Portugal já beneficiou seis vezes do fundo de solidariedade da UE. Como funciona?

O fundo de solidariedade da UE tem 500 milhões anuais para os Estados-membros em caso de grandes catástrofes naturais ou emergências sanitárias. Portugal é o sétimo maior beneficiário.

Portugal poderá vir a recorrer ao Fundo de Solidariedade da União Europeia (FSUE), para fazer face aos estragos causados pelo mau tempo e pelas cheias em vários pontos do país. Não seria a primeira vez que o país recorreria a este fundo de 500 milhões de euros anuais, que dá apoio aos Estados-membros em caso de catástrofes naturais de grandes dimensões. Afinal, como funciona?

O fundo foi criado para responder às inundações na Europa Central no verão de 2002 e desde aí já concedeu “um valor total superior a 5 mil milhões de EUR, na sequência de 80 catástrofes – nomeadamente inundações, fogos florestais, terramotos, tempestades e secas – em 24 países europeus”, segundo dados do Parlamento Europeu.

Portugal encontra-se neste grupo, tendo já beneficiado deste fundo em seis ocasiões, como o próprio primeiro-ministro disse esta terça-feira: o país “acionou sempre o fundo quando se verificaram os requisitos”.

A mais recente foi devido à pandemia. A Comissão Europeia mobilizou 385,5 milhões de euros do FSUE para os países responderem à emergência sanitária da Covid-19, dos quais 55,6 milhões de euros foram destinados a Portugal, no que foi o terceiro maior pacote dos 20 países que apresentaram candidaturas. O montante a que Portugal teve direito, que surgiu após uma “despesa pública total elegível” de 2,3 mil milhões de euros, foi distribuído pelos municípios através de um concurso lançado em junho de 2021.

Este envelope surgiu depois do âmbito do Fundo de Solidariedade da UE ter sido alargado, em março de 2020, para abranger também as grandes emergências de saúde pública.

Além disso, o Fundo de Solidariedade da União Europeia também já foi utilizado para os danos decorrentes da passagem do furacão Lorenzo pela Região Autónoma dos Açores, em outubro de 2019. O financiamento das operações de emergência e de recuperação atingiu os 8,2 milhões de euros. Foram também concedidos apoios de 3,9 milhões de euros à ilha da Madeira após os incêndios florestais de agosto de 2016, bem como para as cheias na ilha em 2010. Portugal recorreu ainda ao FSUE para apoios devido aos incêndios florestais em 2003 e em 2017.

Segundo os dados oficiais, é mesmo o 7º Estado-membro que mais beneficiou do FSUE, com um montante total de 198 milhões. Em primeiro encontra-se a Itália, cujas maiores fatias vão para sismos, nomeadamente em 2016 e 2017.

Países beneficiários do FSUE por apoio financeiro

Desta vez, António Costa diz que Portugal irá recorrer caso estejam reunidas as condições, sendo que o primeiro passo é um levantamento dos danos. Ora a catástrofe é considerada de grandes proporções quando “resulta em prejuízos diretos (no Estado-membro ou país candidato à adesão) superiores a 3 mil milhões de EUR (a preços de 2011) ou a 0,6% do rendimento nacional bruto do Estado beneficiário”.

Já uma catástrofe natural regional é abrangida quando “provoque, numa região do nível NUTS 2 (3.1.6), prejuízos diretos superiores a 1,5% do produto interno bruto (PIB) dessa região. No caso das regiões ultraperiféricas, na aceção do artigo 349.º do TFUE, esse limiar é fixado em 1% do PIB da região”. Existe ainda a possibilidade de uma situação de emergência de saúde pública de grandes dimensões, como ocorreu durante a pandemia, quando resulte “em medidas de resposta de emergência com um custo previsto superior a 1,5 mil milhões de EUR (a preços de 2011), ou a 0,3% do rendimento nacional bruto do Estado beneficiário”.

O levantamento dos danos destas cheias, que provocaram danos na semana passada e novamente esta terça-feira, já está a ser feito, sendo que a ministra da Presidência já reuniu na quinta-feira com os presidentes de Câmara de vários municípios para agilizar este processo.

Uma vez que os danos estejam apurados, caso se verifique então que estão elegíveis, o Estado tem de enviar à Comissão um pedido de intervenção do FSUE no prazo de 12 semanas, com uma estimativa dos prejuízos diretos totais resultantes da catástrofe natural e do impacto sobre a população, a economia e o ambiente, do custo das intervenções pretendidas e indicar outras eventuais fontes de financiamento juntamente com uma descrição sucinta da aplicação da legislação da UE em matéria de prevenção e gestão dos riscos de catástrofe relativa à natureza da catástrofe natural.

“Através do FSUE, que não é coberto pelo orçamento da UE, podem ser disponibilizados 500 milhões de EUR (a preços de 2011) anuais, assim como a dotação do ano anterior não despendida, para complementar as despesas públicas em operações de emergência pelo(s) Estado(s)-Membro(s) em causa”, como explica o Parlamento Europeu.

