Grupo Volkswagen vai construir megafábrica de baterias para carros elétricos no Canadá

  • Lusa
  • 14 Março 2023

A Volkswagen quer aumentar a produção de baterias na Europa e pretende que seis fábricas estejam operacionais até 2030.

A Volkswagen vai avançar para a construção de uma megafábrica de baterias para veículos elétricos em Ontário, no Canadá, ainda não tendo decidido sobre a sua próxima fábrica na Europa, divulgou na segunda-feira o grupo automóvel.

A produção em massa na fábrica em Ontário deverá começar em 2027, explicou o grupo Volkswagen (VW).

A sua primeira fábrica de baterias na América do Norte ficará em St. Thomas, Ontário, e faz parte da estratégia da VW de crescer naquela região, depois de ter decidido produzir modelos “pickups” e SUV elétricos nos EUA com a marca Scout em Columbia (Carolina do Sul).

O grupo vai investir 2.000 milhões de dólares (cerca de 1.860 milhões de euros) e criar 4.000 empregos na fábrica nos Estados Unidos.

a nova fábrica de baterias elétricas no Canadá estará integrada na subsidiária PowerCo.

A Volkswagen quer aumentar a produção de baterias na Europa e pretende que seis fábricas estejam operacionais até 2030, com capacidade anual de 240 gigawatts-hora, para garantir o fornecimento destes componentes.

O grupo VW já possui fábricas de baterias, uma delas na cidade sueca de Skellefteå e outra na cidade alemã de Salzgitter.

Além disso, vai criar outra fábrica de baterias em Sagunto (Valência) com a ajuda do Perte, um programa de financiamento com fundos de recuperação pandémica da UE para impulsionar a indústria dos veículos elétricos.

A produção de baterias de ponta será concentrada com a Northvolt na megafábrica “Northvolt Ett” em Skellefteå, nordeste da Suécia.

A fábrica em Salzgitter, no norte da Alemanha, produzirá baterias para o segmento de alto volume a partir de 2025.

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Diretor de IA da Meta dá masterclass em Lisboa

  • BRANDS' ADVOCATUS
  • 14 Março 2023

A IE Law School está a organizar uma masterclass com Norberto Andrade, diretor da Política de IA na Meta. O evento acontecerá no dia 28 de março, nos escritórios do CCA.

As noções básicas de Inteligência Artificial e Machine Learning serão o mote da masterclass, organizada pela IE Law School, que irá acontecer no dia 28 de março, das 9 horas às 10h30, nos escritórios do CCA Law Firm, em Lisboa.

A masterclass será conduzida por Norberto Andrade, diretor da Política de IA na Meta, que irá fazer uma apresentação de 1h30, na qual explicará quais são as maiores aplicações e áreas de investimento de IA e machine learning.

Ainda no mesmo evento, o responsável pela Política de IA na Meta irá listar e falar sobre os temas mais relevantes dentro do sua área de atuação, desde a responsabilidade e supervisão, transparência e explicabilidade, até à privacidade e parcialidade, justiça e discriminação.

Além disso, será ainda fornecida uma visão geral dos principais quadros jurídicos, políticos e éticos que foram desenvolvidos e propostos para governar a Inteligência Artificial.

Os interessados em participar no evento, que será gratuito, devem fazê-lo aqui.

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Frente Cívica pede suspensão de atribuição da cidadania a descendentes sefarditas

  • Lusa
  • 14 Março 2023

A Frente Cívica pediu ao Governo a suspensão de todos os processos de atribuição da nacionalidade portuguesa a pessoas que invoquem a descendência de judeus sefarditas.

A Frente Cívica disse esta terça-feira ter pedido ao Governo a suspensão de todos os processos de atribuição da nacionalidade portuguesa a pessoas que invoquem a descendência de judeus sefarditas.

A associação Frente Cívica indicou ter escrito, na segunda-feira, à ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, a pedir ainda a anulação da naturalização em casos que tenham violado a lei, dando como exemplo o milionário russo Roman Abramovich.

A carta, assinada pelo presidente e vice-presidente da Frente Cívica, Paulo de Morais e João Paulo Batalha, exigiu também a publicação de uma lista de todos os cidadãos naturalizados ou com processos pendentes e “que se enquadrem na definição de Pessoas Politicamente Expostas”.

A Frente Cívica pediu à ministra urgência na finalização do inquérito que o Governo lançou a suspeitas de abusos na atribuição da nacionalidade e que “faça um ponto de situação público sobre o andamento das investigações, incluindo o prazo previsível para a sua conclusão”.

A naturalização de Abramovich está no centro da “Operação Porta Aberta”, envolvendo alegadas irregularidades cometidas em processos de atribuição da nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas, originários da Península Ibérica que foram expulsos de Portugal no século XVI.

Após dúvidas levantadas por eventuais ilegalidades na atribuição da nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas, o rabino da Comunidade Israelita do Porto (CIP), Daniel Litvak, foi detido em março de 2022 pela Polícia Judiciária e ficou a aguardar o desenvolvimento do processo com termo de identidade e residência, entregando ainda o passaporte (esta última medida foi entretanto revogada por decisão da Relação de Lisboa). Também o advogado Francisco de Almeida Garrett, vogal da direção da CIP, foi constituído arguido no caso.

