Consumo de eletricidade cresce 4,1% em janeiro e renováveis abastecem 88%

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2023

Em janeiro, atingiram-se novos máximos históricos tanto na produção hídrica, que alcançou o valor mensal “mais elevado de sempre”, como na fotovoltaica,

O consumo de eletricidade aumentou 4,1% em janeiro, em termos homólogos, com as renováveis a garantir 88% do consumo, segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais, divulgados esta quarta-feira. “O consumo de energia elétrica registou um crescimento de 4,1% em janeiro, face ao período homólogo, que se reduz ligeiramente para 3,7% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis”, informou a REN, em comunicado.

Segundo a gestora dos sistemas nacionais elétrico e de gás natural, a produção renovável abasteceu 88% do consumo (incluindo o saldo exportador), com destaque para a hídrica com 51%, seguida da eólica com 28%, da biomassa com 5% e da fotovoltaica com 4%.

“Com condições meteorológicas favoráveis para as tecnologias renováveis, registaram-se índices de produtibilidade elevados, em particular na hídrica com 1,53 (média histórica igual a 1), mas também na fotovoltaica com 1,18 e na eólica com 1,02”, realçou a REN.

Assim, em janeiro, atingiram-se novos máximos históricos nos valores instantâneos injetados na rede, tanto na produção hídrica, que alcançou o valor mensal “mais elevado de sempre”, como na fotovoltaica, que atingiu pontas diárias da ordem dos 1.400 megawatts (MW).

Já a produção não renovável, através das centrais a gás natural, abasteceu os restantes 12% do consumo (incluindo o saldo exportador). No mês em análise, o saldo de trocas com o estrangeiro, exportador, foi equivalente a cerca de 4% do consumo nacional.

“No mercado de gás natural, o consumo registou uma contração homóloga de 30%, devido fundamentalmente ao comportamento do segmento de produção de energia elétrica, que caiu 64%, resultado da elevada disponibilidade de energia renovável, ao contrário do que tinha acontecido no mesmo período do ano anterior”, apontou a REN.

No segmento convencional do mercado de gás natural, manteve-se também a tendência de redução dos consumos registada ao longo do ano anterior, embora de modo menos acentuado, com uma contração homóloga de 2,1%.

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Votação final das alterações da Agenda do Trabalho Digno foi adiada

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2023

Em causa está uma proposta do PS com o objetivo de simplificar as baixas por doença até três dias, permitindo que sejam pedidas através do serviço digital do SNS24.

A votação final das alterações laborais no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, que estava prevista para sexta-feira, foi adiada, após um pedido de adiamento potestativo do PCP para votar na especialidade uma norma relacionada com baixas médicas.

Na reunião desta quarta-feira do grupo de trabalho sobre as alterações laborais, cujas votações na especialidade começaram em novembro e deviam terminar esta manhã, o deputado do PCP Alfredo Maia apresentou um requerimento potestativo para adiar uma proposta do PS para simplificar as baixas por doença até três dias.

Segundo disse aos jornalistas o deputado socialista Francisco César, com o pedido de adiamento potestativo do PCP, “não será possível levar sexta-feira a votação final global” a proposta legislativa, alertando para as “consequências” que tal adiamento poderá trazer quanto à caducidade das convenções coletivas. “Ao nível da caducidade nós sabemos que a lei tem um prazo (…) pode ter consequências ao nível da caducidade dessas convenções e portanto o PCP que assuma as suas responsabilidades”, afirmou o deputado do PS.

Em causa está uma proposta do PS com o objetivo de simplificar as baixas por doença até três dias, permitindo que sejam pedidas através do serviço digital do Serviço Nacional de Saúde (SNS24). Esta proposta será assim votada numa nova reunião do grupo de trabalho, que ficou agendada para quinta-feira.

“A prova da situação de doença do trabalhador é feita por declaração de estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde, ou serviço digital do Serviço Nacional de Saúde, ou serviço digital dos Serviços Regionais de Saúde das Regiões Autónomas, ou ainda por atestado médico”, prevê a proposta do PS. Segundo a proposta do PS, a declaração do SNS24 “é feita mediante autodeclaração de doença, sob compromisso de honra, que apenas pode ser emitida quando a situação de doença do trabalhador não exceder os três dias consecutivos, até ao limite de duas vezes por ano”.

O deputado do PCP Alfredo Maia justificou o pedido de adiamento alertando para “a extrema complexidade” da proposta do PS e apelando para que os socialistas a retirassem do âmbito das votações da Agenda do Trabalho Digno, apresentando antes um projeto de lei para o efeito “bem fundamentado”.

Esta proposta introduz uma forma de prova por doença por serviço digital, isto é, verificada por alguém que não é um médico. Queremos que a verificação de saúde e a certificação de quem está doente e sem condições para comparecer ao trabalho seja feita por um médico”, afirmou o deputado do PCP.