O apoio dado pelo FSUE é “uma subvenção para complementar as despesas públicas do Estado beneficiário e destina-se a financiar medidas essenciais de emergência e recuperação para compensar prejuízos que, em princípio, não são cobertos por seguros”. Estão abrangidas medidas como:

  • O restabelecimento imediato do funcionamento das infraestruturas e das instalações nos domínios da produção de energia, do abastecimento de água potável, do tratamento das águas residuais, das telecomunicações, dos transportes, dos cuidados de saúde e do ensino;
  • A execução de medidas provisórias de alojamento e o financiamento de serviços de socorro destinados a responder às necessidades da população atingida;
  • A consolidação imediata das infraestruturas preventivas e a proteção dos sítios de património cultural;
  • A limpeza das áreas sinistradas, incluindo zonas naturais.

O pedido tem depois de ser aprovado pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu, sendo que as medidas de urgência podem ser financiadas a título retroativo. A subvenção deve depois ser utilizada no prazo de 18 meses a partir do momento em que tenha sido paga.

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Ricardo Rio acusa Governo de encaixar verbas municipais de habitação

Autarca de Braga acusa Governo de auferir "receita tão legal quanto ilegítima, à custa das autarquias” ao "coagir" as câmaras a assumirem os encargos do Programa de Intervenção em Habitações.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, enviou um ofício à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a pedir que “mude completamente as condições que foram definidas de responsabilizar as câmaras por todos os encargos do Programa de Intervenção em Habitações (PIH)”, agora que já foi anunciada para janeiro de 2023 a abertura de um novo aviso deste programa.

O autarca alerta a ministra para o risco de os municípios pagarem uma “fatura de encargos incontroláveis” com possível impacto no orçamento municipal. Ricardo Rio acusa, por isso, o “Estado de estar a encaixar dinheiro, porque está a receber o IVA – não reembolsável – que é pago pelas autarquias e pelos beneficiários”. Mais ainda, aponta Rio na missiva enviada à ministra, a que o ECO Local Online teve acesso, “o Estado não afeta recursos próprios e ainda aufere uma receita tão legal quanto ilegítima, à custa das autarquias”.

O autarca social-democrata está, por isso, preocupado com o anúncio da secretária de Estado da Inclusão da abertura de novo aviso para janeiro de 2023, tendo em conta a forma como o processo decorreu entre julho e setembro deste ano. “Fomos coagidos a financiar o PIH em que o Instituto Nacional de Reabilitação (INR) e o Estado Central não assumem nenhum encargo”, denuncia o presidente da Câmara Municipal de Braga, alertando para o incomportável impacto económico nos cofres das autarquias.

O também líder da Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado) pede à ministra que altere alguns critérios do aviso, como “a fixação de um teto máximo de comparticipação total e individual, por candidatura, por parte do município”. Assim como “a compensação dos municípios pelo valor do IVA suportado com as candidaturas, por exemplo, através do apoio financeiro à concretização de iniciativas municipais que cumpram o mesmo propósito”.

Na mensagem enviada à ministra, Ricardo Rio avisa, por isso, que “quanto à componente de comparticipação, nada sendo dito no aviso quanto aos limites dos valores das intervenções ou ao número de candidaturas a aceitar em cada município, a mesma assume contornos incontroláveis, confrontando-se cada município com uma fatura final de encargos que não pode de todo antecipar ou controlar”.

O Estado não afeta recursos próprios e ainda aufere uma receita tão legal quanto ilegítima, à custa das autarquias.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

As autarquias foram, assim, apanhadas de surpresa em todo este processo. “O que nos merece especial repúdio e suscita o envio da presente missiva é o facto de que, sem qualquer consulta ou adesão prévia, os municípios tenham sido coagidos a assumir-se como protagonista e um relevante financiador da iniciativa, com um impacto potencial não controlável sobre os seus próprios orçamentos”, começa por alertar o social-democrata, no ofício enviado à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. E que foi dado a conhecer aos Grupos Parlamentares e à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

Entramos no domínio do surreal quando se impõe, de forma unilateral e arbitrária, como consta do aviso e emana da legislação incidente sobre o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que terão de ser os mesmos municípios a custear todo e qualquer valor da intervenção ou equipamento acima do montante elegível de dez mil euros por candidatura, e que caberá também a estes custear o valor do IVA (não reembolsável) das intervenções. IVA esse que, recorde-se, reverte como receita final do Estado central”.

Na prática, explica ao ECO Ricardo Rio, “as câmaras municipais, sem qualquer decisão prévia nem qualquer adesão, ficaram obrigadas a ter que custear o IVA das intervenções na casa dos particulares, nomeadamente pessoas com deficiência que carecem de melhores condições de mobilidade”.