A investigação no âmbito do processo de Abramovich implicou a realização de buscas e envolve suspeitas de vários crimes, nomeadamente tráfico de influências, corrupção ativa, falsificação de documento, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e associação criminosa, indicaram então a PJ e o MP num comunicado conjunto.

A Frente Cívica sublinhou que o jornal francês Le Monde descreveu a naturalização ao abrigo da “lei dos sefarditas” como “O novo Eldorado do passaporte português”. “A exposição reiterada de Portugal como porto seguro para criminosos internacionais envergonha os portugueses aos olhos do mundo“, refere-se na carta.

“A repetição cíclica de notícias como esta devia convocar o Estado português ao urgentíssimo esclarecimento dos abusos à ‘lei dos sefarditas'”, escreveu a Frente Cívica.

“Esta demora incompreensível no esclarecimento da verdade e na responsabilização dos envolvidos por parte do Governo traça o retrato de uma inércia cúmplice com os abusos”, lamentou a associação.

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Número de beneficiários do RSI é o mais baixo desde 2006

  • ECO
  • 14 Março 2023

Dos 195.545 beneficiários registado em janeiro, 53% são mulheres, cerca de um terço é pago a crianças e metade está integrado num agregado familiar de quatro ou mais pessoas.

Apesar das dificuldades diárias sentidas pelos portugueses, o número de beneficiários do rendimento social de inserção (RSI) é o mais baixo dos últimos 17 anos. Dos 195.545 beneficiários registados em janeiro, 53% são mulheres, cerca de um terço é pago a crianças e metade está integrado num agregado familiar de quatro ou mais pessoas, avançou esta segunda-feira o Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Analisando a situação de norte a sul, o número de beneficiários diminuiu em 12 distritos e subiu em oito. A região dos Açores foi a que perdeu mais beneficiários, registando uma redução de 49% nos últimos cinco anos. Segue-se o Porto, apesar de ser o distrito com mais gente a receber RSI. Por oposição, Faro foi o distrito onde o número de beneficiários mais aumentou.

A redução do número de beneficiários deve-se à subida dos rendimentos mais baixos por via do aumento do salário mínimo, do emprego e outros apoios sociais. Há três anos que o valor de referência se mantém congelado nos 189,66 euros. No entanto, o valor foi descongelado e, a partir deste mês, sobe para 209,11 euros. Isto deverá ter resultado num aumento do número de beneficiários que ainda não consta das estatísticas.

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Caso EDP. Juíza rejeita, mais uma vez, perícia médica a Salgado pedida pela defesa

No requerimento de abertura de instrução, de 2 de março, a defesa de Salgado pediu a realização de uma perícia médica independente. Juíza rejeitou. Debate instrutório marcado para 28 de março.

A juíza de instrução do processo EDP –– cujos principais arguidos são Manuel Pinho e Ricardo Salgado – recusou a realização de uma perícia médica, que comprove a doença de Alzheimer, pedida pela defesa do ex-banqueiro. Esta é a quarta recusa da Justiça portuguesa, no que toca à perícia médica independente, realizada por médicos independentes.

A juíza considera que essa perícia seria “manifestamente contrária aos fins da instrução” e que isso não iria interferir com uma eventual pronúncia do arguido para julgamento, segundo pode ler-se no despacho da juíza do Tribunal Central de Instrução Criminal, a que o ECO teve acesso, mas avançado em primeira mão pelo Observador. A juíza de instrução Gabriela Assunção marcou o debate instrutório para 28 de março.

“Não sendo invocada a possibilidade de existir uma patologia incapacitante ou anomalia psíquica aquando da prática dos factos (na perspetiva da acusação) é despicienda, nesta fase, a sua ponderação, pois tal importa especialmente à fase de julgamento e, até, de um eventual cumprimento de pena ou da adequação de imposição de uma pena ou uma medida de segurança”, pode ler-se no documento assinado pela magistrada.

As defesas dos três arguidos tinham também solicitado a audição de um total de 68 testemunhas (36 do ex-presidente do BES, 29 do antigo ministro da Economia e três da sua mulher), mas a decisão da juíza acaba por remeter a instrução (fase processual facultativa em que se decide se as provas são suficientemente fortes para levar os arguidos a julgamento) diretamente para o debate instrutório.

“A fase de instrução deve ser (…) um momento célere, especialmente concentrada na comprovação judicial, ou não, da decisão”, referiu a juíza no seu despacho, sublinhando: “Não é suposto (…) levar-se a cabo um esforço probatório que se assemelhe ao do julgamento”.

Gabriela Assunção defendeu ainda que não cabe ao juiz de instrução “repetir o esforço investigatório do inquérito” e disse que tal seria uma violação do processo penal português.

