Governo está a “tentar corrigir” descentralização de “forma atabalhoada”, diz Rui Moreira

Moreira critica Governo por estar a “tentar corrigir aquilo que foi mal feito” de "forma atabalhoada". Mas está satisfeito com os pacotes retificativos da questão da descentralização avançados.

De uma forma atabalhoada, creio que a boa notícia é que estão a tentar olhar para aquilo que foram as preocupações legítimas dos autarcas e estão a tentar fazer aquilo que deviam ter feito antes.” Foi desta forma que o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, reagiu ao desfecho frutífero da reunião, no Porto, em que participou em conjunto com mais autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP), com as ministras da Coesão Territorial e da Saúde e a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Ana Abrunhosa, Marta Temido e Luísa Salgueiro, respetivamente.

Foi mal feito e agora estamos a tentar corrigir, o que é um vício português.

Rui Moreira

presidente da Câmara Municipal do Porto

No final do encontro, nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Rui Moreira fez questão de lembrar que já fala deste assunto há quatro anos. “Lembram-se da Cimeira do Rivoli em que muitos dos autarcas que aqui estão presentes, e outros, chamaram a atenção de que era preciso fazer bem feito?”, interrogou os jornalistas, respondendo: “Foi mal feito e agora estamos a tentar corrigir, o que é um vício português.”

O autarca independente tem sido um dos mais críticos da forma como o processo de descentralização tem sido conduzido pelo Governo, principalmente na área da Educação, discordando do envelope financeiro atribuído. O edil portuense bateu mesmo a porta à ANMP e pediu, inclusive, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que não promulgasse o Orçamento de Estado (OE) 2022 até ser corrigido. Mas o Chefe de Estado recusou e deixou bem claro que, pela sua experiência, e “apesar de haver dúvidas ou objeções ou insuficiências para o futuro, o custo de não promulgar é muito superior à vantagem que se pode retirar de mandar para a Assembleia da República”.

Também o primeiro-ministro Antonio Costa já deixou publicamente bem claro que só negoceia com a ANMP, desarmando o autarca independente da Câmara do Porto.

Mesmo assim, Moreira considerou a reunião bastante positiva, podendo dar um novo rumo ao processo de descentralização. “Claro que há um avanço”, afirmou, mostrando-se satisfeito por a ministra da Coesão Territorial ter avançado que vai “sair um conjunto de pacotes retificativos da questão da descentralização na área da Educação, um conjunto enorme de pacotes legislativos”. Chamou ainda a atenção para “a preocupação de todos os autarcas” em relação à questão da neutralidade orçamental. Até porque, para Moreira, “os municípios não podem assumir encargos quando não há uma receita equivalente”.

Motivos de preocupação dos autarcas são ainda os orçamentos municipais, segundo Moreira. “Provavelmente antes do fim do ano vamos ter aumentos salariais na Função Publica por causa da inflação e é preciso acautelar não apenas aquilo que é a situação presente, mas [também] aquilo que é a situação futura, porque os rendimentos dos municípios não variam em função da inflação”.

O presidente do Câmara do Porto deixou bem claro que “o que preocupa todos os autarcas é como é que vão fechar os seus orçamentos”. Mais, argumentou: “Temos que os fechar em outubro deste ano; o Orçamento do Estado para 2023 só vai ser discutido depois. Dizem aqui que há um fundo de compensação para o caso dos municípios não esgotarem o dinheiro e [a verba] passar para outros municípios, que há uma comissão técnica de acompanhamento. Mas ainda não percebi quem a forma”.

Ainda assim, Moreira disse, em tom irónico, que “até ao dia 1 de abril a ANMP dizia que se tinha que fazer isto, que era fantástico, maravilhoso, que estava tudo feito. Afinal, agora estão a fazer tudo”.

Moreira não disse se vai regressar ou não à ANMP, mas Luísa Salgueiro, quando interpelada pelos jornalistas garantiu: “A Câmara do Porto, quando quiser, será sempre bem-vinda, mas terá de voltar a refletir.” A socialista da autarquia de Matosinhos assegurou ainda que a associação receberá “sempre a Câmara do Porto com agrado, mas é uma decisão que não compete” à associação que preside.

Saída da Póvoa de Varzim da ANMP depende do desfecho da descentralização

Outros autarcas também têm ameaçado bater com a porta à ANMP, como o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira. À saída da reunião, o autarca social-democrata garantiu que o assunto ainda está em cima da mesa e que a decisão depende do desfecho do processo de descentralização. “Se tudo isto se resolver e se a ANMP, que teve agora este esforço enorme de nos defender, não haverá naturalmente razão para sair”, assegurou.

O social-democrata criticou mesmo o processo de descentralização de competências no sentido em que “estava tudo menos preparado”, e espera que, com a “velocidade ultrassónica” que agora “foi introduzida”, os municípios possam “assumir mais responsabilidades”. Aires Pereira adiantou, por isso, que os autarcas, presentes na reunião, ficaram “a saber que o processo de descentralização estava tudo menos preparado para andar, e logo há um conjunto enorme de diplomas que estão a ser ultimados e que dão razão àquele conjunto de autarcas que dizia que não havia condições para se fazer a descentralização, nomeadamente a da Educação, a partir do dia 01 de abril”.

