Diminuição técnica do Ministério da Agricultura é desastrosa, diz CAP

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2022

As direções regionais já tinham sido “menorizadas” no que se refere às suas capacidades técnicas e meios, acusa Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, defendeu esta terça-feira que toda a diminuição técnica do Ministério da Agricultura se tem revelado desastrosa, lembrando a contração do peso económico das florestas. “Tudo o que seja diminuir a capacitação técnica do Ministério da Agricultura tem-se revelado desastroso”, afirmou Eduardo Oliveira e Sousa, que falava numa audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Pescas.

Este responsável lembrou que desde o início da reforma das florestas e com a saída desta área do Ministério da Agricultura, em 2019, os indicadores revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram uma “quase insignificância” do valor económico do setor florestal. Conforme sublinhou a CAP, este setor é “um dos pilares da economia do território”, que está agora em “mínimos históricos”, com muitos indicadores abaixo dos registados durante a crise de 2008-2011.

Em novembro, o Conselho de Ministros aprovou a resolução que dá início à transferência e partilha de competências de serviços regionais do Estado para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em nove áreas, estimando que a reforma esteja concluída até ao final do primeiro trimestre de 2024.

Após a contestação do setor, Maria do Céu Antunes veio esclarecer que as direções regionais de agricultura não vão ser extintas, na sequência desta aprovação. “Vamos esclarecer de uma vez por todas: não há extinção das direções regionais, ninguém vai concentrar no Porto ou em Évora ou em Coimbra ou em Lisboa ou em Faro as direções regionais. Aquilo que vamos fazer é manter a estrutura tal qual está, mas o senhor diretor vai passar a integrar o órgão da comissão de coordenação para haver articulação de políticas verdadeiramente”, afirmou, em 26 de novembro, a governante, que falava em Boticas, à margem das comemorações dos 70 anos da cooperativa agrícola local.

Eduardo Oliveira e Sousa, que está a ser ouvido, em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri), a pedido do Chega e da Iniciativa Liberal, lamentou que esta temática não tenha sido, previamente, discutida com o setor, notando desconhecer os fundamentos que levaram o Conselho de Ministros a aprovar esta decisão.

O setor agrícola tem uma envolvência com a única política europeia que é comum – a política agrícola -, que tem mecanismos técnicos de implementação no terreno que são complexos, razão [pela qual] é fundamental haver proximidade em relação aos agricultores, que costuma ser feita pelas associações, interligadas com as direções regionais”, acrescentou.

O presidente da CAP disse ainda que, nos últimos anos, as direções regionais já tinham sido “menorizadas” no que se refere às suas capacidades técnicas e meios, o que considerou preocupante, tendo em conta que a próxima Política Agrícola Comum (PAC), que se inicia em 01 de janeiro de 2023, “vem revestida de uma complexidade acrescida”.

Assim, esta confederação disse ser “fundamental reforçar as estruturas de proximidade” do Ministério da Agricultura, junto do território e dos agricultores. “Não entendemos […], a não ser por razões que não vislumbramos, que possa trazer benefícios juntar os recursos das direções regionais numa tutela [Ambiente] completamente separada dos interesses do setor agrícola. Aguardamos que haja um esclarecimento ou retrocedimento da decisão”, concluiu.

Em resposta aos deputados, após a primeira ronda de intervenções, Eduardo Oliveira e Sousa garantiu que as reuniões que o setor teve com o Governo sobre a construção do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) “nunca foram colaborativas, mas informativas”, notando que o mesmo se passou em relação à temática das direções regionais. O presidente da CAP criticou ainda o facto da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, não ter discutido este tema com os próprios diretores regionais.

“Recordo a expressão infeliz da senhora ministra que disse que [esta decisão] não é para alterar coisa alguma, a não ser a figura dos diretores regionais, que vão desempenhar uma coisa qualquer […]. Acho isto uma ofensa aos diretores regionais, aos funcionários do ministério e aos próprios agricultores”, apontou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo soma mais de 3% com abrandamento da inflação nos EUA e alívio das restrições Covid na China

Matéria-prima estende os ganhos pelo segundo dia consecutivo à boleia dos sinais de abrandamento da inflação nos Estados Unidos e do alívio das restrições Covid na China. 

Depois das fortes quedas da semana passada, as cotações de petróleo nos mercados internacionais continuam a recuperar. Esta terça-feira, o “ouro negro” avança mais de 3%, com os sinais de abrandamento da inflação nos Estados Unidos e o alívio das restrições Covid na China.

Pelas 18h59 de Lisboa, o barril de brent, cotado em Londres e que serve de referência às importações nacionais, soma 3,59% para 80,79 dólares, enquanto o WTI, a negociar em Nova Iorque, ganha 3,46% para 75,70 dólares. Na sessão anterior, os contratos de futuros de brent subiram mais de 2%, ao passo que o WTI somou cerca de 3%.

