Ministério Público recusa realização de perícia médica a Berardo, depois de investigar médica por alegado atestado falso

Ministério Público considera que perícia médica a Joe Berardo é inútil, depois de ignorar dois pedidos da defesa para a realização da mesma. Processo continua fechado à defesa, à revelia da Relação.

O Ministério Público (MP) recusou a realização de uma perícia médica independente a Joe Berardo, pedida pela defesa do ex-empresário, por considerar ser “inútil”, sabe o ECO/Advocatus. Uma recusa que surge num contexto em que, segundo a CNN avançou na terça-feira, uma médica e diretora dos serviços de Psiquiatria do Instituto Português de Oncologia, é suspeita de ter falseado informações clínicas de diagnóstico ao empresário Joe Berardo.

Em causa, um relatório clínico de 2021, a atestar que o comendador sofria de deficit cognitivo – tendo a memória recente afetada. O documento médico aponta ainda outras limitações de memória em relação aos seus atos empresariais, bem como a falta de condições para Joe Berardo se defender.

E, apesar da Justiça suspeitar da veracidade dos atestados médicos realizados pela médica em questão, essa mesma Justiça ignorou durante mais de um ano os pedidos da defesa do arguido para realização de uma perícia independente e, agora, vem recusar essa mesma perícia. Que serviria para ajudar (ou não) na prova relativa ao inquérito que invoca suspeitas de atestados falsos.

A defesa de Joe Berardo terá, inclusive, pedido por duas vezes – no final de 2021 – a realização dessa perícia médica independente, realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal, mas nem o MP aceitou, nem o juiz de instrução Carlos Alexandre deu o aval a essa mesma perícia. Contactado pelo ECO; o magistrado remeteu-se ao silêncio. Bem como fonte oficial a PGR que não confirmou nem desmentiu a recusa dessa perícia.

Atestados: o que dizem do estado de saúde de Joe Berardo

Num primeiro momento, o arguido Joe Berardo pediu (em setembro de 2021) uma perícia médica psiquiátrica, colegial e independente, que teria sempre de ser formalmente pedida pelo juiz de instrução ou pelo Ministério Público. Logo nesse requerimento feito pela defesa do empresário madeirense, juntava-se relatórios médicos já feitos que denunciavam uma depressão (do grau maior) e um déficit cognitivo (de grau menor) Este último diagnóstico revelou ter expressão e impacto na memória recente problemas na concentração, na aprendizagem, deficits nas capacidades multitasking e gestão de stress, uma desinibição afetiva ligeira e difícil controlo da impulsividade.

Perante a ausência de resposta por parte da Justiça, cerca de um mês depois, a defesa do arguido voltou a insistir no tema. À data, voltou a não receber resposta. Mas, agora, o ECO sabe que o Ministério Público considera que essa perícia está ferida de inutilidade, recusando-a. O ECO/Advocatus contactou o advogado de Berardo, Paulo Saragoça da Matta, mas sem sucesso.

Salgado já teve quatro recusas da Justiça

Esta recusa de perícia médica a arguidos não é caso único. Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recusou-se a pedir uma perícia médica, também independente, que comprove a doença de Alzheimer de Ricardo Salgado. Esta foi, aliás, a terceira recusa da Justiça portuguesa, depois de, no ano passado, o Ministério Público (MP) no âmbito da Operação Marquês, ter decidido no mesmo sentido, tal como o juiz do mesmo processo em que Salgado acabou condenado a seis anos de pena de prisão efetiva, também no ano passado.

Mais recentemente, foi a vez da juíza de instrução do processo EDP –– cujos principais arguidos são Manuel Pinho e Ricardo Salgado – ter recusado a realização de uma exame médico, nesta fase de instrução em que o processo se encontra.

A juíza considera que essa perícia seria “manifestamente contrária aos fins da instrução” e que isso não iria interferir com uma eventual pronúncia do arguido para julgamento, segundo pode ler-se no despacho da juíza do Tribunal Central de Instrução Criminal.

“Não sendo invocada a possibilidade de existir uma patologia incapacitante ou anomalia psíquica aquando da prática dos factos (na perspetiva da acusação) é despicienda, nesta fase, a sua ponderação, pois tal importa especialmente à fase de julgamento e, até, de um eventual cumprimento de pena ou da adequação de imposição de uma pena ou uma medida de segurança”, pode ler-se no documento assinado pela magistrada.

Isto depois da defesa de Ricardo Salgado ter pedido o arquivamento do processo EDP no que diz respeito ao antigo presidente do BES, que justificou com o diagnóstico de doença de Alzheimer e com o seu “estado demencial”.

“O quadro clínico de defeito cognitivo que apresenta atualmente, nomeadamente o defeito de memória, limita a sua capacidade para prestar declarações em pleno uso das suas faculdades cognitivas”, pode ler-se no requerimento de abertura de instrução, assinado pelos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, que acrescenta: “A situação clínica do arguido impõe o arquivamento do presente processo. A causa de arquivamento deste inquérito quanto ao arguido impõe-se num plano prévio de inviabilidade de exercício pleno do direito de defesa”.

