Webtalk: Recrutar na aldeia global. Assista aqui

  • Trabalho
  • 15 Junho 2022

Atrair e reter talento é agora um desafio maior para as companhias. Que estratégias estão a ser adotadas? Os líderes estão preparados? É o tema desta webtalk, que pode assistir hoje, às 10h.

A pandemia e a explosão do teletrabalho colocaram a aldeia global à disposição das empresas na hora de recrutar. Oportunidade de atrair o talento certo para fazer crescer o negócio e até de aumentar a diversidade nas organizações. Mas agora os candidatos também têm opções de escolha e toda uma rede global ao seu dispor na hora de decidir qual a oferta de emprego mais apelativa.

Atrair e reter talento é agora um desafio ainda maior para as companhias. Que estratégias as organizações estão a levar a cabo para atrair o talento que necessitam? O que está a exigir o talento? Estão as lideranças preparadas para gerir neste novo ecossistema híbrido ou totalmente remoto? De que modo o arrefecimento dos mercados está a afetar os planos de recrutamento das companhias?

Para discutir estes (e outros) temas, temos Diogo Mónica, presidente e cofundador da Anchorage Digital, Filipa Matos, vp of special operations da Remote e Mariana Oliveira, national manager na área de recrutamento e seleção especializado da Multipessoal, numa webtalk que poderá acompanhar hoje, dia 27 de junho, às 10h, no site da Pessoas e Facebook do ECO, e que conta com o apoio da Multipessoal. A sessão tem a moderação de Ana Marcela, diretora executiva da Pessoas.

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Há 66 municípios a receber verbas da descentralização social até junho

  • ECO
  • 15 Junho 2022

Gondomar, Vila Real e Matosinhos são os municípios com maior financiamento de despesas com competências de ação social no segundo trimestre

Um total de 66 municípios vai receber 2,16 milhões de euros para as despesas relativas às competências descentralizadas de ação social entre abril e junho. O montante será transferido pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, segundo despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República.

Gondomar, Vila Real e Matosinhos são os três municípios que mais vão beneficiar destas verbas.

Há concelhos como Sever do Vouga, Alvito, Odemira, Alvaiázere e Montijo que apenas vão receber esta verba no mês de junho. O último mês do segundo trimestre contempla a maior fatia da transferência para a descentralização, no valor de 792.278,75 euros.

Em maio, serão transferidos 734.372,76 euros. Abril será o mês com menos orçamento, no valor de 637.909,01 euros.

Os municípios têm até 1 de janeiro de 2023 para comunicarem que não reúnem condições para assumirem as competências de descentralização a nível da ação social.

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Nas notícias lá fora: Espaço aéreo, marcas e carvão

  • ECO
  • 15 Junho 2022

O dia começou com o fecho do espaço aéreo suíço devido a um problema técnico. A Amazon deixou de ser a marca mais valiosa do mundo e a Europa está a ir buscar mais carvão à África do Sul.

No dia em que o espaço aéreo suíço enfrenta uma avaria informática, soube-se que a Amazon deixou de ser a marca mais valiosa do mundo e que o BlackRock não vai investir nas bolsas nos próximos 12 meses. Na Austrália, o Estado assumiu o controlo da rede elétrica e a África do Sul afirma-se como alternativa à Rússia para enviar carvão para a Europa.

Le Monde

Espaço aéreo suíço fechado até nova ordem devido a avaria informática

O espaço aéreo suíço está “fechado até novo aviso” devido a uma avaria informática, informou esta quarta-feira o serviço de controlo de tráfego aéreo Skyguide. “O prestador de serviços de navegação aérea suíço Skyguide sofreu uma avaria técnica nas primeiras horas da manhã de hoje, razão pela qual o espaço aéreo suíço foi fechado ao tráfego por razões de segurança”, pode ler-se no comunicado. “Este encerramento do espaço aéreo está em vigor até novo aviso”, indicou a Skyguide, que “lamenta este incidente e as suas consequências para os clientes, parceiros e passageiros nos aeroportos de Genebra e Zurique” e garante estar a “trabalhar para encontrar uma solução”. Os voos internacionais para a Suíça foram desviados para o aeroporto de Milão no norte de Itália.

Leia a notícia completa no Le Monde (acesso livre, conteúdo em francês)

Expansión

BlackRock afasta-se de investimentos na bolsa durante um ano

A maior gestora de ativos do mundo não está a apostar na bolsa no atual contexto de desvalorização. A BlackRock anunciou aos investidores que não comprará novas ações até aos próximos 12 meses, antecipando mais incerteza nos mercados. “As bolsas dos Estados Unidos estão a sofrer as maiores perdas desde a década de 1960”, assim refere a entidade liderada por Larry Fink.