Só a Câmara Municipal de Braga validou e submeteu ao programa 11 candidaturas. “A comparticipação do PRR é de 78 mil euros e o investimento da autarquia ronda os 61 mil euros que é quase ela por ela”, assegura Ricardo Rio. As autarquias acabam por ter de desviar verbas para este programa que poderiam custear outras prioridades municipais. “A câmara tem de ir buscar ao orçamento próprio, sendo dinheiro que deixa de gastar noutras coisas porque vai estar a financiar isto”, lamenta.

Entramos no domínio do surreal quando se impõe, de forma unilateral e arbitrária, como consta do aviso e emana da legislação incidente sobre o PRR que terão de ser os mesmos municípios a custear todo e qualquer valor da intervenção ou equipamento acima do montante elegível de dez mil euros por candidatura.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

Por tudo isto, esta é “uma situação que causa muita apreensão”. Mais ainda, quando os presidentes de câmara foram apanhados de surpresa por toda a burocracia e critérios que constam deste programa e que Ricardo Rio quer ver corrigidos. “Ninguém falou connosco. O aviso foi lançado e os particulares vinham-se candidatar à câmara e a partir do momento em que se candidatavam, estávamos obrigados a custear esse diferencial”, denuncia.

Por isso mesmo, “não é de surpreender — com a falta de divulgação generalizada do aviso em todo o país –, a existência de apenas 80 candidaturas até ao passado dia 15 de setembro (a 15 dias da data final de submissão). Situação esta que apenas penaliza os potenciais beneficiários deste apoio”.

“Porque não terá sido consumida parte substancial da verba consignada a este programa e a secretária de Estado da Inclusão já assumiu publicamente a abertura de novo aviso para o próximo mês de janeiro“, o autarca de Braga também propõe que “a adesão de qualquer município ao programa esteja sujeita a subscrição de um termo de adesão expresso, em prazo anterior à abertura pública das candidaturas”.

A mudança dos critérios de seleção das candidaturas abrangidas no território é outra das correções solicitadas pelo autarca. Assim como que o “aviso estabeleça, de forma inequívoca, um prazo limite para a manifestação de interesse dos particulares junto do município claramente anterior à data limite de submissão das candidaturas pelo município junto do INR”, ao contrário do que aconteceu e que causou transtornos às autarquias.

Por todas estas razões Ricardo Rio solicita ao Governo que também “atue, de imediato, no que respeita ao reforço da dotação para pagamento de ajudas técnicas para atribuição de produtos de apoio para pessoas com deficiência ou incapacidade, e trate com a celeridade desejável as respostas as muitas candidaturas apresentadas à Segurança Social”. A este propósito, o autarca dá conta da existência de “processos aprovados desde, pelo menos, abril de 2022, para atribuição de ajudas técnicas, que ainda não foram concretizados for falta de dotação financeira“.

Ricardo é perentório ao afirmar que “deliberar atribuir apoios para, posteriormente, invocar falta de dotação financeira para realizar o respetivo pagamento é o mesmo que não apoiar, defraudando expectativas criadas às pessoas e famílias”. Até à data, o autarca não obteve qualquer resposta do Governo.

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Moody’s: Novas medidas do crédito da casa “negativas” para a banca, mas “impacto será limitado”

Embora considere as medidas de proteção das famílias face à subida dos juros da casa negativas para os bancos, o impacto "será limitado", pois poucos clientes vão renegociar contratos, diz Moody's.

As novas medidas do Governo para proteger as famílias da subida dos juros do empréstimo da casa são “negativas para os bancos”, pois vai “afetar a rentabilidade do setor”, considera a Moody’s. Porém, o “impacto será limitado”, pois poucos clientes recorrerão a este mecanismo, segundo da agência de rating.

De acordo com a medida que entrou em vigor no mês passado, a revisão dos contratos só acontece com créditos até 300 mil euros e quando os clientes cumpram uma de três situações: quando a taxa de esforço é igual ou superior a 50%; quando a taxa de esforço é igual ou superior a 36% e tenha agravado mais de cinco pontos percentuais face ao ano anterior; quando a taxa de esforço é igual ou superior a 36% e a taxa de juro tenha aumentado mais de três pontos percentuais.

Os bancos terão 45 dias para identificar os clientes em situação de maior vulnerabilidade e propor soluções para reduzir as prestações mensais, as quais deverão passar por uma extensão dos prazos do contrato, uma redução do spread, entre outras flexibilidades.

“A lei é negativa para os bancos, pois vai prolongar condições do empréstimo mais fáceis para alguns clientes, prejudicando a rentabilidade do setor”, consideram as analistas Maria Vinuela e Maria Cabanyes, numa nota desta terça-feira a que o ECO teve acesso. Ainda assim, “o impacto das novas medidas deverá provavelmente ser limitado por duas razões”, acrescentam.

Por um lado, “apenas uma pequena parcela do total de clientes com crédito da casa se qualificará para o alívio”, explica a agência de rating, citando dados do Banco de Portugal.

A taxa de esforço ultrapassa os 50% apenas em 4% dos clientes, percentagem que deverá subir para 9% até ao final de 2023. A taxa de esforço média situa-se nos 17% e deverá agravar-se para 22% no próximo ano. Além disso, “o limite de 300 mil euros também desqualificará uma elevada proporção de clientes”, nota a Moody’s.