Pela forma como a transferência de competências tem decorrido, o autarca da Póvoa de Varzim só conclui que “à medida que o processo vai andando, vai sendo constatado aquilo que era uma evidência; ou seja, que não há diplomas legais que habilitem à tomada de algumas decisões, que os municípios entraram em situação de desequilíbrio financeiro (…). Tudo isso, pelos vistos, agora está a ser preparado”.

Fico satisfeita por ver que a disponibilidade negocial e, sobretudo, o que tem sido alcançado, os resultados que estão prestes a ser formalizados num acordo, que só não está ainda assinado porque queremos ter as garantias de que fica tudo acautelado.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

Ainda assim, Aires Pereira manifestou estar reticente em relação ao desfecho de todo o processo da descentralização. “De qualquer das formas, temos que dar sempre aqui uma margem com algum cuidado, porque estamos habituados a que, em reuniões públicas, o Governo assuma todo o tipo de responsabilidade e depois, por figuras de cativações ou outras do género, nós não assistimos depois à concretização desses compromissos”, notou. E deixou um reparo: “A ANMP esteve aqui muito adormecida e agora corre atrás do prejuízo.”

Já a presidente da ANMP admitiu estar bastante “satisfeita” com o “que tem sido alcançado” nas negociações com o Governo sobre a descentralização. Para a socialista, “ficam acauteladas” as propostas dos municípios. “Fico satisfeita por ver que a disponibilidade negocial e, sobretudo, o que tem sido alcançado, os resultados que estão prestes a ser formalizados num acordo, que só não está ainda assinado porque queremos ter as garantias de que fica tudo acautelado”, sustentou.

Luísa Salgueiro deixou bem claro que as preocupações dos autarcas, no que toca à transferência de competências, têm “sido alvo de uma muito intensa negociação diária”. Aliás, já resultou “na apresentação de documentos que vão ser discutidos pelo Conselho Diretivo”.

A líder socialista da Câmara de Matosinhos notou ainda que “no Orçamento de Estado foram reforçadas verbas para o fundo da descentralização e foram acolhidas algumas das propostas”. Mais, concluiu Luísa Salgueiro: “Na área da educação já foi anunciado um grande pacote inédito em Portugal, de reformulação de centenas de escolas e que envolverá mais de 1000 milhões de euros de investimento”. Compete, contudo ao Governo, advertiu, “dizer quais são as fontes de financiamento das obras acabadas”.

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Mercado publicitário em Portugal deverá crescer 8% este ano

  • Lusa
  • 21 Junho 2022

A IPG Mediabrands "prevê que o investimento no digital acelere cerca de 15% em 2022, impulsionado pelo aumento de vídeo e 'search', que continuarão a liderar o crescimento.

O mercado publicitário em Portugal deverá crescer 8% este ano, de acordo com o estudo da MAGNA, unidade de ‘intelligence‘ do grupo IPG Mediabrands hoje divulgado, enquanto a nível global o aumento deverá ser na ordem dos 9%.

Estas são as principais conclusões do relatório deste mês elaborado pela MAGNA com as previsões do investimento publicitário nos media para o mercado português e global, em termos anuais.

De acordo com os resultados do estudo, “as previsões do mercado publicitário em Portugal apresentam um crescimento de cerca de 8%”, sendo que “os meios lineares deverão crescer cerca de 7%.

Destaca ainda “os investimentos em televisão, que representam mais de 50% do total, e a previsão de crescimento de cerca de 5% em 2022, ultrapassando os valores de 2019”, lê-se no comunicado.

O Mundial de futebol que se realiza em novembro, no Qatar, com a participação da seleção portuguesa e transmissão na RTP, “deverá impulsionar este crescimento”.

À medida que a mobilidade do consumidor recupera totalmente “(10% acima dos níveis pré-pandemia em maio de 2022), a rádio (+12%) e ‘out-of-home‘ (+15%) continuarão a ser os meios com um crescimento mais acentuado, prevendo-se a sua recuperação total até ao final de 2023″.

Já na imprensa, a previsão aponta que continue a diminuir (-5%) e a perder quota de mercado para o digital.

“O investimento no digital acelerou acentuadamente em 2021, aumentou mais de 30%, representando 30% do mercado total, ainda abaixo da média da Europa Ocidental superior a 60%”, refere o estudo.

A IPG Mediabrands “prevê que o investimento no digital acelere cerca de 15% em 2022, impulsionado pelo aumento de vídeo e ‘search‘, que continuarão a liderar o crescimento, devendo aumentar cerca de 17% e 14%, respetivamente, seguidos do ‘social media‘ [redes sociais] (+6%)”.

Prevê-se que nos próximos anos os investimentos de publicidade digital subam mais de 9%, acima da média do mercado.

“Em 2022, prevê-se um aumento do investimento nos setores do retalho e das telecomunicações devido ao 5G”, afirma Natália Júlio, responsável da MAGNA, citada no comunicado.

