefónico verificaram-se dificuldades que conduziram a que algumas das empresas não tenham conseguido cumprir os padrões mínimos exigidos”, realçou, adiantando que “espera-se que o abrandamento da pandemia e a normalização das condições de operação permitam a melhoria dos níveis de atendimento telefónico”.

A ERSE ressalvou, no entanto, que “o momento extraordinário que atualmente se vive no setor energético poderá também ter consequências neste domínio”, garantindo que “continuará a monitorizar este tema”. Entre as empresas referidas pelo regulador no seu relatório como estando abaixo dos padrões nesta área conta-se a EDP Comercial, a SU Eletricidade e a Endesa. A ERSE aponta ainda a Audax, Galp Power, Aldro e Tagusgás, no caso dos comercializadores.

Entre os operadores de redes de distribuição a EEM, E-Redes e EDA encontram-se abaixo dos padrões no atendimento telefónico, de acordo com o relatório. No comunicado, a ERSE indicou que “este documento efetua uma caracterização da qualidade verificada e percecionada pelos clientes em diversas vertentes do relacionamento comercial com o cliente, designadamente no atendimento (presencial e telefónico), na resposta a pedidos de informação e reclamações e em serviços prestados nas instalações dos clientes”.

Além disso, são “abordadas questões referentes a clientes com necessidades especiais e clientes prioritários e verificado o cumprimento dos objetivos mínimos estabelecidos pelo Regulamento da Qualidade de Serviço”. A ERSE indicou que “em 2021, a pandemia por covid-19 afetou significativamente a atividade de operadores de rede e de comercializadores”, não só “pelas restrições operacionais (por exemplo, em termos do atendimento), mas também pelas frequentes alterações das medidas excecionais decretadas no contexto da pandemia”.

“A título de exemplo, recorda-se a retoma das interrupções de fornecimento a clientes domésticos, a possibilidade de se poderem voltar a efetuar as visitas combinadas e a não existência de impedimento para as leituras reais de contadores nas instalações dos clientes”, disse a entidade.

“A qualidade do relacionamento comercial com o cliente é um dos fatores valorizado pelos clientes na escolha do seu comercializador, pelo que o relatório, agora publicado, ao divulgar informação referente aos vários comercializadores, contribui para uma escolha mais informada do consumidor”, concluiu a ERSE.

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Lloyd’s e Aon analisam conflito na Ucrânia e fazem apelo

  • ECO Seguros
  • 13 Outubro 2022

O novo relatório da Lloyd's e Aon examina os impactos abrangentes e a longo prazo que o conflito na Ucrânia poderá ter nas empresas, e as medidas que estas podem tomar para mitigar estes riscos.

Áreas como a cadeia de abastecimento e o risco de reputação exigem mais esforços por parte do setor dos seguros para ajudar os clientes a construir uma maior resistência aos efeitos a longo prazo do conflito na Ucrânia, um novo relatório da Lloyd’s e da Aon assinala.

A pesquisa da Lloyd’s e da Aon apelou ao setor dos seguros para ajudar os clientes a construir resiliência contra os impactos da guerra da Ucrânia.

As empresas estabeleceram ainda um fórum de inovação para apoiar novas estratégias para responder às necessidades emergentes dos clientes, disseram.

O tipo de colaboração demonstrada neste relatório entre a Aon e a Lloyd’s demonstra a verdadeira proposta de valor do seguro – a partilha de risco entre muitos para proteger as desgraças de poucos“, disse o CEO da Lloyd’s, John Neal.

O líder explicou ainda que a “Lloyd’s ocupa uma posição única dentro da indústria, reunindo pessoas para impulsionar soluções de seguros inovadoras e sustentáveis em tempos de crise global – e não há maior necessidade de cumprir este compromisso do que durante a crise económica e humanitária a que assistimos hoje. A Lloyd’s continuará a utilizar os seus conhecimentos e recursos para ajudar as empresas a responder às consequências do conflito, partilhando o risco para criar um mundo mais corajoso“.

A indústria já tomou medidas para enfrentar os desafios impulsionados pelo conflito, incluindo a criação de uma fábrica de cereais ucraniana para exportar cereais bloqueados nos portos ucranianos. O relatório também registou o papel dos mercados de seguros energéticos e nucleares estabelecidos na sustentação de estratégias complexas de segurança nacional.

Contudo, o relatório constatou que outras áreas, tais como a cadeia de abastecimento e o risco de reputação, são suscetíveis de exigir mais esforços por parte da indústria de seguros para ajudar os seus clientes a construir resiliência aos efeitos a longo prazo da guerra.

“Os impactos tangíveis do conflito da Ucrânia são evidentes em todo o mundo e em todas as indústrias”, disse Dominic Christian, presidente mundial de soluções de resseguro da Aon. “Embora o mercado de seguros tenha reagido rápida e eficazmente para apoiar os segurados, a crise expôs lacunas que mostram que temos de avançar mais e mais rapidamente”.