"A lei é negativa para os bancos, pois vai prolongar condições do empréstimo mais fáceis para alguns clientes, prejudicando a rentabilidade do setor. “Embora consideremos as medidas negativas para os bancos, seu impacto provavelmente será limitado.”

Moody's

Por outro lado, é expectável que “um número limitado de clientes faça uso do programa”, prosseguem as duas analistas. Isso acontecerá porque a família que renegociar o contrato com o banco ficará marcada como “cliente em risco”, afetando negativamente a sua reputação no mercado em futuros pedidos de crédito.

Além desse estigma, a renegociação com o banco poderá aumentar a carga total da dívida para as famílias, mesmo que ajude a aliviar a mensalidade no curto prazo. “Essas considerações provavelmente impedirão alguns clientes bancários de aceitar a oferta de alívio no crédito”, conclui a Moody’s.

Desde o início do ano que as taxas Euribor estão a subir de forma expressiva, perante o aperto do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a inflação. Isto tem implicado um maior esforço financeiro das famílias com crédito da casa. O Banco de Portugal vê a prestação média da casa subir mais de 90 euros no próximo ano. Os bancos disseram-se preparados para implementar as novas regras para ajudar as famílias. Na Caixa, o banco público disse estar em renegociações com 500 famílias.

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Manuel Pinho e Ricardo Salgado prestes a serem acusados no caso EDP por corrupção

Em causa estará corrupção ativa e passiva para ato ilícito devido a subornos superiores a cinco milhões de euros pagos pelo ex-líder do BES a Pinho. Prazo para libertar Pinho acaba quarta-feira.

Ricardo Salgado e Manuel Pinho estão prestes a conhecer a acusação do Ministério Público no caso EDP, segundo avança a CNN Portugal.

Em causa estarão crimes por corrupção ativa e passiva para ato ilícito devido a alegados subornos superiores a cinco milhões de euros pagos pelo ex-líder do BES a Pinho, para favorecer os interesses do BES no governo de José Sócrates, entre os anos de 2005 e 2009, quando era ministro da Economia.

A acusação visa também a mulher de Pinho por branqueamento de capitais, pela forma como terá ajudado a dissimular os alegados proveitos ilícitos do marido.

Já na segunda-feira, o Expresso avançava que a acusação deveria ser conhecida no dia 13 de dezembro, na véspera do dia em que Manuel Pinho faz um ano de prisão domiciliária e teria de ser libertado se a acusação não estivesse terminada (14 de dezembro). Logo, essa acusação deverá estar já proferida e será conhecida dentro de horas.

Em causa estão os contratos CMEC — Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual – assinados com a EDP pelo Governo e a prorrogação da concessão de barragens à elétrica sem concurso público e em condições alegadamente prejudiciais para o Estado. Segundo o Ministério Público, o BES sairia beneficiado por ser acionista da EDP.

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Grupo Ageas já recebeu 395 ocorrências devido ao mau tempo

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2022

Quase 400 Segurados da Ageas Seguros, Ocidental e Seguro Directo já procuraram resolver sinistros junto da companhia. Veja as medidas que o grupo tomou para responder.

O Grupo Ageas Portugal voltou esta terça-feira a viver o mesmo cenário da semana passada, com reporte de inundações em várias zonas, após uma noite de precipitação intensa e persistente. Segundo fonte do Grupo, amanhã de amanhã as equipas voltarão para o terreno, junto dos Clientes mais afetados, enquanto mantém uma equipa de suporte a funcionar em pleno.

Baixa de Algés, esta terça-feira. O Grupo Ageas enviou a equipa de multiriscos habitação e peritos para avaliar danos dos clientes.

Até ao fim da tarde de terça-feira existiram 311 ocorrências na área de seguros patrimoniais no Grupo Ageas Portugal , com 105 participações de clientes Ageas Seguros e Ocidental. Na área automóvel registaram-se 84 ocorrências, sendo 42 de clientes Ageas Seguros, 16 da Ociedental e 26 da Seguro Directo.

Ao nível da assistência em viagem, desde as 0h00 até às 11h desta terça-feira, o Grupo recebeu cerca de 380 chamadas para 3 marcas , sendo 65% de clientes da Ageas Seguros, 20% de Seguro Direto e 15% de Ocidental.

O Grupo salienta que durante a noite de segunda para terça feira, a situação foi bastante mais calma comparativamente à madrugada de 8 de dezembro, ainda assim “é previsível que ao longo do dia de hoje as coisas fiquem um pouco mais complicadas”, afirma fonte do grupo, que reforçou o atendimento telefónico aos clientes.

A Ageas assinala ainda que em termos de resposta para chegada ao local dos reboques e entregas das viaturas, essencialmente na grande Lisboa, “os tempos de chegada são forçosamente mais demorados devido às limitações ao nível do tráfego e corte de vias”.