A 2 de março, a defesa de Ricardo Salgado pediu a realização de uma perícia médica na fase de instrução do Caso EDP, devido ao diagnóstico de Doença de Alzheimer atribuído ao ex-banqueiro.

Segundo o requerimento de abertura de instrução (RAI) submetido pelos advogados do ex-presidente do Grupo Espírito Santo (GES) – acusado neste processo de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento –, a situação clínica de Ricardo Salgado “continuou a evoluir desfavoravelmente”, assegurando que não está em condições de prestar declarações e não pode exercer plenamente o direito de defesa.

“O arguido encontra-se à disposição do Tribunal Central de Instrução Criminal para realizar perícia médico-neurológica, para efeitos de comprovar o seu quadro clínico acima descrito, com as devidas consequências legais que daí devem ser retiradas, nomeadamente extinção/arquivamento dos presentes autos quanto ao arguido”, lê-se no documento, que resume: “Requer-se a realização de uma perícia médica da especialidade do foro neurológico”.

Para os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, face aos relatórios médicos, Ricardo Salgado “não pode ser sequer acusado ou pronunciado e, muito menos, submetido a qualquer julgamento”, pelo que pedem a perícia médica num serviço oficial de saúde, sugerindo o Laboratório de Estudos da Linguagem, da Clínica Universitária de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Ricardo Salgado com o seu advogado, Francisco Proença de Carvalho.EPA/JOSE SENA GOULAO

A defesa critica o Ministério Público (MP), ao apontar o “receio de que a perícia médica viesse a frustrar o seu cego propósito acusatório”, referindo, com base num relatório médico de junho de 2022, que Ricardo Salgado “foi admitido num ensaio clínico para doentes de Alzheimer” e deixando uma garantia: “Não é um subterfúgio. Não é uma manobra dilatória. É, repita-se, uma doença, que afeta irreversivelmente o arguido”.

Ricardo Salgado, que foi acusado, em dezembro, pelo Ministério Público (MP) no caso EDP de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, outro de corrupção ativa e um de branqueamento, tinha sido notificado para esclarecer se queria prestar declarações relativamente a factos descritos no despacho do juiz de instrução Carlos Alexandre que colocou (em dezembro de 2021) Manuel Pinho em prisão domiciliária.

Entretanto, a realização, ou não, de uma perícia médica independente, no âmbito da Operação Marquês, será decidida pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

“No caso em referência, é do domínio público que a questão da necessidade da determinação de perícia médico-legal e forense se encontra em apreciação, por via de recurso, no Tribunal da Relação de Lisboa”, disse a PGR na resposta enviada ao ECO/Advocatus.

Já no ano passado, o Ministério Público (MP) no âmbito da Operação Marquês, decidiu no mesmo sentido, tal como o juiz do mesmo processo em que Salgado acabou condenado a seis anos de pena de prisão efetiva, por crimes de abuso de confiança que resultaram do processo do Marquês.

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Ministério Público arquiva “apagão” dos offshores e afasta sabotagem informática

  • ECO
  • 14 Março 2023

Segundo a procuradora Helena Almeida, “é manifesto que não foi possível identificar qualquer ato concreto suscetível de integrar a prática dos crimes cuja suspeita se suscitou”.

O Ministério Público arquivou o inquérito ao caso do “apagão fiscal” ao fim de quase seis anos. Em causa estava a origem do erro de processamento das declarações bancárias sobre transferências para offshores realizadas entre 2011 e 2014, sendo que grande parte das operações comunicadas à administração tributária não passou para a base de dados do fisco, escreve nesta terça-feira o Público (acesso pago).

Neste período, dos 18.200 milhões movimentados, mais de 10.000 milhões não ficaram registados, apesar de terem sido declarados pelas instituições financeiras.

Segundo a procuradora Helena Almeida, “é manifesto que não foi possível identificar qualquer ato concreto suscetível de integrar a prática dos crimes cuja suspeita se suscitou”. A magistrada lembrou que, à luz do artigo 283.ª do Código do Processo Penal, o Ministério Público deduz acusação se tiver recolhido indícios suficientes de um crime e de quem foi o seu agente

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Hoje nas notícias: Offshores, RSI e taxa de carbono

  • ECO
  • 14 Março 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O inquérito ao caso do “apagão fiscal” foi arquivado ao fim de seis anos. Em janeiro deste ano, estava registado o número mais baixo de beneficiários do RSI desde 2006. Quatro em cinco contratos de trabalho no privado são de 40 horas. A taxa de carbono já rendeu quase 56 milhões de euros ao Fundo Ambiental. Conheça algumas das notícias que marcam a atualidade.