Leia a notícia completa no Expansión (acesso pago, conteúdo em espanhol)

The Canberra Times

Regulador de energia australiano assume controlo da rede elétrica

O regulador de energia da Austrália assumiu o controlo da rede elétrica do país, suspendendo um sistema de mercado atingido pelo aumento dos preços e pela ameaça de apagões generalizados. O regulador disse ter “suspendido o mercado à vista” para eletricidade em “todas as regiões” porque já não fornecia “abastecimento seguro e fiável”. A eletricidade utilizada para alimentar as casas australianas é tipicamente comprada e vendida no leste densamente povoado do país, um sistema concebido para reduzir os custos grossistas e diversificar o fornecimento. Mas o mercado foi atirado para a crise por uma série de choques de oferta e procura. O regulador interveio agora para fixar os preços e organizar a distribuição.

Leia a notícia completa no The Canberra Times (acesso livre, conteúdo em inglês)

Business Wire

Apple e Google destronam Amazon e são marcas mais valiosas do mundo

Os gigantes da tecnologia Apple e Google foram coroados as marcas mais valiosas do mundo, destronando a multinacional de comércio eletrónico Amazon, segundo um estudo anual das 100 maiores empresas mundiais realizado pela Kantar. Na 17.º edição da lista publicada anualmente pela empresa de consultoria, o valor da Apple subiu 55% em relação ao ano anterior, atingindo 947,06 mil milhões de dólares (908,46 mil milhões de euros), o que lhe permite subir uma posição e ocupar o primeiro lugar. O Google também melhorou um lugar em relação ao ranking do ano passado, depois de aumentar o valor da sua marca em 79% para 819,57 mil milhões de dólares (786,04 mil milhões de euros).

Leia a notícia completa no Business Wire (acesso livre, conteúdo em inglês)

Reuters

Europa importa mais 40% de carvão da África do Sul com guerra na Ucrânia

Entre janeiro e maio, os países europeus aumentaram em 40% as importações de carvão da África do Sul face ao período homólogo de 2021. Em apenas cinco meses, os envios de carvão sul-africano para os países europeus superaram os números de 2021. À procura de alternativas ao carvão russo, Espanha, França, Itália, Dinamarca, Polónia, Alemanha, Países Baixos e Ucrânia foram alguns dos países europeus que recorreram à África do Sul para as suas necessidades energéticas.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Portugueses entre os mais alarmados com impacto da guerra no custo de vida

Em Portugal, Itália e França, os cidadãos são as mais preocupados com o impacto da guerra no custo de vida e nos preços de energia. Biden volta a reforçar ajuda militar a Kiev.

Os portugueses são dos europeus mais preocupados com o impacto da guerra na Ucrânia no custo de vida, segundo uma sondagem do Conselho Europeu para as Relações Exteriores (ECFR), que aponta riscos para a unidade europeia sobre a questão ucraniana.

Em Portugal, Itália e França, as pessoas são as mais preocupadas com o impacto da guerra no custo de vida e nos preços de energia. Em contraste, Suécia, Polónia e Roménia, são os menos preocupados com essa questão.

O aumento dos preços alimentares “demonstra as ramificações globais desta guerra”, disse esta quarta-feira o secretário-geral da NATO, em conferência de imprensa. “Isto não está a ser causado pelas sanções da NATO, é uma consequência direta da guerra da Rússia na Ucrânia”, diz de forma perentória. “A Rússia tenta, de certa forma, criar uma narrativa, uma história, de que o aumento do preço dos produtos agrícolas é causado pelas sanções. Não. Isto é causado pela guerra”, frisa. “A melhor forma de reduzir os preços dos bem alimentares e poder trazer o cereal da Ucrânia é para a guerra”, conclui Jens Stoltenberg.

O Presidente ucraniano defende que é “crucial” a defesa do Donbass, região alvo de ataque por Moscovo, já que o resultado dos combates dará uma indicação para o resto do conflito. “É crucial ficar no Donbass (…). A defesa da região é essencial para dar uma indicação de quem vai dominar [no terreno] nas próximas semanas”, realçou Volodymyr Zelensky no seu discurso noturno diário à nação. Em resposta, o presidente dos EUA anunciou esta quarta-feira o reforço da ajuda militar, no valor de mil milhões de euros, à Ucrânia. O novo pacote inclui equipamento anti navios, artilharia e munições.

A Ucrânia lamenta que apenas 10% do armamento solicitado aos países ocidentais tenha de facto sido entregue. Mas a Rússia está francamente preocupada com os planos dos Estados Unidos de enviar para a Ucrânia um sistema de lançamento múltiplo de foguetes, montado num veículo blindado ligeiro.

 

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BCP valoriza mais de 3% e PSI supera barreira dos 6.000 pontos

Principal índice português volta a abrir em terreno positivo e a superar barreira dos 6.000 pontos. BCP beneficia de regresso de rating de investimento da Moody's.