A conclusão das votações na especialidade das alterações laborais no âmbito da Agenda do Trabalho Digno estava prevista para esta quarta e a votação final global agendada para sexta-feira, prevendo-se a entrada em vigor das novas normas para o primeiro dia útil de abril. No início da semana, o deputado Fernando José disse à Lusa que a proposta prevê a sua entrada em vigor “no primeiro dia útil ao mês seguinte à sua publicação, o que significa que, se as alterações forem publicadas em março, entrarão em vigor no dia 03 de abril”.

No entanto, o socialista explicou que o PS vai avançar com uma proposta de alteração que para que os artigos sobre arbitragem e caducidade das convenções coletivas “entrem em vigor no dia 10 de março, para se evitar um vazio”, já que a moratória relativa à suspensão da caducidade termina em 09 de março.

Em 14 de janeiro, o primeiro-ministro, António Costa, pediu à bancada socialista que acelerasse no parlamento a aprovação final do diploma relativo à Agenda do Trabalho Digno, considerando este passo essencial para a execução do acordo de concertação social. Esta posição foi transmitida por António Costa na sua intervenção de abertura na reunião da Comissão Nacional do PS, que decorreu em Coimbra.

“O primeiro dos grandes desafios que temos para os próximos meses é a aprovação definitiva na Assembleia da República da [proposta de lei da] ‘Agenda para o Trabalho Digno’”, declarou o primeiro-ministro. De acordo com António Costa, o acordo de médio prazo que o Governo assinou em sede de concertação social “só terá execução efetiva se, com esta agenda, [se] desbloquear e valorizar a negociação coletiva, reforçando a capacidade das estruturas sindicais”.

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Parlamento Europeu debate taxa europeia sobre cripto. Sem novas receitas para UE, “Portugal é dos mais penalizados”

Relatório defende novas fontes de financiamento para a UE que contemplam uma taxa sobre critpoativos. "Não havendo novas receitas" há cortes, na política de Coesão e na PAC, diz José Manuel Fernandes.

Os legisladores do Parlamento Europeu avançaram com propostas para diversificar as fontes de financiamento da União Europeia (UE) que contemplam impostos sobre criptoativos. O relatório tem como um dos relatores o eurodeputado português José Manuel Fernandes, que argumenta ao ECO que “se não tivermos novas receitas para o Orçamento da UE, Portugal é dos países mais penalizados”.

Nesta proposta dos eurodeputados, que terá ainda de ser discutida no Parlamento Europeu, são avançadas várias sugestões para novas formas de financiar a UE. Uma delas é a “introdução de um imposto europeu sobre criptoativos, cujas receitas iriam fluir para o orçamento europeu como um novo recurso próprio”.

Esta ideia surge tendo em conta que o mercado global dos cripto tem vindo a crescer rapidamente, sendo que são “progressivamente considerados como um verdadeiro meio de pagamento e parte das estratégias de investimento”.

José Manuel Fernandes defende que a tributação é difícil em cada Estado-membro, pelo que “funciona melhor à escala da UE: há maior eficiência”. Isto não significa, no entanto, que a receita venha toda para o Orçamento da UE, ressalva o eurodeputado, apontando que “tudo o que está no relatório necessita de estudos de impacto, que deve ser Comissão Europeia a fazer”.

O social-democrata salienta que “não há impostos europeus, porque quem decide as novas receitas para orçamento da UE é o Conselho por unanimidade e cada Parlamento tem de ratificar”. Desta forma, “estas taxas têm que ser calibradas” e às vezes há “compensações”.

No relatório, sugere-se que esta taxa poderá incidir sobre os ganhos de capital resultantes de atividades de criptoativos (com base numa taxa de imposto uniforme para todos os Estados-membros da UE), tomar a forma de um imposto sobre transações de criptoativos ou um imposto sobre a mineração e negociação de criptoativos determinados de acordo com seu consumo de eletricidade e impacto ambiental.

"Se não tivermos novas receitas, Portugal é dos países mais penalizados. A partir de 2027, o custo da dívida do NextGenEU é 10% do Orçamento anual”

José Manuel Fernandes

Eurodeputado

Mas esta não é a única proposta no relatório, que tem como objetivo encontrar novas receitas, nomeadamente para pagar a dívida do NextGenerationEU (pacote que pagou os PRR nacionais), mas também “diminuir a fraude e a evasão fiscal, aumentar a competitividade da UE e favorecer concorrência leal, justiça fiscal e combater as alterações climáticas”, explica o eurodeputado do PSD.