Ministério Público arquiva “apagão” dos offshores e afasta sabotagem informática

O Ministério Público arquivou o inquérito ao caso do “apagão fiscal” ao fim de quase seis anos. Em causa estava a origem do erro de processamento das declarações bancárias sobre transferências para offshores realizadas entre 2011 e 2014, sendo que grande parte das operações comunicadas à administração tributária não passou para a base de dados do fisco. Segundo a procuradora Helena Almeida, “é manifesto que não foi possível identificar qualquer ato concreto suscetível de integrar a prática dos crimes cuja suspeita se suscitou”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Desde 2006 que não havia tão poucos a receber RSI

Em janeiro deste ano, estavam registados 195.545 beneficiários do rendimento social de inserção (RSI), o número mais baixo em 17 anos. Apenas em 2006 se encontra um período com tão poucos beneficiários, apesar das dificuldades sentidas pelos portugueses. Nos últimos três anos o valor de referência do RSI manteve-se congelado em 189,66 euros. No entanto, foi descongelado e, a partir deste mês, sobe para 209,11 euros, o que deve resultar num aumento do número de beneficiários (que ainda não consta das estatísticas).

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Quatro em cinco contratos de trabalho no privado são de 40 horas

Mais de quatro em cada cinco contratos de trabalho no privado são de 40 horas por semana. Em 2021, este período de laboração abrangia 85,5% das relações contratuais a tempo inteiro, segundo a informação das empresas enviada através de relatório único. Em 2010, a percentagem de contratos com este horário semanal era de 83,4%, embora seja possível definir períodos normais de trabalho de 35 horas por semana.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Taxa de carbono rende 56 milhões de euros

A taxa de carbono que passou a ser cobrada em 2021 aos passageiros dos aviões rendeu, até agora, 56 milhões de euros, noticia o Jornal de Negócios. No ano passado, as companhias aéreas cobraram aos passageiros quase 42,2 milhões de euros, a que se juntam os quase 10,5 milhões do ano anterior e outros 3,2 milhões já cobrados este ano. Quase toda a receita da taxa remetida pelas companhias aéreas para a ANAC foi transferida para o Fundo Ambiental pelo regulador.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Autarca de Caminha negou aprovação do centro de exposição mas documentos provam “luz verde”

Em setembro de 2022, o atual presidente da câmara de Caminho, Rui Lages, afirmou por escrito, que as obras para o Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) na Quinta do Corgo, junto à sede do concelho não tinham sido iniciadas porque a autarquia ainda não tinha aprovado o Pedido de Informação Prévia (PIP). No entanto, há documentos que provam o autarca deu “luz verde” ao PIP, o que viabilizaria a construção do edifício.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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Start Campus prevê que 1.ª fase do data center em Sines fique operacional “no final de setembro”

CEO da empresa que espera investir 3,5 mil milhões de euros em Sines faz um balanço dos trabalhos de construção do mega data center Sines 4.0, considerado projeto de interesse nacional pelo Governo.

Imagem simulada de como deverá ficar o Sines 4.0 quando todos os edifícios estiverem construídos. A infraestrutura, visível ao centro, localiza-se junto à antiga central a carvão da EDP, visível do lado direitoStart Campus

O primeiro edifício do mega centro de dados que está a ser construído junto à antiga central a de Sines deve estar operacional em setembro, diz o CEO da Start Campus, a empresa responsável pelo Sines 4.0, que foi considerado pelo Governo de Potencial Interesse Nacional (Projeto PIN). Além do “ligeiro atraso” face ao calendário inicial, a guerra na Europa e forçou a empresa a ir às compras mais cedo do que o normal.

“O projeto está a correr bastante bem”, resume Afonso Salema, numa conversa com o ECO à margem de um seminário sobre cabos submarinos, promovido na sexta-feira pela embaixada do Reino Unido em Lisboa. No entanto, com o início da guerra na Ucrânia e os efeitos da inflação, a Start Campus teve de “tomar algumas medidas quase drásticas para o setor”, como antecipar a compra de “grande parte do equipamento, para não ter falhas na cadeia de abastecimento”, explica o gestor.

Afonso Salema, CEO da Start CampusBritish Embassy Lisbon

“Isso provou ser uma estratégia vencedora porque agora vemos que o resto da indústria está com problemas em conseguir as partes mais básicas e nós estamos a continuar a avançar. Tivemos um ligeiro atraso, cerca de um mês, mas estamos on track para ter já a primeira capacidade operacional no final de setembro deste ano“, diz Afonso Salema.

Anunciado em abril de 2021, o Sines 4.0 é fruto de uma parceria entre os norte-americanos da Davidson Kempner e os britânicos da Pioneer Point Partners. O projeto contempla vários edifícios para albergar servidores, sendo que, nesta primeira fase, está em causa uma primeira estrutura menor do que os restantes, num investimento de 130 milhões de euros que não deverá sofrer revisões: “Para esta primeira fase, conseguimos mitigar parte [do aumento de custos], porque fizemos o hedging antes”, sublinha o responsável, referindo-se à estratégia de compras antecipadas.

Mas o Sines 4.0 previa “um volume final de investimento de até 3,5 mil milhões de euros” até 2027. Esse valor, no fim, deverá ser superior, antecipa Afonso Salema. “Vai ser um valor revisto em alta, o que acaba por se refletir, depois, no preço que passamos aos nossos clientes. Mas, como é um fator que afeta toda a Europa, porque nós estamos dependentes é de cadeias de valor internacionais, nós continuamos a ser altamente competitivos versus o resto da Europa”, assegura.