“Por outro lado, a incerteza da economia, a tendência de crescimento da inflação e os problemas na cadeia de abastecimento a nível global poderão contribuir para um crescimento publicitário a um ritmo mais lento em alguns setores, como o de bens de consumo (FMCG), financeiro e automóvel”, acrescenta.

Em termos globais, o mercado publicitário “continuará a crescer, apesar da incerteza económica” e o crescimento dos investimentos deverá ser de “cerca de 9,2% em 2022”, atingindo cerca de 828 mil milhões de dólares (cerca de 787 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Isto representa uma subida de 32% face aos níveis antes da pandemia de 2019. Para 2023, a previsão é de um aumento de 6%.

“Relativamente aos mercados, a IPG Mediabrands prevê um crescimento acima da média na América do Norte (+11%), seguindo-se as regiões LATAM [América Latina] (+10%), APAC [Ásia – Pacífico] (+8%) e EMEA [Europa, Médio Oriente e África] (+7,5%)”.

A análise dos mercados publicitários reforça a previsão de crescimento dos Estados Unidos (40% das receitas globais de publicidade equivalentes a 326 mil milhões de dólares ou 309 mil milhões de euros),” dado se encontrar relativamente isolado das consequências económicas da guerra na Ucrânia e fortemente motivado pela publicidade política”.

A China ocupa o segundo maior mercado publicitário (15% das receitas globais), devendo crescer abaixo da média (8%) “devido a um ambiente regulatório rigoroso, com alguma imprevisibilidade e aos confinamentos devido à política ‘zero covid’”.

Entre os outros 15 principais mercados publicitários analisados, “a Índia apresenta a previsão de crescimento mais forte (+15%), seguindo-se a Coreia do Sul (+11%), enquanto a Alemanha e Suécia (ambos +6%) e Itália (+3%), sofrerão o impacto do ambiente económico pós-Ucrânia”, adianta o estudo.

As previsões apontam para uma desaceleração económica e no investimento publicitário na EMEA este ano, “mais acentuada em relação a outras regiões do mundo, devido às consequências da guerra da Ucrânia no comércio e nos custos e no fornecimento de energia (40% do gás natural consumido na Europa Ocidental é importado da Rússia)”.

Além disso, “são ainda apontados outros fatores, como problemas na cadeia de abastecimento e a desaceleração das importações chinesas, prejudicando o setor industrial na Alemanha ou as indústrias de alimentação e luxo em França e Itália”.

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Seca: Governo anuncia campanhas para uso eficiente da água

  • Lusa
  • 21 Junho 2022

Segundo previsões oficiais, 34% do país está em seca severa e 66% está em seca extrema.

O Governo anunciou esta terça-feira que vai lançar a partir de julho campanhas de promoção do uso eficiente da água, dirigidas a todos os tipos de consumidores, com reuniões mensais de acompanhamento da situação até final de setembro.

As medidas foram hoje anunciadas pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, numa conferência de imprensa conjunta com a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, depois de os dois ministros presidirem à 9.ª Reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, na qual foi feito um ponto da situação relativo à situação meteorológica, hidrológica, hidroagrícola e das culturas e abeberamento animal, e a avaliação de situações críticas.

Os ministros recordaram que, segundo previsões oficiais, 34% do país está em seca severa e 66% está em seca extrema, e que as previsões de chuva não irão inverter a situação.

Dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera indicam que este ano é o mais seco de que há registo (desde 1931) e que só o ano de 2005 se aproximou da situação atual, pelo que a seca meteorológica e agrometeorológica “obrigam a tomar medidas”.

No início de fevereiro já tinha havido uma reunião da Comissão, na qual foram anunciadas e tomadas medidas, que serão agora complementadas com outras, sendo que, garantiu Duarte Cordeiro, a água para consumo humano está salvaguardada para dois anos.

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Grupo MoOngy lança Near.U. Colaboradores vão trabalhar em regime “glocal”

A nova marca do grupo MoOngy arranca com 50 colaboradores e pretende crescer 30% até ao final do ano. 

A Near.U, a nova marca do grupo MoOngy, é lançada esta terça-feira para desenvolver serviços tecnológicos em regime remoto para negócios e empresas de qualquer parte do mundo a partir de Portugal. Impulsionada pela conectividade global e pela transformação económica centrada no digital, surge com uma equipa constituída por digital makers com mais de 15 anos de experiência e que irão trabalhar para diferentes continentes, num regime “glocal”. Ou seja, os colaboradores estão alocados à marca portuguesa Near.U, mas trabalham para qualquer latitude do mundo. A nova marca do grupo MoOngy arranca com 50 colaboradores e pretende crescer 30% até ao final do ano.

“Os quadros qualificados que as empresas tech portuguesas reúnem atraem o interesse de empresas e organizações internacionais para estabelecer ou expandir os seus investimentos. Combinamos talento, inovação e excelentes infraestruturas”, afirma Abílio Duarte, managing director da Near.U.