Isto sempre tendo em conta que o Orçamento da UE “precisa de novas receitas”. “Se não tivermos novas receitas, Portugal é dos países mais penalizados”, alerta, sendo que “a partir de 2027, o custo da dívida de NextGenEU é 10% do OE anual, mais de 15 mil milhões por ano”. “Não havendo novas receitas” há cortes, por exemplo, na política de Coesão e na PAC, “que são cruciais para Portugal: a Coesão representa mais de 85% do investimento público” no país, avisa.

Assim, há propostas por exemplo para um “fair border tax“, ou seja, exigir que as empresas, que importam produtos que na cadeia de fornecimento global incluíssem trabalhadores que recebem um salário diário abaixo do limiar da pobreza absoluta (um valor ainda por definir mas que teria em conta a caracterização de organizações internacionais), pagassem uma taxa.

Há também uma sugestão de ter em conta as estatísticas para as transferências dos recursos para os Estados-membros, nomeadamente o “gender gap“. A ideianão é alterar a chave de pagamento das transferências nacionais”, esclarece José Manuel Fernandes, que se manteria, mas sim ditar que por exemplo 1% das transferências, “em vez de seguir a lógica da chave, segue outra: aqueles que têm maior diferença nos salários entre os homens e mulheres deverão contribuir mais, com o objetivo de aproximar os salários”.

Eurodeputados debruçam-se também sobre os biorresíduos, com o social-democrata a explicar que quando “são depositados em aterro, há um prejuízo em termos de transporte e custos, nomeadamente para o ambiente, e deve ser usado para compostagem e não ir para aterro”. Esta matéria tem um objetivo final de “ter receita zero”, ou seja que funcione de forma a que “ninguém deposite em aterro”.

Este relatório, onde os eurodeputados argumentam que “as finanças da UE atravessam um período crítico em que a falta de reformas teria efeitos altamente prejudiciais no futuro das políticas da UE e na confiança dos Europeus e investidores na União”, terá ainda que ser discutido e deverá contemplar “emendas dos outros grupos políticos”.

“Vamos receber propostas, será votado na Comissão dos Orçamentos e está previsto que vá a plenário em março”, explica José Manuel Fernandes. Depois “cabe à Comissão Europeia atuar e fazer estudos de impacto das propostas, que têm de ver a aplicabilidade e calibragem de cada uma”.

O eurodeputado espera que este relatório dê “discussão dentro dos grupos políticos”, sendo que o objetivo é também levar a uma “reflexão para consensualizar as melhores propostas”.

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Demium investe cerca de 300 mil euros nas startups Liisa e Viveel

Com esta aposta nas duas startups incubadas em Lisboa, a Demium eleva para 20 o número de startups em carteira.

Demium aposta pela primeira vez em Web3 com investimentos na Viveel e Liisa, startups incubadas em Lisboa, que desenvolvem produtos baseados em blockchain. Com esta aposta, num total de cerca 300 mil euros investidos através do Fundo Demium Capital, a Demium eleva para 20 o número de startups em carteira.

“Na Demium estamos convencidos de que a Web3 capacita os empresários a criar uma vasta quantidade de diferentes aplicações espalhadas por múltiplos setores e indústrias. Devemos entender a Web3 como uma excelente ferramenta onde os serviços podem ser oferecidos num ambiente mais seguro, fiável, e democrático, tendo o cuidado de evitar um ceticismo contínuo sobre especulação, roubo e privacidade. É crucial que a Web3 seja utilizada pelos criadores como um ecossistema baseado no esforço, pois só então floresce a oportunidade de investimento”, explica Javier Desantes, diretor de operações e inovação da Demium, citado em comunicado.

A Demium fechou o ano passado com mais de 2,2 milhões investidos e com 18 startups nacionais em carteira. Agora reforça, tendo investido cerca de 150 mil euros (ronda contou com 20 mil euros de investimento de um business angel) na Liisa, plataforma analítica que utiliza a Inteligência Artificial para ajudar os investidores de NFT, que será aplicado “para lançar a versão beta da plataforma e atingir 5 mil utilizadores”, bem como outros 150 mil euros na Viveel.

Com este investimento a Viveel, que cria e desenha contratos inteligentes seguros e à medida, sem recorrer a código ou programação, o que permite criar e implementar contratos em minutos, “pretende atingir os objetivos de produção, receitas e penetração no mercado na primeira metade de 2023.”

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Bruxelas tem plano para indústria mais verde através de incentivos fiscais

O plano assenta num quadro regulamentar previsível e simplificado, na aceleração do acesso ao financiamento, na melhoria das competências e num comércio aberto.