Segundo o requerimento, os advogados juntam vários documentos clínicos e o parecer do neurologista Joaquim Ferreira, que atestou “um diagnóstico final e definitivo”, confirmando que o antigo líder do Grupo Espírito Santo (GES) tem Doença de Alzheimer, “apresentando um agravamento progressivo das limitações cognitivas e motoras”.

Processo continua em segredo, apesar da Relação ter decretado a publicidade

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) continua a vedar o acesso ao processo que envolve Joe Berardo em suspeitas de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais, está ainda em segredo de Justiça.

Apesar de, formalmente, essa não publicidade do processo ter terminado a 21 de outubro, o Ministério Público (MP) está a vedar o acesso ao processo CGD/Berardo à defesa de Joe Berardo, a cargo do advogado Paulo Saragoça da Matta.

O ECO tentou igualmente ter acesso a esse processo mas a resposta que fonte oficial do DCIAP — onde corre o processo – deu foi a de que essa mesma consulta era impossível,” em virtude de os autos se encontrarem sujeitos a Segredo de Justiça”.

Apesar da acusação insistir que este processo — que investiga a suspeita de crimes alegadamente cometidos por Joe Berardo e o seu advogado (à data), André Luiz Gomes — continua em segredo de Justiça, o mesmo deixou de o estar desde finais de outubro. Conforme comprova a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, datada de 15 de junho do ano passado (2022) que negou o recurso pedido pelo MP para prorrogar o sigilo da investigação.

No recurso do Ministério Público para a Relação de Lisboa era pedido que ao prazo de segredo de justiça de 24 meses acrescessem 62 dias, passando o seu fim a ocorrer no dia 31 de dezembro com a justificação que essa “ampliação” do prazo fazia todo o sentido “na medida em que, por força das contingências decorrentes da situação de pandemia, a investigação sofreu sérios atrasos e não pôde realizar diligências de prova que, de outra forma, já teriam sido concretizadas”.

Mas a Relação respondeu que não concluiu por nenhum atraso nessa mesma investigação, nem tão pouco “que diligências não foram realizadas. Acresce que a regra é hoje a da publicidade do processo, sendo o segredo de justiça a exceção, que só deve ser decretado quando se entenda que a aquela prejudica os direitos dos sujeitos ou participantes processuais. Por conseguinte, não se entende o que pretende o Ministério Público”, diziam os desembargadores, em junho de 2022. Concluindo que o que pretende o MP, “sem ter parado o inquérito, é beneficiar de mais 62 dias de segredo de justiça, o que afronta o espírito da lei”.

Em junho de 2021, Joe Berardo, bem como o seu advogado André Luiz Gomes, foram detidos por suspeitas de burla à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em causa está a “suspeita da prática dos crimes de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento” de capitais, por Joe Berardo e o seu advogado. “A operação da PJ incidiu sobretudo num grupo económico que, entre 2006 e 2009, contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros.

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Propostas do Mais Habitação “não são para acabar com o alojamento local”

  • Ana Petronilho
  • 15 Março 2023

Marina Gonçalves, ministra da Habitação, sublinha no Parlamento que "o que está na proposta é suspender a atribuição das novas licenças e não mexer nas licenças já atribuídas”.

A ministra da Habitação diz que o Governo apresentou medidas para acelerar o licenciamento e garante que as propostas que constam do pacote Mais Habitação “não são para acabar com o alojamento local” ou para desvalorizar o investimento das famílias, sustentando que o que se propõe é uma “compatibilização” para se ver como é que todos podem ser “parte da solução”.

“Ao contrário do que é dito, apresentamos um conjunto de medidas não para acabar com o alojamento local ou para desvalorizar o investimento das famílias. Não. O que fazemos é uma compatibilização para percebermos como todos podemos fazer parte da solução. Ninguém acaba com o investimento que foi feito. O que está na nossa proposta é suspender a atribuição das novas licenças e não mexer nas licenças já atribuídas”, frisou Marina Gonçalves.

Durante o debate parlamentar sobre a habitação, a governante aproveitou ainda para apresentar alguns números e deixar a garantia de que não está previsto acabar com o programa de apoio ao arrendamento jovem Porta 65, mas sim a reavaliação em 2026.

Além disso, de acordo com Marina Gonçalves, no ano passado, pela primeira vez desde que o Porta 65 foi criado, todos os jovens elegíveis que concorreram ao programa foram abrangidos. “Em 2022 não houve um jovem elegível que ficasse de fora do Porta 65”, afirmou a ministra indicando que no ano passado este apoio chegou a 21.052 jovens.

A verba destinada ao Porta 65 foi em 2022 de 24,5 milhões de euros, tendo sido reforçada em 30% em 2023 (ano em que o valor ascende a 31,3 milhões de euros).

O Parlamento discutiu esta tarde 13 diplomas do PSD, Chega, IL, BE, PCP e Livre sobre a habitação, terminando com o PS a viabilizar os cinco diplomas propostos pelos sociais democratas.