Petróleo recupera

Após terem tocado mínimos de dezembro de 2021 na semana passada, as cotações do “ouro negro” estão a recuperar das perdas e a prolongar ganhos pela segunda sessão consecutiva à boleia de notícias mais otimistas. A taxa de inflação homóloga nos EUA voltou a desacelerar em novembro, fixando-se em 7,1%, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Departamento do Trabalho norte-americano.

Estes dados aumentam as esperanças de que a Reserva Reserva Federal possa reduzir o ritmo da subida das taxas de juro na reunião de amanhã. A influenciar o desempenho está ainda o alívio das restrições Covid na China.

O embaixador chinês nos EUA garantiu esta terça-feira que Pequim vai aliviar as políticas restritas de combate à pandemia, devendo permitir a entrada de viajantes estrangeiros no país em breve, o que veio aumentar as perspetivas de aumento da procura do “ouro negro”.

Não obstante, as cotações de petróleo estão a caminhar para o primeiro declínio trimestral consecutivo desde meados de 2019, devido às perspetivas económicas globais, de acordo com a Bloomberg. Neste contexto, o Goldman Sachs reviu em baixa as previsões do preço do barril de Brent para o primeiro e segundo trimestres de 2023 de 110 dólares por barril para 90 e 95 dólares por barril, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lançada seguradora paramétrica Descartes

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2022

A Descartes Underwriting, MGA especializada em produtos de seguros de risco climático, lança a Descartes Insurance, uma seguradora "full stack" autorizada a subscrever pelo regulador francês (ACPR).

A Descartes Underwriting, uma MGA especializada em produtos paramétricos e transferência de risco com base em dados, anunciou o lançamento de uma seguradora de risco full-stack, denominada Descartes Insurance.

“Procuramos representar a próxima geração de mercados de transferência de risco apoiados por líderes do setor. Ao combinar estruturas de seguros inovadoras, tecnologia poderosa e o nosso próprio capital de risco, protegemos os clientes contra todo o espetro de riscos climáticos e emergentes com uma eficiência sem paralelo”, disse Tanguy Touffut, CEO da Descartes Underwriting e presidente não executivo da Descartes Insurance.

A Descartes Insurance está autorizada a subscrever riscos pela entidade reguladora francesa (ACPR) e é apoiada por um painel de carriers de risco classificados como A, explicou a empresa.

A nova seguradora está apta a emitir apólices diretamente para clientes mid-market em França e tem planos para expandir a capacidade e incluir outros países do Espaço Económico Europeu (EEE) ao longo de 2023. Para os clientes internacionais, a Descartes continuará a operar como MGA.

“Este é um enorme passo avante para a Descartes, mas também marca a evolução do setor dos seguros e a forma como protegemos os clientes”, explicou Tanguy Touffut, o CEO da Descartes Underwriting e o presidente não executivo da Descartes Insurance.

“Procuramos representar a próxima geração de mercados de transferência de risco apoiados por líderes do setor. Ao combinar estruturas de seguros inovadoras, tecnologia poderosa e o nosso próprio capital de risco, protegemos os clientes contra todo o espetro de riscos climáticos e emergentes, com uma eficiência sem paralelo”, disse Touffut.

A Descartes Insurance manterá uma parte de todos os riscos que subscreve, prevendo um maior alinhamento com os carriers que fornecem capital de resseguro para apoiar a sua carteira. A capacidade subjacente é fornecida através de quotas partilhadas. A posse deste novo veículo permitirá à companhia construir também com base na sua própria participação de capital, se assim o desejar, proporcionando ao mesmo tempo uma plataforma flexível através da qual a Descartes pode também estabelecer relações com carriers de capital de terceiros.

A empresa afirmou que o lançamento da Descartes Insurance significa que a sua oferta de produtos “pode agora ser expandida para incluir exposições adicionais, riscos emergentes, e linhas de produtos que criam soluções de seguro sem descontinuidades emitidas em conjunto com as estruturas paramétricas comprovadas da Descartes”.

Sébastien Piguet, o CEO da Descartes Insurance, comentou: “É minha firme convicção que a Descartes Insurance tem todos os recursos necessários para prosperar nestes tempos difíceis, sejam as difíceis condições de mercado, o impacto das alterações climáticas ou a transição para uma economia ‘net-zero‘. Estou entusiasmado por iniciar esta nova jornada como um transportador de risco de crédito com o apoio da equipa do Grupo Descartes”.