Christian disse ainda que “um enfoque no desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras” era essencial para assegurar que o setor dos seguros possa ajudar as organizações “a navegar num cenário de risco cada vez mais volátil e a tomar melhores decisões“.

Procuramos estar na vanguarda da inovação de produtos para ajudar a colmatar as lacunas de proteção que vimos emergir nos últimos meses”, disse o presidente da Aon. “Esperamos que as perspetivas deste relatório conduzam a uma maior colaboração em toda a nossa indústria para ajudar a resolver a urgência das necessidades não satisfeitas dos clientes“.

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EDP Renováveis regista “máximo histórico” de projetos em construção até setembro

Até setembro, a EDP Renováveis registou um máximo histórico de projetos em construção que deverão ficar operacionalizados até 2023.

A EDP Renováveis aumentou em 1,3 gigawatts (GW) a capacidade instalada de energias renováveis, nos primeiros nove meses do ano. De acordo com a nota divulgada esta quinta-feira, o maior aumento aconteceu no terceiro trimestre deste ano, altura em que foram instalados mais 0,7 GW de capacidade.

Segundo o comunicado, a empresa também atingiu um “máximo histórico de 4,3 GW projetos renováveis em construção” até setembro, incluindo, sobretudo, projetos com entrada em operação prevista até ao final de 2022 e durante 2023.

Relativamente à capacidade instalada, esta aumentou para 14,3 GW no mesmo período, com a Europa e América do Norte a representarem 38% e 49% do portfólio, respetivamente, e apresentando uma maior diversidade tecnológica com 12,5 GW de eólico onshore, 1,5 GW de solar e 1,5 GW de capacidade bruta de eólico offshore em operação, revela a EDP Renováveis.

Feitas as contas, a energética “verde” revela que produziu 24,4 terawatts-hora (TWh) de energia nos primeiros nove meses, um acréscimo de 14% quando comparado com os primeiros nove meses de 2021. Esta energia gerada evitou que fossem emitidos 15 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), com a Europa e América do Norte a representarem 35% e 55% da produção total, respetivamente.

Olhando só para os níveis de produção no Velho Continente, a EDP Renováveis indica que esta aumentou 10% quando comparada com o período homólogo do ano passado, “impactada pela maior capacidade instalada e recurso renovável estável”, revela a nota. Ainda assim, o maior crescimento foi na América do Sul, onde a produção de energia cresceu 58% quando comparado com os primeiros nove meses de 2021. Segundo a EDP Renováveis, isto deve-se graças à “maior capacidade instalada no Brasil, parcialmente neutralizada pelo recurso renovável mais baixo”.

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Allianz: Portugal com crescimento sólido de 3,8% nos ativos financeiros

  • ECO Seguros
  • 13 Outubro 2022

Os ativos financeiros brutos das famílias portuguesas apresentaram um crescimento sólido de 3,8% em 2021, muito acima da média de longo prazo de 2,2%, segundo Relatório Allianz de Riqueza Global 2022.

Segundo o Relatório de Riqueza Global Allianz 2021, os ativos financeiros brutos das famílias portuguesas apresentaram um crescimento sólido de 3,8% em 2021, muito acima da média de longo prazo de 2,2%.

O principal impulsionador foram os depósitos bancários (+6,0%), a forma de poupança mais popular das famílias em Portugal: 90% da nova poupança foi colocada nesta classe de ativos e a sua participação no ativo financeiro bruto aumentou para quase 47% no ano passado.

A entrada de novas poupanças diminuiu visivelmente em comparação com 2020 (-18%), mas numa comparação de longo prazo, o volume de poupança do ano passado (13,3 mil milhões de euros) mais do que duplicou.

As restantes novas poupanças (2 mil milhões de euros) foram colocadas em títulos. Esta classe de ativos representava cerca de 32% da riqueza financeira em Portugal e cresceu de forma mais modesta em 2021, com um aumento de 3,8%.

O ativo de seguros e fundos de pensões diminuiu ligeiramente (-0,3%), uma vez que as famílias portuguesas chegaram mesmo a retirar fundos desta classe de ativos (-0,2 mil milhões de euros). A sua quota de carteira ainda é bastante baixa, cerca de 15% (média da Europa Ocidental: 38%) e até diminuiu desde o início da década passada (-2,0 ppts.).

O crescimento da dívida, por outro lado, manteve-se claramente em território positivo o ano passado (+2,2%; +2,4% em 2020), depois de as famílias portuguesas terem reduzido os seus níveis de endividamento na última década (-0,3% ao ano em média). No entanto, com a recuperação da produção económica em 2021, o rácio da dívida (passivo em % do PIB) diminuiu quase 3 pontos percentuais para 83%.

Os ativos financeiros líquidos aumentaram 4,8%. Com ativos financeiros líquidos per capita de 28.860 euros, Portugal ocupa a 25ª posição no ranking dos países mais ricos (ativos financeiros per capita).