“Com a afirmação do trabalho remoto tornou-se possível trabalhar para qualquer latitude do mundo e emigrar deixou de ser inevitável. E é precisamente por isso que a Near.U vai fornecer desenvolvimento digital global através da sua rede de talentos, que contam com uma forte reputação internacional”, continua, em comunicado.

Abílio Duarte é o managing director da Near.U

Sob o lema “quebramos limites para alcançar produtos extraordinários”, a marca irá “seguir um processo eficaz para identificar, recrutar, configurar, formar e acompanhar equipas altamente qualificadas, adaptadas às especificidades do projeto, através de uma comunicação próxima com o cliente”, afirma Abílio Duarte.

Foco em Web3

Entre as suas áreas de expertise estão as digital experience, enterprise application management, cloud & devops, gaming & gamification, big data & machine learning. A Near.U vai ainda focar-se em Web3.

“As tecnologias descentralizadas já começaram a causar um forte impacto no setor financeiro, mas irão expandir-se para outras áreas. Iremos acompanhar esta tendência e fazer com que as empresas a usem como uma vantagem competitiva”, refere Abílio Duarte.

A marca associou-se aos eventos offchain em Portugal, que mobilizam profissionais e interessados em blockchain e tecnologias descentralizadas em diferentes cidades. No dia 30 de junho, será na Marina de Cascais, a partir das 19h00.

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Alemã TeamViewer troca de escritório e duplica hub de inovação no Porto

Multinacional muda centro tecnológico de Paranhos para Ramalde, com capacidade para 70 pessoas e equipamento de última geração. Conta com “talento, paisagens e bom tempo” para recrutar mais 25.

Um ano depois de comprar a empresa de desenvolvimento de software Hapibot Studio, e de decidir abrir no Porto um novo centro de investigação e desenvolvimento (I&D) focado em soluções nas áreas de realidade aumentada (RA) e Internet das Coisas (IoT), a alemã TeamViewer resolveu largar as instalações da antiga agência portuguesa e montar um escritório na Zona Industrial da cidade Invicta.

Localizado no sétimo piso de um edifício construído recentemente na Rua Manuel Pinto de Azevedo, junto ao IPAM, o novo espaço de inovação da tecnológica, que está a ser apresentado esta terça-feira à tarde na presença do autarca Rui Moreira e do presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, pode acolher mais de 70 profissionais e fornece “equipamento de última geração e espaço suficiente para idealizar e desenvolver o portefólio, com especial foco no design de software para as soluções de realidade aumentada”.

Em entrevista ao ECO, Mike Eissele, que dirige a área de I&D do grupo a nível global, destaca que a indústria de software está “a desenvolver-se de forma dinâmica” e “um importante fator de sucesso é a capacidade de desenvolver novas soluções e de as trazer rapidamente para o mercado”. Em 2021, a TeamViewer aumentou em 20% o número de pessoas dedicadas à inovação, face ao ano anterior. E “ao estabelecer um hub de I&D em Portugal, [duplicou] o crescimento das capacidades de engenharia para o desenvolvimento de software inovador de classe mundial”, sublinha.

A TeamViewer mudou para o sétimo piso do mais recente edifício de escritórios na Rua Manuel Pinto de Azevedo (Zona Industrial do Porto)

Com a aquisição realizada em maio de 2021, a marca que patrocina as camisolas do Manchester United iniciou a presença em Portugal com cerca de 20 engenheiros de software e design, tendo já aumentado, entretanto, para cerca de 30 pessoas, que operam em regime de trabalho híbrido. Tem atualmente perto de 25 posições em aberto para a equipa que é comandada por Marcos Carvalho, diretor de design de produto e fundador do estúdio Hapibot. As oportunidades são alargadas a funções corporativas, como na área de finanças, a data scientists, especialistas de apoio ao cliente e designers de UI/UX (User Interface/User Experience).

Estão a conseguir recrutar os talentos de que precisam, em quantidade e qualidade? “As operações no Porto são relativamente recentes e os talentos locais estão apenas agora a tomar consciência da nossa presença [aqui]. No entanto, já recebemos um número razoável de candidatos de boa qualidade. Com a abertura destas novas instalações, vamos também intensificar os esforços de recrutamento, por exemplo em feiras [de emprego], e estamos confiantes de que o número de candidaturas irá aumentar significativamente”, responde o diretor de tecnologia (CTO).

Com a abertura destas novas instalações, vamos também intensificar os esforços de recrutamento, por exemplo em feiras [de emprego], e estamos confiantes de que o número de candidaturas irá aumentar significativamente.

Mike Eissele

CTO da TeamViewer

Como o escritório português faz parte da organização de I&D, o foco está no desenvolvimento das soluções de software da empresa. “Especialmente a conceção UI/UX das nossas soluções de RA, incluindo as capacidades de inteligência artificial (IA), desempenha um papel importante. Grande parte do novo add-on AiStudio, que consiste num algoritmo de autoaprendizagem para formar modelos de IA para reconhecimento de imagem e objetos, faz parte do nosso pacote de software de RA TeamViewer Frontline e foi desenvolvido no Porto”, destaca.

