Manta obtém financiamento de 32 milhões para expansão. Vai abrir hub em Lisboa

Só em Portugal, com a criação do novo Centro de Engenharia e Produto em Lisboa, a empresa espera recrutar cerca de 50 profissionais até ao final do ano.

A Manta acaba de anunciar uma angariação de 35 milhões de dólares (cerca de 32 milhões de euros) numa ronda de investimentos de Série B liderada pela Forestay Capital e com participação da Bessemer Venture Partners, SAP.io, Senovo VC, Credo Ventures, Dan Fougere e do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento. Só em Portugal, com o novo Centro de Engenharia e Produto em Lisboa, com abertura prevista para o outono, a empresa espera recrutar cerca de 50 profissionais até ao final do ano.

“Este financiamento vai permitir-nos continuar o processo de expansão da nossa presença global e de desenvolvimento de produtos para ajudar os clientes a ultrapassar os pontos cegos nos seus fluxos de dados cada vez mais complexos”, diz Tomas Kratky, fundador e CEO da Manta, em comunicado.

O novo financiamento vai servir para dar continuidade ao processo de expansão do negócio desta tecnológica na área de data lineage, nomeadamente ao nível do desenvolvimento de soluções e alargamento da sua força de trabalho. Só em Portugal, com a criação do novo Centro de Engenharia e Produto em Lisboa — que será inaugurado no outono –, a empresa espera recrutar até ao final do ano cerca de 50 profissionais de diversas áreas, tais como Java developers, devOps engineers, support engineers, integration consultants, product managers, entre outras.

“Os dados estão entre os bens mais valiosos de uma organização, e a plataforma automatizada da Manta está a transformar a forma como os dados são geridos, com uma visualização clara e abrangente de todos os dados economizando tempo, dinheiro e recursos dos clientes. Acreditamos que a Manta é uma empresa verdadeiramente transformadora, e estamos entusiasmados fazer parte da jornada da Manta, nesta sua missão de transformar ambientes de dados complexos”, afirma Marieke Christmann, senior principal da Forestay Capital.

“A plataforma de data lineage da Manta era a peça que faltava no puzzle da gestão de dados”, salienta Alex Ferrara, sócio da Bessemer Venture Partners. “A visão e as soluções da Manta dão maior visibilidade aos pipelines de dados, e isso é muito relevante. Este é um momento crucial para as empresas que se esforçam por ser verdadeiramente organizações orientadas pelos dados.”

Esta nova ronda de investimento acontece num período em que a tecnológica tem registado um crescimento significativo da sua plataforma, tendo apostado na expansão da sua presença em diversos pontos do globo, com a abertura de escritórios em Lisboa e Dublin. No total, a empresa emprega mais de 150 colaboradores a nível mundial.

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Venda do Chelsea a consórcio de Todd Boehly foi concluída

A venda do Chelsea Football Club por Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, ao consórcio liderado pelo multimilionário Todd Boehly foi concluída, anunciou o clube londrino.

A venda do Chelsea Football Club por Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, ao consórcio liderado pelo multimilionário Todd Boehly foi concluída, anunciou esta segunda-feira o clube inglês.

“O consórcio liderado por Todd Boehly, presidente e CEO da Eldridge, e Clearlake Capital Group, LP, anuncia hoje [segunda-feira, 30 de maio] a conclusão da transferência da propriedade do Chelsea Football Club”, anunciou o clube da Premier League, em comunicado.

A venda do clube inglês, até então detido por Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português e alvo de sanções europeias, tinha sido comunicada a 7 de maio. Aquando do anúncio, os londrinos tinham relevado que o grupo liderado por Boehly iria adquirir o Chelsea por 4,25 mil milhões de libras (cerca de 4,9 mil milhões de euros).

Em comunicado, o Chelsea indica ainda que, perante este acordo, Boehly e Clearlake vão partilhar o controlo e a gestão do clube inglês, sendo que o multimilionário Todd Boehly vai comandar o clube. “A operação recebeu todas as aprovações necessárias do governo do Reino Unido, da Premier League e de outras autoridades“, lê-se.

“Estamos honrados por nos tornarmos nos novos guardiões do Chelsea Football Club”, apontou Todd Boehly, citado na nota de imprensa, comprometendo-se ainda a apostar nas camadas mais jovens, bem como a “investir no clube a longo prazo e aproveitar a notável história de sucesso do Chelsea”. Já Behdad Eghbali e José E. Feliciano, co-fundadores e sócios-gerentes da Clearlake, comprometeram-se a disponibilizar “os recursos” necessário para que o clube continue a assumir “o papel de liderança no futebol inglês e global”.

Portugal já tinha dado luz verde ao negócio na quinta-feira passada. Até então o clube inglês atuava com algumas limitações por causa das sanções aplicadas a Roman Abramovich, na sequência da invasão russa à Ucrânia.

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Bruxelas já foi notificada sobre exceção ibérica e garante rápido aval

  • Lusa
  • 30 Maio 2022

“A Comissão está empenhada em ultimar rapidamente a sua avaliação”, através de um procedimento acelerado.

Portugal e Espanha já notificaram formalmente a Comissão Europeia sobre o mecanismo temporário para limitar o preço médio do gás na Península Ibérica nos 50 euros por MWh, informou a instituição, garantindo “empenho” para rápida avaliação da medida.

Espanha e Portugal já notificaram formalmente o mecanismo temporário de emergência para mitigar o impacto dos preços dos combustíveis fósseis no preço grossista da eletricidade no Mercado Ibérico da Eletricidade”, informou fonte oficial do executivo comunitário em resposta escrita enviada à agência Lusa. E, de acordo com a mesma fonte, “a Comissão está empenhada em ultimar rapidamente a sua avaliação”.

“O principal objetivo da Comissão é chegar a decisões juridicamente sólidas, avaliando urgentemente a compatibilidade das medidas temporárias de emergência no mercado da eletricidade através de um procedimento acelerado, assegurando ao mesmo tempo, tal como solicitado pelo Conselho Europeu, que as medidas reduzem os preços do mercado local de eletricidade para as empresas e consumidores sem afetar as condições comerciais” no espaço comunitário, explica.

Numa altura de crise energética, esta notificação formal permite que Bruxelas avalie agora a medida a que já deu aval político para, de seguida, emitir uma avaliação formal e final. Na resposta à Lusa, a fonte oficial da Comissão Europeia adianta que “o objetivo da legislação é permitir que Espanha e Portugal tomem medidas proporcionadas e temporárias para fazer face a níveis excecionalmente elevados de preços da eletricidade, mantendo simultaneamente incentivos para a transição sustentável da energia e preservando a integridade e os benefícios do mercado único, sem restrições aos fluxos transfronteiriços”.

“A Comissão toma nota das circunstâncias muito excecionais que justificam a adoção do mecanismo, incluindo a sua conceção específica e o seu tempo limitado de aplicação”, conclui.

