Recandidatura de Biden deixa otimistas democratas (e republicanos)

  • Lusa
  • 26 Abril 2023

Nos bastidores da oposição republicana, a sensação também foi de otimismo e entusiasmo, por verem no octogenário democrata "um alvo fácil" a atacar na campanha eleitoral que se avizinha.

O anúncio oficial da recandidatura de Joe Biden à Presidência norte-americana conseguiu agradar aos democratas, que veem com otimismo os resultados do seu mandato, mas também os republicanos, que olham para o octogenário como um “alvo fácil”.

Ao romper da manhã de terça-feira nos Estados Unidos, Biden oficializou a sua candidatura às presidenciais de 2024, não apanhando ninguém de surpresa, uma vez que há vários meses que vinha afirmando publicamente que o anúncio estaria para breve. O anúncio veio em formato de vídeo, precisamente no dia em que se cumpriram quatro anos desde que lançou a campanha eleitoral que o levou à Casa Branca, após derrotar Donald Trump no sufrágio de 2020.

A resposta do partido rival não tardou, com o Comité Nacional Republicano – órgão político máximo do partido – a lançar igualmente um vídeo com um representação sombria do futuro caso seja reeleito Biden, que classificaram de “Presidente mais fraco” que os Estados Unidos já tiveram. Publicamente, várias figuras republicanas como o ex-presidente Donald Trump ou a líder do partido, Ronna McDaniel, advogaram que Biden não merece mais quatro anos, porque tudo o que fez foi “criar crises” e “destruir os Estados Unidos”.

Contudo, nos bastidores da oposição a sensação foi de otimismo e entusiasmo, por verem no democrata “um alvo fácil” a atacar na campanha eleitoral que se avizinha. “Biden é um alvo fácil”, disse ao jornal Politico o estratego Republicano David Carney, num momento em que os conservadores planeiam jogar com as incertezas que pesam sobre o octogenário, insistindo na idade e na fragilidade de Joe Biden e definindo-o como o Presidente em exercício mais fraco a concorrer à reeleição desde Jimmy Carter, há 44 anos.

“O Presidente está numa forma notavelmente fraca para um candidato à reeleição”, disse o republicano Bill McInturff, que codirigiu uma sondagem recente da NBC News que mostra Biden a perder para um candidato Republicano aleatório.

Por outro lado, e apesar de os números das sondagens permanecerem baixos para Biden, os democratas acreditam que o atual Presidente está em terreno muito mais sólido para disputar as próximas eleições do que qualquer candidato republicano. A maioria dos políticos democratas tem declarado publicamente o seu apoio a Biden – que completaria 86 anos no final de um segundo mandato –, mostrando uma unidade que contrasta com as profundas divisões no partido rival.

Os democratas mostram-se confiantes de que os resultados de Biden a nível legislativo e os seus mais de 50 anos de experiência em Washington vão sobrepor-se às preocupações em torno da sua idade. Numa análise ao anúncio de recandidatura, o jornal The New York Times destacou alguns pontos a favor de Biden, como o “baixo desemprego, uma economia notavelmente resiliente e um histórico invejável de realizações legislativas” alcançados no seu mandato.

Entre as figuras democratas que manifestaram apoio a Biden estão o ex-presidente Barack Obama e a antiga candidata presidencial Hillary Clinton. “Tenho orgulho de tudo o que Joe Biden e o seu Governo realizaram nos últimos anos. Ele trabalhou em benefício do povo norte-americano e continuará a fazê-lo assim que for reeleito. Vamos trabalhar!”, disse Obama numa mensagem na rede social Twitter.

Também no Twitter, Hillary Clinton, que continua a ter um grande peso dentro do partido, expressou o seu apoio a Biden e à vice-presidente Kamala Harris, a primeira mulher a chegar a esse cargo. “Joe e Kamala são as melhores pessoas para o trabalho de defender a Democracia, lutar pelos nossos direitos e garantir que todos tenham uma oportunidade”, disse Clinton, que perdeu a eleição de 2016 para Donald Trump.

O Comité Nacional Democrata manifestou igualmente apoio total a Joe Biden e já disse que não planeia organizar debates para as primárias do partido, indicando que o Presidente deverá concorrer sem grande oposição dentro da sua formação política. Além dos democratas, o senador independente e ex-candidato presidencial Bernie Sanders confirmou na terça-feira o seu apoio a Biden, afirmando que fará tudo ao seu alcance para garantir que seja reeleito.