O PSI voltou a arrancar a sessão em terreno positivo. O principal índice bolsista português começou o dia a subir 0,88%, para 6.039,47 pontos, negociando de novo acima dos 6.000 pontos depois da desvalorização de ontem.

Das 15 cotadas do PSI, 12 seguiam em terreno positivo, os títulos da Altri estavam estáveis nos 6,385 euros e as ações da Galp seguiam a descer 0,71% (12,53 euros). Pelas 8h06, as ações da Semapa ainda não tinham sido negociadas.

O BCP era o principal impulsionador do PSI, ao valorizar 3,05%, para 17,21 cêntimos. O banco liderado por Miguel Maya voltou a ser classificado com rating de investimento pela agência norte-americana Moody’s segundo anúncio feito ontem depois da sessão.

A EDP Renováveis também se destacava pela positiva, ao valorizar 1,80%, para 22,03 euros por ação. Também a subir mais de 1% na abertura do dia estavam os títulos da Navigator (3,922 euros), EDP (4,546 euros) e Greenvolt (6,93 euros).

As principais praças europeias também seguiam em terreno positivo. Em Itália, o MIB valorizava 1,95% (22.273,01); o espanhol IBEX 35 crescia 1,75% (8.207,9 pontos), o francês CAC 40 subia 1,10% (6.015,33 pontos).

Antes da abertura da sessão foi anunciada uma reunião de urgência do Banco Central Europeu para hoje, menos de uma semana depois do anúncio da subida da taxa de juro diretora a partir de 1 de julho.

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Hoje nas notícias: corrupção, PRR, descentralização

  • ECO
  • 15 Junho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os processos de corrupção estão em máximos de uma década. No ano passado, deram entrada na Polícia Judiciária (PJ) 705 processos através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção. Os cursos superiores financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não vão estar sujeitos a limitações de vagas a que os estudantes se podem candidatar. E os funcionários das escolas que foram transferidos do Ministério da Educação para as autarquias não têm seguro de acidentes de trabalho.

Processos por corrupção em máximos da década

Desde 2011 a Polícia Judiciária (PJ) não recebia tantos processos por corrupção: foram 705 que deram entrada nesta polícia no ano passado, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção. O número de processos aumentou 40% face a 2020. Nas outras autoridades policiais deram entrada 100 processos por crimes de corrupção, mais 61% face a 2020. A PJ admite que os milhares de contratos de fornecimento de material para combate à pandemia para as entidades públicas podem justificar parte do aumento.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Cursos superiores financiados pelo PRR não estão sujeitos a limites de vagas

Os cursos superiores financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não vão estar sujeitos a limitações de vagas a que os estudantes se podem candidatar. Em causa estão as licenciaturas em áreas como a matemática ou as Ciências, consideradas estratégicas. Esta solução do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior consta da proposta de despacho orientador para fixar vagas no próximo concurso nacional de acesso, que foi enviada no final da semana passada às instituições para recolher pareceres. Estes cursos continuam a ter que respeitar as exigências da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Indústria automóvel em risco e com baixos salários

“O número de contratos a termo certo mais do que duplicou entre 2015 e 2019, passando de 18% para 30%”, com destaque para “os regimes de trabalho temporário e o recurso a agências que são utilizados para dar resposta a picos de produção ou para a contratação de novos trabalhadores no início do desenvolvimento de novos produtos e projetos”. Esta é a principal conclusão do estudo sobre a indústria automóvel portuguesa realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que aponta ainda o dedo aos baixos salários já que “a média anual estava, em 2019, nos 18.006 euros brutos” e considera que a dependência da carbonização põe esta indústria em risco.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Governo transferiu funcionários sem seguro para as câmaras

No âmbito do processo de descentralização, os funcionários das escolas que foram transferidos do Ministério da Educação para as autarquias não têm seguro de acidentes de trabalho. Esta é uma das dificuldades identificadas no processo de descentralização pelos 17 presidentes da Área Metropolitana do Porto (AMP) que vão reunir na próxima terça-feira com as ministras da Saúde e da Coesão. “É impensável ter-se assumido um processo destes sem se terem apercebido que os seguros de acidentes pessoais tinham de ser feitos aos funcionários, isto não pode ser imputado aos municípios”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da AMP.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

IMT diz não haver conflitos de interesse na avaliação ambiental do novo aeroporto

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) garante ter cumprido a lei da contratação pública na escolha da melhor proposta no concurso para a avaliação ambiental estratégica da futura solução para o aeroporto de Lisboa. O presidente do IMT, Eduardo Feio, diz que foram acautelados todos os conflitos de interesse previstos no código de contratação pública e que as situações identificadas no relatório preliminar do júri foram analisadas.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

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BCE reúne de urgência após subida de juros soberanos

Conselho de Governadores do BCE vai reunir de urgência menos de uma semana depois de anunciar subida das taxas de juros diretoras a partir de julho.