Kevin Dedieu, Director Executivo Adjunto, acrescentou que vê o lançamento da Seguros Descartes “como o próximo passo lógico, dado o investimento contínuo na nossa equipa científica, tecnologia e I&D para revolucionar todo o processo de seguros, desde a avaliação do risco ao pagamento de indemnizações”.

Philippe Rocard, antigo executivo da AXA e agora membro independente do Conselho de Administração da Descartes Insurance, afirmou: “A abordagem paramétrica abriu uma nova fronteira para os seguros. E a Descartes Underwriting é uma empresa de vanguarda neste novo mundo. Desenvolveu conhecimentos matemáticos e físicos impressionantes para ajudar as companhias a protegerem-se contra perigos, incluindo as alterações climáticas. Estou entusiasmado por ser um membro desta aventura coletiva”.

O Chefe de Operações da Descartes, Violaine Raybaud, também disse: “Desde a nossa criação, a vantagem inovadora da Descartes deriva da capacidade de lidar com novas fontes de dados e extrair valor para os nossos corretores e clientes. Consideramos este marco como uma oportunidade memorável para infundir mais tecnologia e a abordagem da Descartes, orientada pela ciência e pelo cliente – a primeira abordagem dentro do núcleo das nossas operações de seguros”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Reino Unido quer alterar Solvência II

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2022

Durante 2023, o Governo britânico pretende revogar e substituir a Solvência II, num esforço para desbloquear mais de 100 mil milhões de libras de investimento privado.

O Governo britânico comprometeu-se a fazer “progressos legislativos substanciais” ao longo de 2023 sobre a revogação e substituição da era Solvência II da UE, num esforço para desbloquear mais de 100 mil milhões de libras de investimento privado em ativos produtivos, tais como infraestruturas britânicas.

“As Reformas de Edimburgo aproveitam as nossas liberdades Brexit para proporcionar um regime regulador ágil e caseiro que funciona no interesse da população britânica e das nossas empresas. E iremos mais longe – vamos reformar as pesadas leis da UE que sufocam o crescimento noutras indústrias”, afirmou Jeremy Hunt.

Em declarações numa roundtable da indústria, em Edimburgo, o Chanceler do Tesouro, Jeremy Hunt, revelou mais de 30 reformas regulamentares dos serviços financeiros, concebidas para ajudar a impulsionar o investimento e o crescimento em todo o Reino Unido.

O Chanceler apresentou planos para revogar, e substituir, centenas de páginas de leis da UE que regem os serviços financeiros que até agora foram mantidas desde que o Reino Unido deixou a União Europeia, incluindo as regras Solvência II que regem os balanços dos resseguradores.

“Estamos empenhados em assegurar o estatuto do Reino Unido como um dos centros de serviços financeiros mais abertos, dinâmicos e competitivos do mundo“, disse Jeremy Hunt. “As Reformas de Edimburgo aproveitam as nossas liberdades Brexit para proporcionar um regime regulador ágil e caseiro que funciona no interesse da população britânica e das nossas empresas. E iremos mais longe – vamos reformar as pesadas leis da UE que sufocam o crescimento noutras indústrias, como a tecnologia digital e as ciências da vida”, acrescentou ele.

A S&P sugeriu que as alterações propostas à Solvência II serão provavelmente neutras para a solvabilidade das seguradoras avaliadas no Reino Unido, uma vez que espera que estas mantenham amplamente as suas posições de capital, enquanto a AM Best afirma que poderiam permitir que as seguradoras do ramo vida investissem numa gama mais vasta de ativos, e provavelmente levar a uma maior proporção de ativos com base no Reino Unido que sustentam a carteira de anuidades do Reino Unido. Os analistas da Aon sublinharam que qualquer impacto potencial será realizado através de um processo gradual em vez de um processo observável, uma vez que as seguradoras mudam os comportamentos e otimizam as estratégias.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cheias em Portugal: o que parou no país?

  • Mariana Marques Tiago
  • 13 Dezembro 2022

Durante esta terça-feira, Portugal ficou em alerta laranja face aos elevados níveis de precipitação. De escolas aos transportes públicos, passando pela agenda dos ministros, o que parou no país?

Durante a madrugada e a manhã desta terça-feira, todo o país ficou em alerta laranja face aos elevados níveis de precipitação. Foi na região de Lisboa que se registou o maior número de ocorrências: mais de 800. Ao longo do dia, de escolas aos transportes públicos, passando pela agenda dos ministros, o que parou no país ao longo do dia?

Transportes públicos falharam

Uma das primeiras infraestruturas da região de Lisboa a quebrar foram os transportes. Do metropolitano, aos autocarros da Carris, passando pelos comboios da CP, circular na cidade de transporte público foi quase impossível.

O metropolitano foi o primeiro dos três meios de transporte a recuperar e funcionar “sem constrangimentos”, sendo que as estações mais afetadas foram o Jardim Zoológico e Chelas. Mas pelas 12h00 a normalidade já estava reposta.