Mike Eissele recorda ainda que a decisão de vir para Portugal foi “baseada num quadro de seleção abrangente, avaliando fatores-chave culturais e de crescimento, incluindo disponibilidade de talentos de topo, infraestrutura educacional, quadro regulamentar, mentalidade empreendedora e qualidade de vida”. Desafiado a fazer o balanço do primeiro ano, sustenta que até agora tem sido positiva a experiência num país em que “as pessoas têm uma educação muito boa e, devido às belas paisagens e ao bom tempo, os colaboradores podem beneficiar de qualidade de vida”.

A TeamViewer apresenta-se como um fornecedor líder e global de soluções de conectividade remota e de soluções digitais para dispositivos que vão desde portáteis e telemóveis a máquinas industriais e robôs. Conhecida pelo seu programa que permite controlar computadores e outros equipamentos à distância, está sediada em Goppingen, na Alemanha, fatura mais de 460 milhões de euros por ano e emprega mais de 1.300 pessoas em todo o mundo.

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Diretor da Easyjet critica falta de investimentos da ANA e NAV em Lisboa

O responsável da companhia britânica em Portugal defende a solução Alcochete para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa.

O diretor da Easyjet em Portugal, José Lopes, atribui a responsabilidade pelos constrangimentos no aeroporto de Lisboa à falta de investimentos pela ANA e pela NAV. Para o responsável da companhia britânica, o país devia ter aproveitado a pandemia para avançar, nomeadamente no dossiê da nova infraestrutura. A sua preferência vai para Alcochete.

A responsabilidade é da ANA [gestora do aeroporto] e da NAV [controladora do tráfego aéreo], que não avançaram com os investimentos. E os decisores políticos que não decidiram sobre o novo aeroporto”, aponta José Lopes, durante uma conferência de imprensa esta terça-feira em Lisboa. Deixa, por isso, o apelo: “É preciso que a ANA e a NAV façam investimentos que permitam uma utilização mais eficiente dos recursos que temos.”

Uma das situações que está por desbloquear é a saída rápida da pista, que permite às aeronaves libertá-la rapidamente. A primeira fase da obra está concluída, mas a NAV não permite ainda o uso desta opção, que permitiria melhorar a pontualidade no Humberto Delgado. Uma decisão contra “a opinião das companhias aéreas e da ANA”, diz José Lopes.

A entidade responsável pelo controlo aéreo vai instalar novos sistemas que obrigarão a reduzir a capacidade do aeroporto de Lisboa em outubro e novembro. Um timing contestado pelo diretor-geral da Easyjet: “Há uma série de investimentos que vão avançar agora e que podiam ter sido feitos numa altura em que o tráfego estava deprimido, sem um impacto negativo para os passageiros e a operação.”

Outra decisão que já deveria ter sido tomada é a localização da nova infraestrutura aeroportuária da região de Lisboa. José Lopes apela a uma decisão “o mais rapidamente possível, que reúna consenso e seja uma solução para o futuro”, permitindo continuar a desenvolver o aeroporto “por 70 ou 80 anos e não apenas por alguns”.

A preferência do diretor-geral da companhia britânica vai, por isso, para Alcochete, opção que permite “desenvolver um projeto de raiz, que tenha capacidade para receber as novas energias limpas, mais automatizado e que melhore a experiência do passageiro”.

O verão “vai ser difícil”, antecipa José Lopes. A Easyjet teve já de cancelar voos na Europa devido à redução de capacidade de alguns aeroportos onde o handling não está a conseguir dar resposta por falta de recursos humanos. Mas o responsável diz que em Portugal o impacto é quase nulo: “tivemos de cancelar oito voos” para o verão, assegura.

Em Portugal, a dificuldade tem estado no SEF, onde a empresa é afetada sobretudo pelos voos com origem no Reino Unido, por estar fora do espaço Schengen. “Os problemas têm sido felizmente só à chegada, porque a operação pode continuar a fluir. Se for à saída já pode afetar a operação”. José Lopes salienta, no entanto, o impacto negativo na imagem para os turistas. “Aquele é o cartão de visita do nosso país e podemos estar a fazer com que não volte”.

A Comissão Europeia anunciou a 16 de junho que a Easyjet tinha ficado em primeiro lugar no concurso para a atribuição de 18 slots (faixas horárias diárias) da TAP no aeroporto de Lisboa. O outro concorrente era a Ryanair.

A cedência dos slots pela companhia aérea portuguesa foi um dos compromissos assumidos perante a Comissão Europeia para viabilizar o auxílio de Estado de 3,2 mil milhões euros, parte deles em compensações pelos prejuízos provocados pela pandemia. O remédio visou “mitigar possíveis distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que recebeu de Portugal, aprovado pela Comissão em dezembro de 2021”, explicou Bruxelas.

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MetLife entra nos seguros de assistência em Portugal

  • ECO Seguros
  • 21 Junho 2022

Com boa presença em seguros de Vida e o segundo lugar no ranking em Acidentes Pessoais, a gigante norte-americana aposta numa oferta diferenciada para entrar no mercado de seguros de assistência.