Em meados de maio, Lisboa e Madrid aprovaram, cada um em Conselho de Ministros, este mecanismo temporário de emergência relativo à Península Ibérica, em altura de crise energética, acentuada pelos efeitos da guerra de Ucrânia nas cadeias de fornecimento.

Antes, no final de abril, os Governos de Portugal e Espanha chegaram, em Bruxelas, a um acordo político com a Comissão Europeia para o estabelecimento de um mecanismo temporário que permitirá fixar o preço médio do gás nos 50 euros por MWh. A estimativa do Governo português é que este limite permita poupar até 18% face ao preço médio dos primeiros quatro meses do ano.

Esta medida permitirá dissociar temporariamente os preços do gás e eletricidade na Península Ibérica, que beneficiará assim de uma exceção, tal como acordado no Conselho Europeu de março. Previsto está que o mecanismo tenha uma duração de cerca de 12 meses e permita fixar o preço médio de gás em cerca de 50 euros por megawatt, contra o atual preço de referência no mercado de 90 euros, sendo que o preço começará nos 40 euros.

Na atual configuração do mercado europeu, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto — a eletricidade — quando este entra na rede.

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Lisboa acompanha ganhos na Europa com impulso do BCP e da Greenvolt

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Maio 2022

Os setores da banca e das energias renováveis deram o maior impulso ao principal índice nacional na sessão desta segunda-feira.

O PSI valorizou 0,87%, para os 6.294,98 pontos, na sessão desta segunda-feira, regressando aos ganhos após a sessão da passada sexta-feira, em que quebrou um ciclo de seis sessões positivas. O principal índice nacional acompanhou a tendência de ganhos que se registou nas principais praças europeias, com a banca e as renováveis a darem o maior impulso.

Lá fora, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, subiu 0,6%. O alemão DAX cresceu 0,8%, tal como o francês CAC 40, enquanto o britânico o FTSE 100 e o espanhol IBEX avançaram, respetivamente, 0,2% e 0,3%.

Em Lisboa, apenas quatro cotadas desvalorizaram. A maior valorização foi protagonizada pelo Banco Comercial Português, com uma subida de 3,14%, para 19,40 cêntimos por ação, seguido da Greenvolt, que ganhou 2,89%.

Nota também para a Navigator, que valorizou 1,85%, depois de, na passada sexta-feira, ter aprovado o pagamento de um dividendo de 0,1406 euros por ação, num total de quase 100 milhões de euros.

A travar maiores valorizações no PSI esteve a REN, cujas ações desceram 0,85%, para os 2,92 euros, e a Altri, que perdeu 0,25%, para 5,96 euros. Abaixo da linha de água ficaram ainda a Corticeira Amorim e a EDP, com perdas de 0,57% e 0,02%, respetivamente.

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Benfica coloca 60 milhões em obrigações. Procura dos investidores foi 1,4 vezes superior à oferta

A emissão de dívida do Benfica atingiu o objetivo de colocar 60 milhões de euros junto dos pequenos investidores. A procura foi 1,4 vezes superior à oferta.

A SAD do Benfica angariou os 60 milhões de euros pretendidos na oferta obrigacionista que teve início em 16 de maio, pela qual vai pagar um juro bruto anual de 4,6%. A procura foi 1,4 vezes superior à oferta, anunciou o clube, numa sessão que decorre na Euronext Lisbon.

“Foi a nossa segunda melhor emissão de sempre”, reagiu Domingos Soares Oliveira, co-CEO do Benfica, numa conferência de imprensa após o fecho dos mercados de capitais. “Depois de um período difícil, estamos novamente no mercado com pujança”, atirou o administrador.

Os novos títulos vencem em 2025. E, feitas as contas, 4.576 investidores subscreveram a operação, 64% dos quais com investimentos entre 2.500 (o mínimo possível) e 5.000 euros — 146 investidores aplicaram mais de 50 mil euros em dívida fresca do Benfica.

De acordo com Domingos Soares Oliveira, “a oferta superou claramente as expectativas”. “Nós sabíamos que o contexto era difícil, não era comparável com as anteriores [emissões], em particular com a última [realizada no ano passado”, disse. Mesmo assim, a procura total ficou perto dos 90 milhões de euros, pelo que haverá rateio.

Resultados finais da oferta:

Fonte: Euronext via CMVM

Em resposta aos jornalistas, Domingos Soares Oliveira confirmou também que a próxima emissão de dívida do Benfica “decorrerá apenas em 2023”. Face à perspetiva de subida das taxas de juro na Zona Euro, o administrador disse que “ninguém sabe antecipar qual vai ser a tendência” até lá, pelo que, se “aumentarem de forma significativa”, a próxima oferta terá outras condições, explicou.

O gestor do Benfica falou ainda do impacto da inflação no clube. Do lado dos salários dos jogadores e pagamento de ativos tangíveis em termos de atletas, “não se observa o efeito da inflação”. “Mas estamos a sentir noutras vertentes, mais ligadas aos [outros] recursos humanos. Estamos a sentir uma pressão, que não estará tanto ajustada ao tema da inflação, mas ao outro tipo de competências mais escassas no mercado”, como data analytics e especializações na área da tecnologia, exemplificou.

De forma mais pronunciada, a inflação faz-se sentir na escalada dos preços das matérias-primas, que está a ser acompanhada pela administração, porque vêm aí novidades no que toca ao Estádio da Luz: “Vamos em breve falar do que estamos a fazer do ponto de vista de melhorias no estádio”, disse o responsável.

O Benfica prepara-se ainda para lançar um fan token, uma espécie de criptoativo que funciona de forma semelhante às criptomoedas.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h49)

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Trabalho temporário sobe 4,7% no 1.º trimestre para 100.606 colocações

  • Lusa
  • 30 Maio 2022

Os valores estão ainda 3,2% abaixo das colocações do primeiro trimestre de 2020 e 10,8% abaixo de 2019.

O número de colocações em trabalho temporário aumentou 4,7% no primeiro trimestre face ao período homólogo, para 100.606, mas ainda inferior a 2019 e 2020, segundo o barómetro da APESPE-RH e do ISCTE divulgado esta segunda.

“Apesar do crescimento em relação ao ano passado, os valores estão ainda -3,2% abaixo das colocações do 1.º trimestre de 2020 (103.945 colocações) e -10,8% de 2019 (112.781 colocações)“, revela o barómetro da APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

O índice do trabalho temporário, que tinha vindo a descer desde maio de 2021, volta a demonstrar um crescimento gradual desde o início do ano, fixando-se em 1,03 em janeiro, 1,05 em fevereiro e 1,06 em março, valores superiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.

