Bard, o “ChatGPT” da Google, acaba de chegar a Portugal
"Chatbot" com inteligência artificial da Google já fala português - e, agora, passa a estar disponível em Portugal. Melhor ou pior, consegue responder a todas as perguntas e pedidos dos utilizadores.
O Bard, uma ferramenta criada pela Google parecida com o ChatGPT, foi disponibilizado esta quinta-feira em Portugal, anunciou a empresa sedeada na Califórnia. A partir de agora, os portugueses já podem “conversar” em linguagem natural com o famoso motor de busca graças ao poder da inteligência artificial.
Desde maio que o Bard já estava disponível ao público em dezenas de outros países, mas não na União Europeia, onde as regras de proteção de dados são vistas como mais apertadas. Os impedimentos terão sido ultrapassados e, doravante, o programa está disponível na “maior parte do mundo” e em “mais de 40 idiomas”, incluindo em português, anunciou a Google.
Esta é a reposta da Google à crescente popularidade do ChatGPT, um programa lançado em novembro por uma empresa chamada OpenAI, que responde a todas as perguntas e solicitações dos utilizadores. Muitas centenas de milhões de pessoas já usam programas como o ChatGPT no dia-a-dia, incluindo para fins profissionais, onde esta tendência tem causado tanta surpresa como preocupação.
Para tal, programas como o ChatGPT e o Bard estão ligados a modelos que foram “treinados” recorrendo a quantidades gigantescas de dados, incluindo conteúdos disponibilizados na internet, desde artigos como este a publicações nas redes sociais. Assim, estes programas conseguem gerar conteúdos que se assemelham aos produzidos pelos humanos.
“O Bard procura combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade dos nossos grandes modelos de linguagem. Baseia-se em informações da web para proporcionar respostas novas e de alta qualidade. É uma experiência inicial que permite colaborar com inteligência artificial generativa. Pode ser uma saída para a criatividade e uma plataforma para despertar a curiosidade”, explica a Google.
Ou seja, em vez de procurar no Google receitas de bacalhau com natas e percorrer os melhores resultados, um utilizador pode perguntar diretamente ao Bard uma boa receita para cozinhar esta iguaria. Pode até dizer quais os ingredientes que tem em casa e pedir uma receita simples que abranja só aquilo que já tem.
Contudo, esta é apenas uma tecnologia experimental, o que significa que está sujeita a erros. “Enquanto tecnologia experimental, o Bard poderá ocasionalmente fazer declarações imprecisas em resposta a comandos do utilizador”, admite a empresa, apelando aos utilizadores para reportarem esses erros. É também uma forma de a Google obter informação preciosa para aprimorar esta tecnologia.
"O Bard poderá ocasionalmente fazer declarações imprecisas em resposta a comandos do utilizador.”
Em fevereiro, quando apresentou o Bard, a Alphabet (empresa dona da Google) perdeu cerca de 100 mil milhões de dólares em valor de mercado num só dia, depois de a Reuters ter detetado que um anúncio da empresa mostrava o programa a responder incorretamente a uma pergunta sobre ciência.
O caso representou uma humilhação para a Google, que, nessa altura, se batia com o crescimento do motor de busca concorrente Bing, da Microsoft. A concorrente foi mais rápida a perceber o potencial da tecnologia do ChatGPT neste tipo de aplicação, tendo lançado o Bing Chat, com o qual o Bard se assemelha.
Além do lançamento em vários países, incluindo Portugal e Brasil, e da compatibilidade com a língua portuguesa, a Google introduziu “novos recursos”, incluindo a possibilidade de juntar imagens aos comandos. “Quer o utilizador queira mais informações sobre uma imagem ou precise de inspiração para o texto da imagem — por exemplo, uma nota de agradecimento sobre um presente –, é agora possível carregar imagens com comandos (prompts) e o Bard analisa a foto para ajudar”, detalha a Google. Porém, para já, esta funcionalidade só está disponível em inglês.
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