Alegando um forte foco na sustentabilidade, a Start Campus pretende recorrer a energia renovável para alimentar este empreendimento. Existem 1.500 hectares de solo “em várias localizações” reservados para instalar painéis solares e uma intenção, ainda não materializada, de recorrer a água do mar para arrefecer os servidores.

Para tal, como o ECO noticiou, a empresa quer reaproveitar a estrutura de captação de água usada para arrefecer as turbinas da antiga central elétrica, mas as negociações ainda estão em curso. “Estamos a finalizar as negociações com a EDP e esperamos chegar a bom porto, porque não faz sentido ter de destruir aquilo. Esperamos que a EDP seja razoável”, afirma.

O objetivo não é “necessariamente” adquirir a estrutura, porque a empresa admite ficar a gerir parte da mesma para dar acesso a outros que a queiram usar, aponta Afonso Salema. “Todos os data centers que foram bem-sucedidos foram por acesso aberto. E nós não nos importamos de ficar a gerir parte da infraestrutura e, se vier mais alguém que precise, numa perspetiva de colaboração para promover o crescimento de Sines, não vemos mal nenhum nisso”, aponta.

Questionado sobre novos acordos com cabos submarinos ou se já tem clientes na calha para o Sines 4.0, Afonso Salema escusa-se a comentar, por estar “sujeito a acordos de confidencialidade muito fortes”. Todavia, refere que a Start Campus está a trabalhar com a Ella Link, dona do cabo submarino que liga Sines a Fortaleza (Brasil), no projeto de construção de uma ligação entre Sines e Lisboa. Um cabo que foi batizado de Olisipo e que foi anunciado no final do ano passado.

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Americanos “sentam-se” no pódio das exportações de mobiliário

Indústria portuguesa aproveita “viragem” dos EUA para marcas europeias e problemas na Ásia para recorde nas exportações. Setor emagrece margens e espera "envelope” do PT2030 para investir dez milhões.

Com um crescimento “muito significativo” nas compras a Portugal, na ordem dos 27%, os Estados Unidos da América (EUA) ultrapassaram a Alemanha no terceiro lugar da lista dos melhores mercados externos para a indústria portuguesa do mobiliário. A progressão nos negócios realizados do outro lado do Atlântico contribuiu para um novo recorde nas exportações do setor em 2022, a rondar os 2.000 milhões de euros, 8% acima do anterior valor máximo, registado um ano antes da pandemia.

“Trata-se do maior mercado mundial e assistiu-se a uma viragem desse mercado para as marcas europeias devido aos problemas de fornecimento da Ásia e à aposta de um maior número de empresas portuguesas nesta geografia, muitas delas com estratégia de crescimento muito sustentadas para os diferentes estados americanos”, justifica Gualter Morgado, diretor executivo da principal associação do setor (APIMA), em declarações ao ECO.

No topo da lista de melhores destinos para o mobiliário português — perspetivado como um cluster, inclui indústrias como o mobiliário, a colchoaria, os têxteis-lar, a cutelaria, a cerâmica, a iluminação e a tapeçaria –, estão França (quota de 33%) e Espanha (25%). Seguem-se os EUA (6,24%), a Alemanha (5,38%) e o Reino Unido (5,11%), segundo os dados oficiais compilados a partir das estatísticas de comércio internacional publicadas pelo INE.

Assistiu-se a uma viragem desse mercado [dos EUA] para as marcas europeias devido aos problemas de fornecimento da Ásia e à aposta de um maior número de empresas portuguesas nesta geografia.

Gualter Morgado

Diretor executivo da APIMA

Enquanto “o mercado alemão é mais volátil, devido à forma como as centrais de compras influenciam o negócio, devido à escala que têm no mercado”, o britânico continua a “demonstrar variações muito inconstantes devido ao brexit”. Perante os “condicionamentos” logísticos e legais causados pela saída da União Europeia, o porta-voz da APIMA descreve que “algumas empresas inglesas abriram novas empresas no espaço comunitário para contornar as dificuldades geradas pelo processo de exportação”.

Sem dispor ainda de informação estatística sobre as quantidades vendidas no estrangeiro ao longo do último ano, o dirigente associativo reconhece que “a inflação [teve] influência direta no valor recorde obtido com as exportações”, que, em termos homólogos, aumentaram 12% no ano passado. No entanto, ressalva que “o crescimento registado é superior ao valor da inflação e explica-se igualmente pela retoma dos certames e pela penetração em novos mercados” internacionais.

Gualter Morgado, diretor executivo da APIMAAPIMA

Já questionado sobre a progressão dos preços das matérias-primas e a passagem desses custos adicionais para os clientes, Gualter Morgado admite que “face ao significativo aumento dos preços das matérias-primas, a indústria foi obrigada a rever em alta os valores praticados”. No entanto, acrescentou o mesmo responsável, “não o fez na mesma proporção, emagrecendo as margens praticadas, de modo a conseguir manter e suportar os clientes no período pós-pandemia”.