O presidente da APESPE-RH, Afonso Carvalho, sublinha no documento que o 1.º trimestre marca “um início de ano positivo” para o setor, com níveis mais próximos aos de 2020, “mas ainda abaixo do pré-pandemia em 2019”. Segundo realça o presidente da associação, “2021 foi um ano com um 1.º trimestre muito negativo devido ao confinamento, motivo pelo qual os índices estão acima”.

Afonso Carvalho destaca ainda “a importância da contratação de pessoas na faixa acima dos 50 anos, cerca de 10%, bem como de grupos com qualificação mais baixa, que obtêm novas valências através da experiência adquirida e formações a que têm acesso”.

O barómetro mostra que a maior parte dos colocados têm entre 16-24 anos (cerca de 26%), seguindo-se os que têm entre 25-29 anos (cerca de 20%), verificando-se “um ligeiro aumento da idade média dos colocados acima dos 30 anos para cerca de 54% no 1.º trimestre de 2022”.

O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas, com mais de 60% no 1.º trimestre, seguindo-se os trabalhadores com ensino secundário (mais de 20%) e as pessoas com licenciatura (cerca de 5% das colocações).

As empresas de “fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” voltam a assumir o topo nos setores de atividade do trabalho temporário (entre 12% a 14%) no 1.º trimestre, depois de terem passado para segundo lugar no trimestre anterior, atrás das empresas de “fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições”, que agora representam cerca de 8%.

Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, o 1.º trimestre é liderado pelas “outras profissões elementares”, mantendo o primeiro lugar e subindo de 23% para 27%.

Seguem-se os “empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (cerca de 18%) e, em terceiro lugar, os “trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (cerca de 11%), segundo o barómetro.

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Gasolina mais barata e gasóleo mais caro do que “preço eficiente”, estima ERSE

Naquele que é o primeiro relatório semanal de supervisão dos preços dos combustíveis, a ERSE alerta para uma diferença ligeira no preçário da semana passada. Gasolina esteve 1% mais barata.

Naquele que é o primeiro relatório de análise aos preços dos combustíveis, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) conclui que os preços de venda ao público em Portugal, na semana passada, diferiram ligeiramente daquilo que é considerado como “preço eficiente”. Segundo os cálculos do regulador: a gasolina esteve mais barata, mas o gasóleo mais caro. Em termos percentuais, a gasolina 95 simples foi anunciada nos pórticos 1% abaixo do referido “preço eficiente” e o gasóleo simples 0,3% acima.

“Relativamente à semana anterior verificou-se que a média dos preços de venda ao público anunciados nos pórticos, e reportada no Balcão Único da Energia, esteve 2,2 cêntimos por litro] abaixo do preço eficiente no caso da gasolina 95 simples e 0,5 cêntimos por litro acima no caso do gasóleo simples”, reporta a ERSE no documento divulgado esta segunda-feira. “Em termos percentuais, a gasolina 95 simples foi anunciada nos pórticos 1% abaixo do referido “preço eficiente” e o gasóleo simples 0,3% acima”.

Quanto aos preços de preços com descontos (publicados pela Direção Geral de Energia e Geologia e incorporando os descontos praticados, como os associados aos cartões frota), a reguladora informa que “a gasolina 95 simples apresentou um desvio de -3,6% face ao preço eficiente e o gasóleo simples -4,2%”, acrescentando que em termos absolutos, estas estimativas situam-se, para a gasolina 95 simples e para o gasóleo simples, “7,5 cêntimos por litro e 7,6 cêntimos por litro abaixo dos preços eficientes, respetivamente“, indica a ERSE.

Os ajustes sobre o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) vão representar esta semana uma redução de 20 cêntimos por litro na gasolina e de 17,5 cêntimos por litro no gasóleo.

De acordo como relatório semanal, prevê-se que para a semana de 30 de maio a 5 de junho, o preço médio semanal dos combustíveis antes de impostos seja de 1,232 cêntimos por litro para a gasolina 95 simples e de 1,186 euros por litro para o gasóleo simples.

Após impostos, o este preço ficará ficará nos 2,090 euros por litro e nos 1,875 euros por litro, para a gasolina 95 simples e para o gasóleo simples, respetivamente, informa o relatório.

Recorde-se que o ISP para a semana de 30 de maio a 5 de junho ficou determinado uma redução da taxa do ISP em 0,5 cêntimos por litro de gasolina simples, tendo o regime fiscal aplicável ao gasóleo mantendo-se inalterado. Já o preço dos combustíveis esta semana voltaram a subir. De acordo com as previsões do Ministério das Finanças, o litro de gasolina subiu 0,2 cêntimos, já tendo em conta as alterações ao nível da carga fiscal, e o do gasóleo 2,8 cêntimos.

(Notícia atualizada às 16h52)

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Portugal continua país da UE com mais novos casos de covid-19 e segundo do mundo

  • Lusa
  • 30 Maio 2022

Taiwan tem a maior média de novos casos diários (3.420), seguida de Portugal, Singapura (1.460), Austrália (1.440).

Portugal continua o país da União Europeia com mais novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por milhão de habitantes nos últimos sete dias e o segundo no mundo neste indicador, segundo o site estatístico Our World in Data.

A média diária de novos casos subiu de 2.290 por milhão de habitantes na semana passada para 2.580 esta segunda, seguindo-se a Espanha, com 449, Grécia, com 351, Alemanha (338) e Itália (334).

Considerando os países e territórios com mais de um milhão de habitantes, Taiwan tem a maior média de novos casos diários (3.420), seguida de Portugal, Singapura (1.460), Austrália (1.440), Nova Zelândia (1.360) e Panamá (727).

No que toca às novas mortes diárias atribuídas à covid-19, Portugal mantém a maior da União Europeia (3,19), praticamente sem alteração desde a semana passada, em que estava em 3,17, seguida da Finlândia, com 2,99, a Espanha com 2,15, a Irlanda com 1,72 e a Grécia com 1,56.

Em termos mundiais, olhando para territórios e países com mais de um milhão de habitantes, Taiwan tem a maior média diária de novas mortes atribuídas à covid-19 (3,95), seguida de Portugal, Finlândia, Nova Zelândia (2,65) e Espanha.

A média de novos casos diários por milhão de habitantes na União Europeia está em 269,51 e a de novas mortes diárias em 0,91, valores inferiores ao que se verificava na segunda-feira passada.

A média mundial de novos casos está em 62 e a de novas mortes atribuídas à covid-19 está em 0,19, também a descer em relação à semana passada.

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Operação da PJ resulta em 26 detidos envolvidos em ‘phishing’ bancário de milhões

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 30 Maio 2022

Investigação de quase um ano resultou na detenção de 21 homens e 5 mulheres. O modus operandi do grupo era o phishing bancário.

Vinte e seis pessoas foram detidas esta segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) numa operação contra o cibercrime relacionada com burla e falsidade informática, falsificação de documento, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa e que causou milhões de euros em prejuízos.