O mesmo não se pode dizer da Carris, cujos autocarros se viram afetados pelos cortes das estradas decretados pelas autoridades. Pelas 13h00, a empresa, que já estava a “recuperar a sua capacidade de transporte”, estava ainda “condicionada”, explicou a Autoridade Nacional de Proteção Civil.

No que toca aos comboios, ao longo do dia registaram-se perturbações nas linhas do Norte, Sintra, Cascais, Sul, Leste e na Concordância de Xabregas, tendo a circulação sido totalmente suspensa, por vezes.

Instituições de ensino fecharam portas

Logo pela manhã desta terça-feira – e parcialmente afetado pelas falhas na rede de transportes da região de Lisboa –, os estabelecimentos de ensino também foram motivo de caos. Isto porque muitos funcionários não conseguiram chegar ao seu local de trabalho, levando à necessidade de fechar as escolas. Noutros casos, foram as próprias direções que tomaram a decisão de fechar portas por questões de segurança.

O Ministério da Educação deu liberdade a cada instituição de ensino para decidir se encerrava ou não. Durante a manhã o número de estabelecimentos de ensino a dar o dia por terminado foi aumentando progressivamente. Foi o caso de escolas como o Liceu Pedro Nunes (Campo de Ourique), Escola Gil Vicente (Graça), Liceu Camões (Arroios) ou a Secundária José Gomes Ferreira (Benfica). Já em Oeiras todas as escolas encerraram, segundo ordens do presidente da câmara, Isaltino Morais.

À semelhança das escolas de ensino obrigatório, algumas instituições de ensino superior também fecharam portas esta terça-feira, substituindo as aulas presenciais por aulas online e adiando avaliações. Foi o caso da Faculdade de Direito do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, ambos da Universidade de Lisboa.

“Constrangimentos pontuais” na distribuição de encomendas

Também a distribuição de correio e encomendas foi afetada durante esta terça-feira. A situação foi antecipada pelos CTT – Correios de Portugal, que anunciaram que era esperado que as distribuições sofressem “constrangimentos pontuais em algumas zonas do país”, citou a agência Lusa.

“Alheios a esta situação e às fortes perturbações que estão a ser sentidas na circulação rodoviária, as situações mais complexas – abastecimento e distribuição –, na manhã desta terça-feira, verificam-se no MARL, em Lisboa, no Centro Operacional da Perafita, no Porto, e nas zonas do Alentejo e Algarve”, adiantou a agência, referindo que as operações para as ilhas também seriam afetadas.

Cheias em Algés - 13DEZ22

Ministros alteraram as agendas

A chuva intensa levou também à alteração da agenda dos membros do Governo.

Ao início do dia registou-se o cancelamento da deslocação de Nuno Fazenda a Loures. O secretário de Estado do Turismo ia visitar as superfícies comerciais e o comércio local, de forma a ficar a par dos prejuízos causados pela chuva registada no passado dia 7 de dezembro.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais também viu a sua agenda mudar. Nuno Félix não pôde marcar presença no Tax Summit, da Deloitte, após adiamento do evento para quarta-feira às 14h30.

Também a sessão de apresentação do pacote de medidas de apoio extraordinário às empresas com “consumos relevantes de eletricidade e gás” foi adiada para o início da tarde de quarta-feira. No encontro estaria também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes.

Cortes no abastecimento de água e energia

Verificou-se também um corte no abastecimento de água na Marinha Grande, no distrito de Leiria, avançou a agência Lusa. A câmara municipal esclareceu que “na sequência do mau tempo dos últimos dias (…) o abastecimento de água em alguns lugares da Marinha Grande, nomeadamente nas zonas de Picassinos e Comeira, está a ser afetado”.

Registou-se também uma falha energética de norte a sul do país, reportou a E-REDES. Segundo a distribuidora, houve algumas centenas de casos, um número considerado “residual”.

“A situação vivida é tida como normal, com o registo de algumas centenas de casos de falhas de iluminação a norte e a sul do país, o que, numa rede de seis milhões [de clientes], é um número residual”, citou a Lusa.

A E-REDES adiantou ainda que ativou o Plano Operacional de Operação em Crise, que permite à distribuidora estar preparada para “atuar e dar resposta a situações de anomalia da rede que possam verificar-se”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Setor seguros espanhol entre os mais rentáveis do mundo

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2022

A S&P Global Ratings concluiu que o setor de seguros espanhol continua forte e é um dos mercados seguradores mais rentáveis do mundo.

De acordo com a americana S&P Global Ratings, o setor dos seguros espanhol continua forte e é um dos mercados mais lucrativos do mundo, anuncia a publicação News Assurances Pro.