A Comissão Europeia apresentou esta quarta-feira o Plano Industrial do Pacto Ecológico, para impulsionar a indústria que use tecnologias e produtos com nível nulo de emissões líquidas. Neste âmbito, aconselha que os Estados-membros redirecionem os fundos europeus para darem benefícios fiscais que promovam investimentos verdes. Isto, depois de os Estados Unidos terem apresentado o Inflation Reduction Act, um diploma que prevê incentivos fiscais para uma economia mais verde.

O plano assenta num quadro regulamentar previsível e simplificado, na aceleração do acesso ao financiamento, na melhoria das competências e num comércio aberto para permitir cadeias de abastecimento resilientes, indica a Comissão Europeia, em comunicado.

No que diz respeito ao financiamento, a Comissão Europeia enviou aos Estados-membros, para consulta, um projeto de proposta para transformar o quadro temporário de crise para os auxílios estatais num quadro temporário de crise e transição, com o objetivo de assegurar um acesso mais rápido ao financiamento por parte das empresas que operam na UE. Também vão ser revistos – e relaxados – os limites a partir dos quais os Estados-membros devem notificar a Comissão Europeia dos apoios que dão a investimentos sustentáveis.

Em paralelo, Bruxelas aconselha uma reforma dos planos para os fundos atribuídos no âmbito do RepowerEU, sugerindo “isenções fiscais ou outras formas de apoio a investimentos em tecnologias verdes realizados por empresas, sob a forma de um crédito fiscal, uma amortização acelerada ou um subsídio ligado à aquisição ou melhoria de ativos de investimento verdes”.

A Comissão espera também facilitar as necessidades de investimento com a criação de um Fundo Soberano Europeu, que deverá erguer-se antes do verão.

Em termos regulatórios, Bruxelas propõe o “Net-Zero Industry Act”, que discriminará os objetivos no que toca à descarbonização da indústria e cria o enquadramento legal para a sua rápida implementação, por exemplo através de licenciamento simplificado. Determina também critérios para apoiar o escalar das tecnologias de baixo carbono no Mercado Único.

A Comissão atuará também no sentido de reforçar parcerias comerciais que possam suportar as necessidades da transição, nomeadamente no que diz respeito ao acesso a matérias-primas. Quer criar uma entidade que junte, a nível global, os consumidores de matérias-primas e os países ricos nesses recursos, de forma a assegurar o fornecimento, assente em fontes diversificadas.

É ainda parte do plano estabelecer Academias da Indústria Zero Carbono, que deverão dar formação em áreas ligadas à transição verde, reconhecendo que entre 35 a 40% dos postos de trabalho podem ser afetados pela mudança de paradigma.

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Governo avança com revisão da carreira dos oficiais de justiça ainda em 2023

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2023

O Governo vai rever a carreira dos oficiais de justiça ainda em 2023, comprometendo-se a fazê-lo também para técnicos de reinserção social em 2024 e para profissionais de medicina legal em 2025.

O Governo vai rever a carreira dos oficiais de justiça ainda em 2023, comprometendo-se a fazê-lo também para técnicos de reinserção social em 2024 e para profissionais de medicina legal em 2025, anunciou esta quarta-feira a ministra da Justiça.

“O Governo calendarizou as revisões de carreiras. Vamos rever em 2023, como nos comprometemos, a carreira dos oficiais de justiça e vamos rever a carreira dos técnicos profissionais de reinserção social em 2024. Em 2025, vamos rever a carreira que diz respeito à medicina legal. Estamos a fazer este trabalho de forma progressiva, porque as pessoas precisam de saber com o que podem contar”, afirmou Catarina Sarmento e Castro.

Na audição realizada na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a governante foi confrontada várias vezes com a escassez de recursos humanos entre os oficiais de justiça – cujos principais sindicatos têm, inclusivamente, greves em cursos ou agendadas -, invocando que a abertura de um concurso com 200 vagas foi um “primeiro passo” e manifestando a sua determinação em tornar a carreira mais atrativa.

“Já havia um lastro de trabalho feito e nós vamos fazer esse caminho [de revisão do estatuto profissional]. Começámos agora com estes 200 lugares, esperando depois a revisão da carreira. Estamos a trabalhar nestas questões e temos esses estudos feitos de que é preciso rever as carreiras para as tornar atrativas”, sintetizou.

Já em relação aos técnicos profissionais de reinserção social (TPRS), Catarina Sarmento e Castro adiantou que vai ter lugar uma reunião no próximo dia 9 com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) “para a revisão desta carreira” e assegurou a este nível que “o trabalho não vai começar só em 2024”.

“Vamos começar já a trabalhar na revisão da carreira dos TPRS, porque tenho plena consciência de que é preciso mudar a sua carreira. É uma alteração com a qual estamos comprometidos. Aquela carreira não é neste momento atrativa. De facto, olhando para trás no tempo, a carreira foi prejudicada e temos de mudar isso. Têm o compromisso – olhos nos olhos da Ministra da Justiça – de que isso vai acontecer”, frisou.