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) vai reunir de urgência nesta manhã de quarta-feira. Em causa está a subida das taxas de juro das dividas soberanas dias depois de a autoridade do euro ter anunciado o fim da política de compra de ativos.

“O Conselho de Governadores vai reunir-se na quarta-feira para discutir as atuais condições de mercado”, referiu um porta-voz do BCE à Reuters.

O anúncio da reunião de emergência contribuiu para valorizar o euro face ao dólar, subindo 0,55%, para 1,0471 dólares. Ontem, o euro voltou a negociar perto dos mínimos em quase duas décadas, na fasquia de 1,04 dólares.

Ontem, os juros associados aos títulos da dívida portuguesa ultrapassaram a fasquia dos 3%, o que já não acontecia desde 14 de julho de 2017, há quase cinco anos.

O agravamento das taxas também sentiu-se nas obrigações de países como Alemanha (a referência para os investidores), Itália e Espanha (com quem Portugal se equipara).

A taxa das obrigações alemãs a dez anos subiu para 1,647% e a taxa italiana no mesmo prazo, tendo rompido a barreira dos 4%. Em Espanha, os juros das obrigações copiaram a tendência portuguesa ao ultrapassarem também a fasquia dos 3% esta terça-feira.

Não vamos tolerar mudanças nas condições de mercado que vão para lá de fatores fundamentais e que ameacem a fase de transição da política monetária

Isabel Schnabel

Administradora do BCE com o pelouro das operações de mercado

A reunião de urgência do BCE coincide com o encontro da Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), que poderá subir as taxas de juro em até 75 pontos base.

Na passada quinta-feira, o BCE decidiu pôr fim ao programa de compra de ativos a 1 de julho de 2022, prevendo também uma subida dos juros em julho de 25 pontos base, bem como em setembro, num ritmo ainda por definir. Além disso, reviu em baixa as previsões de crescimento para o Eurossistema, projetando um crescimento anual real do PIB de 2,8% em 2022 e de 2,1% em 2023, atualizando também as previsões da inflação para 6,8% este ano.

A administradora do BCE para as operações de mercado adiantou ontem que a autoridade do euro estava a vigiar “de perto” a situação no mercado e mostrou disponibilidade para aplicar medidas de curto prazo.

“Não vamos tolerar mudanças nas condições de mercado que vão para lá de fatores fundamentais e que ameacem a fase de transição da política monetária“, afirmou a administradora do BCE Isabel Schnabel, citada pela Reuters.

Citando fontes próximas do banco central, a agência Bloomberg adianta que os responsáveis do BCE vão ser convidados a aprovarem o reinvestimento das obrigações adquiridas no âmbito do programa de compras de emergência pandémica (PEPP), que foi interrompido em março.

(Notícia atualizada às 9h59 com mais informação)

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Leis demoram cada vez menos tempo a aprovar. Alterações orçamentais ou fiscais são as mais rápidas

O processo de aprovação de uma lei tem sido mais rápido, com exceções como durante a Geringonça. Propostas que partem do Governo recebem "luz verde" em menos tempo.

O tempo entre a entrada de uma iniciativa na Assembleia da República e a sua aprovação tem vindo a ser mais reduzido nos últimos anos, apesar de ter existido uma exceção durante a legislatura da chamada “Geringonça”. Segundo as estatísticas do Parlamento, propostas que partem do Governo costumam ser aprovadas mais rapidamente, o que também acontece quando estão em causa alterações orçamentais ou de códigos fiscais.

“Ao longo dos últimos anos tem sido registado um decréscimo significativo no período de tempo que decorre entre a entrada de uma iniciativa e a sua respetiva transformação em lei, o que se reflete na necessária aceleração do processo legislativo parlamentar”, lê-se no relatório elaborado pela Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar.

Da análise do tempo médio de aprovação das leis da Assembleia da República, desde a I Legislatura até à XIV Legislatura, é possível concluir que em geral, as propostas do Governo são aprovadas mais rapidamente do que os projetos dos deputados ou cidadãos.

As propostas de lei (PPL), que partem de iniciativas do Governo ou das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas, são aprovadas em sensivelmente metade do tempo do que os projetos de lei (PJL), cuja iniciativa legislativa cabe aos Deputados, aos Grupos Parlamentares ou a grupos de cidadãos.