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17 em 195 associados da APED comprometem-se com zero emissões até 2040

Assentes nos critérios de ambiente, social e de governança, foram 17 as empresas que se comprometeram com o roteiro da APED com rumo à descarbonização do setor até 2040.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) assinou esta quinta-feira um roteiro para a descarbonização do setor. Até esta quinta-feira, 17 de empresas comprometeram-se com este objetivo, mas a ideia, revela a APED ao ECO/Capital Verde, “é que este número aumente ao longo do tempo, com muitas mais empresas a aderirem a esta iniciativa”. A APED conta 195 associados.

As empresas estão cada vez mais conscientes para o papel que têm junto da sociedade e estão atentas ao impacto que a sua atividade pode ter a curto, médio e longo prazo. Não se trata de uma tendência. As empresas começam a despertar para as políticas de ESG [ambiente, social e de governança] e, em concreto, para as implicações concretas que têm na sua operação, no relacionamento com os seus públicos, sejam clientes, fornecedores ou até entidades financiadoras”, explica o diretor-geral da associação, Gonçalo Lobo Xavier, ao ECO/Capital Verde.

Nesse sentido, a APED, em colaboração com a consultora PwC, elaborou um Roteiro para a Descarbonização do Setor da Distribuição que garante espelhar “a vontade deste setor em ser ativo na resposta aos desafios climáticos”. Portugal, como todos os países da União Europeia, tem um conjunto de compromissos “muito relevante” para as próximas décadas e o que a APED pretende “é que este roteiro seja uma referência para os associados no que diz respeito às recomendações e prioridades de atuação”.

Apesar deste novo compromisso, a APED garante que nos últimos 10 anos os associados têm implementado medidas que promovam a descarbonização da economia, nomeadamente medidas de ecoeficiência, que permitiram uma redução de 30% no consumo de eletricidade por metro quadrado de área de venda, o investimento do setor na produção própria de energia renovável, o fomento da mobilidade sustentável e a adoção de modelos circulares de produtos e serviços, com enfoque em práticas de ecodesign e de gestão de resíduos.

Gonçalo Lobo Xavier admite que “é muito fácil falar”, mas “concretizar e ter ações muito específicas é que exige muito das empresas e a APED assume essa responsabilidade”. Assim, este roteiro é “uma orientação para os associados subscritores assumirem o compromisso de trabalharem em conjunto para contribuir para a ambição coletiva, através de vários princípios comuns: visão, a ação, a responsabilidade e a colaboração”, defende o diretor-geral.

“Em termos de volume de negócios, estas empresas que já estão comprometidas e que vão assinar hoje este compromisso representam já 81% do volume de negócios que a APED assume e já estão presentes em 54% das lojas de retalho” revelou à agência Lusa a entidade, acrescentando queas empresas associadas da APED, representam 11% do PIB do país”.

Segundo a nota divulgada, este roteiro tem “compromissos e objetivos mínimos claros” de curto (2025), médio (2030) e longo (2040) prazo, em que existem vários pilares de atuação, desde a questão climática, ‘governance’, redução de emissões, sustentabilidade, entre outras.

“Assumimos o roteiro como um ponto de partida e não um ponto de chegada“, acrescenta o resposável ao ECO/Capital Verde. “Este é um percurso longo, mas é essencial dar “o pontapé de saída” e levar o maior número possível de parceiros a acompanharem esta jornada para ser possível multiplicar os efeitos positivos a nível económico, social e ambiental”.

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Prova dos 9. Costa ganha mesmo 7-0 ao FMI nas projeções económicas?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Outubro 2022

O primeiro-ministro diz que, nos seus anos à frente do Governo, está a ganhar "7-0" ao Fundo Monetário Internacional nas previsões para a economia portuguesa. Será mesmo verdade?

O ministro das Finanças, Fernando Medina, entregou a proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) ao Parlamento na passada segunda-feira, 10 de outubro. No documento, o Governo liderado por António Costa prevê um crescimento da economia portuguesa de 1,3% para o próximo ano, apesar do cenário de grande incerteza espoletado, sobretudo, pela guerra na Ucrânia, que veio agravar a crise energética e aumentar o custo de vida.

Um dia depois, na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou as previsões económicas mundiais, mostrando-se mais pessimista do que o Executivo português quanto à evolução da economia nacional. A instituição liderada por Kristalina Georgieva prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 0,7% em 2023, menos seis décimas face à estimativa do Governo — ainda assim, um desempenho superior aos 0,5% previstos pelo FMI para a Zona Euro.

Confrontado esta quarta-feira com a diferença entre as previsões do Executivo e as do FMI, o primeiro-ministro recorreu à ironia para responder aos jornalistas, dizendo mesmo que, nesse campeonato, os seus governos estão a ganhar sete a zero à organização internacional. Será mesmo assim?