À espera de “envelope” para investir dez milhões

As exportações representam cerca de 80% do volume total de negócios do cluster do mobiliário e afins. No ano em que superou em 8% o anterior valor máximo nos negócios fora do país, registado em 2019, pré-pandemia, o mercado nacional “revelou-se estável, com uma diminuição no mobiliário doméstico e uma retoma do setor hoteleiro, fruto de renovações e da construção de novos hotéis” no país.

Já 2023 arrancou com dezenas de fabricantes portuguesas a participar em algumas das principais plataformas comerciais da Europa, como a Maison & Objet, em Paris, e a Intergift, em Madrid. Agendadas para o primeiro semestre deste ano estão ainda viagens até Milão (Salone del Mobile), Nova Iorque (ICFF) e Colónia (IMM). Ao nível da promoção, os industriais vão fechar a primeira fase do ano com o Portugal Home Week, classificado como o maior evento nacional de promoção da Fileira Casa, marcado para 15 e 16 de junho na Alfândega do Porto.

Ao abrigo do chamado mecanismo extraordinário de antecipação de verbas do PT2030, a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, presidida por Joaquim Carneiro, apresentou um projeto no valor de dez milhões de euros, que contempla ações nas principais plataformas internacionais, seja feiras em ações presenciais, seja em plataformas digitais, centrando a sua estratégia de crescimento na Europa, Médio Oriente, América do Norte e na Ásia.

O secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, já admitiu que as candidaturas ainda estão a ser avaliadas e que só em maio haverá uma decisão e, em caso de sucesso, as verbas começarão a ser pagas. No caso da APIMA, descreve o diretor executivo, foram “antecipadas as necessidades” e todas as ações estão “cobertas” até junho. Ainda assim, alerta Morgado, a aprovação deste novo projeto “urge devido aos compromissos que [tem] de assumir para assegurar a presença nos certames do segundo semestre e do próximo ano”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 14 de março

  • ECO
  • 14 Março 2023

Ao longo desta terça-feira, 14 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 14 Março 2023

No dia em que Fernando Medina continua nas reuniões do Ecofin em Bruxelas, António Costa reúne-se com Pedro Sánchez em Lanzarote para mais uma cimeira ibérica.

No dia em que a Mercadona apresenta os resultados financeiros referentes a 2022, ano em que conseguiu ultrapassar o Minipreço em Portugal, António Costa reúne-se com Pedro Sánchez em Lanzarote para a 34.ª Cimeira Luso-Espanhola. A Associação Portuguesa de Bancos vai ao Parlamento falar sobre a atuação do setor no “desajustamento dos juros nos depósitos a prazo”.

Mercadona apresenta contas de 2022

A Mercadona apresenta esta terça-feira de manhã, em Valência, os dados financeiros relativos ao ano de 2022. Os resultados surgem após a líder de mercado em Espanha ultrapassar, no último trimestre do ano passado, a cadeia do Minipreço em Portugal, controlada pelo grupo espanhol Dia. A Mercadona entrou em Portugal a julho de 2019 e conta com dez vezes menos lojas em Portugal do que a insígnia concorrente que, segundo novos rumores na imprensa espanhola, poderá estar de saída do mercado português.

Segundo dia da reunião do Ecofin

Prossegue esta terça-feira a reunião de dois dias do Ecofin, em Bruxelas, com Fernando Medina a representar o governo português. A reunião dos ministros que são responsáveis pela Economia e Finanças, presidida pela sueca Elisabeth Svantesson, está a fazer o balanço da evolução macroeconómica e orçamental na área do euro, assim como da inflação no espaço da moeda única. O quadro de governação económica e os objetivos estratégicos de um euro digital são outros tópicos em debate na capital belga.

Cimeira Ibérica em Lanzarote

O primeiro-ministro, António Costa, irá reunir-se esta terça-feira com o presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, em Lanzarote, no âmbito 34.ª Cimeira Luso-Espanhola, cujo tema é “Portugal e Espanha: A Europa no Atlântico”. O encontro realiza-se na Casa-Museu de José Saramago e terá a duração de dois dias. O último encontro de alto nível entre os dois países decorreu em Viana do Castelo, em novembro do ano passado, tendo estes encontros como objetivo o planeamento de áreas de ação conjunta, dos transportes à cultura.

Representante dos bancos ouvido no Parlamento

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) é ouvida esta tarde, pelas 15h, na Assembleia da República, por requerimento do grupo parlamentar do PSD, sobre a atuação do setor bancário. De acordo com a agenda da Comissão de Orçamento e Finanças, onde será ouvido o presidente da APB, Vítor Bento, em causa está a “atuação do setor na comercialização do crédito habitação e seus pedidos de renegociação, bem como o desajustamento dos juros nos depósitos a prazo face às condições de mercado”.

