Número de mortos no sismo na Turquia e Síria ultrapassa os 7.200
As autoridades turcas confirmaram a morte de, pelo menos, 5.434 pessoas e a vizinha Síria confirmou até agora 1.832 vítimas mortais. Presidente turco decreto o estado de emergência.
Mais de 6.300 pessoas morreram e mais 20 mil ficaram feridas na Turquia e na Síria devido a dois sismos, um de magnitude 7,8 e outro 7,6 na escala de Richter, registados na segunda-feira. O Presidente da Turquia decidiu decretar o estado de emergência em dez cidades, durante três meses, perante a severidade da devastação.
As autoridades turcas confirmaram a morte de, pelo menos 5.434 pessoas e a vizinha Síria confirmou até agora 1.832 vítimas mortais. O número de feridos ascende a 20.426 segundo a Autoridade turca de Gestão de Emergência e Catástrofes, na sequência da queda de 6.217 edifícios. Na Síria o número de feridos supera os 3.500, de acordo com a organização não governamental Capacetes Brancos, mas ainda há muitas pessoas presas nos escombros, alertam as equipas de salvamento.
Equipas de resgate continuaram esta madrugada as buscas por sobreviventes nos escombros, com os trabalhos a serem limitados por chuva, neve e descida das temperaturas, mas também pelas dezenas de réplicas que voltam a abalar as zonas já afetadas. Esta manhã uma das réplicas atingiu os 5,4 de magnitude. Mais de 7.800 pessoas foram resgatadas em dez províncias, de acordo com Orhan Tatar, alto funcionário da agência de gestão de desastres da Turquia.
Cerca de 25 mil pessoas, incluindo militares, estão a participar nos esforços de resgate, disse Orhan Tatar, que acrescentou que foram destinados 12,1 milhões de euros em fundos urgentes para as dez províncias mais afetadas.
Portugal envia equipa de resgate
Uma equipa de 53 elementos da Proteção Civil, GNR e emergência médica parte na quarta-feira para a Turquia para apoiar os esforços de busca e salvamento.
“Nas próximas horas, uma equipa de 53 elementos compostos por elementos da Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil, por elementos da UEPS (Unidade de Emergência de Proteção e Socorro) da Guarda Nacional Republicana e também por elementos da emergência médica, sairá do nosso país para se juntar aos esforços europeus de cariz humanitário de proteção civil e, muito particularmente no caso do apoio português, no âmbito da busca e do salvamento”, disse esta terça-feira o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, à margem de um encontro com autarcas da região Centro em Coimbra.
Em declarações aos jornalistas na mesma ocasião, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa, explicou tratar-se de uma força conjunta com elementos da estrutura da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção civil, elementos da UEPS da GNR, unidades do Regimento de Sapadores Bombeiros e uma equipa de intervenção médica do INEM para a segurança da própria força.
Países já estão a enviar ajuda para o terreno
A vice-presidência da Turquia indicou que mais de 300 mil pessoas desalojadas pelo sismo foram acolhidas em centros universitários, abrigos e residências estudantis.
A ONU estava a ajudar 2,7 milhões de pessoas no noroeste da Síria todos os meses, através de entregas transfronteiriças, que poderão agora ter de ser interrompidas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, instou na segunda-feira a comunidade internacional a ajudar milhares de famílias atingidas, salientando que “muitas já necessitavam urgentemente de ajuda humanitária”.
Dezenas de países já anunciaram que vão enviar ajuda, pessoal e equipamentos para auxiliar nos esforços de resgate. Hoje foi a vez do Japão enviar uma equipa com 18 elementos, com a Coreia do Sul a prometer também enviar equipas de salvamento, assim como medicamentos.
A organização sem fins lucrativos chinesa Ramunion enviou um grupo de oito especialistas em operações de salvamento com experiência internacional, cuja chegada à Turquia está prevista para quarta-feira, avançou o jornal estatal chinês Global Times.
A Cruz Vermelha chinesa decidiu doar 200 mil dólares (186.300 euros) ao Crescente Vermelho Turco e Sírio, organização que irá receber ainda 10 milhões de dólares australianos (6,4 milhões de euros) da Austrália e 1,5 milhões de dólares neozelandeses (880 milhões de euros) da Nova Zelândia.
OMS estima que 23 milhões poderão ser afetados pelos sismos
O número de pessoas afetadas pelos terramotos que atingiram o sudeste da Turquia e o norte da Síria pode chegar aos 23 milhões, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS), prometendo ajuda de longo prazo.
Os estudos “mostram que 23 milhões de pessoas estão em risco, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis”, avançou a responsável da OMS Adelheid Marschang ao conselho executivo da organização. “A OMS está ciente da grande capacidade de resposta da Turquia e considera que as principais necessidades podem ser as da Síria no prazo imediato e médio”, acrescentou.
A entrega de ajuda à Síria “será, provavelmente, ou já está mesmo a ser impedida pelos danos causados pelo terramoto. Isto em si mesmo já constitui uma enorme crise”, afirmou a mesma responsável.
Por seu lado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus – que pediu um minuto de silêncio pelas vítimas -, garantiu que a organização está a trabalhar “em estreita colaboração com todos os parceiros para apoiar as autoridades da Turquia e da Síria nas próximas horas e dias, que serão críticos, e nos meses e anos que virão, à medida que os dois países se restabelecem e se recuperam”.
O diretor-geral anunciou também o envio de “três voos ‘charter’ para os dois países” com material médico, incluindo ‘kits’ cirúrgicos, a partir da plataforma de logística para ajuda humanitária situada no Dubai. “Estamos a juntar materiais de emergência e ativámos a rede de equipas médicas de emergência da OMS para prestar cuidados de saúde essenciais aos feridos e às pessoas mais vulneráveis”, acrescentou.
O tremor de terra ocorreu a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas, uma das quais de pelo menos 7,6.
(Notícia novamente atualizada às 19h29 com novo balanço das vítimas mortais na Turquia e com o estado de emergência)
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