E continuou: “Temos de facto esta calendarização que é um compromisso. Devem ter não só esperança, mas certeza. Em 2024 teremos o diploma pronto, porque é justo que isso aconteça. Os TPRS vão ter a sua carreira revista, com trabalhos a começar ainda este ano”.

Além da anunciada revisão da carreira na área da medicina legal em 2025, a ministra da Justiça destacou também o ingresso de mais inspetores na Polícia Judiciária e as mudanças já efetuadas no corpo da guarda prisional. Neste âmbito, enfatizou o “aumento de 122 euros por mês” para os profissionais na primeira posição remuneratória e a conclusão iminente do recrutamento de 150 trabalhadores, cuja formação deve arrancar no próximo mês de março.

Catarina Sarmento e Castro sublinhou ainda o reforço da entrada de magistrados, “incluindo magistrados do Ministério Público, e também no âmbito da jurisdição administrativa e fiscal, através da abertura de 135 vagas no Centro de Estudos Judiciários” (CEJ), relembrando também o desdobramento da formação para a magistratura para o polo de Vila do Conde, que estará em funcionamento até ao final deste ano.

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Zonas industriais com maior incidência da Covid em Portugal, diz estudo

"Talvez as medidas e as políticas devam ser tomadas tendo em conta grupos de concelhos e não limitadas por aquilo que são fronteiras administrativas", indica investigador após estudo do IST e DGS.

As zonas mais industrializadas, com mais empregadores a trabalhar no setor secundário, registaram índices de incidência da Covid mais elevados durante o primeiro ano de pandemia comparativamente com a média nacional. Esta é uma das conclusões que consta do estudo “Evolução espaço-temporal da Covid em Portugal Continental com mapas organizacionais”, realizado por investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) e da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este estudo é resultado de um trabalho que realizámos no início da pandemia“, conta ao ECO, Leonardo Azevedo, geofísico e professor auxiliar no IST, adiantando que foi criada uma “ferramenta de modelação espacial”, que media a incidência da Covid em todo o território nacional continental e que foi posteriormente “utilizada pelas autoridades de saúde” como uma ferramenta de trabalho.

O objetivo era explicar o comportamento da doença e a sua evolução durante o primeiro ano de pandemia (de março de 2020 a fevereiro de 2021), tendo como premissa “combinar as curvas de incidência cumulativas da Covid a 14 dias e alguns fatores socioeconómicos” dos municípios, como a taxa de privação, o número de pessoas com Rendimento Social de Inserção (RSI) ou outras ajudas sociais, número de trabalhos no setor primário, secundário e terciário, número de escolas, entre outros.

Com base nesta ferramenta foi possível constatar que a evolução da doença “não se limita aos limites administrativos dos concelhos”, ou seja, concelhos vizinhos demonstraram ter “comportamentos que são semelhantes”, explica Leonardo Azevedo, orientador da tese de mestrado em Biomédica que deu origem a este estudo, que conta ainda com a participação de Pedro Pinto Leite, da DGS, André Peralta-Santos, professor na Escola Nacional de Saúde Pública e antigo diretor da DGS, Igor Duarte e Manuel Ribeiro e Maria João Pereira.

Por exemplo, entre março e maio de 2020 a incidência “foi mais alta principalmente nos concelhos da região Norte”. Além disso, também os concelhos que englobam as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto demonstraram “um comportamento distinto do resto do país”, ao registarem incidências mais altas ou a demorarem mais a diminuir.

Recorde-se que no final de 2020 houve a imposição de não se poder circular entre concelhos e no verão de 2021 houve algumas medidas (nomeadamente restrições horárias) que variavam entre municípios, tendo a incidência como critério. “Talvez as medidas e as políticas devam ser tomadas tendo em conta grupos de concelhos e não limitadas por aquilo que são fronteiras administrativas”, afirma o geofísico, ao ECO, sublinhando, no entanto, que não está a “fazer nenhuma crítica direta a uma medida específica”.

Por outro lado, os investigadores observaram também uma correlação entre o aumento de números de casos Covid com o regresso às aulas, “principalmente nos municípios em que têm maior percentagem de escolas”, entre setembro e outubro de 2021. E apesar de não ter sido encontrada uma correlação entre o aumento da incidência e as pessoas com ajudas sociais, houve diferenças no tipo de trabalho executado.

“Vimos uma relação em que as zonas mais industrializadas, com mais trabalhos no setor secundário tiveram índices de incidência [da Covid] mais elevados durante alguns períodos da pandemia”, sinaliza o geofísico, sublinhando que isto pode ser explicado pelo facto de nestas atividades não ser possível trabalhar à distância. Esta tendência foi sentida sobretudo na Área Metropolitana do Porto.