Em alerta desde dia 7 de dezembro

Desde o dia 7 de dezembro que o Grupo Ageas Portugal se encontra alerta para a monitorização de sinistros relacionados com a chuva intensiva que o país enfrenta, permitindo ter uma visão agregada de volumes e montantes envolvidos, refere a seguradora.

A situação levou a que tenham sido tomadas várias medidas:

  • Gabinete de Crise acionado com todas as áreas envolvidas, nomeadamente: Operações (Sinistros e Prestadores), Marketing, Comunicação e Financeira, assegurando definição de um plano de ação e monitorização constante sobre o volume de ocorrências;
  • Foram enviadas mensagem às equipas comerciais, referindo o estado de alerta e com informação sobre Clientes afetados;
  • Após contactos recebidos foram enviados de imediato peritos aos locais afetados;
  • Desenvolvimento de um plano de ação, para articulação com todas as áreas referente às ações a efetuar;
  • Ativação dos recursos extraordinários (definidos em sede de Gabinete de Crise) para darem suporte à equipa de Sinistros Multirriscos na regularização dos sinistros;
  • Deslocação de equipas de Multiriscos Habitação aos locais dos Clientes mais afetados para monitorizar a abrangência dos danos, em conjunto com peritos, por exemplo, para a zona de Algés;
  • Flexibilidade para acelerar a regularização dos processos urgentes;
  • SMS enviados aos Clientes, reforçando os contactos, em caso de sinistro ou necessidade de assistência.

O Grupo Ageas adianta que está em constante análise e estimativa dos prejuízos envolvidos.

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Lisboa quer criar fundo de três milhões para apoiar comerciantes e famílias

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2022

“O Governo tem de ajudar já. Tem de ser rápido”, disse ainda o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), anunciou esta terça-feira que pretende criar um fundo de, pelo menos, três milhões de euros para apoiar os comerciantes e particulares que sofreram prejuízos com o mau tempo. A pretensão do autarca social-democrata foi expressa esta noite durante uma entrevista à TVI, na qual falou sobre as medidas que podem ser tomadas para minimizar o impacto das cheias na cidade de Lisboa.

Vou propor à Câmara Municipal [de Lisboa] um fundo para ajudar estas pessoas de, pelo menos, três milhões de euros. Estou a fazer os cálculos. É importante que as pessoas saibam que a Câmara Municipal vai atuar rapidamente. Nós temos de ajudar as pessoas neste momento, exatamente porque não temos a solução estrutural”, afirmou Carlos Moedas.

Apesar de a liderança da Câmara de Lisboa querer avançar com este apoio, Carlos Moedas reconheceu que este é “insuficiente” e defendeu a necessidade de o Governo ser célere com os apoios que irá disponibilizar. “O Governo tem de ajudar já. Tem de ser rápido”, apelou.

Na entrevista, o autarca voltou a sublinhar que os fenómenos de enorme pluviosidade que ocorreram na madrugada de hoje e no final da semana passada “são muito difíceis de prever” e que a solução estrutural para mitigar os seus efeitos será a construção de dois túneis de drenagem. “A única solução são os túneis de drenagem. Há três meses, em alguns discursos, eu falava nos túneis de drenagem. As pessoas não ouviam, às vezes, porque isto era algo invisível”, apontou.

Segundo explicou, a ideia é construir um túnel entre a zona de Monsanto e a de Santa Apolónia e entre a de Chelas e o Beato, evitando que a água chegue às zonas mais baixas da cidade de Lisboa. Até que essa solução estrutural não esteja implementada, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa admite que a única forma de prevenir acidentes é permitindo que as pessoas possam ficar em casa, defendendo que as empresas devem estar preparadas para essa situação.

Carlos Moedas assegurou também que tem havido “um reforço constante” das equipas que estão a responder às ocorrências do mau tempo e garantiu que estão a ser criadas as condições de segurança. “Nós mostramos que os lisboetas se podem sentir seguros. Nós tivemos 600 pessoas nesta operação. Temos pessoas na Câmara Municipal, na Polícia Municipal, nos Bombeiros Sapadores de Lisboa, nos bombeiros voluntários que não dormem há quatro noites. Um agradecimento a eles, pois são eles que garantem a nossa segurança”, atestou.

O mau tempo causou hoje 82 desalojados em Portugal continental, que terá novo agravamento meteorológico na quarta-feira, entre as 09:00 e as 18:00, com chuva persistente e pontualmente forte.

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Social-democratas vão governar numa rara coligação com os liberais na Dinamarca

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2022

Os três partidos têm 89 assentos, um a menos que a maioria absoluta, mas passarão no Parlamento graças à abstenção confirmada do Partido Social Liberal.

A primeira-ministra em exercício na Dinamarca, a social-democrata Mette Frederiksen, anunciou esta terça-feira um acordo para liderar um governo de centro com a principal força da oposição, o Partido Liberal, e o centrista Os Moderados.

Um novo governo será apresentado na quinta-feira, composto pelos sociais-democratas, os liberais e (o partido centrista) Os Moderados”, sublinhou a líder social-democrata aos jornalistas, após informar a rainha Margrethe II sobre o acordo.