O ministro das Finanças, Fernando Medina, entrega a proposta de Orçamento do Estado para 2023 ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.EPA/ANTONIO COTRIM

A afirmação:

"É o oitavo orçamento que eu apresento e não me lembro de um único onde as previsões, designadamente do Fundo Monetário Internacional (FMI), não divirjam das previsões que nós apresentamos. Ao longo destes oito anos – não quero garantir, mas – devo dizer que para já estamos 7-0. Vamos ver este ano.”

António Costa

Primeiro-ministro

Os factos:

António Costa é primeiro-ministro desde novembro de 2015, portanto, para verificar quem vence o “campeonato das previsões”, é preciso olhar para as estimativas económicas desde 2016, ano para o qual o atual chefe de Governo teve de fazer o primeiro Orçamento do Estado.

A primeira previsão do PIB para 2016 surgiu antes da queda do Governo de coligação do PSD e CDS. No World Economic Outlook (WEO) de outubro de 2015, o FMI estimava um crescimento da economia portuguesa de 1,5%. Meses depois, já em 2016, o recém-empossado Executivo de António Costa estava mais otimista e previa que o PIB nacional cresceria 1,8% na proposta de Orçamento desse ano. Mais tarde, o primeiro-ministro acabaria por dizer, numa entrevista ao Público, que o crescimento ficaria apenas pouco acima de 1%.

Em abril de 2016, o FMI, na altura liderado por Christine Lagarde, revelava novas projeções económicas: o PIB português cresceria 1,4% nesse ano. Um novo relatório da instituição saiu em outubro, revendo em baixa as estimativas anteriores, para 1%. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que a economia nacional cresceu 2% no primeiro ano de Costa como chefe de Governo – ou seja, foi a primeira previsão do Governo, de 1,8%, a que mais se aproximou da realidade.

O Orçamento do Estado para 2017 estimava que a economia portuguesa crescesse 1,5% nesse ano, quatro décimas acima das previsões do FMI em outubro de 2016. Contudo, as projeções seguintes de ambas as partes relativamente ao desempenho do PIB nacional em 2017 foram sendo revistas em alta. Em abril, o Governo apontava para um crescimento de 1,8% no Programa de Estabilidade 2017-2021, menos 0,1 pontos percentuais (p.p.) face à previsão da instituição internacional nesse mesmo mês.

Já em outubro, quando foi apresentada a proposta de Orçamento para 2018, o Executivo projetava um crescimento económico de 2,6% em 2017, bastante superior à previsão que constava no Programa de Estabilidade, enquanto o relatório desse mês do FMI estimava que o PIB ia aumentar 2,5%. Apesar desta melhoria sucessiva das projeções, o crescimento da economia portuguesa em 2017 foi estimado em 3,5% pelo INE. Foi novamente o Governo que mais se aproximou, embora nove décimas distante.

Para 2018, as previsões de crescimento do Governo começaram por apontar para 1,9% no Programa de Estabilidade 2017-2021 (apresentado em abril de 2017), depois aumentaram para 2,2% no OE2018 (apresentado em outubro de 2017) e, por fim, para 2,3% no Programa de Estabilidade 2018-2022 (abril de 2018).

O Fundo Monetário Internacional, por seu lado, calculava uma melhoria do PIB português para o terceiro ano de Costa no Governo de 2% no relatório de outubro de 2017, projeção que foi revista em alta em abril de 2018, para 2,4%, e, seis meses depois, para 2,3%. De acordo com o INE, a economia portuguesa cresceu 2,4% em 2018. Neste ano, as previsões de abril do FMI acertaram.

Projetando, em abril de 2018, um crescimento de 2,3% para 2019, o Governo acabou por baixar uma décima as suas previsões para a economia portuguesa quando apresentou o Orçamento do Estado para o quarto ano de Costa como primeiro-ministro. Ao mesmo tempo, o FMI estimava que a economia crescesse 1,8% (no relatório de outubro de 2018), 1,7% (no relatório de abril de 2019) e 1,9% (no relatório de outubro de 2019). Porém, o PIB português cresceu 2,7% em 2019, segundo o gabinete nacional de estatística. Mais uma vez, foi o Executivo que mais se aproximou, com a previsão de 2,3%.

O ano de 2020 foi o primeiro do novo Executivo liderado por António Costa e, ao mesmo tempo, o ano em que o país foi atingido pela pandemia de Covid-19, que fez paralisar vários setores de atividade. A proposta de OE para esse ano, que o Governo apresentou ainda em 2019, previa um crescimento da economia menor que o dos anos anteriores, em 1,9%, enquanto o último WEO do FMI, pré-pandemia, apontava para uma melhoria de 1,6%.