Segundo um comunicado da PJ, esta “vasta operação de combate ao cibercrime”, denominada “A 171”, deu cumprimento a 38 mandados de busca domiciliária e não domiciliária e decorreu nos concelhos de Lisboa, Sintra, Mafra, Odivelas, Loures, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Marinha Grande, tendo nela participado investigadores e peritos da PJ.

Dos 26 detidos, 21 são homens e cinco são mulheres, precisou a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, que atuou em colaboração com várias outras unidades da PJ e em articulação com a 8.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Segundo a PJ, o grupo criminoso atuou durante vários meses e terá lesado centenas de vítimas, causando um prejuízo superior a milhões de euros. A PJ ressalva que quer as vítimas quer o valor do prejuízo causado tenderão a aumentar uma vez que ainda falta identificar alguns inquéritos relacionados com esta atuação criminosa.

“O modus operandi associado é conhecido como phishing bancário e consiste no envio maciço de mensagens, SMS ou e-mail, com aparência de remessa por uma instituição bancária, contendo um texto padrão que induz a vítima a aceder a um endereço eletrónico. Posteriormente, as vítimas eram redirecionadas para um website semelhante à página do seu banco onde colocavam as suas credenciais de acesso do seu serviço homebanking“, indica a PJ.

Para garantir o sucesso do crime – esclarece ainda a PJ – as vítimas eram depois contactadas por chamadas de voz, por pessoa que se fazia passar por funcionário bancário, mas cujo único propósito era enganar e validar as transferências bancária ilícitas que tinham sido efetuadas, ou para “contas Mula” previamente abertas, para compra de cartões de crédito recarregáveis, ou compra de divisas estrangeiras, facilitando o branqueamento dos proventos obtidos.

Os detidos serão interrogados por um juiz de instrução criminal para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

Já esta tarde, em conferência de imprensa, o inspetor-chefe do UNC3T, Paulo Gonçalves, explicou que o grupo criminoso atuava em Portugal “com ramificações internacionais, não só no acesso ao homebanking, mas também na questão do branqueamento de capitais”. O branqueamento ocorria através de divisas e da aquisição de criptoativos.

Paulo Gonçalves apelou ainda para que os cidadãos utilizadores do homebanking tenham alguns cuidados, nomeadamente “conhecer as regras de segurança de cada instituição bancária” e saber quais os seus procedimentos próprios.

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Lisboa recebe conferência da ONU sobre os Oceanos, antecipando compromisso “robusto” e consensual

Depois de ter sido adiada por duas vezes, a conferência das Nações Unidas dedicada aos oceanos acontece em Lisboa numa altura em que a preservação deste recurso é cada vez "mais urgente".

Portugal vai ser palco da segunda conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) dedicada aos Oceanos e à concretização do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS14), referente à proteção da vida marinha, isto numa altura em que se assiste a uma degradação deste vasto recurso e se aproximam datas que definem importantes metas a nível ambiental.

“Os oceanos não têm estado nas prioridades políticas, económicas e nem nas mesas de negociações. É importante que isso mude”, começou por afirmar o presidente da comissão executiva Fundação Oceano Azul, esta segunda-feira, durante uma sessão informativa para media sobre o evento que decorre no próximo mês em Lisboa. “São um ângulo morto na nossa sociedade”, acrescentou Tiago Pitta e Cunha, sublinhando a necessidade do evento -, que irá reunir representantes da ONU, representantes de Estado e de governo, especialistas, organizações, empresas e outras entidades do setor, – traçar metas e definir objetivos claros para a sua preservação e recuperação. De acordo com o administrador da fundação, Emanuel Gonçalves, o oceano já aqueceu 0,76 graus Celsius e perdeu 2% do oxigénio entre 1960 e 2010 – dados “alarmantes” e que pedem por políticas reformadoras.

Segundo o responsável, a descarbonização da economia é uma das principais soluções a considerar em matéria de proteção dos oceanos, isto numa altura em que o recurso encontra-se ameaçado tanto pela emergência climática como pela crise da extinção de espécies.

Para esta segunda conferência, que decorre entre 27 de junho e 1 de julho, no Altice Arena, em Lisboa, espera-se que se chegue a uma declaração “curta, concisa e action oriented” entre governos e agentes políticos e embora ainda não esteja fechada a lista de inscrições, Alexandre Leitão mantém otimismo garantindo que espera representação dos países ao “mais alto nível”.

Questionado pelo ECO/Capital Verde sobre se a guerra na Ucrânia poderá comprometer a definição de metas e objetivos na conferência, Alexandre Leitão garante que não, ainda que não haja confirmações sobre se as delegações da Rússia ou da Ucrânia irão estar presentes. Por sua vez, Pitta e Cunha ressalvou que a participação da Federação russa, ou a falta dela, poderá ter impacto a nível da gestão do Pólo Norte.

“O que vimos em Nairobi [durante a Assembleia das Nações Unidas do Meio Ambiente, em 2019] mostra a vontade da comunidade internacional querer levar o mundo para a frente”, relembrou o presidente da comissão executiva da fundação. “A guerra pode funcionar como fator mobilizador”.

Quanto à resolução de Lisboa, os responsáveis não adiantaram detalhes sobre que metas ou compromissos poderão ser propostos e se será fácil o seu acordo, no entanto, Alexandre Leitão relembrou que “o texto tem que ser aprovado por unanimidade e esse nunca é um exercício fácil”, vincando a necessidade de “todos os países estarem disponíveis para se chegar a acordo” em prol dos oceanos.

“Um dos objetivos substantivos é termos uma declaração robusta, negociada por consenso, tanto quanto possível simples e concisa e que ilustre quão importante é dar seguimento ao ODS14”, disse Alexandre Leitão, acrescentando que o documento deve ser “curta, concisa, orientada para a ação e negociada entre governos”.

Sem confirmar que países estarão representados na conferência, o responsável revelou, no entanto, que cerca de duas dezenas de chefes de Estado e de Governo já confirmaram que estarão em Lisboa, bem como representantes ministeriais de 35 países, salientando que a quatro semanas do início, há ainda “imenso tempo” para mais confirmações.

Para já, sabe-se que virão representantes de 193 países e que 938 entidades da sociedade civil já se registaram, incluindo 75 fundações e 74 universidades.

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Portugal seduz empresas alemãs com cockpit de Valongo e cabelo de CR7

Industriais estão na Hannover Messe a tentar provar que “Portugal faz sentido” como hub de engenharia e fornecedor “verde e digital” para clientes alemães, alinhados com os anseios de Costa e Scholz.

Na madrugada de 3 de outubro de 2016, um incêndio destruiu por completo as instalações da Soplast, detida por Frederico Moura e Armando Alves e que emprega atualmente 70 pessoas em Valongo. Quase seis anos depois daquele que foi “o maior azar da [sua] história” iniciada em 1980, a empresa especializada na produção de componentes termoplásticos para os setores automóvel, construção e eletrónica está na Hannover Messe renascida (literalmente) das cinzas, tendo faturado perto de 8,4 milhões de euros no ano passado.