Assim, as leis que partem de propostas são aprovadas mais rapidamente, “sobretudo quando estas dimanam do Governo”, nota o relatório. Contudo, “na XIII e XIV Legislaturas essa diferença é bastante menos acentuada”, sinalizam. Estas são as duas últimas legislaturas: aquela que começou após as eleições de 2015, dando origem à Geringonça, e a outra a anterior a esta, que foi encurtada devido à queda do Governo após o chumbo do Orçamento do Estado para 2022.

Nas duas últimas legislaturas, o Governo não tinha maioria na Assembleia da República, tendo por isso que negociar e chegar a consenso para aprovar as leis, o que ajuda a explicar a menor diferença nos tempos. No Governo em que o PS tinha um acordo com o Bloco e com o PCP e os Verdes, a legislatura encerrou mesmo com uma média de tempos menor para projetos de lei, “o que ocorre pela primeira vez na atividade parlamentar”.

Na Geringonça, a lei que demorou mais a aprovar (1.281 dias) era a que definia os critérios de seleção e aquisição de produtos alimentares, promovendo o consumo sustentável de produção local nas cantinas e refeitórios públicos. Já a mais rápida dizia respeito a uma alteração ao Orçamento do Estado, sobre os limites máximos para a concessão de garantias pelo Estado.

Quanto à última legislatura (iniciada em 2019), a aprovação mais demorada (748 dias) dizia respeito ao regime jurídico aplicável à gestação de substituição. As mais rápidas diziam respeito às medidas de resposta à pandemia, chegando a demorar apenas um dia.

Já olhando para outro indicador é possível concluir que “as duas legislaturas em que mais leis foram aprovadas foram a VII (470 leis aprovadas) e a XII (465 leis aprovadas)”. A VIII Legislatura corresponde ao Governo de António Guterres, formado em 1999, e a XII Legislatura correspondeu à governação de Pedro Passos Coelho, após 2011.

“No entanto, se o número de leis aprovado é praticamente idêntico nas duas legislaturas, o tempo médio dos processos legislativos que lhes subjazeram foi substancialmente mais reduzido na XII Legislatura (230 dias para os PJL e 141 para as PPL), quando comparado com o tempo registado na VII Legislatura (333 dias para os PJL e 214 para as PPL)”, salienta o relatório.

As estatísticas permitem ainda observar que entre as propostas de lei, aquelas que dizem respeito a uma alteração orçamental ou de alteração de códigos fiscais, destacam-se “por se encontrarem frequentemente nos registos em que o processo legislativo decorreu no mais curto espaço de tempo”. Já entre os projetos, “foram mais acelerados os processos legislativos com origem em iniciativas subscritas por todos os grupos parlamentares”.

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Bancos acenam com taxa fixa para famílias se protegerem da subida dos juros

Bancos estão atentos e a monitorizar o impacto da subida dos juros na prestação da casa, mas afastam cenário de crise. Reforçam ideia de que famílias se podem proteger com fixação da taxa do crédito.

Com a subida em flecha das Euribor e a enorme incerteza pela frente, nomeadamente quanto à duração da guerra e à alta inflação, os bancos parecem não ter grandes dúvidas sobre qual o caminho a seguir para as famílias se protegerem dos riscos de um agravamento acentuado da prestação mensal nos próximos tempos: chegou o momento de fixar a taxa de juro do empréstimo da casa.

Em Portugal, mais de 90% dos financiamentos da habitação têm taxas variáveis, circunstância que torna o país particularmente sensível ao novo ciclo que a Zona Euro está a entrar. Os juros estão a subir progressivamente com os sinais cada vez mais claros de que o Banco Central Europeu (BCE) vai começar a apertar as condições monetárias na região já em julho. Antecipando esse cenário, as Euribor estão a subir há meses – as taxas a 6 e 12 meses deram esta terça-feira o maior salto em mais de uma década –, aumentando os encargos das famílias com a habitação, numa altura em que já sentem nos seus bolsos os efeitos austeros da subida dos preços.

Referindo-se à taxa fixa, Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o banco com maior quota de crédito da casa em Portugal (24%), recentemente deixou avisos: “Não vale a pena dizer daqui a uns anos que tivemos azar, que as taxas de juros estavam muito altas e que ninguém fez nada por isso. Os instrumentos existem e são para ser geridos“.

Contactados pelo ECO, também o Santander e o Novobanco sublinharam que disponibilizam esta opção às famílias que “permite reduzir a volatilidade do serviço da dívida num contexto de maior subida de taxas de juro”, segundo assinalou o banco liderado por Castro e Almeida. O Novobanco mostrou que há prós e contras: “A opção de taxa fixa mitiga um risco de aumento das taxas, mas pelo efeito de cobertura desse risco, implica uma prestação no período de fixação da taxa fixa mais cara que a prestação inicial variável”.

"Não vale a pena dizer daqui a uns anos que tivemos azar, que as taxas de juros estavam muito altas e que ninguém fez nada por isso. Os instrumentos existem e são para ser geridos.”