Após a chegada da pandemia, as projeções para o desempenho da economia portuguesa em 2020 eram completamente diferentes: o Orçamento Suplementar do Governo previa um recuo de 6,9% do PIB; o FMI estimava uma queda de 8% no seu relatório de abril desse ano. Em outubro, as previsões eram ainda piores, já que a proposta de orçamento para 2021 e o relatório do FMI apontavam para quedas de 8,5% e 10%, respetivamente. A desaceleração foi má, mas não tanto quanto este último cálculo: a economia portuguesa caiu 8,4% em 2020. O Governo não acertou em cheio por uma décima.

No ano que se seguiu, 2021, a economia nacional iniciou uma trajetória de recuperação, ao crescer 4,9%, segundo os dados do INE. Ainda assim, o crescimento real do PIB em 2021 ficou um pouco distante da maioria das previsões. Dos 4,3% estimados pelo OE2020 Suplementar, a previsão do crescimento do PIB é revista em alta em 1,1 p.p. no OE2021 (5,4%), mas na proposta de Orçamento para 2022, António Costa reviu em baixa o ‘otimismo’ e passou a estimativa para 4,8%. As projeções da instituição internacional foram oscilando: 6,5% no relatório de outubro de 2020; 3,9% em abril de 2021; e, por fim, 4,4% em outubro de 2021.

Em outubro de 2021, o Parlamento chumbou a proposta de OE para 2022 e o país é obrigado a ir a eleições antecipadas no início deste ano. O Partido Socialista vence as legislativas com maioria absoluta e António Costa renova o mandato como primeiro-ministro. Em abril, já depois do início da guerra na Ucrânia, o Executivo entrega a proposta orçamental para 2022, na qual previa um crescimento da economia de 4,9% este ano, uma revisão em ligeira baixa (0,1 p.p.) face ao cenário macroeconómico apresentado no Programa de Estabilidade. Na proposta de Orçamento do Estado para 2023, a estimativa é ainda maior: 6,5%.

As previsões do FMI para o desempenho da economia portuguesa em 2022 começaram por ser melhores do que as do Governo – 5,1%, segundo o relatório de outubro de 2021, e 5,8%, nas estimativas de junho deste ano. No entanto, o cenário apontado pela instituição liderada agora por Kristalina Georgieva nas previsões apresentadas na terça-feira (6,2%) fica abaixo dos 6,5% inscritos pelo Governo no OE2023. Os mais recentes cálculos do volume do PIB divulgados pelo INE indicam um aumento de 7,1% em termos homólogos no segundo trimestre deste ano (11,8% entre janeiro e março).

Para o próximo ano, o oitavo de António Costa na chefia do Governo, a previsão do OE2023 aponta para um crescimento económico de 1,3%, enquanto o relatório desta terça-feira do FMI estima que o PIB português cresça 0,7% – quando, em junho, previa um desempenho de 1,9%.

Prova dos 9:

No geral, nem as previsões do Fundo Monetário Internacional, nem as dos Governos liderados por António Costa acertaram no crescimento real da economia portuguesa desde 2016. Mas, na maioria das vezes, foi o Governo quem mais se aproximou da realidade. Embora com mais revisões do que as realizadas pelo Fundo.

Só a instituição internacional com sede em Washington acertou uma vez: no relatório de abril de 2018, quando calculou um crescimento de 2,4% para esse ano — embora tenha revisto em baixa essa projeção e, nos seus dados, considere que o PIB nacional cresceu 2,8% em 2018, mais quatro décimas que o valor estimado pelo INE.

Ainda assim, uma vez mais, tendo em conta os dados do instituto estatístico, é possível concluir que foram as previsões do Governo que mais se aproximaram do crescimento real da economia portuguesa na maioria dos últimos sete anos, designadamente em 2016, 2017, 2019, 2020 e 2022 (de acordo com os dados disponíveis até à data).

Em 2021, as previsões mais próximas do crescimento de 4,9% divulgado pelo INE distam os mesmos 0,5 p.p. desse valor, visto que o Governo estimava uma melhoria de 5,4% no OE2021 (apresentado em outubro de 2020) e o FMI calculou que a economia cresceria 4,4% no seu relatório de outubro de 2021.

Quanto ao ano de 2018, quer o Executivo – no Programa de Estabilidade 2018-2022 apresentado em abril desse ano –, quer o FMI – no relatório de outubro de 2018 – avançaram projeções de 2,3%, menos 0,1 p.p. relativamente ao cálculo final do INE.

Em suma, as previsões do Governo ficaram mais próximas do crescimento efetivo do país. Visto serem apenas estimativas do crescimento económico com base na informação disponível a cada momento, a conclusão, na escala do ECO, é “Quase certo“, mas é excessivo dizer que António Costa ganhou mesmo sete a zero ao FMI.

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Mapfre apoia União Zoófila e oferece 1 ano de seguros

  • ECO Seguros
  • 13 Outubro 2022

No contexto do Dia Mundial do Animal, a Mapfre lança a campanha “Azar é Não Ter Seguro”, que irá promover a adoção de animais na União Zoófila.