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Já não há volta a dar: APDL toma conta dos comboios em Leixões

Terminal ferroviário do Porto de Leixões passa a ser gerido pela APDL em vez da Infraestrutura. Camiões deixam de percorrer 18 quilómetros para mudar cargas dos navios para os carris.

Eram 11 horas e 16 minutos quando o comboio de mercadorias 51.186 partiu do terminal ferroviário de Leixões com destino ao Porto de Sines. O momento foi simbólico porque foi a primeira partida de um comboio de contentores do terminal ferroviário de Leixões, a partir desta quarta-feira sob gestão da APDL, Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, que substituiu a Infraestruturas de Portugal (IP).

A mudança, em termos práticos, vai reduzir os custos de transporte de mercadorias dos navios para os carris. Anteriormente, “algumas das cargas despachadas para Leixões tinham de sair da portaria, fazer 18 quilómetros e depois fazer o processo de forma eletrónica e automatizada”, recorda ao ECO o diretor de operações portuárias e de segurança do Porto de Leixões, Rui Cunha. A partir desta quarta-feira, as cargas ferroviárias “passam a utilizar uma única portaria”, acrescenta o mesmo responsável.

Primeiro comboio de contentores que partiu da estação de Leixões, agora gerida pela APDL.

Nas próximas semanas será retirada a vedação que separa as linhas do comboio da estação da restante área portuária, que é considerada como zona internacional. Seguem-se depois várias obras que ainda necessitam de serem aprovadas pela tutela, o Ministério das Infraestruturas.

Em causa está, por exemplo, o aumento da capacidade das linhas, atualmente entre os 450 e os 500 metros de comprimento, para os 750 metros, reduzindo custos operacionais, conforme referiu em entrevista ao ECO o ex-presidente da APDL, Nuno Araújo, em meados de outubro. Também está em cima da mesa a construção de um viaduto para camiões, no valor de dois milhões de euros.

Também dependente do Governo está a nomeação do novo presidente para a APDL. A escolha do ministro das Infraestruturas terá sido João Neves, atual presidente executivo da Águas do Alto Minho (AdAM), conforme o ECO escreveu na terça-feira.

Administradora da APDL Cláudia Soutinho, com os trabalhadores da operação ferroviária na estação de Leixões.

O cargo de presidente do conselho de administração está livre desde o início deste ano – foi ocupado nas últimas semanas, de forma interina, por Cláudia Soutinho –, quando terminou o mandato de Nuno Araújo. O ex-chefe de gabinete que Pedro Nuno Santos nomeou para a APDL é o novo diretor-geral da Aethel Mining, concessionária das minas de ferro de Torre de Moncorvo.

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Bruxelas consulta Estados-membros sobre plano de ajudas de Estado já contestado por Lisboa

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2023

Proposta visa impulsionar os investimentos para uma implantação mais rápida das energias renováveis, bem como apoiar a descarbonização da indústria e a produção do equipamento para a transição.

A Comissão Europeia enviou esta quarta-feira aos Estados-membros para consulta um projeto de proposta de alteração do regime das ajudas de Estado, para responder ao plano de subvenções dos Estados Unidos, e que várias capitais já contestaram, incluindo Lisboa.

A proposta para criar um Quadro Temporário de Crise e de Transição para facilitar e acelerar a transição verde da Europa foi esta quarta-feira enviada aos 27 e tem como objetivo assegurar um acesso mais rápido ao financiamento para as empresas que operam na UE, o segundo de quatro pilares do plano industrial do Pacto Ecológico, através do aumento dos investimentos, evitando a fragmentação do Mercado Único.

Segundo um comunicado, a proposta desta quarta-feira visa impulsionar os investimentos para uma implantação mais rápida das energias renováveis, bem como apoiar a descarbonização da indústria e a produção do equipamento necessário para a transição para a neutralidade carbónica.

As novas disposições, agora abertas a consulta, estão previstas para entrar em vigor até 31 de dezembro de 2025, esperando Bruxelas adotar um novo quadro para ajudas de Estado de crise “nas próximas semanas”.

No entanto, o plano não merece acolhimento em todos os Estados-membros, incluindo Portugal, tendo o ministro das Finanças, Fernando Medina, defendido que a resposta europeia ao plano norte-americano de combate à inflação (IRA) deve incorporar a vertente de financiamento, para não criar “um problema ainda mais sério”.

“A dificuldade e a preocupação que nós temos com o tema dos auxílios de Estado e com a alteração simples dos critérios dos auxílios de Estado é porque se essas alterações forem feitas só nessas áreas, corre-se obviamente o risco, que é real — mais do que um risco será uma certeza — de desequilibrarmos no fundo o que é o funcionamento do mercado interno da UE, isto é, prejudicarmos os países que são mais pequenos e que têm menos capacidade orçamental”, disse Medina, após uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia, em 17 de janeiro.