Os três partidos têm 89 assentos, um a menos que a maioria absoluta, mas passarão no Parlamento graças à abstenção confirmada do Partido Social Liberal. “Vamos procurar ativamente se podemos fazer maiorias mais amplas do que as que temos”, salientou Frederiksen, que adiantará esta quarta-feira mais detalhes sobre o acordo histórico entre os três partidos.

Com exceção dos executivos de unidade durante as guerras mundiais, há apenas um precedente para um executivo em que os sociais-democratas e liberais, as duas forças que historicamente dominaram cada bloco na Dinamarca, governaram juntos: foi no final dos anos 1970 e a experiência mal durou um ano, noticiou a agência Efe.

O bloco de centro-esquerda com o qual Frederiksen governou a última legislatura venceu as eleições de 01 de novembro com 80 assentos, uma razoável maioria, graças ao apoio de três deputados dos territórios autónomos das Ilhas Faroé e da Gronelândia.

Mas Frederiksen renunciou ao considerar que não havia apoio suficiente para o governo de minoria social-democrata, o que forçou a última legislatura a continuar, com o apoio externo de três forças de centro-esquerda e por causa da sua promessa eleitoral de tentar formar um executivo de centro com forças de ambos os blocos.

Desde então, em negociações de duração recorde na história parlamentar dinamarquesa, a primeira-ministra manteve reuniões com todas as forças, embora agora restassem apenas duas: o Partido Liberal, a primeira força da oposição e Os Moderados, uma nova formação de centro criada em torno da figura do ex-primeiro-ministro liberal, Lars Løkke Rasmussen.

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Quotas portuguesas de pescada, tamboril, areeiro e carapau sobem em 2023

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2022

A quota portuguesa de pescada sobe 103%, a do carapau aumenta 15%, a do tamboril e do areeiro crescem 15% e 33%, respetivamente.

Portugal assegurou esta terça-feira, em Bruxelas, o aumento de quotas de pesca de várias espécies, entre as quais a pescada, o tamboril, o areeiro e o carapau, e a manutenção da quota de outras.

O resultado foi alcançado por Portugal no Conselho AgriFish, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Agricultura e Alimentação, que destaca não só o aumento das quotas de várias espécies como a manutenção de outras, que a Comissão Europeia pretendia reduzir.

O balanço deste Conselho é muito positivo, no que se refere às perspetivas de pesca em águas nacionais, conseguimos atingir a maioria dos objetivos a que nos propusemos. Aumentámos as quotas da pescada, tamboril, areeiro e carapau. É uma excelente notícia para os pescadores nacionais”, disse a ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, citado em comunicado.

Segundo o Governo, a quota portuguesa de pescada sobe, assim, em 103%, passando de 2.286 toneladas, em 2022, para 4.645 toneladas em 2023, enquanto a quota de carapau aumenta 15%, passando de 101.761 toneladas, em 2022, para 117.126 toneladas, em 2023. Também a quota portuguesa de tamboril passa de 615 toneladas em 2022 para 689 toneladas em 2023, um aumento de 15%, e a quota de areeiro cresce 33%, subindo de 72 toneladas este ano para 96 toneladas em 2023.

A ministra da Agricultura realçou ainda a manutenção da quota de goraz nos Açores, que a Comissão queria reduzir em 20%. “Desta forma, garantimos a manutenção da quota de 600 toneladas, a proposta da Comissão Europeia era de redução de 20% (471 toneladas). Esta conquista representa dois milhões de euros, beneficia 60% das embarcações da região e cerca de 2.500 pescadores”, salientou.

Portugal manteve ainda a quota de 407 toneladas de linguado, quando “a proposta da Comissão era redução de 11%”, assim como da raia curva, já que “a negociação permitiu manter a quota que permita a Portugal aumentar a recolha de dados para avaliar o recurso”.

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Um em cada três portugueses espera gastar menos neste Natal

Estudo revela que 32% portugueses esperam gastar menos nas compras de Natal face ao montante gasto nos anos anteriores e apenas 7% esperam gastar mais. 87% querem evitar uso do cartão de crédito.

Quase um terço dos portugueses (32%) inquiridos num estudo internacional esperam gastar menos nas compras de Natal este ano do que nos anos anteriores, segundo o estudo “Holiday budgets“, da fintech sueca Klarna. Entre os 17 países analisados, os consumidores portugueses são os que pretendem gastar menos, seguidos por Espanha, Reino Unido e Áustria.

Numa altura em que a inflação terá atingido os 9,9% em novembro, 61% dos inquiridos portugueses esperam gastar nesta época festiva um valor semelhante aos anos anteriores, enquanto apenas 7% admitem gastar mais. Por outro lado, 32% afirmam que vão gastar menos.