A Mapfre aposta em nova campanha para canais digitais sob o mote “Azar? Azar É Não Ter Seguro” em colaboração com a União Zoófila (UZ) e oferece um ano de Seguro Mapfre a todos os animais adotados até 30 de novembro.

A campanha, que arrancou a 4 de outubro e se estende até 30 de novembro, também irá oferecer a todos os que já têm um animal em casa, 20% de desconto na compra de um novo seguro animal.

Nesta campanha, “Azar? Azar é Não ter Seguro”, a Mapfre dá prioridade à adoção de pets de cores escuras, que nem sempre têm prioridade neste contexto. A seguradora tem-se empenhado, nos últimos anos, a associar-se a causas.

João Gama, Diretor de Marketing e Clientes da Mapfre esclareceu que “esta não é só mais uma campanha. Desta vez, quisemos marcar pela diferença de alguma maneira e tentar ajudar, efetivamente, animais que precisam de uma casa e de alguém que os acolha, daí termos juntado forças com a União Zoófila“.

O responsável explicou a razão da iniciativa. “Queremos alertar para a importância de os donos protegerem os seus animais de estimação com o nosso seguro de responsabilidade civil e saúde animal, ao mesmo tempo que promovemos e incentivamos a adoção naquela que é uma das associações portuguesas que mais faz por animais desprotegidos e abandonados”.

Além das adoções dos animais, é possível ajudar a União Zoófila, que faz todo o trabalho de acolhimento, tratamento e proteção dos animais abandonados, através de doações feitas no seu site, por transferência bancária ou MBWay.

O conceito criativo e a campanha foram desenvolvidos pela agência de PR&Influence Omertà e pela agência de publicidade FunnyHow.

 

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Trabalhadores do grupo Águas de Portugal exigem aumento salarial “imediato”

  • Lusa
  • 13 Outubro 2022

Os trabalhadores das empresas do grupo Águas de Portugal reivindicam um aumento salarial “imediato” de 90 euros e uma subida de 120 euros para todos em 2023.

Os trabalhadores das empresas do grupo Águas de Portugal (AdP) reclamam um aumento salarial “imediato” de 90 euros e, a partir de 2023, uma subida de 120 euros para todos os trabalhadores e um salário base de 900 euros.

Estas exigências constam de uma resolução aprovada na passada quarta-feira, durante uma concentração de dirigentes, delegados e ativistas sindicais do STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins e da Fiequimetal – Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa.

Também exigida é uma reunião, “com caráter de urgência”, com o secretário de Estado do Tesouro e o retomar do processo negocial no grupo AdP, considerando os sindicatos que “o silêncio do Governo é inaceitável perante a situação que se vive na empresa”.

Desde abril que os representantes dos trabalhadores aguardam pelo agendamento de uma audiência com o secretário de Estado do Tesouro, cujo pedido foi reforçado em 01 de julho e, novamente, esta quarta-feira”, sustentam.

Os sindicatos alegam que “a administração do grupo AdP continua a escudar-se atrás da tutela para não dar resposta positiva ao caderno reivindicativo apresentado pelo STAL e Fiequimetal, tendo mesmo recuado no processo negocial”. Algo que consideram “inaceitável face aos graves problemas denunciados há muito pelas duas estruturas sindicais”.

Na concentração de quarta-feira, a resolução que foi votada e aprovada exige ainda o “respeito pelo direito à contratação coletiva”, um novo regime de carreiras, categorias profissionais e funções, a “urgente regulamentação e atribuição” de um suplemento de penosidade, insalubridade e risco, a estabilidade do emprego, a defesa da gestão pública e a contratação de mais trabalhadores “para assegurar um serviço público de qualidade”.

Ainda reclamado é o respeito pelas normas de segurança e saúde no trabalho, a melhoria das condições laborais, a aplicação do acordo de empresa da EPAL a todos os trabalhadores ao serviço desta empresa e um período de trabalho de sete horas diárias e 35 horas semanais no grupo AdP.

Sustentando que “em 2021 o grupo AdP lucrou 83,3 milhões de euros (+6% face ao ano anterior) e mais de 400 milhões de euros nos últimos 10 anos, o que diz bem da sua saúde financeira”, os sindicatos denunciam que a empresa “insiste em praticar uma política de estagnação salarial, numa estratégia assente no conceito de ‘milhões para os acionistas, migalhas para os trabalhadores’”.

“E – sustentam – nem a mísera atualização salarial de 0,9% imposta pelo Governo PS à administração pública este ano os trabalhadores receberam, mantendo, na sua maioria, salários ao nível do salário mínimo nacional e sem carreiras e categorias profissionais valorizadas”.

Reafirmando a sua “disponibilidade para continuarem o diálogo e a negociação”, o STAL e a Fiequimetal garantem que os trabalhadores estão “unidos e determinados em prosseguir, desenvolver e ampliar todas as formas de luta – incluindo novas greves – que se mostrem necessárias para a concretização das suas justas reivindicações”.