O setor não-vida apresenta um rácio combinado de 93% em média, ao longo de 10 anos, enquanto o setor vida apresenta um rendimento de ativos na ordem de 0,9%, em média, ao longo de 5 anos.

No setor vida, denota-se a influência da entidade reguladora – a Dirección General de Seguros y Fondos de Pensiones (DGSFP) – que impõe uma prática de harmonização da duração dos ativos e passivos, tornando o mercado espanhol de seguros de vida mais resistente às variações das taxas de juro do que outros mercados europeus. Juntamente com a existência de barreiras à entrada, novas seguradoras são desencorajadas de apostar neste mercado concentrado, apoiando assim a rentabilidade das companhias estabelecidas.

O setor não-vida espanhol é um dos mais rentáveis da Europa. A experiência com sinistros demonstra pouca volatilidade e esta estabilidade deve-se em parte a dois fatores: primeiro, o Insurance Compensation Consortium – uma entidade pública cuja intervenção ajuda a mitigar os picos de sinistros resultantes de acontecimentos extraordinários; e, segundo, Baremo, um sistema que regula a regularização de sinistros por danos corporais resultantes de acidentes rodoviários.

Mas a análise da S&P informa que existem fatores que podem limitar a rentabilidade do setor de seguros espanhol. Nos seguros de vida, as vendas de produtos ligados a unidades estão a demonstrar sinais de fraqueza, especialmente em comparação com a atratividade dos produtos de poupança dos bancos. Além disso, o mercado vida é muito dependente do bancassurance, que foi fortemente afetado pelas medidas de contenção de 2020.

Para os seguros não-vida, o ambiente inflacionário e o aumento do rácio de perdas causado pela abertura das fronteiras desde a crise pandémica pode ter impacto na rentabilidade do setor. De acordo com a análise da S&P, também se observa uma deterioração no rácio combinado do negócio da saúde devido a pressões inflacionistas.

No geral, considera-se que o setor é pouco sensível aos riscos do país. Como resultado de boa governação e a um regulador eficiente, o setor espanhol apresenta um rácio de Solvência II de 240%, no final de 2021.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

RFM entra no metaverso. “Queremos estar na linha da frente na entrada num novo universo”, diz o diretor António Mendes

"Queremos maior valor para o meio, não somos valorizados suficientemente pelo mercado face ao impacto que conseguimos ter com as nossas marcas e com as marcas que se associam a nós", diz responsável.

A RFM vai entrar no metaverso, sendo o primeiro meio nacional a fazê-lo. “O metaverso apresenta imensas potencialidades. É um espaço que permite reforçar e intensificar as relações que os públicos têm com as marcas, cruzando dimensões virtuais e físicas em experiências inovadoras de elevado potencial. Num artigo recente da revista Forbes afirma-se que o metaverso representa o próximo nível da criatividade”, começa por justificar ao +M/ECO António Mendes, diretor da estação do grupo Renascença Multimédia, apontando a Gucci, a Zara ou a Disney como marcas que entraram com abordagens bastante interessantes neste universo virtual.

“A RFM é a rádio que lidera o digital em Portugal. Não apenas em termos de reach, mas também pela adoção de inovações. Por isso, queremos estar na linha da frente na entrada num novo universo que representa um desafio extremamente atrativo. Como imensas potencialidades para cimentar ainda mais o nosso slogan “mais do que tocar músicas, toca pessoas”. A entrada no Metaverso vai permitir-nos isto”, prossegue.

 

António Mendes, diretor da RFM

Numa fase inicial, o espaço RFM no metaverso terá uma praia onde acontecerá o Oceano Pacífico ou um café onde se poderá tomar o Café da Manhã. “Mas isto é apenas o início, porque as potencialidades são inúmeras e tencionamos aproveitá-las”, garante António Mendes. “Enquanto as plataformas de social media são relativamente claras nas suas possibilidades e linguagens, mas também nas suas limitações, o metaverso, que está apenas a começar, oferece a possibilidade de estender o território da marca, alargando os seus pontos de contacto com os seus públicos. Na prática, é isto que vai acontecer. Amplificar as experiências que os públicos que nos acompanham têm com a RFM“, prossegue o diretor da estação.

O Metaverso da RFM estará também aberto a marcas parceiras que queiram viver esta experiência com a RFM, dizia a estação no comunicado que anunciava a entrada na estação neste mundo virtual. Já há alguma iniciativa com marcas programada? O espaço da estação no metaverso funcionará também como suporte publicitário?