A última coisa que o país precisa é de um Donald Trump ou qualquer outro demagogo de direita que vai tentar minar a democracia americana ou retirar o direito de escolha às mulheres ou ignorar a crise da violência com armas, o racismo, o sexismo e a homofobia”, disse Sanders, de 81 anos, que mantém uma alta popularidades entre o eleitorado mais jovem.

Já nas ruas de Nova Iorque e de Washington, o anúncio da recandidatura de Biden foi recebido entre entusiasmo e ceticismo. Louise Stamp, uma aposentada de 66 anos ouvida pela agência AFP disse estar “satisfeito” com o histórico do Presidente, avaliando que a mudança no país “não acontece da noite para o dia”.

Para Rodney Grimes, um nova-iorquino de 59 anos, a idade de Biden “não é um critério” de escolha. “Para os mais velhos, como para os mais jovens, se a sua mente está intacta, se a sua saúde está boa, a sua idade realmente não importa”, defendeu este apoiante de Joe Biden.

Já em Washington, Roger Tilton vê precisamente na idade de Joe Biden um impedimento para um segundo mandato. “Tenho 72 anos. Ele é mais velho do que eu. Realmente é muito velho para este cargo. Joe Biden fez um trabalho muito bom, mas a minha mente não está tão aguçada como há 20 anos, e não há chance de a dele também estar”, observou o aposentado.

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Aposta da TAP no negócio de manutenção no Brasil foi “fraude enorme”, diz sindicato

O presidente do do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos afirmou que eram pagas faturas inflacionadas pela TAP à antiga Varig Manutenção e Engenharia para suportar a empresa.

Paulo Duarte, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), afirmou na comissão parlamentar de inquérito que a aposta continuada da TAP no negócio de manutenção e engenharia no Brasil foi uma “fraude enorme”, que envolveu faturas inflacionadas pagas à empresa.

A TAP comprou a Varig Manutenção e Engenharia (VEM) em 2005, era Fernando Pinto o CEO. A empresa brasileira deu sempre prejuízos, obrigando a companhia aérea a contabilizar perdas de mil milhões de euros em 2021 e a avançar para a liquidação.

“Desde o início que andamos a dizer que tinha de se cortar o mal pela raiz. Foi uma fraude enorme e que aportou à TAP mais de mil milhões de prejuízo. Havia faturas de trabalho pagas com custo muito superior ao do valor de mercado. Foi dessa forma que foi transferido dinheiro para o Brasil”, afirmou Paulo Duarte.

“A partir de determinada altura fecharam a torneira de saídas de dinheiro para o Brasil. Foi dada indicação de que não haveria mais transferências. A forma de continuar a haver dinheiro era a prestação de trabalho”, explicou. “A TAP pagou dívidas que a VEM tinha ao Estado Brasileiro. Foi bom para eles, nunca foi para nós”, acrescentou o dirigente do maior sindicato que representa o pessoal de terra da TAP.

Bruno Dias, deputado do PCP, insistiu no tema, questionando se as preocupações tinham sido partilhadas com os sucessivos conselhos de administração e qual a resposta. “A Varig tinha falido. O que nos foi dito é que era importante acompanhar e ver se entrava alguém que pudesse ameaçar a posição da TAP. Houve várias negociatas, não tenho outra forma de dizer isto. Foram criadas empresas, que depois tiveram de ser compradas. Houve muita gente envolvida. O antigo administrador Diogo Lacerda Machado [nomeado pelo PS] sempre defendeu o negócio com unhas e dentes. Se ainda lá estivesse se calhar a VEM ainda estava aberta“, afirmou.

Questionado pela deputada Mariana Mortágua, acrescentou que o empresário “Stanley Ho era um dos interessados que constituiu uma empresa para o negócio da VEM em que a TAP pagava tudo o que ele investiu, com prémio”. Sobre a intervenção de Diogo Lacerda, conhecido por ser amigo de António Costa, disse que “enquanto ele esteve presente na empresa e todas as vezes que falámos sobre este assunto, nunca deu abertura, defendendo que a M&E Brasil era um bom negócio e que não havia outra forma. Era uma inevitabilidade. Se fechássemos íamos ter incidentes diplomáticos”.