A sucursal portuguesa da MetLife acaba de anunciar que vai entrar no mercado de seguros de assistência e outros danos em coisas em Portugal com o lançamento de “uma nova proposta de valor diferenciadora para os consumidores, que vão poder beneficiar de serviços e coberturas adicionais de assistência nos seus Seguros de Vida ou de Acidentes Pessoais”.

Oscar Herencia, vice-presidente da MetLife para o sul da Europa e diretor geral da MetLife na Ibéria, acredita que este mercado “vai gerar mais valor comercial para a rede de agentes e brokers”.

“Além da proteção financeira proporcionada pelo Seguro de Vida ou de Acidentes Pessoais da MetLife, os clientes atuais e futuros vão poder optar por coberturas flexíveis e customizáveis para as suas diferentes necessidades: proteção em viagem, serviços para seniores, seguros para equipamentos eletrónicos, assistência no lar, saúde, bem-estar, animais de companhia, entre outros”, refere um comunicado da companhia.

A distribuição será assegurada pelo canal de marketing direto da MetLife e através de agentes de seguros exclusivos e independentes.

“A entrada no mercado de seguros de assistência vai facilitar a rápida expansão da MetLife neste mercado altamente competitivo”, afirma a empresa.

O mercado de seguros de assistência em Portugal está avaliado em mais de 156 Milhões de euros em 2021, tendo crescido 3,3% em relação ao ano anterior. No ano passado 18 companhias exploraram este segmento de mercado que tem 86% do seu negócio concentrado nas cinco maiores companhias e mais de 97% nas dez maiores.

Quem já está no mercado em que a MetLife vai entrar

“É mais um passo na nossa estratégia de crescimento em Portugal e acreditamos que vai gerar mais valor comercial para a rede de agentes e brokers, refere Oscar Herencia, vice-presidente da MetLife para o sul da Europa e diretor geral da MetLife na Ibéria, explicando a decisão ao dizer que “a pandemia teve um impacto global na sociedade, com consequências a todos os níveis da vida profissional, pessoal e familiar dos portugueses”.

Para Oscar Herencia, a entrada da MetLife no negócio dos serviços de assistência e outros danos em coisas, “permite precisamente oferecer uma proposta de valor simples, abrangente e atrativa para colmatar essas necessidades de proteção e de serviços que facilitem a vida dos nossos clientes”, conclui.

A companhia americana atua em Portugal através das sucursais MetLife Europe e MetLIfe Europe Insurance, tendo as duas seguradoras faturado cerca de 109 milhões de euros em prémios em 2021. O principal negócio é seguros de Vida e PPR não ligados, que representou 76 milhões de faturação, e é a segunda maior em Portugal em Acidentes Pessoais, atingindo 22 milhões de euros de faturação neste ramo no ano passado. Com 9,1 milhões de prémios em 2021, é ainda a 4ª maior seguradora no ramo de perdas pecuniárias.

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Wall Street regressa às subidas após semana de fortes perdas

Grandes tecnológicas como Amazon, Tesla e Apple e bancos registam ganhos acentuados no regresso de Wall Street após fim de semana prolongado.

Os principais índices de Wall Street regressam às subidas esta terça-feira, depois de fortes perdas registadas na semana passada, com os investidores à procura de oportunidades entre as grandes cotadas e no setor da banca, que foram os mais castigados com os receios de um abrandamento económico.

Depois da pior semana desde março de 2020, registando uma queda de mais de 5%, o índice de referência S&P 500 avança 1,64% para 3.734,98 pontos e o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq somam 1,35% e 1,81%, respetivamente.

Os investidores continuam a apostar numa subida agressiva das taxas de juro em julho e setembro por parte de uma Reserva Federal que tenta contrariar a escalada da inflação e que acabou de anunciar uma subida de 75 pontos base, na maior subida em quase três décadas, aumentando os receios de uma retração da atividade económica.

Por conta disso, os analistas do Goldman Sachs antecipam uma probabilidade de 30% de a economia dos EUA entrar em recessão no próximo ano, acima dos 15% da anterior projeção.

As atenções estão viradas para o que o presidente da Fed, Jerome Powell, dirá perante o comité bancário do Senado esta quarta-feira à procura de mais pistas sobre o rumo das taxas de juro no futuro.

As grandes cotadas tecnológicas como Microsoft, Meta Platforms (dona do Facebook), Apple, Alphabet (Google), Amazon e Tesla valorizam entre 1% e 4%.

No setor da banca, o Bank of America sobre 3,8% para 33,18 dólares e o Citigroup soma 3,16 % para 47,99 dólares, liderando os ganhos entre os principais bancos americanos.

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Paula Morgado Lino é a nova diretora de operações do Lisbon Marriott Hotel

Com mais de 12 anos de experiência em gestão hoteleira, a profissional passou por unidades hoteleiras como PGA Catalunya Golf & Welness Resort, Sandals Royal Bahamian ou Crowne Plaza Shanghai.