Por faixa etária, os inquiridos portugueses entre os 42 e os 57 anos são os que admitem ser mais contidos nos gastos, com 35% a admitirem que vão gastar menos, seguidos pela faixa etária dos 26 aos 41 anos (33%) e pelos 58 aos 76 anos (32%). Por outro lado, apenas 20% dos inquiridos da geração Z (dos 18 aos 25 anos) admitem reduzir os gastos nesta quadra natalícia e, nesta faixa etária, observa-se também a maior percentagem de inquiridos a referirem que vão gastar mais (15% admitem fazê-lo).

A nível global quase oito em cada dez (78%) consumidores apontam que a inflação terá impacto nas compras de Natal, de acordo com o estudo realizado entre outubro e novembro deste ano junto de mais de 17 mil consumidores de 17 países. Portugal é o país onde esta tendência é mais sentida, com nove em cada dez portugueses (89%) a assinalarem que escalada de preços terá impacto nas compras de Natal, seguido pela Irlanda (87%) e Itália (84%).

Impacto da inflação nas compras de Natal

Por outro lado, os portugueses estão também no “pódio” no que toca à percentagem de inquiridos que tencionam gastar menos dinheiro face aos anos anteriores, seguidos de Espanha, Reino Unido e Áustria. Nestes três países, um quarto (25%) dos consumidores esperam gastar menos.

No que toca aos hábitos de consumo dos portugueses também há mudanças: 70% vão tentar comprar presentes mais baratos, 68% irão optar por presentes mais úteis e de utilização diária, 68% vão reduzir gastos nos itens não essenciais, 51% vão comprar menos itens e 50% só irão comprar produtos que tenham a certeza de que as pessoas a quem os vão oferecer irão usá-los.

Já no que respeita aos métodos de pagamento utilizados nas compras de Natal, oito em cada dez inquiridos nestes 17 países (83%) dizem que vão tentar evitar o uso de cartão de crédito. Também neste âmbito, Portugal é um dos países onde esta tendência é mais sentida, sendo o país apenas ultrapassado por França (88%).

Consumidores que querem evitar o uso de cartão de crédito

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NOS com impacto “pouco expressivo” nos serviços

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2022

A operadora admitiu "falhas pontuais originadas por falta de energia ou inundações, em algumas das zonas mais afetadas pela precipitação, como Lisboa e Vila Real".

O impacto do mau tempo nos serviços da NOS “é pouco expressivo” e registaram-se “falhas pontuais” devido à falta de energia e inundações, nomeadamente em Lisboa e Vila Real, disse fonte oficial da operadora à Lusa.

“Na NOS a situação está controlada e o impacto do mau tempo nos serviços é pouco expressivo, registaram-se ao final da noite/ início da manhã de hoje falhas pontuais originadas por falta de energia ou inundações, em algumas das zonas mais afetadas pela precipitação, como Lisboa e Vila Real”, adiantou.

As equipas da NOS “permanecem em alerta máximo e estão preparadas para atuar face a qualquer situação que possa surgir em virtude das condições meteorológicas adversas”, asseverou a mesma fonte. Anteriormente, a Vodafone Portugal tinha afirmado à Lusa que “registou apenas alguns constrangimentos pontuais” devido ao mau tempo, “com maior incidência na zona da Grande Lisboa”.

Fonte oficial da Altice Portugal tinha dito à Lusa que, “apesar das condições atmosféricas muito adversas que se estão a sentir e se fizeram sentir nas últimas horas, neste momento não se verificam afetações significativas nas infraestruturas e serviços do Meo”. Registam-se “apenas situações residuais e pontuais”, rematou a Altice Portugal.

A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou hoje centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.

Na zona de Lisboa, a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, que levaram as autoridades a apelar às pessoas para permanecerem em casa quando possível e para restringirem ao máximo as deslocações.

No distrito de Santarém, a chuva fez aumentar os caudais do rio Tejo, levando a Comissão Distrital de Proteção Civil a acionar o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, dado o risco “muito significativo” de galgamento das margens do rio. Nesta bacia hidrográfica e na do Douro foi ativado o alerta amarelo.

Em Campo Maior, no distrito de Portalegre, a zona baixa da vila ficou alagada e várias casas foram inundadas, algumas com água até ao teto, segundo a Câmara Municipal, que prevê acionar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.

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Sócrates pede recusa de Carlos Alexandre por “notórias incompatibilidades”

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2022

José Sócrates apresentou um pedido de recusa do juiz Carlos Alexandre no âmbito do caso EDP, após o Ministério Público ter pedido ao magistrado que revogue a Sócrates o estatuto de assistente.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates apresentou um pedido de recusa do juiz Carlos Alexandre no âmbito do caso EDP, após o Ministério Público (MP) ter pedido ao magistrado que revogue a Sócrates o estatuto de assistente no processo. O pedido foi submetido pela defesa do ex-primeiro-ministro e confirmado à Lusa por Pedro Delille, advogado de José Sócrates.

“O pedido do MP estava formulado ao senhor juiz Carlos Alexandre e nós pedimos a recusa do juiz. Tem notórias incompatibilidades com José Sócrates”, disse à Lusa Pedro Delille.