Alertámos o Pedro Marques. A única vez que tivemos um interlocutor sobre esta matéria e que se interessou foi Pedro Nuno Santos“, disse Paulo Duarte, referindo-se aos dois antecessores de João Galamba no Ministério das Infraestruturas.

Novo CEO “não conhece plano de reestruturação da TAP”

Questionado pelo PSD sobre se o atual CEO, Luís Rodrigues, teve conhecimento dos pagamentos à VEM durante a sua primeira passagem pela TAP, Paulo Duarte disse que aqueles aconteceram numa fase posterior. Respondeu também desconhecer as razões para a saída da companhia na altura.

Paulo Duarte revelou que Luís Rodrigues teve esta quarta-feira uma interação com os trabalhadores onde “comunicou que não conhece o plano de reestruturação da TAP”. Questionado pelo PSD sobre se a reunião tinha sido com todos os sindicatos, afirmou que a reunião foi marcada de forma célere e que não esteve presente, não podendo dizer quais os dirigentes sindicais que participaram, sendo que nem todos são trabalhadores da TAP”. Acrescentou que o novo CEO “não se comprometeu com nada”.

Tal como o presidente do SNPVAC, que foi ouvido antes pela comissão de inquérito, o dirigente do SITAVA defendeu o fim dos cortes salariais e a preservação do hub da TAP no aeroporto de Lisboa.

(notícia atualizada às 19h15)

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Conheça os sete consórcios regionais que vão acelerar o comércio digital

Programa inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação total de 55 milhões de euros, prevê abranger 30 mil empresas. Veja os líderes dos consórcios em cada região.

O Ministério da Economia anunciou esta quarta-feira os sete consórcios vencedores para as aceleradoras do comércio digital, um programa inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com uma dotação total de 55 milhões de euros e que prevê abranger 30 mil empresas.

Os consórcios vencedores correspondem às sete regiões NUTS II que irão depois constituir uma aceleradora do comércio digital em cada uma das sub-regiões NUTS III, num total de 25 aceleradoras em todo o país. Estes foram os líderes dos consórcios vencedores, por região, anunciados após a apresentação pública dos projetos:

  • Norte: Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP);
  • Centro: Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro (CEC-CCIC);
  • Área Metropolitana de Lisboa: Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI);
  • Alentejo: Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja (ACSTDB);
  • Algarve: Associação dos Empresários de Quarteira e Vilamoura (AEQV);
  • Madeira: Associação Comercial e Industrial do Funchal, Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM);
  • Açores: Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria (CCIPD)

Em comunicado enviado às redações, o Ministério liderado por António Costa Silva sublinha que este programa, que abrange todo o território nacional, vai “capacitar as micro, pequenas e médias empresas do comércio, serviços, restauração e similares, no seu desenvolvimento e maturidade digital”.

O projeto vai decorrer em várias fases: as aceleradoras do comércio digital vão executar um diagnóstico da maturidade digital de cada empresa, elaborar um plano estratégico individual e apoiar a aquisição de serviços e incentivos específicos no âmbito do chamado Catálogo de Serviços de Transição Digital.

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Função Pública vai ter acesso a baixas de até três dias pelo SNS24 a partir de maio

  • Lusa
  • 26 Abril 2023

A proposta foi aprovada com os votos a favor do PS e do BE e a abstenção do PSD e do PCP.

Os funcionários públicos vão passar a ter acesso, a partir de maio, às baixas de até três dias, passadas pelo serviço digital do SNS24, avançaram esta quarta-feira os sindicatos.

Em 2 de fevereiro, os deputados aprovaram uma proposta do PS que possibilita que as baixas de até três dias possam ser passadas pelo serviço digital do Serviço Nacional de Saúde (SNS24), mediante autodeclaração de doença, com limite de duas por ano.

A proposta foi aprovada com os votos a favor do PS e do BE e a abstenção do PSD e do PCP, no grupo de trabalho sobre alterações à legislação laboral no âmbito da Agenda do Trabalho Digno.

No final de uma reunião que decorreu hoje com o Governo, em Lisboa, a presidente da frente sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e entidades com fins públicos (STE), Maria Helena Rodrigues, assegurou aos jornalistas que esta é uma “questão que está operacionalizada” e que vai avançar a partir do dia 01 de maio.

O líder da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, Sebastião Santana, reiterou, por sua vez, que esta é a perspetiva colocada pelo Governo. “[…] Mas vamos ver se isso se concretiza porque já aqui uns processos negociais que se podem desenvolver, mais ou menos de acordo com a negociação suplementar”, ressalvou.