Depois de se ter estreado em 2019 nesta que é a maior feira do mundo no setor da tecnologia industrial, a empresa que reconstruiu a fábrica na freguesia de Campo começou esta segunda-feira a mostrar que “[leva] muito a sério a participação” neste evento. O diretor-geral, Henrique Rézio, descreve ao ECO como um “momento histórico” a apresentação mundial do UNIC2, um cockpit automóvel desenvolvido em parceria com a Universidade de Coimbra e já patenteado a nível internacional, que “faz uso de uma tecnologia única de eletrónica elástica capaz de ser integrada em geometrias ilimitadas e em vários materiais”.

O projeto UNIC2 da Soplast e da Universidade de Coimbra foi um dos selecionados para estar presente no Pavilhão de Portugal

O protótipo da Soplast é um dos destaques no hall da feira que concentra o maior número de empresas portuguesas – aquelas ligadas à engenharia, maquinaria e automação -, num total de 109 que durante quatro dias integram a comitiva portuguesa que quer atacar o Mittelstand alemão com fiabilidade e talento. Já no extremo oposto da Hannover Messe, há uma estreante -– a Insparya, dedicada ao diagnóstico, tratamento e investigação em saúde e transplante capilar — que consegue rivalizar nesta feira com gigantes mundiais à custa da imagem de… Cristiano Ronaldo. É que o futebolista do Manchester United e capitão da seleção nacional é sócio da empresa fundada e liderada pelo economista Paulo Ramos, que inclui ainda no grupo de acionistas o consórcio de fundos luso-britânico Vallis/Hermes.

Com clínicas no Porto, Braga, Lisboa, Vilamoura, Marbella e Madrid, o antigo grupo Saúde Viável conta com uma equipa de cerca de 300 pessoas e está na Alemanha a apresentar dois projetos: uma ferramenta de extração capilar que já está em utilização e o HairBot, que promete a automatização completa do procedimento de transplante capilar com recurso a um braço robótico. Foram ambos desenvolvidos pelos cinco engenheiros que trabalham no centro de investigação e desenvolvimento (I&D) dedicado à área da biomedicina e da robótica aplicada à saúde capilar, localizado há três anos na cidade Invicta (clínica da Foz) e no qual diz investir dois milhões de euros por ano.

“As pessoas primeiro reconhecem o Cristiano Ronaldo [no cartaz] e depois perguntam-nos pela tecnologia [risos]. Estamos a dar passos incrementais para automatizar o processo de transplante capilar, que será uma vantagem competitiva face às outras clínicas. E queríamos mostrar que, além dos serviços médicos, existe esta componente tecnológica dentro do grupo, da qual estamos muito orgulhosos”, resume ao ECO um dos engenheiros da equipa de investigação da Insparya, João Correia Leite, notando que estas inovações foram desenvolvidas e fabricadas em Portugal, com 80% dos componentes de origem nacional.

João Correia Leite integra o centro de investigação e desenvolvimento da Insparya, dedicado à biomedicina e robótica aplicada à saúde capilar30 maio, 2022

O “talento, a inovação, a qualidade e a fiabilidade” da indústria portuguesa são os principais argumentos destacados pela AICEP, que, nesta edição de 2022 em que Portugal tem o estatuto de país parceiro da Hannover Messe, assume a coordenação da participação nacional com a associação do metal (AIMMAP) e com a CCILA – Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã. E com um forte apoio político, além de um cheque de quatro milhões de euros. Depois da abertura institucional realizada na noite de domingo por António Costa e Olaf Scholz, o primeiro-ministro português e o chanceler alemão voltaram a estar juntos esta segunda-feira no recinto da feira, percorrendo durante duas horas alguns dos stands para conhecer projetos de parceria entre os dois países.

Siegfried Russwurn, presidente da confederação da indústria alemã (BDI), notou na sessão de abertura que “sabe bem sentir o apoio político”, numa altura em que reconheceu estar “assustado com a situação da guerra na Ucrânia, que ameaça os equilíbrios” necessários também na vertente empresarial. “Está na altura de o Governo olhar para as empresas como parceiras”, reforçou António Saraiva, presidente da CIP. Olaf Scholz dramatizou a necessidade de a indústria inovar para ser “mais verde, mais inteligente e mais eficiente”; e Costa garantiu ao sucessor de Angela Merkel que Portugal está em boas condições para cooperar.

O chefe do Executivo socialista sublinhou que, numa altura em que a “Europa está a relocalizar uma parte da sua produção” novamente para o continente, “Portugal é o sítio para se adquirir equipamento e inputs industriais para investir e para inovar”. “Neste momento, com as transições climática e digital, Portugal é o país para fazerem crescer os vossos negócios de uma maneira verde e digital”, insistiu António Costa, dirigindo-se aos empresários alemães presentes na plateia e terminando a intervenção com entusiasmo: “Let’s do business!”.

Máquinas e software para integrar na indústria alemã

Foi precisamente para fazer negócios que a Cheto viajou de Oliveira de Azeméis para Hannover, contando “aumentar a credibilidade da sua marca no mercado alemão e dignificar a tecnologia Made in Portugal”. Criada em 2009 por Carlos Teixeira e Sérgio André, produz máquinas de furação profunda e fresagem para os setores dos moldes, do petróleo e gás, e da energia nuclear. Exporta para vários mercados na Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul, com o presidente executivo a destacar países como a Noruega ou a Coreia do Sul, que a “procuraram pela inovação e pela capacidade de resposta em setores avançados como os da energia”.

Líder de uma empresa que ocupa cerca de 10 mil metros quadrados na Área de Acolhimento Empresarial de Ul-Loureiro, emprega perto de 50 pessoas e gera uma faturação anual média de 7,5 milhões de euros, Carlos Teixeira explica ao ECO que as máquinas da Cheto se distinguem pela “integração completa de furação profunda e fresagem numa só máquina ferramenta”. A presença na Hannover Messe, aponta, é “uma excelente oportunidade para apresentar ao mercado alemão o novo modelo SIC 1000, (…) que surge de um grande investimento no desenvolvimento tecnológico, mostrando a [sua] capacidade de customização digital e adaptação à indústria 4.0”.

As máquinas da Cheto distinguem-se pela integração completa de furação profunda e fresagem numa só ferramenta

A digitalização é outra das grandes apostas de Portugal para esta edição da Hannover Messe, que arrancou esta segunda-feira e só termina no dia 2 de junho. É no pavilhão dedicado aos ecossistemas digitais, onde estão mais 14 empresas nacionais, que a Infraspeak está a mostrar a sua plataforma inteligente de gestão de manutenção e infraestruturas. Fundada em 2015, a empresa sediada no Porto tem também escritórios em Londres (Reino Unido), Barcelona (Espanha) e Florianópolis (Brasil), tem 160 trabalhadores, soma mais de 600 clientes em duas dezenas de mercados e realizou recentemente uma ronda de investimento (série A) no valor de dez milhões de euros.