Paulo Macedo

CEO da Caixa Geral de Depósitos

Isto é, fixar a taxa de juro do crédito traduzir-se-á imediatamente numa prestação paga ao banco maior do que aquela que se paga agora com a taxa variável. Porém, poderá compensar no futuro: se os juros subirem muito, a taxa do seu contrato fica limitada ao máximo que ficou acertado com o banco, funcionando como uma espécie de seguro para riscos futuros.

A escolha da grande maioria das famílias portuguesas tem passado pela taxa variável, tirando proveito da descida dos juros nos últimos anos, e o Novobanco também assinala que “os clientes, em regra, são mais sensíveis ao preço da prestação do que à cobertura de um risco futuro”.

Euribor aceleram

Fonte: Reuters

Bancos reforçam monitorização

Em todo o caso, os bancos asseguram que estão a reforçar os contactos com os clientes no sentido de detetarem sinais de eventuais dificuldades atempadamente, em linha com o enorme esforço feito recentemente aquando da saída do regime das moratórias de crédito no final do ano passado, mas afastam uma crise de incumprimento das famílias. Estão cautelosos, mas relativamente tranquilos com o que se vai passar a seguir. Porquê?

Há vários fatores que ajudam a mitigar os riscos, segundo os bancos. Desde logo, a economia vai continuar a apresentar bons desempenhos nos próximos anos e a estabilidade do mercado de trabalho assegurará que as famílias manterão os seus empregos e os salários. Depois, as famílias estão menos endividadas e acumularam muitas poupanças durante a pandemia, as quais poderão representar uma almofada importante para amparar eventuais dificuldades ou necessidades.

Mas também é preciso colocar a subida das taxas de juro em perspetiva, frisa o BPI, dado que “vem repor as taxas de referência mais próximas dos níveis neutrais, depois de um longo período de taxas anormalmente baixas, em termos históricos”.

As taxas Euribor negociaram em valores negativos nos últimos anos e só agora regressaram a valores positivos. Apesar de estarem a subir há meses, continuam em níveis historicamente baixos. “Antes da crise anterior (do subprime e da dívida soberana), e tendo por referência a Euribor a 3 meses, os juros subiram de cerca de 2% para cerca de 5% em dois anos. Atualmente, e de acordo com as expectativas do mercado, espera-se que subam para cerca de 1,5%”, lembra o Novobanco.

Os bancos destacam ainda outros fatores: eles próprios estão mais fortalecidos e capazes de apoiar as famílias (como fizeram na pandemia com as moratórias) e há regras mais robustas na concessão de crédito, como a capacidade de reembolso das famílias num cenário de stress com taxas em 3%.

"É preciso colocar esta subida em perspetiva, porque vem repor as taxas de referência mais próximas dos níveis neutrais, depois de um longo período de taxas anormalmente baixas, em termos históricos.”

BPI

Há muitas incertezas, ainda assim: qual a velocidade que o BCE vai imprimir na subida das taxas de juro e qual o nível máximo que elas vão alcançar? Não há uma resposta definitiva, mas as perspetivas dos bancos, com base na informação atual, apontam para um ajustamento das taxas que “não deverá ser súbito, nem muito expressivo”, diz o BPI, mas antes “moderado” e que se traduzirá “num incremento do serviço da dívida que as famílias poderão gerir”, indica o Santander.

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Economia portuguesa menos competitiva desde saída da troika

Portugal desce seis lugares no ranking de competitividade do instituto suíço IMD. Política fiscal e práticas de gestão empresarial são os piores indicadores e atiram país para o 42.º lugar.

Desde 2014 que a economia portuguesa não era tão pouco competitiva. Portugal caiu para o 42.º lugar do ranking de competitividade do instituto suíço IMD. A política fiscal e as práticas de gestão empresarial justificam a queda de seis posições na tabela e colocam o país com o pior desempenho desde a saída da troika.

A interrupção do percurso de subidas de 2020 e de 2021 “deriva de tendências negativas nas medidas relacionadas com a economia nacional e o investimento internacional”, assinala José Caballero, economista sénior do centro mundial para a competitividade (WCC, na sigla original).

“Na eficiência do Governo e das empresas, o país experimenta um declínio em algumas das medidas relevantes, tais como a sua classificação de crédito, a eficácia da sua burocracia e os indicadores de atração e retenção de talentos, onde apresenta declínios relativamente acentuados. Do mesmo modo, na infraestrutura tecnológica, o país sofre uma queda abrupta”, detalha o mesmo especialista.

Portugal perdeu posições nos quatro indicadores-chave do estudo: desempenho económico (desce da 43.ª para a 46.ª posição), eficiência governativa (38.ª para 43.ª), eficiência empresarial (38.ª para 42.ª) e infraestruturas (27.ª para 30.ª).