Segundo a proposta dos socialistas, que foi aprovada, “a prova da situação de doença do trabalhador é feita por declaração de estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde, ou serviço digital do Serviço Nacional de Saúde, ou serviço digital dos Serviços Regionais de Saúde das Regiões Autónomas, ou ainda por atestado médico”.

O mesmo documento estabelece que “a declaração do serviço digital do Serviço Nacional de Saúde, ou do serviço digital dos Serviços Regionais de Saúde das Regiões Autónomas […] é feita mediante autodeclaração de doença, sob compromisso de honra, que apenas pode ser emitida quando a situação de doença do trabalhador não exceder os três dias consecutivos, até ao limite de duas vezes por ano”.

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Nove empresas na corrida para a conta de comunicação da CP

As propostas, apresentadas entre o início da tarde de dia 29 de março e a noite de dia 30, oscilam entre os 248,4 mil e os 152,5 mil euros.

Já estão escolhidas as empresas elegíveis para a conta de comunicação da CP – Comboios de Portugal. De acordo com o documento ao qual o +M teve acesso, são nove as entidades que cumprem todos os requisitos para poder trabalhar a comunicação da empresa.

As propostas, apresentadas entre o início da tarde de dia 29 de março e a noite de dia 30, oscilam entre os 248,4 mil euros e os 152,5 mil euros. O valor de referência, previsto pela CP, é de 267.750 euros, pagos em tranches mensais de 29.750 euros. O contrato é renovável, com as mesmas condições, por mais um ano.

A proposta apresentada pelo Observador e pela Fullsix, que concorreram em conjunto, como explicou ao +M Rudolf Gruner, diretor-geral da Observador On Time, é a mais alta, com um valor de 248,4 mil euros.

No extremo oposto surge a da First Five Consulting, de João Tocha, com um valor de 152,5 mil euros por ano.

A Roteiro das Letras, agência sedeada em Paredes que atualmente tem a conta, apresentou uma proposta de 222,7 mil euros.

A conta de comunicação da CP está também a ser disputada pela Fuel, agência de publicidade do grupo Havas, pela Creative Minds, pelas consultoras GCI, LPM e Atrevia e pela Smotion, unipessoal Lda.

Entre estas nove empresas, a CP fará uma análise de propostas e classificação. Segue-se o relatório preliminar e a indicação da vencedora, tendo as restantes dois dias para se pronunciarem.

Contactada pelo +M, a empresa não comentou o processo.

O contrato, para a qual a CP abriu uma consulta, recorde-se, envolve “assessoria e consultoria em estreita colaboração com o conselho de administração nas áreas da comunicação e marketing; Planeamento, estratégia e execução das ações marketing; Planeamento, estratégia e execução de campanhas publicitárias; Comunicação e publicidade; Planeamento e estratégia de comunicação para canais digitais; Produção e gestão de conteúdos em canais digitais; Captação e edição de vídeo; Produção e pós-produção de materiais vídeo e fotográficos; Produção de conteúdos editoriais exclusivos, designadamente textos, vídeos e fotografias”.

Desde a adjudicação até ao último dia deste ano, a CP prevê um valor de serviços estimado em 267.750 euros, pagos em tranches mensais de 29.750 euros.

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Governo tem como meta reduzir a taxa de pobreza monetária para 10%

Além de ter como objetivo erradicar a pobreza, a ministra da Presidência revela que o Governo quer apoiar a competitividade das empresas para alcançar um peso de 53% das exportações no PIB.

O Governo apresentou e discutiu esta quarta-feira o Programa Nacional de Reformas (PNR) no Parlamento, que aponta para a estratégia de médio prazo do Governo para o desenvolvimento do país.

Durante a sua intervenção, Mariana da Silva Vieira destacou que “o PNR demonstra a convergência das opções de política que orientam a ação política a nível nacional com os constrangimentos que são identificados pela Comissão Europeia, como cumpre fazer o PNR.”

A ministra da Presidência referiu também que “o PNR dá sequência à trajetória que Portugal registou desde 2015 até ao eclodir da crise sanitária provocada pela pandemia doença Covid-19, seguida pela crise despoletada pela evasão da Ucrânia pela Rússia.”