Rui Santos Couto, vice-presidente para a área do crescimento, diz ao ECO que o “ponto alto” em Hannover vai ser o lançamento conjunto da integração da plataforma da Infraspeak com o Building Management System (BMS) da Siemens, para permitir que todos os dados recolhidos possam ser transformados em ações concretas de manutenção, em tempo real. Resultado esperado? “Redução de consumos de energia e de componentes dos equipamentos, com um impacto relevante na pegada carbónica dos edifícios e na sustentabilidade”. “Os edifícios são hoje responsáveis por perto de 50% das emissões anuais de CO2, sendo que 27% estão diretamente relacionadas com a operação. É urgente tornar os edifícios mais eficientes e a manutenção é uma das principais alavancas para o aumento dessa eficiência”, argumenta o gestor.

Os edifícios são hoje responsáveis por perto de 50% das emissões anuais de CO2, sendo que 27% estão diretamente relacionadas com a operação. É urgente tornar os edifícios mais eficientes e a manutenção é uma das principais alavancas para o aumento dessa eficiência.

Rui Santos Couto

Vice-presidente da Infraspeak

 

Esta conexão das PME com as perto de 600 organizações alemãs presentes no mercado português está presente em todos os discursos e até na maior parte dos stands. Além da portuense Infrapeak, também a Introsys trouxe à feira trabalho para mostrar: um sistema de localização de veículos em tempo real para a unidade da Volkswagen Autoeuropa, designado Sinergea. A Siemens forneceu o hardware e o software, assim como a engenharia. A Introsys, instalada junto à fábrica de Palmela, tratou do desenvolvimento, programação e implementação do software em função das especificações fornecidas pela equipa de planeamento logístico da construtora automóvel.

Outros projetos que a Siemens está a mostrar em Hannover, a par dos hubs exportadores que localizou em Portugal para modernizar portos e para soluções logísticas para armazéns automáticos, são um sistema de gestão inteligente de resposta a inundações, energia e qualidade das águas balneares desenvolvido com a Águas do Algarve e diversas universidades; a plataforma de produção modular adaptável a várias indústrias, com a Zeugma e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP); o armazenamento de energia e gestão de microrrede na Ilha Terceira para a EDA – Eletricidade dos Açores; a parceria com a CaetanoBus para a eletrificação e descarbonização de autocarros; e um projeto que acelera a recuperação de pacientes no Hospital da Luz, através de luzes humanizadoras.

Outro símbolo desta ligação luso-alemã é o centro de investigação que a Fraunhofer tem em Portugal desde 2009, com o chanceler Olaf Scholz a referi-lo na sessão de abertura da Hannover Messe como “um grande sucesso”. Com sede no Porto e escritórios em Lisboa, surgiu de uma parceria entre a Sociedade Fraunhofer (Fraunhofer-Gesellschaft), a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e a Universidade do Porto. Com uma carteira de clientes de áreas de negócio como a saúde, agricultura, retalho ou energia, tem competências consolidadas nas áreas da inteligência artificial, sistemas ciberfísicos e design centrado no utilizador.

“O nosso lema é resolver problemas reais da sociedade, usando a inovação. Propomos soluções em tecnologia avançada que tenham em conta as necessidades dos utilizadores finais”, resume Liliana Ferreira, diretora do Fraunhofer Portugal AICOS. Em 2021, de acordo com os dados fornecidos ao ECO por esta organização, as receitas de projetos de investigação aumentaram 34%, para um total de 2,7 milhões de euros, contando atualmente com 96 colaboradores, incluindo investigadores, equipa de suporte, bolseiros e alunos de mestrado.

Do metal de Águeda às cintas de Arouca. Outras dez empresas para seguir na cimeira industrial de Hannover

Portugal está (até literalmente) no centro da maior feira industrial do mundo, aproveitando o estatuto de “país parceiro” na edição de 2022 da Hannover Messe, que arranca esta segunda-feira e só termina a 2 de junho. Entre a comitiva nacional que integra um total de 109 empresas, o ECO mostra o histórico, as novidades e as expectativas de dez projetos ligados aos setores da engenharia e maquinaria, automação, energia e serviços digitais.

Fundiven

Presente na Hannover Messe desde 2011, a Fundiven volta a ver nesta feira “uma oportunidade para estar com os clientes do principal mercado”, conta ao ECO o administrador, Joaquin Almeida. Fundada em 1978 por Ricardo Anjos e Vítor Almeida com o objetivo de produzir peças em alumínio por fundição injetada, a empresa familiar de Águeda é gerida atualmente pelas segunda e terceira gerações, emprega 180 pessoas e no ano passado gerou receitas de 13 milhões de euros.

Direta ou indiretamente, a exportação pesa 90% do negócio e a Fundiven – Fundição Venezuela “continua a apostar nos mercados mais desenvolvidos da Europa para crescer”. Além da Alemanha, também Suécia, França, Reino Unido, Bélgica e Espanha se destacam na lista de clientes em setores como a indústria do gás, automóvel, eletrodomésticos, eletricidade e eletrónica, máquinas e equipamentos industriais, e mobilidade suave.

“Hannover Messe já é para nós uma presença tradicional desde 2011. Uma oportunidade para estar com os clientes do nosso principal mercado.

Joaquin Almeida

Administrador da Fundiven

Depois do “forte investimento” realizado nos últimos anos, conta hoje com 30 mil metros quadrados de área edificada, 23 células de injeção e 17 centros de maquinação e equipamentos de primeira linha na área de controlo de qualidade e ambiente. Joaquin Almeida sublinha que a Fundiven continua a “apostar nas feiras como um meio de afirmação perante os clientes tradicionais e como um meio para [se] apresentar a potenciais novos clientes”.

ETMA Metal Parts

O sistema de dez Processos Produtivos Integrados, que a ETMA Metal Parts reclama ser caso único na Europa — e que tem na lista de “benefícios” um maior controlo de processos internos, a redução de custos (logística e qualidade) e maior flexibilidade –, continua a ser a principal aposta da empresa de Braga, pelo que este “será, sem dúvida, um dos motivos de maior atração ao stand” na Hannover Messe. Em declarações ao ECO, o administrador, António Miranda, frisa que esta feira “proporciona o ambiente e as condições ideais para apresentar as suas capacidades, tecnologias, soluções e novidades, não só para manter a relação com os [atuais], mas também numa perspetiva de angariação de novos clientes”.