OCDE apresenta Exame de Desempenho Ambiental em Sintra

O diretor do Ambiente da OCDE, Jo Tyndall, apresenta esta terça-feira as conclusões e recomendações do Exame de Desempenho Ambiental no Palácio Valenças, em Sintra, contando com a presença do Ministro do Ambiente e Ação Climática de Portugal, Duarte Cordeiro. Haverá ainda lugar a um seminário sobre como enfrentar os desafios ambientais, presidido pela Secretária-Geral do Ambiente e Ação Climática Alexandra Carvalho, com o Presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Filipe Duarte Santos como orador.

(Correção: Uma versão anterior deste artigo referia que a audição da APB estaria agendada para a manhã desta terça-feira; na verdade, a sessão está agendada para a tarde. Era ainda referido que Faria de Oliveira seria o presidente da APB; na verdade, o atual presidente da APB é Vítor Bento. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.)

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Ecossistema nacional mostra-se confiante nos reguladores para estancar efeitos colaterais da falência do SVB

Ecossistema reagiu ao colapso do 'banco das startups' num esforço para conter o que temem possa transformar-se num novo Lehman Brothers.

Com “muitos dos clientes” expostos ao turbilhão do norte-americano Silicon Valley Bank (SVB), a Remote decidiu assegurar o pagamento dos salários de março aos seus colaboradores. No ecossistema, outros empreendedores, como o CEO da criadora do ChatGPT, também avançaram que iam apoiar financeiramente as startups impactadas pelo que muitos temem possa vir a transformar-se no Lehman Brothers do ecossistema – apesar de os fundos afastam este cenário.

A decisão da unicórnio com ADN português — que contrata e gere o payroll, entre outras funções, de trabalhadores remotos para outras companhias — de garantir o pagamento dos salários dos colaboradores das empresas clientes afetadas pelo colapso do SVB foi conhecida logo após a instituição financeira, conhecida como o banco das startups, ter sido intervencionado num momento em que muitos empreendedores aguardavam ainda indicações sobre o nível de proteção dos seus depósitos.

“Até final março e, dependendo de certos países, até mais do que março (vamos assegurar o payroll). Temos de garantir a maior estabilidade possível a duas entidades diferentes: às pessoas que estão contratadas através de nós e às pessoas que nos contratam para contratar estas pessoas”, justifica Marcelo Lebre, cofundador Remote, à ECO Pessoas. A unicórnio contrata cerca de 1.000 pessoas em cerca de 80 países.

“Temos neste banco uma vasta maioria de empresas nascentes, startups, scaleups. Mesmo empresas públicas e muitas tecnológicas têm ali grande parte dos seus ativos. E, de um momento para o outro, ficam em insolvência porque todos os seus ativos ficam cativos”, descreve Marcelo Lebre.

Deixar cair o banco “podia apagar de um momento para o outro milhares de empresas que são a base tecnológica do empreendedorismo”. “O impacto que isto teria seria simplesmente devastador”, continua, comparando o potencial efeito com a onda negra gerada na economia mundial com a queda do Lehman Brothers, em 2008.

A lista de empresas com exposição direta ao SVB é longa e não se circunscreve aos EUA, como evidencia a compilação feita pela Reuters. Não era o caso da Remote, mas a unicórnio — que chegou em tempos a ter conta no SVB — tinha “muitos dos clientes” com parte ou totalidade dos seus depósitos no banco.

Esta segunda-feira, a pressão aliviou com o anúncio do Federal Deposit Insurance Corporation (FDCI) de que a totalidade dos depósitos estava garantida. “Felizmente, o FDIC garantiu que os depósitos iam ser honrados. Ou seja, não só os 250 mil dólares [garantidos], como irão repor a totalidade do dinheiro que estava lá depositado. O que não vão garantir é investimentos com base de risco, numa ação que desvalorizou”, refere o chief operating officer da Remote.

Com este anúncio chegou “um alívio brutal” para todas estas empresas que vão poder mexer no seu dinheiro. Alivia a pressão também para a Remote. “De forma geral, começamos já a ter feedback bastante positivo de uma grande parte dos clientes. Em teoria, não há motivo para haver problema”, considera o responsável.

“Na Remote temos uma operação muito grande a nível mundial, um balance sheet muito bem tratado e de boa saúde, que nos permite dar a garantia a estas pessoas de que estamos a aguentar o barco enquanto as pessoas que [as] contratam através de nós resolvem a sua vida”, diz. Ainda assim, reconhece, “durante um bom bocado colocámo-nos na linha de fogo”.

“Foi uma decisão calculada. Pusemo-nos na linha de fogo, mas honestamente gostaríamos que tivessem feito o mesmo por nós. Ou ajudávamos as empresas que conseguem a continuar a operação, fossem eles levantar dinheiro em capital de risco ou tentar vender partes da empresa, ou então estaríamos a assinar a sentença de morte garantida de todas estas empresas”, diz Marcelo Lebre.

Ainda é cedo para ter certezas sobre se as medidas já tomadas irão travar o efeito de contágio. Ainda mais porque há cerca de dez bancos, embora de menor dimensão, impactados pelo ocorrido no SVB. “Ainda não é claro se parou ou não a onda que se estava a gerar”, diz o cofundador, mas “se o banco tivesse simplesmente caído estávamos perante uma recessão global muito pior do que a de 2008”, acrescentou.