Aos deputados, Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, referiu que nas metas do Governo explanadas no PNR e no Programa de Estabilidade 2023-2027 está a erradicação da pobreza que passa por “reduzir a taxa de pobreza monetária para 10%.”

Mariana Vieira da Silva revelou ainda que “o PNR reconhece e pretende dar sequência aos avanços nos últimos anos por forma a garantir o crescimento económico sustentado e partilhado, convergindo com a média europeia no peso das remunerações do PIB até 2026″.

Na sua intervenção no plenário, a ministra da Presidência anunciou ainda que o Governo pretende “acelerar a transição energética, atingindo pelo menos 80% de renováveis na produção de eletricidade” e “apoiar a competitividade das nossas empresas de forma a alcançar um peso de 53% das exportações no PIB até 2030.”

Em resposta às críticas colocadas pela bancada do PSD sobre o trabalho que o Governo “não fez” desde 2015 em matéria de coesão social, Mariana Vieira da Silva salientou que, “desde logo cumprimos as leis das Finanças Locais, que foi para todos os autarcas um grande avanço e, depois, cumprimos não aqueles modelos piloto mas o maior processo de descentralização feito por acordo com a Associação Nacional de Municípios e claro que trabalhamos dia a dia para melhorar as condições para o seu cumprimento.”

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Corte de salários na TAP “não foi imposição de Bruxelas” mas do Governo, diz dirigente sindical

O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil entregou na comissão de inquérito um documento da Comissão Europeia que diz provar que Bruxelas não exigiu corte de salários.

O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) entregou na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP um documento da Comissão Europeia que diz comprovar que os cortes salariais na companhia aérea não foram impostos por Bruxelas, mas pelo Governo.

“Não foi imposição da Comissão Europeia. Foi vontade de ser bom aluno”, afirmou Ricardo Penarróias aos deputados da CPI no final da audição, entregando um documento de 2021 que disse comprovar que Bruxelas propôs como alternativa aos cortes salariais a imposição de perdas aos acionistas e obrigacionistas.

“A própria Comissão Europeia questiona os cortes salariais do grupo TAP e se não deviam ser os acionistas e obrigacionistas” a suportar. “Comprova que a retórica imposta aos trabalhadores do grupo TAP foi de má-fé. Nunca houve uma imposição da Comissão Europeia”, reiterou.

O documento em causa é a decisão da Comissão Europeia sobre o auxílio de Estado à TAP, aprovado a 21 de dezembro de 2021, e que foi tornado público na altura. No texto é contestada a utilização dos cortes nos custos salariais no cálculo da contribuição própria da companhia para a restruturação e afirmado que o Governo não apresentou justificação para o facto de os obrigacionistas da TAP não terem sido chamados a assumir perdas.

O dirigente do SNPVAC exigiu o fim imediato dos cortes salariais. “Vem aí o futuro e o futuro é com o novo CEO, Luís Rodrigues, a quem reconheço competência. Tem provas dadas. Conhece o que é fundamental que é a realidade TAP”, começou por referir.

“Dada a atual conjuntura e o que se viveu nos dois últimos anos não lhe posso dar tempo para resolver os problemas da TAP. Há medidas que tem de ser tomadas imediatamente. O que nós queremos é que Luís Rodrigues reverta imediatamente o plano de reestruturação e haja a hombridade de acabar com os cortes salariais”, afirmou.

O plano de reestruturação da TAP foi aprovado pela comissão europeia em dezembro de 2021 e ditaram cortes salariais entre 45% e 20%. Atualmente a redução aplicada é de 20%.

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Portugal entre os países com menor subida dos preços da luz no segundo semestre de 2022

Apesar de os preços da energia terem batido recordes no segundo semestre de 2022, o preço do gás e da luz subiu apenas 2,4% em Portugal. Só Malta e Países Baixos tiveram uma evolução inferior.

Os preços da eletricidade e do gás bateram recordes na União Europeia no segundo semestre de 2022. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat, quando o preço da eletricidade saltou de 23,5 euros por 100 killowatt/hora (kWh) no segundo semestre de 2021 para 28,4 euros por 100 kWh nos últimos seis meses do ano passado, os preços médios do gás no bloco europeu passaram de 7,8 euros por 100 kWh para 11,4 euros por 100 kWh, no mesmo período.

Estes preços são os mais elevados de que há registo no Eurostat“, lê-se no boletim divulgado pelo gabinete de estatística europeu. Entre países, os aumentos foram generalizados.