Paula Morgado Lino é a nova responsável pela operação do Lisbon Marriott Hotel, que pertence ao grupo Sotéis, localizado na Av. dos Combatentes, em Lisboa. Antes de integrar a equipa do Lisbon Marriott, a profissional foi diretora de F&B no PGA Catalunya Golf & Welness Resort e esteve no Sandals Royal Bahamian, na capital das ilhas das Bahamas, onde desempenhou funções de F&B manager.

“Este é um momento muito importante na minha carreira e um grande desafio regressar a Portugal, passados tantos anos. É com imenso entusiasmo que volto a fazer parte de um grande grupo hoteleiro cuja identidade e valores de empresa me identifico e sinto que posso ajudar ainda mais a superar os elevados padrões de qualidade e serviço de excelência que caracterizam o Lisbon Marriott Hotel, com foco constante na satisfação e fidelização dos clientes” afirma a nova diretora de operações do Lisbon Marriott Hotel, em comunicado.

Licenciada em Gestão Hoteleira e Turismo pela Universidade de Gestão Hoteleira do Estoril e com uma pós-graduação em Gestão Hoteleira e Turismo pela Universidade Cornell, Paula Morgado Lino tem mais de 12 anos de experiência em gestão hoteleira no negócio, através da implementação e desenvolvimento de processos inovadores por várias unidades hoteleiras de renome em diferentes países. Sandals Resorts International Barbados e Crowne Plaza Shanghai também fazem parte do seu percurso profissional.

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Governo vai lançar avisos dedicados ao setor das creches e terceira idade

  • Lusa
  • 21 Junho 2022

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse que o Governo vai lançar vários avisos para o setor das creches e da terceira idade, no âmbito do PRR.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse esta terça-feira, na Guarda, que o Governo vai lançar vários avisos para o setor das creches e da terceira idade, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Segundo Ana Mendes Godinho, o seu Ministério está a preparar o lançamento de “um novo aviso específico, dedicado ao alargamento das creches”, para que as crianças “tenham igualdade de oportunidades”, independentemente do “meio e em que condições económicas nasçam”.

“Vamos lançar um aviso, no âmbito do PRR, só dedicado ao alargamento da rede de creches, focado essencialmente em projetos que sejam projetos de reconversão de espaços existentes. Em vez de estarmos a multiplicar nova construção, neste momento, o nosso foco e objetivo é reconverter espaços que existem, por exemplo pré-escolar que não está a ser usado [e] outros espaços que não estejam a ser usados, para reconversão rápida em creche”, referiu.

A ministra acrescentou que também vai ser lançado um novo aviso PRR para novas respostas para o envelhecimento e outro para o “Apoio Domiciliário 4.0”. O “Apoio Domiciliário 4.0” pretende aproveitar “o mundo tecnológico” para “qualificar cada vez mais o apoio domiciliário também com recursos digitais e tecnológicos, procurando responder melhor às pessoas”.

“E vamos também lançar um aviso dedicado ao Radar Social. O Radar Social será um programa para criação de equipas de acompanhamento e combate ao isolamento das pessoas que estão em situação mais vulnerável, sejam pessoas idosas, sejam pessoas com deficiência”, disse. Neste âmbito, será criada uma equipa por cada um dos concelhos “para sinalização de pessoas que estão em situação de isolamento e integração e acompanhamento na rede”.

Ana Mendes Godinho referiu que os desafios para o setor social “são muitíssimos” e defendeu a necessidade de partilhar informação e conhecimento e estar a par das novas soluções que se estão a desenvolver no mundo, lembrando que a Guarda foi escolhida para a instalação do Centro de Inovação para a Economia Social, no qual deposita “muita esperança e expectativa”.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, falava na Guarda, na sessão de assinatura de contratos PARES 3.0, realizada no auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico local. O programa tem, a nível nacional, 371 candidaturas aprovadas e abrange 658 respostas sociais, com um investimento total de 393 milhões de euros.

No distrito da Guarda, o PARES 3.0 apoia 24 candidaturas (investimento total de 23,5 milhões de euros) para 40 respostas sociais. O diretor distrital da Segurança Social, Carlos Martins, disse na sessão que se trata do “maior investimento das últimas décadas” que é realizado no distrito ao nível da requalificação e alargamento da rede de respostas sociais.

Ana Mendes Godinho também se deslocará hoje a Castelo Branco e a Portalegre, onde assinará contratos idênticos no valor de 19,6 milhões de euros e 14 candidaturas (Castelo Branco) e de 5,3 milhões de euros e oito candidaturas (Portalegre).

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Football Leaks: Julgamento de Rui Pinto retoma a 1 de julho

O julgamento do hacker Rui Pinto no âmbito do processo Football Leaks vai retomar a de julho. Novas sessões agendadas para 8 e 14 de julho.

O julgamento do hacker Rui Pinto no âmbito do processo Football Leaks vai retomar no próximo dia 1 de julho para mais uma sessão. As restantes sessões estão agendadas para dia 8 e 14 de julho. Foi no dia 4 de setembro de 2020 que teve início o julgamento de Rui Pinto, mas ao longo destes anos tem vindo a ser suspenso várias vezes por questões processuais.