Fraquezas e forças

Entre os indicadores-chave, a economia portuguesa destaca-se, pela negativa, na política fiscal e nas práticas de gestão empresarial. Nestes fatores, o país fica na posição 56 entre 63 economias avaliadas. Na economia doméstica e nas finanças públicas, a economia nacional ocupa os lugares 52 e 50, respetivamente.

O maior agravamento da competitividade deu-se no crescimento da força de trabalho, perda de população, receitas do turismo, estabilidade cambial e exportações concentradas por produto.

Na eficiência do governo e das empresas, o país experimenta um declínio em algumas das medidas relevantes, tais como a sua classificação de crédito, a eficácia da sua burocracia e os indicadores de atração e retenção de talentos, onde apresenta declínios relativamente acentuados. Do mesmo modo, na infraestrutura tecnológica, o país sofre uma queda abrupta.

José Caballero

Economista sénior do centro mundial para a competitividade

O melhor desempenho de Portugal regista-se no contexto social (20.º lugar), contexto de saúde e ambiente (23.º lugar), educação (26.º lugar) e infraestruturas científicas (28.º lugar). As principais melhorias ocorreram no crescimento do investimento e do Produto Interno Bruto, défice, exportações de serviços, e mobilidade interna dos estudantes.

Os cinco fatores mais atrativos na economia portuguesa são a força de trabalho qualificada, a resistência das infraestruturas, o custo de competitividade, as atitudes abertas e positivas e a previsibilidade e estabilidade política.

Receitas para melhorar

O estudo do IMD também receita várias medidas para a economia portuguesa voltar a ser mais competitiva, como a garantia de crescimento sustentável do PIB e a promoção de estratégias nacionais que visem reforçar a transição digital e energética, a literacia financeira, o empreendedorismo e as competências, de forma a melhorar a qualidade da gestão e a competitividade das empresas.

Ao mesmo tempo, os autores alertam para a importância de um nível sustentável de dívida pública “dado o esperado aumento das taxas de juro” e a necessidade de adotar reformas na Justiça, Saúde, Educação e Segurança Social. Os economistas defendem ainda um acordo interpartidário sobre estratégias para fazer face a questões demográficas urgentes como o envelhecimento, a baixa taxa de natalidade e a migração.

A nível global, a Dinamarca lidera pela primeira vez o ranking, seguida da Suíça, Singapura, Suécia e Hong Kong. O estudo deste ano excluiu a Rússia e a Ucrânia por limitações na recolha de dados.

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Santander patrocina League of Legends na Europa e América Latina

Este patrocínio é visto pelo banco como “uma oportunidade para promover a inovação, a diversidade e a digitalização”.

O Santander anunciou esta terça-feira o reforço da presença no mundo dos eSports, ao tornar-se patrocinador principal do Campeonato Europeu League of Legends (LEC) e da Liga Latinoamérica (LLA). O banco assinou um acordo de parceria plurianual, “por vários anos”. O anúncio desta parceria decorreu em Madrid, com a presença de artistas e jogadores da League of Legends. Este patrocínio é visto pelo banco como “uma oportunidade para promover a inovação, a diversidade e a digitalização”.

“Estamos entusiasmados por anunciar esta nova colaboração com um parceiro muito inovador, com o qual estamos unidos pelos nossos atributos de inovação, diversidade e digitalização. Acreditamos que entrar no mundo dos eSports vai trazer ao Santander oportunidades para se envolver com as novas gerações de nativos digitais e ajudá-los a prosperar”, diz em comunicado Juan Manuel Cendoya, diretor global de comunicação, marketing corporativo e research do Santander.

Colocação de logótipos, segmentos de conteúdos dedicados, slots comerciais durante os intervalos das transmissões, banners, drops e bilhetes VIP para as finais são algumas das formas que o banco vai utilizar para ativar o patrocínio, 100% de media digital. F1 e futebol são os outros patrocínios globais do Santander. O montante do patrocínio não foi divulgado.

O Campeonato Mundial League of Legends de 2021 atraiu, recorda o banco, atraiu quase 74 milhões de espectadores em simultâneo ao vivo.

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Legislativas são “referendo entre neoliberalismo e solidariedade”, diz Mélenchon

  • Lusa
  • 14 Junho 2022

Mélenchon reconheceu que a coligação que lidera pode “não ser perfeita" e pode ter dificuldades em “lidar com a tensão enorme dos acontecimentos” inesperados.

O líder da coligação de esquerda francesa NUPES, Jean-Luc Mélenchon, defendeu esta terça-feira que a segunda volta das eleições legislativas, marcadas para domingo no país, é um “referendo entre o neoliberalismo de Macron e a solidariedade da NUPES”.