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Governo cria símbolo para atestar “preço justo” nos produtos alimentares

  • Lusa
  • 15 Março 2023

Ferramenta anunciada pela ministra da Agricultura vai garantir "que ninguém tem prejuízo e que foram criadas condições de sustentabilidade de toda a cadeia alimentar".

A ministra da Agricultura e da Alimentação divulgou esta quarta-feira que será criado um símbolo que ateste que os produtos alimentares cheguem aos consumidores com um preço justo, refletido em todas as etapas da cadeia nacional.

Segundo Maria do Céu Antunes, a medida, que se corporizará na colocação desse selo nos produtos ou nas respetivas embalagens, insere-se na iniciativa do Observatório de Preços, tutelado pelo ministério, que avalia a transparência em toda a cadeia de valor no setor agroalimentar.

“Temos de identificar os problemas e ter medidas que tornem toda a cadeia alimentar num sistema justo para os agricultores, para a transformação, transportes, grandes e pequenas superfícies e para o consumidor”, disse a governante à margem de uma vista às instalações da Agros, União de Cooperativas do setor do leite, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

A ministra apontou que esse símbolo que atesta o preço justo, que avançará depois de conhecidas as avaliações do Observatório, ainda este ano, vai garantir “que ninguém tem prejuízo e que foram criadas condições de sustentabilidade de toda a cadeia alimentar”.

“Acreditamos que, com isto, o consumidor, quando for ao supermercado comprar os seus produtos, pode escolher com a convicção de que não deixou ninguém para trás”, completou a governante.

O consumidor, quando for ao supermercado comprar os seus produtos, pode escolher com a convicção de que não deixou ninguém para trás.

Maria do Céu Antunes

Ministra da Agricultura e da Alimentação

Maria do Céu Antunes garantiu que o Governo continua a trabalhar para “criar uma cadeia justa”, mesmo reconhecendo que ainda existem algumas assimetrias, nomeadamente com a perda de rendimentos dos agricultores, que o ministério promete apoiar.

“Os dados mostram que na produção há uma quebra de rendimento nos agricultores, sobretudo devido ao aumento dos custos de produção, de cerca 14%. Já houve um aumento nos apoios dados ao setor, de 2,6 %, mas que ainda não é suficiente para impedir essa diminuição do rendimento”, analisou a responsável da tutela.

A governante garantiu que continuam a ser negociadas, com a Comissão Europeia, verbas suplementares de apoio para combater a crise da inflação, que também afeta o setor, e que estas serão complementadas com dotações do Orçamento de Estado.

“Além dos apoios regulares, sabemos que estas ajudas extraordinárias podem não ser suficientes para anular o efeito destas crises sucessivas na produção e no consumidor. Por isso, estamos a mobilizar tudo o que está ao nosso alcance para mitigar esses efeitos”, garantiu Maria do Céu Antunes.

Sobre a possibilidade de criar uma proteção extra para os consumidores, fixando, por exemplo, um congelamento dos preços dos bens essenciais, a ministra considerou ser “muito prematuro falar em medidas em concreto”.

“Não podemos criar expectativa a que não possamos responder. Além disso, pode criar condições para afastar os diversos elementos da cadeia alimentar e colocá-los uns contra os outros. É um problema de todos, que nos tem de mobilizar a todos, para termos respostas sustentáveis”, completou.

Nesse âmbito de uma mobilização conjunta, a ministra da Agricultura e da Alimentação divulgou que no próximo dia 22 de março, haverá uma reunião da Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Alimentar (PARCA), com representação das áreas governativas da Agricultura e Economia e todos os elementos da cadeia, desde a produção à distribuição.

A governante referiu, ainda, que no âmbito da PARCA será criada uma subcomissão permanente, com representação de vários organismos, para “se olhar para o que está a acontecer em toda a cadeia [agroalimentar] e fazer propostas concretas que levem a medidas políticas”.

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“Demasiado cedo” para decidir futuro do mecanismo ibérico com reforma da eletricidade

  • Lusa
  • 15 Março 2023

Portugal e Espanha ainda não notificaram formalmente a Comissão Europeia para uma eventual extensão do mecanismo ibérico.

A proposta da Comissão Europeia para reforma do mercado elétrico na União Europeia (UE) não se aplica às centrais elétricas existentes, mas ainda “é demasiado cedo” para decidir sobre medidas atuais, como o mecanismo ibérico, segundo fontes europeias.

“A proposta apresentada ontem [terça-feira] pela Comissão não se aplica retroativamente às centrais elétricas existentes. Pelo contrário, é proposto que, para novos investimentos num conjunto de tecnologias, quando estiver envolvido apoio público, este apoio público tenha de ser feito sob a forma de contratos bidirecionais por diferença, tendo assim uma limitação às receitas adicionais dos produtores, que os Estados-membros devem redistribuir entre os consumidores”, indica um funcionário europeu, contactado pela Lusa.

Um dia depois de o executivo comunitário apresentar a proposta de reforma da conceção do mercado de eletricidade da UE para impulsionar as energias renováveis, proteger melhor os consumidores e aumentar a competitividade industrial, a fonte europeia familiarizada com o dossiê recorda que, “em todo o caso, as propostas terão de ser discutidas e acordadas pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, pelo que é demasiado cedo para se tirar qualquer conclusão sobre o futuro das medidas existentes”.