António Miranda, administrador e diretor comercial da ETMA

Criada em 1940, esta fabricante minhota de peças metálicas de pequena dimensão tem mais de 200 trabalhadores, faturou 13,4 milhões de euros em 2021 e tem como principais mercados Espanha, Polónia, França, Hungria, Holanda, República Checa e Alemanha. Hitachi, Schneider Electric, Aspöck, Bosch, Continental, ABB, Borgwarner, Efapel, Lear Corporation, Novares são os principais clientes. António Miranda, que é também diretor comercial, descreve como “estratégica” a diversificação da atividade em várias áreas de negócio, incluindo as indústrias de componentes automóveis; bicicletas, ciclomotores e motociclos; elétrica; eletrodomésticos; sistemas de fixação; e injeção de plásticos.

Fábrica da ETMA Metal Parts, em Braga

Celoplás

Com unidade industrial de 41 mil metros quadrados de área total instalada a poucos quilómetros, em Grimancelos, no concelho vizinho de Barcelos — onde tem um parque com cerca de uma centena de máquinas de injeção e uma equipa com mais de 200 pessoas que trabalha 24 horas por dia e sete dias por semana –, a Celoplás, fundada em 1989, exporta também mais de 95% da produção para a Europa e para a Ásia (sendo o alemão o principal destino), num total de vendas próximo dos 30 milhões de euros.

Fábrica da Celoplás, em Barcelos

O que faz? Projeta, desenvolve e fabrica – através do processo de moldação por injeção e microinjeção – mais de 200 milhões de componentes de engenharia de elevada precisão por ano. Além disso, desenvolve e produz componentes à escala micro, utilizando tecnologias de micromaquinação e micromoldação. Está em Hannover para mostrar as competências em “produtos tecnicamente exigentes, envolvendo processos complexos”. O presidente, João Cortez, diz ao ECO que vê nesta feira “mais uma oportunidade para reforçar a sua posição competitiva (…) em especial no mercado alemão, caracterizada pela capacitação para a inovação e ainda para aceitar novos desafios tecnológicos situados na vanguarda da tecnologia”.

Artefita

De Barcelos para Escariz, freguesia de Arouca cujo nome deriva até do germânico “Aschari”. É lá que mora desde 1995 a Artefita, atualmente com 115 funcionários e receitas anuais de nove milhões de euros conseguidas sobretudo em França, Suécia, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. Repete-se o objetivo, verbalizado ao ECO pelo diretor-geral, Gonzaga Oliveira, de mostrar na Hannover Messe 2022 “a verticalização do processo produtivo, a capacidade de adaptação ao desenvolvimento de novos produtos e a forma cada vez mais sustentável como os produz”. Expondo, por exemplo, alguns produtos reciclados e diversos acessórios em plástico e metal 100% produzidos localmente.

É possível encontrar os nossos produtos na embalagem, no desporto, na logística, nos cuidados de saúde, na organização de eventos, na construção ou em cadeiras de bebé.

Gonzaga Oliveira

Diretor-geral da Artefita

A Artefita produz cintas de fixação, de segurança e multiusos, que desenvolve à medida de cada cliente OEM (Original Equipment Manufacturer) e à escala global. A partir das fitas têxteis produzidas dentro de portas ou em parceria com os clientes em 35 países, desenvolve, testa e adapta diversos tipos de soluções que podem ser encontradas em embalagens, no desporto, na logística, nos cuidados de saúde, na organização de eventos, na construção ou em cadeiras de bebé. “Esperamos com esta participação, que é a 40ª num evento fora de Portugal, poder trazer vários desafios para posteriormente, com a nossa fantástica equipa, os convertermos em negócios”, acrescenta o gestor.

Do iT Lean

No Hall 5 da Hannover Messe, numa área dedicada aos ecossistemas digitais, estará durante quatro dias a Do iT Lean, sediada em Leiria e com perto de 300 colaboradores, que é uma empresa de desenvolvimento de aplicações web e mobile baseadas em exclusivo na plataforma low-code do “unicórnio” português OutSystems. Fundada em novembro de 2009 por Frederico Ferreira e Pedro Delgado, no ano passado fez no estrangeiro quase 80% das vendas totais de 15 milhões de euros, com destaque para EUA, Canadá, França, Espanha, Reino Unido, Países Baixos, Hong Kong, Malásia, Austrália e Singapura.

Em declarações ao ECO, o fundador e presidente, Frederico Ferreira, relata que aceitou o convite da associação dos industriais do metal (AIMMAP) para integrar a delegação portuguesa nesta feira “com o objetivo de demonstrar o portefólio de projetos de transformação digital para empresas de todas as dimensões, diferentes setores de atividade e de diferentes países”. Expandir a presença na Europa, conquistar novos clientes para entregar estas “soluções ‘lean’ fáceis de usar e manter”, aumentar o alcance e o reconhecimento da marca, e “ter a oportunidade de interagir diretamente” com os milhares de visitantes. Estas são as metas do responsável da Do iT Lean para a participação de estreia nesta feira.

Frederico Ferreira, CEO da Do iT Lean

Bresimar Automação

Soluções nacionais com inovação de ponta é também o que traz à Hannover Messe o grupo Bresimar, presença habitual na feira desde 2013 e que dedica o stand às novidades desenvolvidas “dentro de portas” pela Tekon Eletronics. Uma marca que criou em 2011 para consolidar o investimento em Investigação & Desenvolvimento (I&D), especializada em tecnologia de sensores sem fios para recolha de variáveis como temperatura, humidade, pressão, qualidade do ar ou CO2. Também na Alemanha está a Selmatron, empresa do grupo que fornece soluções especializadas de automação industrial e máquinas especiais para a Indústria 4.0.

Para João Breda, administrador do grupo especializada em equipamentos, sistemas e soluções para automação industrial, esta feira visitada por centenas de milhares de pessoas abre “uma oportunidade com um alcance de nível global”. Citado em comunicado, mostra-se “otimista pelo potencial tremendo em gerar clientes”. No stand, nas conferências ou nos showcases, vai apresentar as “valências, experiência e criação de valor para o cliente”, completa o gestor da empresa de Aveiro. Fundada em 1983, emprega 110 pessoas e em 2022 espera crescer 10% em relação aos 13 milhões de euros com que fechou o exercício do ano passado.

Energest

A energia é um dos temas quentes do momento e as soluções nesta área merecem um espaço próprio na participação portuguesa. Entre as 13 empresas, incluindo as gigantes EDP, Galp, REN ou Efacec, está a estreante Energest, localizada na Maia, que se dedica à conceção, projeto, construção e montagem de equipamentos e instalações térmicas industriais para vários setores: alimentar e bebidas, cimento, embalagens, fabricantes de equipamentos, farmacêutica, papel, madeiras, produção de energia, química e têxtil. Vocacionada para a consultoria em engenharia, tem 46 colaboradores e uma faturação anual de 7,2 milhões de euros.