“Os trabalhadores do grupo AdP não podem aceitar ficar mais um ano sem verdadeiros aumentos e que a administração insista em ignorar as suas exigências e em adiar uma resposta positiva às propostas apresentadas pelo STAL e Fiequimetal”, afirmam, exigindo “que o ACT seja cumprido e que o Conselho de Administração se disponibilize para uma verdadeira negociação com vista à revisão da tabela salarial, entre outras matérias”.

Neste âmbito, os trabalhadores do grupo AdP irão participar, no sábado, nas concentrações em Lisboa e no Porto promovidas pela CGTP-IN, no âmbito do mês de ‘Mobilização e Luta’ pelo aumento dos salários e das pensões. Contactada pela Lusa, fonte oficial da AdP não fez comentários.

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Supervisor monitoriza comercialização de seguros de proteção ao crédito por seguradores e bancos

  • ECO Seguros e Lusa
  • 13 Outubro 2022

A ASF irá tomar medidas para assegurar que as práticas problemáticas referenciadas no alerta EIOPA são corrigidas e irá monitorizar as iniciativas que os seguradores e os bancos terão de implementar.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou hoje que vai tomar “um conjunto de medidas” para assegurar a proteção do consumidor na comercialização por parte de seguradores e bancos de seguros associados ao crédito.

Em comunicado, o supervisor refere que o objetivo é assegurar a correção de um conjunto de “práticas desadequadas de subscrição e de venda e potenciais situações de conflitos de interesses” referenciadas num alerta emitido no dia 4 de outubro pela Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA).

A ASF irá tomar um conjunto de medidas tendo em vista assegurar que as práticas referenciadas no alerta da EIOPA são corrigidas e vai fazer a monitorização das iniciativas que os seguradores e os bancos terão de implementar em conformidade”, refere.

A EIOPA emitiu um alerta destinado aos seguradores e aos bancos para que considerem diversas questões relacionadas com a proteção do consumidor, nomeadamente “práticas desadequadas de subscrição e de venda e potenciais situações de conflitos de interesses, que decorrem da comercialização de seguros associados ao crédito”.

No alerta, a EIOPA “apela aos operadores para que tomem medidas que evitem a necessidade de uma intervenção das autoridades de supervisão competentes”, explica a ASF.

De acordo com o regulador português, o alerta emitido “vem na sequência de uma análise temática, também agora divulgada pela EIOPA, realizada sobre o funcionamento do mercado da União Europeia de seguros associados a operações de crédito hipotecário, de crédito ao consumo e a cartões de crédito, que evidenciou um conjunto de práticas das quais podem resultar situações com potencial impacto negativo para os consumidores”.

Embora a EIOPA reconheça diversos benefícios dos seguros de proteção ao crédito, sinaliza alguns “riscos significativos” para os consumidores, nomeadamente a “escolha limitada e insuficiente capacidade para comparar outras opções”, a “grande diversidade de produtos e dispersão de preços”, “problemas com a cessação do contrato de seguro ou com a mudança para outro operador” e “remunerações elevadas e conflitos de interesses”.

Concluindo que “estas práticas podem ser bastante prejudiciais para os consumidores e suscitam preocupações sobre se os seguradores e os bancos aplicam adequadamente os princípios regulatórios fundamentais estabelecidos na diretiva sobre a distribuição de seguros”, a EIOPA defende que se tomem “medidas para resolver as questões relacionadas com as remunerações elevadas, evitando situações de conflitos de interesses, prejudiciais para os consumidores”.

“À luz destas conclusões, o alerta emitido pela EIOPA tem como principal objetivo que os seguradores e os bancos que atuam como distribuidores ofereçam seguros de proteção ao crédito que aportem valor aos consumidores”, declarou a ASF.

O supervisor português recorda ainda que, no seu Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado de 2021, e no âmbito da análise das principais tendências do mercado, havia já “sinalizado o tema das práticas associadas aos seguros de vida temporários anuais renováveis, habitualmente associados a operações de crédito hipotecário, e aos seguros de acidentes pessoais que constituem também seguros de proteção a outros tipos de crédito”.

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Uma dose de economia: #3 – A subida das taxas de juro

  • ECO
  • 13 Outubro 2022

No terceiro episódio do podcast "uma dose de economia", Filipa Jesus e Francisca Moniz falam sobre a subida das taxas de juro e as suas consequências económicas.

“Uma dose de economia” é um podcast onde alunos do ISEG discutem temas de atualidade ligados às finanças e à economia.

Este podcast é fruto de uma parceria entre o ECO e a associação ISEG Young Economics Society e todos os meses haverá um novo episódio.

Neste terceiro episódio, Filipa Jesus e Francisca Moniz falam sobre a subida das taxas de juro e as suas consequências económicas.