Em Portugal, segundo o Eurostat, os preços do gás dispararam 65% no segundo semestre do ano passado, face ao segundo semestre de 2021. Mesmo assim, é um aumento que está longe das subidas verificadas em países como a Chéquia, que registou um aumento de 231%, da Roménia (165%), da Letónia (157%) e da Lituânia (112%).

Expressos em euros, os preços médios do gás para as famílias no segundo semestre de 2022 foram mais baixos na Hungria (3,5 euros por 100 kWh), na Croácia (4,5 euros) e na Eslováquia (4,9 euros) e mais elevados na Suécia (27,5 euros), na Dinamarca (20,8 euros) e nos Países Baixos (19,3 euros).

Fonte: Eurostat.

No mercado da eletricidade, Portugal figura entre os países da União Europeia com o menor aumento de preços entre o segundo semestre de 2021 e o segundo semestre de 2022: segundo o Eurostat, os preços da eletricidade aumentaram apenas 2,4% entre o segundo semestre de 2021 e o segundo semestre de 2022.

Com uma evolução dos preços inferior a Portugal só Malta e os Países Baixos, que registaram uma correção dos preços da eletricidade de 3,1% e 6,8%, respetivamente. Os maiores aumentos nos preços da eletricidade verificaram-se na Roménia (+112%), na Chéquia (+96,5%) e na Dinamarca (+70,3%)

Expressos em euros, os preços médios da eletricidade doméstica no segundo semestre de 2022 foram mais baixos na Hungria (10,8 euros por 100 kWh), na Bulgária (11,5 euros) e em Malta (12,8 euros). Em sentido oposto surgem os preços na Dinamarca (58,7 euros), na Bélgica (44,9 euros) e na Irlanda (42,0 euros).

Fonte: Eurostat.

Portugal com preços mais baixos que Espanha

Face aos dados do Eurostat, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) divulgou também esta quarta-feira um boletim onde é dado conta que, no segundo semestre de 2022, Portugal teve preços da eletricidade mais baixos que Espanha, que a média da União Europeia e que a Zona Euro, tanto para o segmento doméstico como para o segmento não-doméstico.

Segundo o documento, no segundo semestre de 2022, a eletricidade doméstica portuguesa esteve a 0,2363 euros por kWh — inferior aos 0,3495 euros por kWh em Espanha, 0,2912 euros por kWh na União Europeia e 0,2995 euros por kWh na Zona Euro.

No caso da eletricidade não doméstica, os preços em Portugal estiveram nos 0,1480 euros por kWh ao passo que em Espanha, na União Europeia e na Zona Euro os valores situaram-se entre os 0,2219 euros por kWh e 0,2455 euros por kWh.

No caso do gás, a ERSE revela que o preço médio de gás natural em Portugal apresentou um valor inferior ao de Espanha. No entanto, situou-se acima da média da União Europeia e da Zona Euro, em ambos os segmentos doméstico e não doméstico.

O boletim informa que no segmento doméstico português, os preços do gás em Portugal situaram-se nos 0,1510 euros por kWh contra os 0,1803 euros por kWh no país vizinho, enquanto na UE e na Zona Euro os preços estiveram abaixo dos 0,1460 euros por kWh.

Guerra na Europa provoca subida dos preços

O principal motivo para a subida generalizada dos preços do gás e da eletricidade prende-se com a crise energética que deflagrou no bloco europeu como resultado da guerra na Ucrânia.

Depois de um aumento significativo nos preços, os valores começaram a mostrar sinais de abrandamento nos últimos meses do ano, “em parte devido às políticas e intervenções dos governos da União Europeia“, explica o Eurostat.

Com o propósito de estabilizar os preços, os 27 Estados-membros adotaram várias medidas, entre elas a redução de impostos, isenções fiscais temporárias para os consumidores, limites máximos de preços ou a aposta nos preços regulados.

Como resultado destas medidas, a percentagem de impostos na fatura da eletricidade caiu acentuadamente de 36% para 16% (-18,3 pontos percentuais) e na fatura do gás de 27% para 14% (-15,8 pontos percentuais). “Estas medidas governamentais, embora reduzam os preços da energia para o consumidor final, sobrecarregaram as contas públicas“, alerta a instituição.