O ministro sublinhou que, nesse caso, “só os países mais ricos terão capacidade financeira, só por si, para poder apoiar mais determinado tipo de indústrias e determinado tipo de atividades”, replicando-se o sucedido com os subsídios excecionais autorizados na Europa desde o início da pandemia da Covid-19, quando as duas maiores economias, Alemanha e França, representaram praticamente 80% das ajudas estatais concedidas.

A ideia consta de uma comunicação apresentada esta quarta-feira em Bruxelas pela presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, o “plano industrial do pacto ecológico europeu”, a nova estratégia industrial proposta pela Comissão Europeia para melhorar a competitividade da UE no palco global e apoiar a transição para a neutralidade climática, e que será debatida pelos líderes dos 27 numa cimeira extraordinária agendada para 9 e 10 de fevereiro.

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Ryanair antecipa subida dos preços até 10%, para média de 44 euros por bilhete

Preço médio do bilhete está atualmente nos 40 euros, mas deverá subir entre 5% a 10%, para mais de 44 euros. "Há menos capacidade e uma maior procura", diz CEO da Ryanair ao ECO.

A Ryanair passou de prejuízos a lucros devido à “forte procura” por tarifas mais altas no final do ano passado. E a tendência deverá continuar. Em entrevista ao ECO, o CEO da companhia low cost antecipa um aumento de 5% a 10% nos preços dos bilhetes, para uma média acima dos 44 euros. “Há menos capacidade e maior procura”, diz Michael O’Leary, apontando a forte procura por parte dos turistas americanos e asiáticos.

Parece que as tarifas mais altas vão continuar. A temporada da Páscoa parece forte e o verão também”, diz Michael O’Leary, em entrevista ao ECO realizada esta quarta-feira. Mas essa, explica o gestor, será uma tendência europeia, e não apenas para a companhia de origem irlandesa.

“Em toda a Europa, neste momento, as companhias estão operar cerca de 90% da capacidade do pré-Covid. Há muitos mais americanos a virem para a Europa este ano devido à valorização do dólar e os asiáticos estão a começar a voltar porque as restrições na China foram levantadas. Mas os europeus vão continuar a passar o verão na Europa”, resume.

Por isso, continua, “há menos capacidade e maior procura — por causa dos americanos e dos asiáticos — e isso vai resultar em preços mais altos”. O gestor adianta ao ECO que, atualmente, o preço médio dos bilhetes na Ryanair ronda os 40 euros e deverá subir “entre 5% a 10%”, para mais de 44 euros. “Desde que não haja mais nenhum impacto negativo da Covid e da guerra na Ucrânia”, ressalva.

Por outro lado, Michael O’Leary descarta a hipótese de expandir para a América. “Estamos demasiado ocupados a crescer na Europa”, responde.

A Ryanair vai ter 19 novas rotas desde o Porto e Faro – só uma, para Copenhaga a partir da Invicta, não tinha sido anunciada em dezembro pela incapacidade de não conseguir crescer na Portela. “Quando estamos a ser bloqueados de crescer em Lisboa, nós crescemos noutro lado”, diz Michael O’Leary ao ECO, afirmando que a TAP continua a bloquear slots no aeroporto de Lisboa. “Se não estão a utilizar os slots, pelo menos deem-nos temporariamente à Ryanair”.

O CEO da Ryanair afirmou a vontade em comprar a TAP, mas diz ser impedido por “questões regulatórias”. “Eu adorava comprar a TAP, mas não nos iriam deixar. (…) Somos a maior companhia aérea em Portugal e a TAP é a segunda. E, se tentarmos juntar as duas companhias, teremos os alemães, os franceses e os britânicos a dizer que não podemos fazer isso e que estávamos a fazer um monopólio“.

(Notícia atualizada às 13h56 com mais informação)

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Liderança criativa da Wunderman Thompson assegurada por duas duplas

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  • 1 Fevereiro 2023

A direção criativa da Wunderman Thompson Portugal passa a ser assegurada por Sara Soares e Maria Inês Leiria e também por Marco Figueiredo e Pedro Santos. Pedro Magalhães está agora na Bar Ogilvy.

A direção criativa da Wunderman Thompson Portugal vai passar a ser assegurada por Sara Soares e Maria Inês Leiria e também por Marco Figueiredo e Pedro Santos. A agência avança assim com um modelo de duas duplas na gestão criativa da empresa do universo WPP.

