Credit Suisse reforça liquidez com empréstimo de até 51 mil milhões de euros do Banco Nacional Suíço
Depois de uma quarta-feira negra na bolsa, a instituição tenta tranquilizar os clientes e os mercados com a "intenção" de pedir empréstimo de até 51 mil milhões de euros ao banco central da Suíça.
O Credit Suisse anunciou que vai pedir ao banco central suíço um empréstimo de até 50 mil milhões de francos, o equivalente a quase 51 mil milhões de euros, para tentar estancar as preocupações com a sua liquidez, anunciou o banco num comunicado.
“A liquidez adicional vai ajudar os core businesses do Credit Suisse e os clientes, à medida que o Credit Suisse toma os passos necessários para criar um banco mais simples e focado em torno das necessidades dos clientes”, refere a nota do banco.
Esta “ação decisiva para fortalecer preventivamente” a respetiva liquidez acontece no rescaldo da falência de dois bancos norte-americanos, o Silicon Valley Bank (SVB) na passada sexta-feira e o Signature Bank no domingo. Casos que fizeram ressurgir o fantasma da crise financeira e que tiveram um efeito de contágio deste lado do Atlântico.
A minha equipa e eu estamos determinados em avançar rapidamente para entregar um banco assente em torno das necessidades dos clientes.
Na quarta-feira, o Credit Suisse esteve sob forte pressão em bolsa, tendo perdido um quarto do valor e atingindo um mínimo histórico abaixo dos dois francos suíços. Depois de ter chegado a afundar 30%, o banco acabou a sessão a perder 24,24%, para 1,70 francos.
A queda voltou a deixar os mercados financeiros num estado de tumulto. As cotadas do PSI perderam 1,4 mil milhões de euros em valor de mercado em apenas oito horas e o banco BCP recuou 9%. A situação também penalizou os preços do petróleo, que estiveram a cair 6%, para mínimos de 2021, e os juros da dívida pública.
O pedido de empréstimo do Credit Suisse ao Banco Nacional Suíço (BNS) dá-se depois de este último se ter mostrado disposto a fornecer liquidez à instituição: “O BNS pode fornecer liquidez ao Credit Suisse, se for necessário”, referiu o banco central, acrescentando estar em “contacto muito próximo” com a empresa, que disse cumprir “os requisitos de capital e liquidez mais elevados aplicáveis aos bancos sistemicamente importantes”.
Além dos quase 51 mil milhões de euros de reforço de liquidez, o Credit Suisse também anunciou que vai recomprar alguns títulos de dívida para reduzir a despesa com juros, tirando partido dos preços mais baixos das respetivas obrigações. Em causa estão dez títulos de dívida sénior em dólares no valor de 2,5 mil milhões de dólares (2,36 mil milhões de euros) e quatro títulos seniores em euros no valor de 500 milhões de euros.
“A minha equipa e eu estamos determinados em avançar rapidamente para entregar um banco assente em torno das necessidades dos clientes”, insiste o presidente executivo do Credit Suisse, Ulrich Koerner, citado no mesmo comunicado.
Na terça-feira, no rescaldo do colapso de dois bancos norte-americanos, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, assegurou que a banca da Zona Euro não tem “exposição direta” ao SVB. “Os nossos bancos estão, no geral, em boa forma. Reforçámo-los imenso nos anos recentes e estão todos sob supervisão próxima das autoridades nacionais e europeias”, indicou.
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