Banco de Fomento contrata administrador executivo no Bankinter
Hugo Roxo, diretor comercial do Bankinter desde 2018, substitui Tiago Simões de Almeida, administrador executivo que tinha transitado da equipa de Beatriz Freitas e apresentou a demissão do cargo.
Hugo Roxo é o nome escolhido pelo Banco Português de Fomento (BPF) para o cargo de administrador executivo, em substituição de Tiago Simões de Almeida, que renunciou ao cargo esta semana.
“Está a iniciar-se o processo de fit and proper junto do Banco de Portugal relativamente a Hugo Roxo”, informa a instituição liderada por Ana Carvalho e Celeste Hagatong, em comunicado enviado esta quinta-feira às redações.
Diretor comercial do Bankinter desde 2018, com reporte direto à administração daquele banco, o gestor tem feito carreira na área da banca, tendo passado antes pelo Barclays (2008-2016) e pelo grupo Santander (1999-2008). É licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Lusíada (Porto).
O Banco de Fomento destaca ainda que Hugo Roxo tem “um conhecimento profundo do sistema empresarial português e experiência na preparação de planos estratégicos e de posicionamento comercial”.
“Já não me revejo tanto no projeto”
Como o ECO noticiou em primeira mão, além de Tiago Simões de Almeida, administrador executivo que transitou da equipa de Beatriz Freitas para a nova liderada por Ana Carvalho e Celeste Hagatong, também o presidente da comissão de auditoria, António Joaquim Andrade Gonçalves, apresentou a demissão. Os motivos das saídas prendem-se com um distanciamento face aos novos elementos da comissão executiva.
“Já não me revejo tanto no projeto”, disse Tiago Simões de Almeida, em declarações ao ECO, quando questionado sobre as razões que o levaram a sair. “O projeto é diferente daquilo que estava à espera. Não concordo muito com algumas coisas que se dizem, como ‘vamos fazer disto um banco’. Não concordo. Isto já é um banco. É evidente que precisa de melhorias e de outra capacidade. Temos de manter coisas no mercado, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e ser um banco. Fazer estas coisas em conjunto”, acrescentou.
O projeto é diferente daquilo que estava à espera. Não concordo muito com algumas coisas que se dizem, como ‘vamos fazer disto um banco’. Não concordo. Isto já é um banco.
“Se não é esse o caminho que queremos seguir, prefiro seguir outro”, sublinhou ainda o antigo administrador, detalhando que vai regressar ao BPI, de onde saiu um com uma licença sem vencimento, para desempenhar novas funções. “Entrei com empenho total, mas isto merecia um maratonista”, ilustrou ainda. Uma “qualidade” que até admite ter, mas, também por “razões pessoais”, era o momento de sair.
Estas duas demissões fazem recordar o verão de 2022, altura em que saiu o diretor de compliance, João Martins, e a administradora responsável pela pasta do Risco e Conformidade, Susana Bernardo, além de vários elementos das equipas que levaram a instituição a lançar um amplo processo de recrutamento.
Um recrutamento que já teve momentos polémicos, nomeadamente com a escolha de Manuel Queiroz Ribeiro, ex-adjunto do ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, contratado por ajuste direto para prestar serviços de jurídicos, consultoria estratégica e relações institucionais, mas que agora já ocupa um cargo de diretor, ao que o ECO apurou.
Ana Carvalho e Celeste Hagatong têm tentado marcar a diferença face à administração anterior, imprimindo novas dinâmicas, como o “Roadshow Fomento”, que arrancou esta quarta-feira em Matosinhos, para promover “cultura de gestão e boas práticas de governança corporativa” e demonstrar como influenciam as soluções de financiamento.
Mas também aumentando a pressão para demonstrar resultados, depois de o banco ter sido múltiplas vezes acusado de não corresponder às expectativas com que foi criado. Mas, nem todos consideram o rumo que as coisas têm levado seja positivo, porque transparece a ideia de que tudo o que existia anteriormente era mau, incluindo as equipas.
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