O objetivo é colocar a agência entre os escritórios mais criativos da network. “É um privilégio poder juntar o talento do Pedro e do Marco, com todo o seu percurso na Vodafone nos últimos anos, ao talento da Sara e da Maria, com um percurso internacional fantástico. Juntos são a liderança certa para levar a Wunderman Thompson (UT) a um lugar criativo de destaque no mercado internacional“, diz Nuno Santos, CEO da Wunderman Thompson em Portugal, citado em comunicado.

“’Shake it till you make it’ é o lema da nossa direção criativa. Acima de tudo, queremos mudar a ambição criativa da WT Portugal, e pôr a agência no mapa criativo de Lisboa e do mundo“, acrescentam as duplas.

Sara Soares e Maria Inês Leiria, desde 2013 a trabalhar em Londres, eram até agora diretoras criativas da WT UK, onde trabalharam marcas como HSBC, KitKat, Avon e Shell. Antes, estiveram na Leo Burnett London, na Saatchi & Saatchi e na VCCP.

Marco Figueiredo e Pedro Santos fazem dupla desde 2015 e, na Wunderman Thompson, têm-se dedicado à construção da marca Vodafone. Antes, Pedro Santos passou pela Lowe Lintas, onde trabalhou para marcas como Axe, Audi, Olá e Piaggio. Por seu turno, Marco Figueiredo trabalhou na BBDO, Y&R, TBWA e Havas, colaborando com marcas como Mercedes, Continente, BES ou CGD.

A escolha destas duas duplas vem, explica a agência, na sequência do “acelerado crescimento internacional da Wunderman Thompson Portugal” e dos desafios criativos cada vez mais globalizados que enfrenta, e permite-lhe “estar equipada para responder aos novos desafios locais e internacionais”.

A direção criativa da Wunderman Thompson era desde 2019 assegurada por Pedro Magalhães. O criativo é agora diretor de arte da Bar Ogilvy, agência também integrada no grupo WPP.

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Euribor a seis meses supera os 3%, o valor mais alto em 14 anos

Indexante mais usado pelas famílias portuguesas nos empréstimos da casa voltou a superar a barreira dos 3%, o que já não acontecia desde dezembro de 2008.

As taxas usadas no crédito à habitação voltam a subir no arranque de 2023. É uma má notícia para quem está a pagar o empréstimo da casa ao banco. No caso da Euribor a seis meses, o indexante mais usado nos contratos em Portugal, superou novamente a barreira dos 3%, atingindo esta quarta-feira os 3,009%, o que não sucedia desde o final de dezembro de 2008, há mais de 14 anos.

Depois de anos a fio a negociaram em mínimos (incluindo em território negativo), as Euribor estão em alta há praticamente um ano, devido ao aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a escalada da inflação. Este cenário tem-se traduzido, em última instância, num agravamento dramático da prestação da casa nos contratos com taxa variável – que são mais de 90% no mercado nacional.

Por exemplo, quem tem um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e um spread de 1%, o aumento da prestação atingiu os 300 euros em este mês (nos contratos com Euribor a 12 meses e cujas condições foram revistas este mês), um aumento de 50% em relação à prestação que pagou nos últimos 12 meses.

Enquanto o pico da inflação parece já ter ficado para trás — e os dados divulgados esta quarta-feira confirmam essa tendência — , os sinais dos responsáveis do BCE apontam no sentido de continuar o movimento de subida das taxas de referência. Desde julho do ano passado que já subiram 250 pontos base. A próxima reunião está marcada para esta quinta-feira e o conselho de governadores deverá voltar a decidir-se por um novo aumento de 50 pontos base, como na última reunião, mas já aliviando o ritmo de subidas face aos encontros anteriores.

A par da Euribor a seis meses, também as taxas nos prazos a três meses e 12 meses têm agravado. No prazo mais curto, avançou agora para os 2,483%. Já a 12 meses, que vem sendo a mais usada nos novos contratos, está nos 3,414%.

Face ao disparo das Euribor, o Governo avançou com novas regras para agilizar o regime de renegociação dos empréstimos, no sentido de aliviar a pressão sobre as famílias mais afetadas, nomeadamente ao impor balizas que obriguem os bancos a propor soluções para baixar a prestação.

Para já, os bancos dizem registar um cenário de “normalidade” nos pedidos de renegociação dos empréstimos. Porém, é expectável que as famílias venham a sentir dificuldades ao longo dos próximos meses, à medida que a subida acelerada das Euribor na segunda metade do ano passado se reflita nos seus contratos quando forem revistos.

A Euribor é a taxa de referência baseada na média dos juros praticados por um conjunto de 52 bancos da Zona Euro, nos empréstimos que fazem entre si no chamado mercado interbancário, num determinado prazo (uma semana, um mês, três meses seis meses e 12 meses).

O ECO preparou um simulador para calcular a prestação da casa. Faça as contas para o seu caso.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o artigo no browser.

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