Numa entrevista à Lusa na semana passada, a vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela Concorrência, Margrethe Vestager, garantiu estar “em contacto” com Portugal e Espanha sobre a extensão do mecanismo ibérico limitador do preço do gás na produção de eletricidade, defendendo que a proposta de reforma do mercado elétrico prevê um “mercado equilibrado”.

Fonte europeia ligada ao processo indicou à Lusa que Portugal e Espanha ainda não notificaram formalmente a Comissão Europeia para uma eventual extensão do mecanismo ibérico, dois meses antes de terminar o prazo da aplicação do instrumento temporário para limitar o preço de gás na produção de eletricidade na Península Ibérica, até final de maio.

Espanha já veio, contudo, divulgar a intenção de prorrogar o limite de preços do gás ibérico até ao final de 2024, manifestando ainda “satisfação” pela proposta de reforma do mercado elétrico, segundo uma posição enviada à Lusa.

Reagindo à proposta, o primeiro-ministro português, António Costa, disse que o documento “apresenta alguns passos positivos, no bom sentido, mas fica muito aquém daquilo que é necessário”.

Na terça-feira, como a Lusa tinha avançado, o executivo comunitário propôs reduzir a volatilidade dos preços da luz na UE ao diminuir a influência do gás na eletricidade, promovendo contratos de aquisição e venda de energia limpa assentes em valores prefixados e garantias governamentais.

Em concreto, a instituição sugeriu aos países europeus que apostem numa maior utilização de acordos de aquisição de energia sustentável, que são celebrados entre operadores privados, normalmente um produtor de energia renovável, e um consumidor industrial. De momento, estes acordos ainda só equivalem a cerca de 20 gigawatts na UE como um todo.

Ao mesmo tempo, Bruxelas pediu a promoção de contratos bidirecionais por diferença, de incentivo ao investimento e promovidos pelos Estados, que acordam um preço (uma espécie de teto) com produtores de renováveis e que serão, ao abrigo do redesenho do mercado elétrico, obrigados a canalizar o excesso de receitas para os consumidores. Atualmente, estes contratos só existem em nove Estados-membros da UE, incluindo em Portugal.

O executivo comunitário propôs ainda a promoção de contratos a termos fixos para evitar picos, a partilha de energias renováveis entre a vizinhança (em agregados familiares ou em empresas de menor dimensão) como solar em telhados e ainda regulamentação de preços em situações de crise.

Nos últimos meses, os preços da luz subiram acentuadamente na UE, motivando críticas à sua formulação, condicionada pelos preços do gás, situação que a Comissão Europeia quer reverter.

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Minipreço aposta em inteligência artificial com o ChefGPT

Basta uma mensagem para o cliente ficar logo automaticamente a saber o que acompanha melhor o vinho tinto, o que o #chef recomenda para determinada hora ou qual a melhor receita para arroz de pato.

Numa nova aposta no digital, através do Whatsapp, o Minipreço pretende disponibilizar informação “útil e relevante” aos seus clientes, recorrendo ao ChatGPT – ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pela OpenAI – para que os clientes possam aceder a inúmeros temas relacionados com comida mediante o uso da hashtag #chef.

A integração do ChatGPT no nosso canal WhatsApp representa uma inovação no setor e um avanço significativo na utilização desta plataforma para que os nossos clientes retirem todo o potencial das novas tecnologias de inteligência artificial quando realizam qualquer pesquisa relacionada com temas alimentares, utilizando o #chef, em conjunção com a nossa oferta em minipreço.pt”, refere Pedro Devesa, membro do conselho de administração da Dia Portugal, citado em nota de imprensa.

“Estamos certos de que os benefícios serão muito bem acolhidos por todos os que nos seguem e por todos os que se quiserem juntar à nossa comunidade”, termina o responsável.

Esta primeira experiencia de utilização da inteligência artificial tem como objetivo “criar soluções mais funcionais para os diversos aspetos da vida dos seus clientes suportadas nesta tecnologia, com a capacidade de simular a inteligência e o comportamento humano. O objetivo final é transformar a experiencia dos clientes, oferecendo-lhes maior eficiência e agilidade nos atos de compra”, lê-se ainda no mesmo comunicado.

“O que acompanha melhor o vinho tinto #chef? Estou com fome #chef o que recomendas para esta hora do dia? #chef qual a melhor receita para arroz de pato?”, são alguns dos exemplos de conselhos e dicas a pedir ao chef do Whatsapp do Minipreço.

Para isso os clientes apenas necessitam de adicionar aos contactos o número do WhatsApp Ofertas Minipreço (969884599) e iniciar uma conversa. Este serviço permite igulmente ter acesso às novidades e receber no seu telemóvel o folheto semanal digital, novas campanhas e promoções da cadeia de supermercados.