Rui Pinto responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

Entre os visados estão Jorge Jesus, Bruno de Carvalho, o então diretor do DCIAP Amadeu Guerra ou o advogado José Miguel Júdice, João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa.

Em janeiro, o julgamento foi interrompido uma vez que a juíza Margarida Alves pediu à PJ que Rui Pinto fosse as instalações consultar a prova do apenso F e e disco rígido RP3, que contém alguns dos mails pirateados pelo próprio.

O arguido Rui Pinto pediu o acesso aos mails que terá pirateado por considerar “indispensável para se poder defender em tribunal”. Os e-mails que alegadamente roubou encontram-se no chamado apenso F — uma parte do processo do caso Football Leaks onde a PJ guardou as caixas de correio eletrónico integrais encontradas nos discos apreendidos e que pertencem a responsáveis de clubes de futebol, a alguns dos mais importantes escritórios de advogados portugueses, como a PLMJ, aos advogados ex-PLMJ (João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa), a magistrados do Ministério Público, como Amadeu Guerra (à data diretor do DCIAP) ou a pessoas ligadas ao universo Isabel dos Santos.

O objetivo do pedido de cópia do apenso, alegou a defesa de Pinto, seria o de “analisar os ficheiros informáticos constantes no Apenso F, exclusivamente, do ponto de vista técnico, através de pesquisa forense, procedendo à análise de metadados e estruturas de dados, com recurso a ferramentas forenses que lhe permitam ter um conhecimento diferenciado da prova.”

“Todos os elementos acedidos ilicitamente por Rui Pinto, que constam do apenso F, apenas podem ser relevantes para a defesa se forem para a acusação, pelo que o arguido não precisa de ir procurá-los, o Ministério Público já o fez e disponibilizou-os aos sujeitos processuais. Permitir ao arguido que consulte e armazene tudo o que obteve ilicitamente e que, por isso, se encontra a ser julgado, apenas com base no jargão intimidatório de ser necessário à defesa é grave e inadmissível, além de ridículo”, alegaram os assistentes, no pedido de recurso que fizeram para a Relação.

A Relação veio decidir que “em caso algum serão entregues as duas pen drives que constituem o apenso F ao arguido para que este pura e simplesmente as consulte”, dizem os desembargadores, no recurso a que o ECO/Advocatus teve acesso, à data. Mas aceita que Rui Pinto tenha acesso aos ditos e-mails, mas nas instalações da PJ, sob a supervisão da mesma. “A cópia do apenso F apenas é possível ser consultada pelo arguido e a sua defesa, não se permitindo que, realizada a consulta, a cópia fique na posse dos mesmos”, diz a decisão.

Para os assistentes e para o Ministério Público, o facto de Rui Pinto ter acesso às caixas de correio eletrónico — que no fundo é a razão pela qual está a ser julgado — seria uma duplicação do crime e de penalização das vítimas. Além dos assistentes no processo, também o Ministério Público se opôs à entrega do apenso com e-mails a Rui Pinto.

Da prisão preventiva à liberdade

Rui Pinto esteve em prisão preventiva entre o dia 22 de março de 2019 e 8 de abril de 2020 e em prisão domiciliária até ao dia 7 de agosto de 2020, tendo sido libertado “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

Na altura em que foi preso preventivamente, a juíza de instrução criminal, Margarida Alves, justificou a medida com a inversão da postura do arguido, que passou a apresentar “um sentido crítico e uma disponibilidade para colaborar com a justiça” e, por outro, dizendo que as fronteiras se encontravam sujeitas a elevados controles devido à pandemia de Covid-19, razão pela qual entendeu “que se mostrava reduzido o perigo de fuga”.

No início de junho de 2020, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso do Ministério Público e manteve a decisão instrutória, proferida em 17 de janeiro de 2020, que pronunciou Rui Pinto por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do MP: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão.

Em setembro de 2019, o MP acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Plataforma Score e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

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Mota-Engil ganha contrato de 580 milhões de euros em estradas no México

  • Lusa
  • 21 Junho 2022

A construtora conseguiu a adjudicação de um projeto para a construção, operação e manutenção de 55 quilómetros de estradas no México.

A Mota-Engil ganhou um contrato de 580 milhões de euros (12,4 mil milhões de pesos) para construção, operação e manutenção de estradas em Nayarit, no México, segundo comunicado à Comissão do Mercados dos Valores Mobiliários (CMVM).

O período de construção previsto é de dois anos e a manutenção e funcionamento de oito anos com um total de 10 anos, abrangendo 55 quilómetros (km), dos quais 26 de construção de greenfield, 18 de obras a concluir e 11 de reabilitação inicial.

Segundo a construtora, este projeto “não tem qualquer risco de tráfego e tem cobertura contra a inflação, uma vez que os pagamentos de disponibilidade são atualizados” pela taxa de inflação real.

A Mota-Engil, no comunicado ao mercado, salienta que esta adjudicação “confirma” a sua capacidade na construção e operação de infraestruturas no México e reforça as concessões do grupo e a sua carteira de encomendas no continente americano.

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