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José João Abrantes é o novo presidente do Tribunal Constitucional

  • ECO
  • 26 Abril 2023

Ao fim de mais de 24 horas e centenas de votações, os juízes elegeram José João Abrantes para novo presidente do Tribunal Constitucional.

O novo presidente do Tribunal Constitucional, José João Abrantes, foi eleito com dez votos após uma sessão de mais de 24 horas e centenas de votações. “O Plenário do Tribunal Constitucional, reunido a 25 de abril, elegeu como Presidente o Juiz Conselheiro José João Abrantes e como Vice-Presidente o Juiz Conselheiro Gonçalo de Almeida Ribeiro”, anunciou, em comunicado, a instituição.

José João Abrantes substitui João Caupers, que cessou funções esta terça-feira e era presidente do TC desde fevereiro de 2021.

As votações para os cargos de presidente e vice-presidente tinham começado na terça-feira à tarde – depois da posse dos três novos juízes-conselheiros do TC -, mas foram interrompidas durante a noite, por falta de consenso.

A Lei Orgânica do Tribunal Constitucional estipula que os mandatos de presidente e vice-presidente têm uma duração de quatro anos e meio, equivalente a metade do mandato de um juiz-conselheiro.

Os dois cargos são eleitos por voto secreto, sendo que um presidente é considerado eleito quando tiver reunido, na mesma votação, um mínimo de nove votos e, no caso do vice-presidente, oito.

Nos dois casos, segundo a legislação, “as votações são realizadas sem interrupção da sessão”.

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CMVM instaurou 17 processos de contraordenação no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 26 Abril 2023

O regulador do mercados aplicou cinco coimas no valor total de 305.000 euros entre janeiro e março deste ano.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou esta quarta-feira que instaurou 17 processos de contraordenação no primeiro trimestre e proferiu decisão em 24 processos, tendo aplicado cinco coimas no valor total de 305.000 euros.

Em comunicado, a CMVM indica que no primeiro trimestre “foram instaurados 17 processos de contraordenação, 12 referentes à atividade dos organismos de investimento coletivo, dois por violação dos deveres de intermediação financeira, dois por violação dos deveres de atuação dos auditores e um por violação dos deveres de informação ao mercado”.

No mesmo período, o regulador “proferiu decisão em 24 processos de contraordenação, 12 referentes à atividade dos organismos de investimento coletivo, sete por violação dos deveres de atuação dos auditores, três por violação dos deveres de intermediação financeira e dois relativos a deveres de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo”, lê-se no documento.

Nas decisões proferidas entre janeiro e março foram aplicadas cinco coimas no montante total de 305.000 euros e 13 admoestações, tendo havido seis arquivamentos. A nota refere que em março estavam em curso 59 processos de contraordenação na CMVM.

Entre os processos em curso, “21 são referentes à atuação dos auditores, 16 respeitam a violações de deveres de intermediação financeira, oito são relativos à atividade dos organismos de investimento coletivo, seis respeitam a violação de deveres de negociação em mercado, seis são relativos a violações de deveres de informação ao mercado e dois são referentes a deveres de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo”.

Nos primeiros três meses de 2023 houve decisão em tribunal de um processo relativo à violação dos deveres de atuação dos auditores. A nota estatística da CMVM acrescenta que no final do trimestre havia cinco processos pendentes de decisão nos tribunais.

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Concorrência multa Continente, Pingo Doce, Auchan e J&J em 17 milhões

Foi há um ano que o regulador acusou as principais cadeias de supermercados em Portugal de concertarem preços de produtos de higiene com a Johnson & Johnson. Coimas ascendem a 17 milhões.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou coimas ao Modelo Continente, Pingo Doce e Auchan, e também a Johnson & Johnson, no valor total de 16,9 milhões de euros, acusando-as de concertação de preços de venda ao consumidor em produtos de higiene e cuidado pessoal.

O Continente foi alvo da maior multa: 7,65 milhões de euros. O Pingo Doce foi multado em 3,3 milhões e a Auchan em 1,48 milhões. Quanto à Johnson & Johnson, através da JNTL Consumer Health Portugal, sofreu uma coima de 4,44 milhões.

De acordo com a AdC, as três distribuidoras adotaram comportamentos com o objetivo de concertar os preços de retalho nos seus supermercados, “suavizando a concorrência, mediante contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicarem diretamente entre si”.