O +M experimentou esta nova funcionalidade e descobriu que queijos, frutos secos, carnes defumadas, patês, azeitonas, salmão defumado, presunto cru, pão de fermentação natural, azeite de oliva extra virgem, alcachofras, cogumelos salteados, sopas cremosas e saladas, são os melhores acompanhamentos para o melhor vinho tinto, segundo o #chef.

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Preços regulados da eletricidade descem em média 3% em abril

A partir de 1 de abril, os clientes no mercado regulado vão ver um alívio nos preços da fatura média mensal. Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos estima uma redução de 3%.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vai atualizar o preço da tarifa de energia do mercado regulado. A partir de 1 abril, para os clientes domésticos do mercado regulado, o preço da eletricidade vai sofrer uma redução de 3% na fatura média mensal.

A ERSE revela que a tarifa de energia aplicada aos clientes do mercado regulado vai descer 5 euros por megawatt/hora (MWh), com efeitos a partir de 1 de abril de 2023. A atualização desta componente do preço em 5 euros por MWh acontece sempre que o custo de aquisição do Comercializador de Último Recurso (CUR) se altere em 10 euros por MWh ou mais, numa revisão que é feita trimestralente. Se o custo de aquisição encarecer em 10 euros por MWh ou mais, o valor da tarifa de energia sobe 5 euros por MWh; se o custo cair mais de 10 euros por MWh, a tarifa de energia desce na mesma medida.

Ora, “para o ano de 2023, a atualização da previsão do custo de aquisição do CUR aponta para um desvio de -73,04 euros por MWh face à previsão implícita nos preços da tarifa de energia em vigor até março”, lê-se no comunicado divulgado esta quarta-feira.

Com a atualização, nota o regulador, o aumento de 3,3% da tarifa em baixa tensão normal anunciado para este ano será, afinal, de 1% em 2023 face a 2022.

Segundo a nota, a ERSE esta atualização nos preços do mercado reguladoabrange 988 mil clientes e cerca de 7,5% do consumo total verificado em janeiro de 2023.

Assim, face a esta atualização, um casal sem filhos, com uma potência contratada de 3,45 kVA e um consumo anual de 1900 killowatts por ano ( kWh/ano) vai verificar uma redução de 1,02 euros na fatura mensal em abril, face a março. Feitas as contas, esta família passará a pagar 36,62 euros por mês de eletricidade no mercado regulado.

Já para um casal com dois filhos, com uma potência contratada de 6,9 kVA e com consumos de 5000 kWh por ano, o desconto será de 2,83 euros passando esta família a pagar uma fatura de 92,43 euros a partir de abril, quando comparado com a fatura de março.

Notícia atualizada às 18h25 com mais informações

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MEO Rip Curl Pro Portugal juntou mais de 150 mil adeptos do surf

A Meo dá nome à maior prova de surf a nível nacional há 13 anos consecutivos. O brasileiro João Chianca e a norte-americana Caitlin Simmers foram os grandes vencedores da competição.

Mais de 150 mil adeptos e 5,3 terabytes de tráfego gerados: são estes os números apresentados pelo Meo Rip Curl Pro Portugal, que bateu o recorde de assistência na etapa portuguesa do circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), tornando-se “o maior evento desportivo de praia da Europa”. O circuito decorreu entre os dias 8 e 14 de março, na Praia de Supertubos, em Peniche,

Em nota de imprensa é igualmente reforçado o facto de a Altice Portugal ter duplicado o seu investimento em infraestruturas tecnológicas – nomeadamente fibra ótica e wi-fi – de forma a garantir a transmissão da prova a nível mundial. O evento registou desta forma mais de 5,3 terabytes de tráfego gerado pelos adeptos.

Neste sentido, para assegurar a transmissão da prova a nível nacional e internacional, a Altice implementou a tecnologia de pontuação em tempo real (incorporada nos Apple Watches dos atletas), proporcionou cobertura wi-fi de todos os locais da etapa (praias, zona de atletas, patrocinadores e media) e realizou o streaming do evento para as plataformas oficiais da WSL.

Adaptação, resiliência e capacidade de resposta são conceitos que estão intrinsecamente ligados à marca Meo que patrocina os maiores eventos em Portugal – seja competições de surf, festivais ou outros eventos nacionais“, refere-se em comunicado.

O MEOeo Rip Curl Pro Portugal, a terceira etapa do circuito principal da WSL, teve como grandes vencedores o brasileiro João Chianca – que venceu na final o australiano Jack Robinson, líder do circuito mundial – e a jovem norte-americana de apenas 17 anos Caitlin Simmers.

A prova juntou em Peniche 54 surfistas, sendo três deles portugueses, Frederico Morais (eliminado), Teresa Bonvalot (9º) e Yolanda Hopkins (5º), tendo esta última alcançado o melhor resultado de sempre de uma surfista portuguesa.

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Eurodeputados identificam melhoria da proteção social dos trabalhadores da UE como prioridade

Num relatório aprovado com 319 votos, os eurodeputados solicitam a rápida aplicação da diretiva sobre salários mínimos e o reforço dos instrumentos de apoio para atenuar os riscos de desemprego.