Dos projetos em exibição na feira destacam-se as caldeiras de recuperação que aproveitam a energia contida nos gases de escape de turbinas e motores; e uma caldeira de vapor a gás natural / hidrogénio desenvolvida para a Navigator, em Setúbal, que apresenta como “a caldeira de maior potência construída em Portugal”. Um equipamento que diz permitir reduzir as emissões de CO2, aumentar a eficiência através da utilização de Best Available Technologies e elevar a eficiência na preparação e no transporte de combustível, diminuindo os riscos ambientais.

“A experiência adquirida ao longo de mais de três décadas pela equipa de engenharia multidisciplinar tem sido reconhecida, em vários projetos, por várias multinacionais de referência no setor da transformação de energia. Em Hannover, pretendemos dar a conhecer às empresas alemãs e de outras geografias as fortes competências da Energest no desenvolvimento de sistemas de transformação de energia”, resume ao ECO o administrador e fundador, José Guedes.

Cleanwatts

Outra empresa nacional em evidência na “ilha” da energia é o de uma cleantech digital sediada em Coimbra e com operações espalhadas pela Europa, EUA, Brasil e Japão, que no ano passado instalou a primeira comunidade de energia renovável (CER) em Portugal e que lidera o projeto de empreendedorismo social “100 Aldeias”, que está a implementar comunidades de energia em zonas rurais e interiores. Fundada em 2014, a Cleanwatts mostra em Hannover sistemas de otimização energética e o seu sistema operativo para a gestão das CER, que a cofundadora e diretora de tecnologias (CIO) apresenta ao ECO como “uma resposta aos grandes desafios da transição energética”.

Luísa Matos, CIO e cofundadora da Cleanwatts

A proposta das CER é a promoção de uma comunidade sustentável, com centrais de produção partilhadas, onde todos os membros consomem energia verde, limpa, produzida localmente e a custos reduzidos. Em Portugal, a Cleanwatts é pioneira na implementação das CER, assegurando todas as etapas do processo: organiza, gere, financia e constrói as soluções, projetando-as à medida dos modelos mais adequados para cada comunidade. (…) Vamos procurar demonstrar [nesta feira] os nossos casos de sucesso e alargar conhecimento de mercado, assim como criar awareness nesta área tão importante para a Europa, no contexto atual de uma maior independência energética, e obter novos leads comerciais”, resume Luísa Matos.

ISQ

É também no Hall 13 que está “estacionada” por estes dias o ISQ, que nesta terceira presença consecutiva em Hannover, como destaca ao ECO o presidente, Pedro Matias, vem mostrar soluções inovadoras na área do hidrogénio, assim como o desenvolvimento de algoritmos para a utilização de drones em inspeções técnicas industriais avançadas, nomeadamente em espaços confinados. Foi em 2004 que iniciou atividade nesta área, quando num projeto europeu investigou os efeitos da introdução de mistura de hidrogénio na rede europeia de gás natural. Hoje reclama ter know-how para avaliar a conversão de processos ou equipamentos para a utilização de hidrogénio, desde a fase de produção até ao transporte e distribuição.

Outro “projeto absolutamente disruptivo” em que participou e que está em exibição na Alemanha é o da cápsula espacial com revestimento de cortiça que foi desenvolvida para a agência espacial europeia (ESA). Será a primeira vez na história que uma sonda vai a Marte recolher amostras do solo e trazer qualquer coisa de volta ao planeta Terra. “Estes projetos demonstram que hoje em dia a indústria portuguesa e a engenharia portuguesa subiram na cadeia de valor e estão a um nível bastante elevado. As empresas portuguesas são cada vez mais procuradas para o desenvolvimento de soluções integradas de engenharia, nomeadamente em termos das necessidades da Indústria 4.0”, sustenta Pedro Matias.

A indústria portuguesa e a engenharia portuguesa subiram na cadeia de valor e estão a um nível bastante elevado.

Pedro Matias

Presidente do ISQ

Critical Manufacturing

Quem conhece os cantos ao recinto de Hannover é a Critical Manufacturing, que marca presença desde 2013 e que este ano está presente com o stand habitual (Hall 4) e integrado na delegação portuguesa dos ecossistemas digitais. “Por um lado, queremos manter o nosso espaço junto das maiores empresas mundiais com soluções para a indústria, como a Microsoft, Google e SAP. Por outro, queremos aproveitar o facto de Portugal ser o país parceiro e todas as oportunidades que essa chancela nos podem trazer”, resume Francisco Almada Lobo, CEO e um dos fundadores em 2009 da companhia instalada no Tecmaia – Parque de Ciência e Tecnologia da Maia.

Fabricante de produtos de software de gestão da produção, automação e analítica para várias indústrias de base tecnológica, emprega atualmente mais de 300 pessoas – e está à procura de mais 200 engenheiros -, faturou 33 milhões de euros em 2021 e é detida desde 2018 pela gigante de Singapura ASM, cotada na Bolsa de Hong Kong e líder mundial em equipamentos para semicondutores. Em evidência na Alemanha está o sistema de gestão de operações (MES) que disponibiliza através da cloud, nas instalações do cliente ou de forma híbrida.

“Estando o mundo em constante mudança devido a pandemias, guerras e novas aquisições, a Critical Manufacturing acredita que é necessário haver um software que seja rápido de implementar, em qualquer lado e a qualquer hora”, conclui o empresário, que trabalhava na mega fábrica de componentes eletrónicos da Qimonda em Vila do Conde quando a multinacional de origem alemã entrou em processo de insolvência.

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Inflação na Alemanha sobe em maio para novo máximo em quase 50 anos

  • Lusa
  • 30 Maio 2022

A inflação subiu 0,9% em maio face a abril, quando a inflação homóloga atingiu 7,4%. Quanto aos alimentos, os preços também subiram a uma taxa acima da média de 11,1%.

A inflação homóloga na Alemanha subiu para 7,9% em maio, um novo máximo em quase meio século, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pela agência federal de estatística alemã Destatis.

Em comunicado, a Destatis afirma que a inflação subiu 0,9% em maio face a abril, quando a inflação homóloga atingiu 7,4%, precisando que os dados finais sobre o aumento de preços em maio serão divulgados em 14 de junho.

“Desde o início da guerra na Ucrânia os preços da energia em particular aumentaram acentuadamente e têm um impacto significativo na elevada taxa de inflação”, explicou a Destatis, salientando que os preços da energia aumentaram 38,3% em maio de 2022 em comparação com o mesmo mês do ano passado. Quanto aos alimentos, os preços também subiram a uma taxa acima da média de 11,1%.

A Destatis relata que está a ocorrer um efeito em cascata nos aumentos de preços, que se repercutem entre si em vários níveis de atividade, ao que se juntam os “efeitos sobre os preços das cadeias de abastecimento perturbadas em resultado da pandemia da covid-19”.

A agência constata que a última vez que a taxa de inflação na Alemanha foi tão elevada como em maio de 2022 foi no Inverno de 1973/1974, quando os preços do petróleo também subiram acentuadamente em resultado da primeira crise petrolífera.

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