À luz das regras da concorrência, trata-se de conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como hub-and-spoke. “Tal prática elimina a concorrência, privando os consumidores da opção de melhores preços, mas assegurando melhores níveis de rentabilidade para toda a cadeia de distribuição, incluindo fornecedor e cadeias de supermercados”, explica o regulador liderado por Nuno Cunha Rodrigues.

Em relação ao valor das coimas, são determinadas pela AdC em função do volume de negócios das empresas sancionadas nos mercados afetados nos anos em que cometerem as infrações. Sendo que não podem exceder 10% da faturação no ano anterior à decisão de sanção.

As três cadeias de supermercados já foram visadas pela AdC noutras situações de práticas da concorrência irregulares. Em junho do ano passado, o regulador multou-as juntamente com o fornecedor Beiersdorf em 19,5 milhões acusando-os de “terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor” também em produtos de higiene pessoal e cosmética. Em setembro, voltaram a ser visadas pela AdC, juntamente com a Active Brands, com coimas de 5,7 milhões, por concertação de preços nos vinhos e bebidas espirituosas.

Em ambos os processos, as cadeias de supermercados impugnaram as decisões da AdC. Esta quarta-feira, em reação ao ECO, a Modelo Continente classificou a condenação de “errada e infundada” e “rejeita a acusação de envolvimento da sua participada em qualquer acordo ou concertação de preços, em prejuízo dos consumidores, bem como a aplicação de qualquer coima”.

A empresa, detida pelo grupo Sonae, indica que “irá recorrer desta decisão”, até porque as investigações de 2017 “são desprovidas de qualquer ligação à realidade do mercado português”.

(artigo atualizado às 19h47 com a reação do Modelo Continente)

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Embaixador Álvaro Mendonça e Moura lidera lista única à liderança da CAP

O atual presidente Eduardo Oliveira e Sousa é proposto para o cargo de presidente da mesa da assembleia geral. Eleições realizam-se a 17 de maio.

O embaixador Álvaro Mendonça e Moura lidera a lista única para presidir a Confederação dos Agricultores de Portugal entre 2023 e 2026.

O prazo para a apresentação de listas terminou na segunda-feira da semana passada, a 17 de abril, e foi apresentada uma única lista, subscrita por 129 organizações associadas da CAP, que foi formalmente validada esta quarta-feira pela comissão eleitoral. A CAP agrupa cerca de 250 organizações sócio-profissionais agrícolas de todo o país.

O embaixador Álvaro Mendonça e Moura, que se manteve no cargo de secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros para lá dos 70 anos por estar demonstrado o excecional interesse público, apresenta-se como o cabeça da lista única que irá a votos a 17 de maio. Ou seja, um mês depois da apresentação da lista.

O candidato a presidente da CAP foi representante permanente junto das Nações Unidades, embaixador em Madrid e representante permanente junto da Comissão Europeia e dos organismos e organizações internacionais em Genebra. Foi embaixador em Viena, em 1992 foi chefe do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de ter sido chefe do gabinete do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. Em 1990, foi diretor de serviços da África Subsariana, membro das negociações de Bicesse para a paz em Angola, depois de também ter passado pela embaixada em Pretória e pela delegação permanente junto da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) e do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em Genebra. Mas, além da longa carreira diplomática, Álvaro Mendonça e Moura dedica-se ao olival, à vinha e ao amendoal.

o atual presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, é proposto para o cargo de presidente da mesa da assembleia geral. O engenheiro agrónomo lidera a confederação, que integra o Conselho Económico e Social, desde 19 de abril de 2017, e anteriormente foi vice-presidente da mesma (2005-2008).

Para o conselho fiscal, António de Paula Soares é o nome proposta para o dirigir. O engenheiro biofísico, que é membro da direção da Confederação Europeia de Proprietários Florestais, é atualmente vogal da CAP. A lista apresentada pretende manter três dos atuais vice-presidentes Domingos Filipe dos Santos (FNOP – Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas), Gonçalo Andrade (Portugal Fresh) e Jorge Rita (Federação Agrícola dos Açores) e sugere três novos nomes: Francisco Pavão (APPITAD – Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro), Joaquim Capoulas (Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo), e Pedro Pimenta (Anpromis – Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo). Saem assim, José Tello Gonçalves e Mário Abreu Lima.

Depois da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que elegeu Armindo Monteiro para substituir António Saraiva após 13 anos na liderança, agora é a vez de a CAP renovar a direção.

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