Os eurodeputados estão preocupados com o crescente custo de vida e identificaram as medidas de proteção social para os trabalhadores dos Estados-membros como uma prioridade económica e social para 2023. Solicitam a rápida aplicação da diretiva sobre salários mínimos e o reforço dos instrumentos de apoio para atenuar os riscos de desemprego numa situação de emergência.

No relatório, conduzido pela relatora Estrella Durá Ferrandis, que totalizou 319 votos a favor, 171 contra e 138 abstenções, os eurodeputados pretendem “a rápida aplicação das disposições estabelecidas na diretiva sobre salários mínimos; a criação de uma diretiva relativa aos regimes de rendimento mínimo; e, pelo menos, 20 mil milhões de euros para reforçar a Garantia Europeia para a Infância e desenvolver o Fundo Social para o Clima para lançar as bases para o desenvolvimento de regimes de proteção social ecológicos a nível nacional”, lê-se em comunicado.

Os eurodeputados defendem, ainda, que o quadro de emprego deve reforçar também o instrumento europeu de apoio temporário para atenuar os riscos de desemprego numa situação de emergência, a fim de dar prioridade à luta contra o desemprego e garantir que todos os jovens na Europa têm acesso à educação, à formação, a estágios remunerados e ao mercado de trabalho.

A diretiva sobre salários mínimos, aprovada em outubro de 2022, estabelece procedimentos para a adequação dos salários mínimos nacionais, promove a negociação coletiva em matéria de fixação de salários e melhora o acesso efetivo à proteção salarial mínima para os trabalhadores que têm direito a um salário mínimo nos termos da legislação nacional. Os Estados-Membros têm dois anos para transpor a diretiva para o direito nacional.

UE com mais de 13 milhões de desempregados

A taxa de desemprego em janeiro manteve-se estável face ao mês anterior, tanto na União Europeia com na Zona Euro. No primeiro mês do ano, a taxa de desemprego foi de 6,7% na Zona Euro e de 6,1% na União a 27, valores que se mantém estáveis há três meses consecutivos, de acordo com os dados divulgados este mês pelo Eurostat.

Portugal contraria a tendência com uma taxa de desemprego de 7,1% e exibindo uma tendência de agravamento. O país regista um aumento deste indicador desde julho de 2022 (embora em novembro tenha havido uma estabilização nos 6% para depois voltar a progredir). Um “sinal de alerta”, disse na semana passada o Presidente da Republica, tendo em conta que a economia internacional ainda está a ter uma recuperação “lenta”.

O Eurostat estima que 13.227 milhões de pessoas na UE, das quais 11.288 milhões na Zona Euro, estavam desempregadas em janeiro, o que significa que há menos 318 mil pessoas desempregadas do que em janeiro de 2022 na UE e 220 mil na Zona Euro.

Portugal tem a quarta taxa de desemprego jovem mais elevada

Entre os jovens, uma camada populacional que preocupa os eurodeputados, em janeiro havia 2.781 milhões de pessoas com menos de 25 anos desempregadas, das quais 2.286 milhões na área do euro. Isto traduz-se numa taxa de desemprego jovem de 14,4% na UE e na Zona Euro — um abrandamento face aos 14,5% do mês anterior e um aumento face aos 14,3%, respetivamente. Em ambos os casos este indicador teve um agravamento em termos homólogos (mais 116 mil de jovens na UE e mais 112 mil na zona euro).

Portugal também registou um agravamento do desemprego ao subir para 20,5% face ao mês anterior, mas, neste caso, o aumento verifica-se apenas há três meses consecutivos e não desde julho de 2022, como na taxa de desemprego. Em termos homólogos a subida foi de apenas uma décima. Comparativamente com os restantes países para os quais existem dadas, Portugal tem a quarta taxa de desemprego jovem mais elevada.

Espanha, Itália e Eslováquia são os países que apresentam as taxas de desemprego jovem mais elevadas. No caso espanhol foi de 29,6%, mas ficou estável face ao mês anterior; no entanto, em Itália (22,9%) houve um ligeiro agravamento face ao mês anterior, mas uma queda significativa em termos homólogos (25,4%); e na Eslováquia (20,8) ocorreu o inverso, ou seja, desceu face a dezembro de 2022 e subiu face a janeiro de 2022. A Grécia, país com uma taxa de desemprego jovem historicamente elevada, ainda não tem dados disponíveis.

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PS viabiliza as cinco propostas do PSD para a habitação

  • Ana Petronilho
  • 15 Março 2023

Maria Begonha diz que “há convergências que permitem que o diálogo continue” nas propostas do PSD dando o exemplo da simplificação do licenciamento ou nos incentivos para a construção.

Com a abstenção, o PS viabilizou esta quarta-feira no Parlamento as cinco propostas do PSD para a habitação, apontando possíveis “convergências” nos diplomas para a simplificação dos licenciamentos e dos incentivos à construção.

“Há convergências que permitem que o diálogo continue”, disse a deputada socialista Maria Begonha, durante o debate parlamentar. No entanto, a deputada socialista nota que há um “desequilíbrio” nos diplomas dos social-democratas, que acabam por deixar “desprotegido quem mais precisa”. Maria Begonha salienta, por exemplo, que o maior partido da oposição defende reduzir de 23% para 6% o IVA para a construção, “incluindo para a habitação de luxo”. Algo a que o PS se opõe.