 

 

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Santander paga mais 750 euros este mês a trabalhadores que ganham até 30 mil euros

  • Lusa
  • 13 Outubro 2022

Em nota interna, o CEO do Santander explica a decisão pelo impacto que o “aumento da inflação e do custo da energia" estão a ter "no orçamento familiar de muitos” dos trabalhadores.

Os trabalhadores do Santander que tenham um vencimento até 30 mil euros anuais irão receber, este mês, um “pagamento extraordinário e suplementar” de 750 euros, no âmbito de medidas aprovadas pelo banco para fazer face ao aumento dos preços.

Numa nota interna enviada aos colaboradores da instituição, a que a Lusa teve acesso, assinada pelo presidente da Comissão Executiva, Pedro Castro e Almeida, e por Sara da Fonseca, da Gestão de Pessoas do banco, o Santander disse que “tem vindo a acompanhar a evolução da situação económica no país e no mundo, com natural preocupação” e que está consciente de que “o aumento da inflação e do custo da energia estão a ter impacto no orçamento familiar de muitos” dos colaboradores.

Assim, o Santander decidiu “aprovar algumas medidas de apoio financeiro para ajudar a minimizar esse impacto”, focando a ajuda nos “colaboradores com salário mais baixo, através do pagamento de um valor único em detrimento de uma percentagem, para que este apoio seja mais relevante”.

Além deste pagamento, o Santander decidiu dar a possibilidade em 2023 de todos os colaboradores anteciparem até 50% do subsídio de Natal.

O banco aumentou ainda o limite de crédito disponível para os trabalhadores para 200 mil euros, em novas operações de crédito, e alargou o acesso a outras medidas como a comparticipação do passe social em 50% ou o apoio a propinas no valor de 310 euros por ano por filho ou enteado.

“Acreditamos que estas medidas podem contribuir para que muitos dos nossos colaboradores tenham melhores condições para enfrentar este período desafiante”, remataram os responsáveis da instituição, na mesma missiva.

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LaLiga vence em tribunal contra grupo beIN

  • Servimedia
  • 13 Outubro 2022

A LaLiga conseguiu assegurar a apreensão do grupo beIN, propriedade da Al Khelaïfi, para garantir o pagamento de 50 milhões de euros.

A associação espanhola de futebol profissional – LaLiga -, na sua luta para defender os interesses dos clubes espanhóis, conseguiu uma nova vitória após o Tribunal de Primeira Instância n.º 6 de Madrid ter emitido uma medida cautelar a ordenar a apreensão preventiva de bens contra o grupo beIN do Qatar, noticia a Servimedia.

O grupo detém os direitos de transmissão do futebol espanhol no Médio Oriente, Norte de África e Sudeste Asiático, bem como em França e Mónaco e em países asiáticos como Singapura, Malásia, Filipinas e Hong Kong, e também na Nova Zelândia, cujo presidente é Al Khelaïfi, que também dirige o clube de futebol PSG.

Segundo o tribunal, o principal argumento para esta decisão, contra o qual não é possível recorrer, é o risco de a empresa repatriar os seus fundos para o Qatar e a dívida, que ascende a 50,69 milhões de euros, dos quais o conglomerado do Qatar já pagou 10 milhões de euros, não pode ser cobrada.

O acordo estipulava que o beIN pagaria 33% do contrato 2022-2023 até 15 de Agosto, ou seja, cerca de 41,25 milhões de euros; outra filial do grupo não pagou 9,41 milhões. Além disso, o concurso pede pouco mais de 36 mil euros de juros de mora por atrasos no pagamento de faturas de direitos em França e no Mónaco.

Em declarações ao The New York Times, o presidente do LaLiga, Javier Tebas, rejeitou o argumento de que o beIN estava a sofrer problemas financeiros, argumentando que o grupo é propriedade de um emirado que demonstrou ter fundos quase ilimitados e está disposto a assumir perdas financeiras significativas para defender a sua posição de influência no desporto.

O presidente também exprimiu a sua suspeita de que esta falta de pagamentos pode ser uma forma de pressão para tentar parar as ações intentadas contra o estado do clube a que preside, o PSG, o que mina a sustentabilidade económica do futebol europeu e põe em risco a competitividade de outros clubes.

Al Khelaïfi não só combina estes dois altos cargos no beIN e PSG, como também preside à Associação Europeia de Clubes (ECA) e é membro do Comité Executivo da UEFA, responsabilidades que poderiam representar um conflito de interesses e uma situação de agravamento comparativo para os outros clubes, o que impediria o desenvolvimento adequado das competições europeias.

LaLiga já tinha lidado há meses com outro operador que não estava a fazer pagamentos. Em Julho, foi com a Super Sports Media na China, também com uma dívida pendente de 50 milhões de euros, que a LaLiga esperava recuperar com as garantias fornecidas pelos proprietários da plataforma. O concurso recolheu 708,4 milhões de euros para os seus direitos audiovisuais internacionais em 2020-2021.

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