Em causa está o pedido do MP para a revogação do estatuto de assistente de José Sócrates no processo EDP – que envolve Manuel Pinho, antigo ministro da Economia do seu Governo – dirigido ao juiz de instrução Carlos Alexandre no final de novembro, tendo por base um relatório de comunicações entre o ex-primeiro-ministro e o seu ex-ministro.

Em requerimento submetido ao juiz de instrução criminal Carlos Alexandre, o MP alegou que, perante as informações obtidas a partir do telemóvel apreendido a Manuel Pinho em buscas à residência em Braga onde está em prisão domiciliária, foi possível apurar a existência de 115 comunicações na rede social whatsapp (com anexos, mensagens escritas e de voz) trocadas entre arguido e assistente neste processo entre 16 de março e 03 de novembro deste ano.

O MP recordou a sua oposição a que José Sócrates fosse assistente no caso EDP e defendeu que “não é processualmente compreensível qual o tipo de colaboração com o MP (…) que este poderá ter, quais as provas que poderá oferecer ou requerer, considerando o seu comportamento durante o período em que teve esse estatuto”.

A justificar ainda o pedido de revogação do estatuto de assistente a Sócrates, o MP lembra que a única diligência do ex-primeiro-ministro neste processo foi pedir à Procuradoria-Geral da República o afastamento dos procuradores e uma investigação por alegada violação do segredo de justiça, além da consulta do inquérito “para partilhar a informação recolhida e ajudar na defesa do amigo Manuel Pinho”.

O requerimento para a recusa do juiz foi apresentado depois de ser conhecida esta pretensão do MP e dentro dos prazos processuais legais, confirmou hoje à Lusa Pedro Delille.

“Carlos Alexandre é arguido num processo com o engenheiro [José Sócrates] e isso é suficiente para motivar suspeitas fundadas da imparcialidade”, justificou Delille. O advogado acrescentou ainda desconhecer se já existe decisão do juiz de instrução em relação ao requerimento do MP para que Sócrates deixe de ser assistente.

O caso EDP está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual os antigos gestores António Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

Manuel Pinho foi constituído arguido no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo. No processo EDP/CMEC, o MP imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.

O processo tem ainda como arguidos João Conceição, administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho, e Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um governo PSD.

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Governo lança aviso de 12 milhões para equipamentos sociais nos concelhos mais afetados pelos incêndios

Governo lança aviso de 12 milhões de euros para equipamentos sociais nos concelhos mais afetados pelos incêndios. Abertas candidaturas entre 15 de dezembro deste ano e 19 de janeiro de 2023.

O Governo já publicou o aviso para o financiamento da requalificação e alargamento da rede de equipamentos e respostas sociais, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), nos concelhos mais afetados pelos incêndios de 2022. Os interessados podem apresentar as candidaturas entre 15 de dezembro deste ano e 19 de janeiro de 2023.

Com uma dotação financeira de 12 milhões de euros, este financiamento “prevê a criação de pelo menos 400 novos lugares para reforçar a resposta social e impulsionar a criação de emprego nos territórios abrangidos”, avança em comunicado o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

“Trata-se de um apoio estratégico para investimento social nos concelhos mais afetados pelos incêndios, através da criação de respostas sociais que são grandes impulsionadoras na criação de emprego”, frisa a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

De acordo com o Governo, passam a ser elegíveis as candidaturas que incidam na criação ou requalificação de lugares Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), Centro de Dia e Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI), nos territórios mais afetados pelos incêndios rurais.

Entre eles estão, por exemplo, enumera o Governo, os concelhos do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), ou seja, Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia, além de todos os concelhos com uma área ardida acumulada, em 2022, igual ou superior a 4.500 hectares ou a 10% da respetiva área.

Trata-se de um apoio estratégico para investimento social nos concelhos mais afetados pelos incêndios, através da criação de respostas sociais que são grandes impulsionadoras na criação de emprego.

Ana Mendes Godinho

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou equiparadas, as autarquias e outras entidades públicas podem, assim, apresentar candidaturas. Também o podem fazer, acrescenta o Governo, “outras entidades de direito privado sem fins lucrativos, de utilidade pública, que detenham, no âmbito do seu objeto estatutário, a área social e que cumpram os requisitos definidos em sede de aviso”.

No âmbito do PRR já foram assinados 237 contratos para respostas sociais, o que representa um investimento total de mais de 302,5 milhões de euros, conclui o Ministério.

Recorde-se que o Governo reconheceu como “catástrofe natural os incêndios rurais que atingiram com especial gravidade algumas freguesias do país”, durante os meses de julho e agosto deste ano.

O Conselho de Ministros definiu, na altura, um pacote de “medidas de resposta imediata, destinada a ações de estabilização de emergência, e ao apoio social e económico às populações, empresas e municípios” no valor de 200 milhões de euros.

O Governo também estipulou medidas para “aumentar a resiliência e a competitividade”, e que englobam também “a totalidade dos concelhos da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela”.

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