Na reunião plenária desta quarta-feira, a deputada socialista salienta que também deixa de haver convergência com o PSD quando há “um limite temporal” no apoio proposto pelo partido liderado por Luís Montenegro, que quer “reavaliar em 2030” a medida.

Em causa está um subsídio para arrendamento, que pode ser pedido por agregados familiares com rendimentos até ao sexto escalão do IRS, cerca de 38 mil euros, e que tenham uma taxa de esforço igual ou superior a 33%. Corresponderia a 25% do valor da renda, com majoração de 8,5 pontos percentuais para arrendatários até 35 anos, para um terço do valor mensal da renda.

Maria Begonha, deputada do PS

Maria Begonha aproveitou ainda para questionar o PSD se considera haver “equilíbrio” quando existem 100 mil licenças de alojamento local e 120 mil habitações no parque público, salientando que nas propostas laranjas “não há qualquer medida para a limitação do AL”.

Em resposta às críticas do PSD, a deputada socialista garante que tanto o Governo como o PS “têm no centro das suas preocupações responder à crise na habitação, através o aumento da oferta de imóveis no mercado de arrendamento a custos acessíveis ou apoiar e proteger as famílias”. E que o PSD deixa “completamente de fora” das suas propostas “o combate à especulação e à escalada de preços que se vive” e a defesa de “uma maior presença do Estado” no setor.

“Esse é o erro a que não queremos regressar e que é transversal ao conjunto de medidas do PSD”, que defende que “as respostas poderão estar no mercado e que ao Estado cabe, à exceção das medidas de apoio, sair da frente para que o negócio da habitação prospere”. A diferença, salienta Maria Begonha, “é que o PS quer transformar a habitação num pilar do Estado social, desígnio que o PSD não partilha e não acompanha deixando para trás quem precisa”.

Mas estas críticas não impediram o PS de se abster na votação, acabando por viabilizar as cinco propostas dos social-democratas (quatro projetos lei e uma recomendação). Vão ser discutidas e votadas novamente na especialidade, podendo ainda sofrer alterações.

Dos cinco diplomas constam dez medidas. Uma delas é a proposta da JSD para que o Estado possa dar uma garantia pública, que substitua a entrada na compra de casa para jovens até 35 anos, até um máximo de 10% do valor do imóvel que não pode exceder os 250 mil euros. O PS absteve-se nesta proposta mas houve cinco deputados socialistas que votaram favoravelmente este diploma.

Além da redução do IVA para 6% na construção e do apoio transitório para o arrendamento, também vai ser discutido na especialidade o diploma do PSD que prevê a redução de 28% para 23% da taxa liberatória dos rendimentos prediais para arrendamento habitacional, a isenção do imposto de selo e de IMT para a venda de imóveis até 168 mil euros e o reforço, em sede de IRS, das deduções do pagamento de rendas e de juros no crédito à habitação.

Foi ainda aprovada a proposta de projeto-lei que alivia o impacto do aumento dos juros nos créditos. O PSD propõe que sejam reescalonados para reduzir a prestação, com uma parte da dívida atirada para o final do contrato, com o Estado a dar uma garantia pública sobre o montante renegociado.

Outra das propostas do PSD aprovada prevê que sejam as autarquias a gerir os imóveis devolutos do Estado, depois de serem identificados pela Autoridade Aduaneira. O diploma refere que depois de identificados os imóveis devolutos, caso o Estado central não dê uso ao património público num prazo de 60 dias, as autarquias tomem posse administrativa. Esta proposta cria ainda um sistema “semiautomático”, que permite às autarquias “sozinhas ou em conjunto com promotores particulares” identificar e transformar um imóvel devoluto do Estado em habitação, depois de os promotores privados apresentarem “um projeto para o seu aproveitamento” para que o imóvel seja usado nos próximos 50 anos em “projetos com interesse público”.

No total o Parlamento discutiu 13 diplomas do PSD, Chega, IL, BE, PCP e Livre sobre a habitação.

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Reforma “tímida” ao mercado da eletricidade na UE “fica muito aquém” das necessidades, diz Costa

Para Costa, é fundamental que Bruxelas separe "de uma vez por todas" o mercado da eletricidade do gás pois permitiria fixar o preço da luz em função do custo real de produção, e não o mais alto.

O primeiro-ministro português António Costa considerou que a proposta para o redesenho do mercado elétrico, anunciada esta terça-feira pela Comissão Europeia, é “tímida” e “fica muito aquém do que é necessário”.

Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente espanhol Pedro Sánchez, nas Canárias, esta quarta-feira, na sequência a 34.ª cimeira ibérica, o primeiro-ministro português lamentou que a proposta apresentada pela Comissão Europeia para a reforma do mercado da eletricidade fosse “muito tímida” e que, apesar de admitir ter “alguns passos bons, que vão no bom sentido”, “fica muito aquém do que é necessário”.