“As potencialidades são inúmeras. Uma das vantagens do Metaverso é permitir-nos criar experiências que virtuais à medida da nossa criatividade. E isto é altamente desafiante. Já há bastante tempo que cruzamos o que fazemos na emissão de rádio, no site, em social media e na rua. Frequentemente com marcas parceiras. Agora contamos com este novo espaço que nos permite amplificar ainda mais esta realidade”, responde António Mendes.

 

O espaço da estação, disponível a partir de dia 15, é desenhado e produzido pela agência de inovação Instinct, em conjunto com a RFM. “Não é o valor da entrada que importa, mas a forma como entramos. Nos nossos dias, pouco se faz sem uma boa parceria. E, neste caso, estamos com a Instinct to Innovate, com quem estamos a desenvolver o projeto“, diz António Mendes, quando questionado sobre o investimento que a entrada nesta plataforma significa.

 

Quanto a 2023, António Mendes acredita que vai ser um ano “duro mas feliz”. “A rádio está em grande forma em todo o mundo. Multiplataforma, geradora de paixão e em inovação e renovação permanente como se pode ver”, diz. No entanto, acrescenta o responsável, “queremos maior valor para o meio, porque achamos que não somos valorizados suficientemente pelo mercado face ao impacto que conseguimos ter com as nossas marcas e com as marcas que se associam a nós”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fidelidade acionou plano de resposta a catástrofes naturais

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2022

A seguradora criou canais especiais para acelerar regularização de sinistros e a rede de mediadores está a receber instruções específicas para ajudar segurados.

A situação climatérica em Portugal que está a afetar diversas regiões do país fez a Fidelidade acionar o seu plano de emergência que está previsto para a ocorrência de catástrofes naturais, disse a empresa em comunicado.

A viatura destinada a emergências desloca-se aos locais sinistrados para receber segurados, mediadores e peritos.

Segundo a companhia, o plano de emergência inclui várias componentes de apoio à população com sinistros, clientes da seguradora, e tem como objetivo tornar mais rápido o processo de regularização dos sinistros, fazendo todos os esforços para minimizar o impacto desta ocorrência na vida das pessoas.

A companhia está a indicar a todos os seus clientes para utilizarem os meios digitais para a comunicação dos sinistros, mas, para os clientes que tiverem dificuldades no acesso digital a seguradora criou uma linha de emergência especial para atendimento mais rápido destas situações, através do número 211 225 112.

A seguradora ativou uma viatura móvel de emergência para os locais mais afetados. Esta unidade operacional móvel tem como missão dar o primeiro apoio a clientes, à rede de mediadores e aos peritos da companhia que estão já no terreno desde o início das inundações, a 8 de dezembro último.

Durante a tarde desta terça-feira todos os clientes da Fidelidade vão receber um SMS com instruções de procedimentos para que o processo de avaliação de danos seja realizado o mais rápido possível.

Para os clientes com inundações em casas particulares, a Fidelidade está também a reforçar que utilizem a área de cliente ou a App MyFidelidade para abrir o seu processo de sinistro e, sempre que possível, juntem imagens fotográficas que documentem os danos.

Para além do SMS a seguradora vai informar todos os seus clientes com recurso a e-mails, página própria no site Fidelidade e as redes sociais da companhia. A rede de mediadores da companhia espalhados por todo o país, está a receber instruções especificas “para melhor ajudar a população afetada com sinistros”, conclui o comunicado da empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Qatar conclui compra de 22% da SAD do Sporting de Braga

Qataris, que já detêm o PSG, revelaram que as condições da operação foram satisfeitas, o que permitiu concluir a compra de 21,67% das ações da SAD arsenalista à Olivedesportos.

Os qataris já detêm parte da SAD do Sporting de Braga, depois de a Qatar Sports Investments (QSI) concluir a aquisição de 21,67% das ações da sociedade arsenalista à Olivedesportos, de Joaquim Oliveira, segundo anunciou esta terça-feira ao mercado.

“As condições para a transferência da propriedade das ações foram satisfeitas e, consequentemente, no dia 9 de dezembro, a transferência da propriedade das ações da Olivedesportos para a QSI foi concluída e consumada”, explicou a sociedade do Qatar, que já controla do clube francês PSG, onde jogam Messi, Neymar e Mbappé.

Este veículo, apesar de ser o detentor das ações da SAD arsenalista, esclarece que os direitos de voto adquiridos “continuam a ser atribuídos ao Estado do Qatar, como entidade que controla a QSI”, segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta operação foi anunciada publicamente no dia 10 de outubro, há dois meses, como previa o contrato de compra e venda. Na altura, o presidente da QSI, Nasser Al-Khelaïfi, afirmou: “Como investidor e parceiro, esperamos que o clube inove, cresça e se desenvolva ainda mais – nas equipas masculinas e femininas, bem como em todas as comunidades onde está inserido e negócios que apoia –, à medida que o Sporting Clube de Braga continue a trilhar um caminho ambicioso”.