“Estas pessoas vivem num mundo que nunca mais existirá: o neoliberalismo entrou em falência! As suas receitas já não podem ser aplicadas, é um regime perigoso, porque é incapaz de corrigir os erros que comete porque, quando comete erros, enriquece com esses erros”, declarou Jean-Luc Mélenchon.

O líder da esquerda discursava na sala Jean Mermoz, em Toulouse, naquele que foi o seu primeiro comício desde a primeira volta das eleições legislativas, onde a Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), que lidera, obteve 25,66% dos votos, a apenas 21.441 votos da coligação do Presidente atual Emmanuel Macron.

Numa sala repleta, com várias centenas de pessoas sentadas e de pé, nos corredores laterais, Mélenchon defendeu que Macron “despreza” os seus apoiantes, abordando a deslocação de dois dias que o Presidente francês iniciou hoje à Roménia e à Moldávia. “Quando o barco começa a afundar, o senhor Macron apanha o avião. (…) Está a desprezar-nos! Eles já tinham planeado esta viagem há muito! [Macron] deve ter pensado ‘estas eleições legislativas, são só uma formalidade administrativa’”, salientou.

Com um pano roxo com dois V de vitória no fundo – o símbolo da coligação de esquerda –, Mélenchon deixou duras críticas ao Presidente, designadamente no que se refere ao combate às alterações climáticas e no combate à pandemia e às consequências económicas que acarretou, acusando-o de ser como as pessoas que, quando não sabem o que fazer, “carregam em todos os botões a ver se resulta”.

De blazer preto e gravata vermelha, Mélenchon reconheceu que a coligação que lidera pode “não ser perfeita” e, em certas alturas, pode ter dificuldades em “lidar com a tensão enorme dos acontecimentos” inesperados. “Mas temos uma direção, sabemos para onde vamos, e sabemos o que é mais precioso: não, não são as mercadorias. O mais precioso é o ser humano! São as nossas crianças e os nossos mais velhos! É isso que conta, e o resto, logo se verá”, gritou, perante uma ovação da plateia, e algumas pessoas a levantarem-se de pé.

Mélenchon afirmou que a política que a NUPES defende “consiste em relançar a economia com todos os meios disponíveis, nomeadamente ao aumentar o poder de compra”, propondo, para tal, o aumento do salário mínimo nacional para 1500 euros, que “arrastaria o resto dos salários”, e a reforma aos 60 anos, que “libertaria 830 mil empregos”. “Os que vos propõem outra coisa além de relançar [a economia] condenam o nosso país à asfixia. É por isso que [a segunda volta das eleições legislativas] é um referendo entre os neoliberais de Macron e os solidários da NUPES”, exclamou.

Abordando ainda a coligação da NUPES – que permitiu juntar várias forças de esquerda, ultrapassando divergências históricas entre vários partidos de esquerda, como o Partido Socialista francês e a França Insubmissa –, Mélenchon afirmou que se trata de um “acordo histórico”. “É a primeira vez na história da nossa família que, na primeira volta, nós apresentámos candidatos comuns, é a primeira vez que concordámos num programa comum, que tem 650 medidas! É enorme!”, afirmou.

O líder da esquerda defendeu que, com um programa com 650 medidas comuns, a coligação já não é simplesmente “eleitoral”, mas envia uma mensagem à sociedade que a esquerda “está junta” e pronta a “carregar o mundo”. “A estabilidade política depende da estabilidade programática e nós temos estabilidade programática. A desordem, o caos, está com eles [coligação presidencial]. (…) Não permitam que essas pessoas fiquem com a mão no pavio, o nosso país ficaria esfarrapado! Nós, e nós apenas, é que somos capazes” de o levar adiante, exclamou Jean-Luc Mélenchon.

No departamento de Haute-Garonne, onde se situa a cidade de Toulouse, os candidatos da NUPES conseguiram qualificar-se para a segunda volta nos 10 círculos eleitorais em disputa, com quatro candidatos com uma vantagem de 10 pontos percentuais de distância relativamente aos candidatos da coligação presidencial, colocando-os em boa posição para serem eleitos. Neste departamento tradicionalmente de esquerda – foi aqui que nasceu o histórico socialista Jean-Jaurès –, o sucesso eleitoral dos candidatos da NUPES constituiu uma reviravolta relativamente às eleições legislativas de 2017.

Na altura, nove dos 10 círculos eleitorais tinham sido conquistados pelos candidatos do partido ‘République en Marche!’, do Presidente, Emmanuel Macron. Nas últimas eleições presidenciais, Jean-Luc Mélenchon tinha organizado em Toulouse o seu último comício antes da primeira volta das eleições legislativas, tendo depois ficado em primeiro lugar na cidade, à frente de Macron, com 36,95% dos votos.

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