“O que é necessário, é o que Espanha e Portugal têm vindo a defender desde março do ano passado que é separar, de uma vez por todas, o mercado da eletricidade do mercado do gás e acabar com a regra marginalista de fixar o preço da luz pelo preço mais elevado da fonte de produção”, disse, fazendo referência ao mecanismo ibérico e que permite fazer precisamente isso em Portugal e Espanha.

Para António Costa, a resposta de Bruxelas devia considerar a possibilidade de os Estados-membros poderem “fixar o preço da eletricidade em função do custo efetivo da forma de produção”.

A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira o tão aguardado redesenho ao mercado da eletricidade, tendo decidido não mexer na estrutura que até hoje vigora na União Europeia, após concluir ser a mais eficiente. No entanto, anunciou medidas paralelas ao mercado que ajudarão a controlar a volatilidade dos preços.

Entre as novidades, a proposta de Bruxelas prevê que os consumidores possam ter o direito a contratos de fornecimento de energia com preços fixos, além de poderem também ter vários contadores em casa e diferentes fornecedores de eletricidade e tarifários de energia para múltiplos fins (consumo doméstico ou carregamento do carro elétrico, por exemplo).

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Álvaro Santos Pereira sugere medidas alternativas à rápida subida dos juros

Álvaro Santos Pereira e Joseph Stiglitz defendem medidas para impulsionar a economia, como a aposta em benefícios nas creches e no comércio internacional. Conheça os argumentos dos economistas.

Álvaro Santos Pereira, ex-ministro da Economia de Passos Coelho e atual economista chefe da OCDE, admite que era necessária a normalização das taxas de juro, mas defende que uma subida rápida, como a que se verificou, tem consequências. Pelo que há várias políticas alternativas para as quais se devia olhar, que impulsionariam a economia.

O responsável reitera que “não há dúvida” de que a inflação começou pela oferta, sendo que já há alguns países em que as componentes de procura estão a começar a ser relevantes também, como o Reino Unido. Mesmo assim, como salienta também o Prémio Nobel Joseph Stiglitz, num debate organizado pela OCDE, a subida de juros não é a resposta mais eficaz a uma subida de preços resultante de um choque na oferta, e não na procura.

Para Stiglitz, “subir taxas de juro provavelmente será contraprodutivo”, alertando que a ação dos bancos centrais “pode ter feito pior”. “O processo de desinflação pode ser lento e o custo de chegar lá pode ser alto, como é exemplo o que está a acontecer ao SVB“, o banco norte-americano que colapsou esta semana, argumenta.

Entre as alternativas defendidas pelo professor da Columbia University encontram-se políticas para aumentar a energia verde, mais barata, bem como a produção de alimentos. Na perspetiva de aumentar a oferta de trabalhadores, o economista sugere melhores ofertas de cuidados para as crianças e políticas para as famílias, assim como uma reforma na imigração.

Medidas deste estilo também são apoiadas por Álvaro Santos Pereira, economista chefe da OCDE, que destaca que no Canadá o Governo está a trabalhar para baixar os custos com crianças, nomeadamente com as creches. Algo que diz ser “muito importante porque permite aos pais voltar ao trabalho”.

Fonte: OCDE

Além disso, “manter os mercados abertos vai ser muito importante”, salienta, já que o comércio internacional é uma das medidas que impulsiona a economia. “Houve um aumento no protecionismo e é algo que nos preocupa, porque o impacto de voltar a restrições vai ter efeitos em toda a gente”, alerta.

Stiglitz salienta, por outro lado, que “na Europa há necessidade de rever políticas para os preços da energia“, melhorando o modelo, à semelhança do mecanismo ibérico. Devem também avançar medidas de proteção que podem ser financiadas pelo windfall tax, a taxa sobre lucros extraordinários que já avançou em vários países.

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Trabalhadores da Lusa aprovam greve de quatro dias

  • Lusa
  • 15 Março 2023

Os trabalhadores da Agência Lusa, esta quarta-feira reunidos em plenário, aprovaram uma greve de quatro dias, após rejeitarem a proposta da administração.

Os trabalhadores da Agência Lusa, esta quarta-feira reunidos em plenário, aprovaram a realização de uma greve de quatro dias, entre 30 de março e 2 de abril, reivindicando aumentos de salários dignos após rejeitarem a proposta da administração.

“Os trabalhadores da Lusa reunidos em plenário aprovaram hoje quatro dias de greve para 30 e 31 de março e 01 e 02 de abril“, indicam em comunicado os sindicatos dos Jornalistas (SJ), dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE).

Esta greve de quatro dias foi aprovada com votos a favor de 155 trabalhadores e uma abstenção.

Também esta tarde, e após o plenário, dezenas de trabalhadores da Lusa estão concentrados em frente à sede da empresa, em Lisboa.

No comunicado divulgado a anunciar esta concentração, os sindicatos representativos explicaram que o protesto visa reivindicar “aumentos salariais dignos“, depois de a administração ter feito uma proposta de atualização “bem abaixo do exigido”.

Os trabalhadores da Lusa rejeitaram a contraproposta num plenário realizado em 01 de março.

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