Já o presidente do clube bracarense, António Salvador, considerou que se trata da “parceria certa” para o emblema bracarense acelerar o “crescimento e expansão” e para ajudar a “realizar o incrível potencial como clube”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Finanças dão mais tempo para empresas comunicarem faturas e inventários

Calendário fiscal para empresas em 2023 vai ser mais flexível segundo um despacho do novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix.

As empresas vão ter mais tempo para comunicar as faturas e inventários em 2023. O novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, assinou um despacho nesta terça-feira que dá mais flexibilidade no calendário de cumprimento de obrigações das empresas junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Embora o prazo para a comunicação de faturas passe a ser o dia 5 do mês seguinte, as Finanças vão dar uma tolerância de três dias às empresas, “sem que isso implique encargos adicionais”. Até ao final deste ano, o prazo legal para esta comunicação era o dia 12 do mês seguinte.

“A aplicação do quadro sancionatório ficará reservada para os contribuintes que não cumpram a obrigação até ao dia 8 do mês seguinte ao da emissão das faturas, numa lógica de evolução do cumprimento cooperativo e de promoção da relação de confiança entre administração e administrados”, refere o comunicado do Ministério das Finanças.

Até ao final de 2023, a AT também vai aceitar as faturas em PDF, “as quais são consideradas como faturas eletrónicas para todos os efeitos previstos na legislação”. A medida deve-se à “crescente desmaterialização e simplificação ao dispor dos operadores económicos no quadro dos sistemas de faturação eletrónica e da fatura sem papel”.

Os empresários terão até 28 de fevereiro para comunicarem os inventários relativos a 2022 sem quaisquer penalizações, mais um mês do que do estava inicialmente previsto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguradoras enfrentam milhares de ocorrências com perdas significativas

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2022

Seguradores reuniram de emergência. Há milhares de ocorrências participadas e valores significativos de indemnizações a processar. Relembram que falta o sistema para riscos catastróficos.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e “todas as empresas de seguros suas Associadas” revelou que pelas primeiras indicações que vão sendo obtidas, “haverá já milhares de ocorrências participadas e valores significativos de indemnizações a processar”, afirmando que “as seguradoras tudo farão para que os seus clientes, individuais e empresas, possam retomar a normalidade da sua vida com a maior rapidez possível”.

Segundo a APS, as empresas de seguros estão a tomar, individualmente, medidas específicas para assegurar a pronta resposta aos seus clientes, “deslocando equipas de profissionais experientes para o local, abrindo canais específicos de comunicação, agilizando a regularização dos sinistros e prestando o apoio e assistência às pessoas afetadas que beneficiam da proteção que os seguros conferem”, acrescenta.

A associação informa ainda que já tem a correr um inquérito junto das suas associadas “para apuramento dos danos cobertos por contratos de seguro, consequência da atual intempérie, e fará uma atualização da informação logo que possível”.

A APS aproveitou o momento para reforçar que “é fundamental, tal como a APS tem vindo a sublinhar, e como acontece em muitos outros países, a criação em Portugal de um Sistema de Proteção de Riscos Catastróficos, do qual as seguradoras possam fazer parte, numa lógica de colaboração entre o setor privado e público, para que as pessoas e empresas afetadas possam ver os prejuízos sofridos reparados de forma mais célere e completa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministros da Energia da UE falham acordo europeu para teto ao preço do gás

Ministros em Bruxelas não reuniram consenso quanto ao valor do teto ao preço do gás no mercado europeu. Negociações serão retomadas no dia 19 de dezembro.

Os ministros da Energia, reunidos em Bruxelas, não conseguiram um consenso em relação à proposta apresentada pela Comissão Europeia que visa aplicar um teto ao preço do gás no bloco europeu. Para Jozef Síkela, ministro da Indústria da República Checa (país que ocupa este semestre a presidência rotativa do Conselho da União Europeia), “vai ser preciso guardar as garrafas [de champagne] no frigorífico durante mais algum tempo”.

Numa conferência de imprensa, esta terça-feira, o responsável explicou que o teto de 200 euros por megawatt-hora proposto pela Comissão Europeia continua a ser o principal impasse nas negociações entre os Estados-membros, embora acredite que “estejam cada vez mais perto” de alcançar um acordo.

Por sua vez, a comissária para a Energia, Kadri Simson, avançou que “todos os países mostraram vontade de chegar a um acordo para dar resposta à crise energética, e foram feitos progressos” durante o “debate intenso” que decorreu em Bruxelas, mas ainda existem barreiras impostas por alguns Estados-membros que precisam de ser ultrapassadas.

