MAI pede que Proteção Civil avalie as causas dos danos para Portugal ser mais resiliente
A propósito das inundações que causaram danos materiais nas últimas horas, José Luís Carneiro defendeu que os sistemas da Proteção Civil devem apurar as causas.
O ministro da Administração Interna pediu este domingo aos sistemas de Proteção Civil que avaliem as causas dos estragos do mau tempo em Portugal, para que o território seja mais resiliente, destacando o problema da impermeabilização dos solos.
Em declarações aos jornalistas, a propósito das inundações que causaram danos materiais nas últimas horas, José Luís Carneiro defendeu que os sistemas da Proteção Civil devem apurar as causas que justifiquem essas circunstâncias, chamando a atenção para o problema da impermeabilização dos solos, fruto da construção, mas também para as alterações climáticas que se fazem sentir por toda a Europa cada vez com maior frequência.
“Os sistemas de Proteção Civil devem fazer essa avaliação das causas que podem justificar essas circunstâncias, tendo em vista nos Planos de Ordenamento do Território, nos Planos Municipais de Proteção Civil, desenvolverem-se os trabalhos necessários para preparar esses territórios para uma maior resiliência. É, por isso, que hoje a União Europeia está a disponibilizar meios financeiros para que os territórios europeus possam preparar-se para estas alterações [climáticas] e para os efeitos destas alterações”, declarou.
O ministro da Administração Interna chamou a atenção para o problema da impermeabilização dos solos e para as consequências que têm no normal ciclo da água. “A realidade transformou-se. A urbanização, a concentração de pessoas nas cidades (…). Naturalmente que maior construção, significa impermeabilização dos solos. Pois se os solos estão impermeabilizados, as águas não percorrem o seu ciclo normal, que é o da sua infiltração regular, demorada, por intermédio da própria vegetação, que auxilia nessa infiltração nos lençóis freáticos e mantendo os ciclos regulares da água”, sustentou.
Questionado pelos jornalistas sobre se houve falhas do ponto de vista do ordenamento do território, o ministro reiterou que é “muito importante” que os sistemas municipais de Proteção Civil procurem determinar as causas daquilo que foram fenómenos extraordinários relativos à condução das águas nas grandes cidades, mas também nos meios rurais, na medida em que as terras que vão absorvendo esta grande quantidade de água têm como um dos efeitos as derrocadas.
“Nas grandes cidades tem a ver com os prejuízos e com o movimento de águas que são imensos e que têm prejuízos imensos”, disse. As zonas norte e centro de Portugal Continental estão hoje sob aviso laranja devido a períodos de chuva forte e agitação marítima, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O aviso laranja vigorou no período entre as 06:00 e as 12:00, em que se esperavam períodos de chuva, por vezes forte, em especial nas regiões montanhosas. Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga estão também sob aviso laranja por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de noroeste, com cinco a seis metros, podendo atingir os 11 metros, no período entre as 03:00 e as 21:00.
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