Investidores mostram apoio ao ecossistema

A onda de choque gerada gerou movimentações no ecossistema. Conhecido o colapso do banco, vários empreendedores, incluindo Sam Altman, o CEO da OpenAI — empresa por trás do ChatbotGPT — avançaram que iriam apoiar financeiramente as startups afetadas, permitindo-lhes pagar salários até à situação do SVB ser resolvida.

A fintech Brex também anunciou que iriam oferecer linhas de crédito de emergência. Segundo o co-CEO, Henrique Dubugras, receberam mais de 1,5 mil milhões de dólares de pedidos, de cerca de 1.000 empresas só no fim de semana, noticiou a Reuters. Altman da OpenAI terá ainda encorajado os investidores a avançar com fundos de emergência para apoiar as startups.

Os fundos estão também a acompanhar este processo. “Antes de sabermos os detalhes do que levou ao colapso e as respostas da resolução do banco, houve uma preocupação generalizada por parte dos fundos para evitar que as empresas deixassem de ter tesouraria para cumprir as obrigações de curto prazo”, comenta Pedro Ramalho Carlos, partner da Shilling, à ECO Pessoas. “Calculo que, neste momento, a maior preocupação dos fundos estará mais do lado da substituição de linhas crédito de venture debt que existiam no SVB e que poderão estar em risco“, continua.

“Os fundos, por definição, são empresas privadas e, portanto, podem fazer o que quiserem, dentro da legalidade, desde que seja benéfico para os seus investidores, e em linha com a sua tese de investimento”, reage Rita Vilas Boas, quando questionada sobre o que os fundos podem fazer para apoiar as startups a navegar esta fase.

“Agora, se vejo isto como uma oportunidade para os fundos de investimento? Creio que sim, porque podem entrar em startups que de outra forma não poderiam entrar“, considera a business angel. “Veja-se o exemplo do Reino Unido, uma realidade mais próxima de nós. Houve imediatamente um movimento dos fundos de investimentos a comunicar às startups e aos seus fundadores que pedissem ajuda, etc., de forma a não ficarem ‘sem rede'”, diz.

“Com sentido de urgência haverá que lidar com os desafios das startups com presença direta nos mercados impactados, por exemplo com equipas a quem têm de pagar salários e estão com dificuldades em aceder à sua liquidez e usar os mecanismos que dispunha com o SVB – os fundos poderão apoiar as empresas no acesso a financiamento ou, sendo possível, decidir eles próprios providenciar meios temporários às empresas, como rondas internas intermédias ou como empréstimos de curto prazo”, comenta João Pereira, Diretor da Investimento da área de Digital & Tecnologia da Portugal Ventures, à ECO Pessoas. Num outro nível, “os fundos reforçarão a literacia financeira e as boas práticas relacionadas com a relação bancária e a gestão da liquidez, procurando minimizar os riscos associados a eventos inesperados como este do SVB.”

Rita Vilas Boas afasta um cenário à Lehman Brothers no ecossistema. “Embora esta intervenção tenha sido a maior feita pelo governo americano no sistema bancário desde a crise financeira de 2008, as ações foram bastante limitadas comparativamente com o que aconteceu há 15 anos. Não há resgate previsto nem o dinheiro dos contribuintes estará envolvido, conforme afirmou o Presidente Joe Biden no seu discurso de 13 de março”, diz.

A business angel recorda ainda que o braço do SVB no Reino Unido foi vendido esta segunda-feira por uma libra ao HSBC e o negócio garantiu a salvaguarda do dinheiro dos depositantes. “O SVB no Reino Unido tem 3.300 clientes; as startups no Reino Unido empregam 1,8 milhões de pessoas e o ecossistema vale quase 1 trilião de dólares. O SVB UK era o banco de escolha das startups no Reino Unido, e que vimos o governo a agir rapidamente e assim aconteceu”, continua.

O mesmo considera Pedro Ramalho. “O colapso do SVB tem características muito distintas do Lehman Brothers. Basicamente, o SVB (e muitas outras instituições bancárias) foram surpreendidas com o rápido aumento das taxas de juro, que os próprios bancos centrais não previram. Em teoria, o risco é para o sistema financeiro como um todo, e não particularmente para as startups. Porém, as medidas tomadas parecem ser eficazes a mitigar o risco de novos bank runs“, considera o partner da Shilling. “Não me parece que as mudanças no SVB tenham efeito material no ecossistema empreendedor americano, e ainda menos no europeu e português“, argumenta.

“Os mercados financeiros dependem não só de agentes “racionais”, mas também da perceção e expectativas quanto à saúde do sistema. Esta intervenção dos governos e instituições, rápida e decisiva, tem como objetivo suster a perda de confiança. Como todos temos experiência, estes eventos têm a capacidade de impactar fortemente o nível de atividade económica”, comenta João Pereira.

(notícia atualizada às 15h05 com mais informação)

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