“Estamos numa posição segura em relação a este inverno, mas o alerta da Agência Internacional de Energia é um lembrete de que não estamos fora da zona de perigo, e que o próximo ano pode ser mais desafiador do que o próximo“, afirmou a responsável, dando conta que as negociações serão retomadas na próxima segunda-feira, 19 de dezembro.

A Hungria foi um dos Estados-membros que rejeitou a proposta do executivo comunitário. De acordo com o ministro nos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, “não foi alcançado acordo na sessão plenária” e portanto as negociações deverão continuar “num quadro bilateral”, escreveu o responsável numa publicação na rede social Facebook, onde considerou que a proposta apresentada “é uma má ideia”.

Segundo o governante, a proposta da Comissão Europeia não serve ao país devido à “localização geográfica”, condicionante que “pode facilmente pôr em perigo a segurança do aprovisionamento energético do nosso país”.

Esta terça-feira, os ministros da UE reuniram-se numa reunião extraordinária com o objetivo de aprovar um conjunto de medidas, entre elas, um teto aos preços do gás e as compras conjuntas. No entanto, após várias horas de negociação, os governantes foram incapazes de ultrapassar as diferenças que tinham vindo a ser manifestadas desde o mês passado, altura em que a Comissão Europeia apresentou a proposta que considerou ser “de último recurso“.

Em causa está a proposta apresentada, em novembro, pela Comissão Europeia, que visa ativar um limite temporário nos contratos de gás, se se verificarem duas condições em simultâneo. Por um lado, o limite é ativado se o preço nos contratos de gás natural para o mês seguinte forem, durante duas semanas, superiores a 275 euros por megawatt-hora (MWh) na plataforma holandesa TTF (Title Transfer Facility), a referência nos mercados europeus de gás natural.

Ao mesmo tempo, para efetivar o limite, terá de se verificar que o preço de referência no TTF são 58 euros mais elevados que o preço de referência para o gás natural liquefeito (LNG), durante 10 dias consecutivos de negociação.

Na altura, Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polónia rejeitou que a medida chegasse a funcionar, efetivamente, como um limite por considerar o teto “demasiado alto”. No entanto, a Reuters e o Politico avançam que os ministros chegaram esta terça-feira a Bruxelas com uma nova versão da proposta.

Numa tentativa de alcançar um acordo, a presidência checa do Conselho da União Europeia redigiu uma segunda versão, sugerindo que o teto só seria acionado se o preço nos contratos de gás natural para o mês seguinte ultrapassassem os 200 euros por MWh durante um período de até três dias, no TTF. Já a segunda condicionante sugeria que para efetivar o limite teria que se verificar que o preço de referência no TTF são 35 euros mais elevados que o preço de referência para o gás natural liquefeito (LNG), durante três dias consecutivos.

Mas nem assim, os homólogos europeus conseguiram aprovar a proposta. Além da Hungria, a Alemanha, Áustria, Países Baixos e Grécia já tinham manifestado desagrado face à proposta do executivo comunitário, alertando, desde logo para os potenciais efeitos colaterais e prejudiciais que poderiam resultar de uma intervenção excessiva.

À saída de um Conselho extraordinário de ministros da Energia da UE, que se prolongou por cerca de 10 horas em busca de um compromisso entre os 27, o secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, disse que “houve alguns avanços, houve consenso em grande parte da proposta, nomeadamente de algumas salvaguardas que eram pretendidas por alguns dos países, mas não houve acordo em relação ao tema central, que é a questão do nível de preços a partir do qual este mecanismo de correção de mercado seria ativado”.

Segundo Galamba, “a presidência checa tentou várias soluções, mas não foi possível um acordo”, porque “há de facto posições diferentes” em relação aos preços, “e, portanto, o que foi acordado foi voltar a este tema na segunda-feira”, 19 de dezembro, data em que se realiza um novo Conselho de ministros da Energia da UE, em Bruxelas, “e tentar fechar aí as negociações em torno do mecanismo de correção do mercado”.

Revelando que a proposta atualizada da Comissão Europeia “era em torno dos 200 euros”, o secretário de Estado da Energia apontou que esse “continua a ser um preço demasiado alto para um grupo significativo de países”.

Tal como referido, além do teto aos preços do gás no mercado europeu, os 27 Estados-membros tinham em cima da mesa outras medidas que visavam minorar os impactos da crise energética e garantir segurança no abastecimento nos próximos meses, entre elas, as compras conjuntas de gás, tal como aconteceu com as vacinas anti-Covid durante a pandemia; a simplificação de licenças para projetos de energia renovável; e acordos bilaterais de solidariedade que têm como objetivo partilhar gás com os países mais vulneráveis, em caso de escassez ou de disrupção total no abastecimento.

Notícia atualizada às 19h17 pela última vez

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.