Gi Group lança a Grafton, uma marca para jovens profissionais

  • Conteúdo Patrocinado
  • 14 Setembro 2023

Com 25 anos de experiência em recursos humanos, a Gi Group Holding decidiu, agora, lançar a Grafton, uma marca dedicada ao recrutamento de perfis especializados, muitos deles jovens profissionais.

A Gi Group Holding lança a Grafton com o objetivo de encontrar perfis profissionais com enorme escassez a nível mundial. Para isso, esta nova marca conta com uma equipa especializada, que visa encontrar estes profissionais, muitos deles jovens, para os parceiros com quem trabalha.

Em entrevista ao ECO, André Salgueiro, Managing Director da área de Search & Selection da Gi Group Holding, explica qual a necessidade que levou a empresa a lançar a Grafton, o que destaca esta marca das restantes, a importância da experiência internacional da empresa para o mercado português e, ainda, as expectativas que têm para este lançamento.

Veja, abaixo, a entrevista completa.

A Gi Group Holding existe há 25 anos, com várias marcas ligadas ao setor dos recursos humanos. Por que surgiu a necessidade de lançarem a Grafton?

Com a Grafton, o objetivo da Gi Group Holding é ter uma marca dedicada ao recrutamento de perfis especializados com enorme escassez a nível mundial, onde uma equipa dedicada consiga rapidamente apoiar os parceiros a identificar estes profissionais.

O mercado de trabalho em Portugal é assente em perfis de âmbito professional e com um dinamismo altamente acelerado no recrutamento de profissionais nas fases iniciais da carreira. A maior dinâmica expectável e a complexidade na identificação e captação de talento no mercado português tornaram lógico trazer para o nosso mercado a experiência de 40 anos da marca a nível global e gerar valor acrescentado no setor do recrutamento professional em Portugal.

Em que consiste esta nova marca de recrutamento?

A Grafton está tendencialmente dedicada a recrutamento de volume em diferentes zonas do país. Podemos dar o exemplo dos Shared Services Centers, mas também de clientes que têm exigências numa identificação célere de profissionais especializados. Celeridade é, aqui, uma palavra-chave no recrutamento da marca.

Por outro lado, a Grafton assenta o seu modelo de negócio em colocar ao dispor dos clientes – para além de soluções rápidas – uma equipa especializada em trabalhar processos nestes diferentes setores de atividade para os quais volume e rapidez são essenciais.

Sendo uma marca direcionada para um segmento de profissionais especializados, muitos deles jovens profissionais, quais são os fatores diferenciadores da Grafton?

A própria equipa da Grafton é uma junção entre equipa jovem e consultores seniores com experiência em projetos de recrutamento de volume, ou seja, a nossa equipa mimetiza o mercado para o qual vai trabalhar. Achamos que começar por falar a mesma língua é um bom primeiro passo. Procuramos conhecer o nosso público-alvo, acompanhando de perto os candidatos, de forma a potenciar uma melhor experiência de recrutamento.

Para dar um exemplo, os programas de trainees serão desenvolvidos pela Grafton. Faremos, também, recrutamento de outros jovens em início de carreira que não necessariamente para programas de trainees. Em complemento, o recrutamento da Grafton pode estender-se até faixas etárias mais velhas, desde que não falemos de middle e top managers.

Para este público, vamos colocar a tónica na proximidade, no feedback constante e num modelo adaptado a necessidades dos clientes, tendo como conceito base a valorização dos talentos: o match entre o potencial dos candidatos e projetos ambiciosos e empresas de referência no mercado.

Em particular, a experiência internacional da marca, na Europa e no Brasil, aporta valor nesta entrada no mercado português?

De há uns anos a esta parte, vemos uma tendência positiva na criação de Shared Services em Portugal e esta é uma prática crescente, também no grupo, a nível mundial. Temos trabalhado em projetos internacionais que visam a melhoria do processo de recrutamento, tornando-o mais ágil, célere, mais assertivo e mais competente.

Esta troca não é exclusiva ao recrutamento professional – um recrutamento de volume –, mas é um intercâmbio que dá suporte e à-vontade às equipas na orientação para esta rapidez que o mercado português exige ao nível do recrutamento.

De novo, o mercado de trabalho em Portugal é assente em perfis de âmbito professional e com uma dinâmica muito forte. Toda a experiência acumulada nestes 40 anos de Grafton chegam agora a Portugal. E toda essa experiência é muito bem-vinda e necessária.

André Salgueiro, Managing Director da área de Search & Selection da Gi Group Holding
Qual é a equipa por detrás da marca?

Para além dos consultores com os mais variados graus de senioridade, à frente da operação teremos a Isaura Devesa, Grafton Business Manager. A Isaura tem cerca de 10 anos em recrutamento especializado e recrutamento de volume em áreas como Banking & Insurance, Finance & Accountant, Sales & Marketing e Engineering & Industry, e já participou na criação de vários Shared Services Centers e na organização de programas de trainees de grandes marcas. O elevado conhecimento que tem do mercado português, por via desse envolvimento com setores tão distintos e empresas de referência, muitas delas multinacionais, dá a garantia de termos uma operação gerida de forma próxima, experiente e conhecedora.

No meu caso, enquanto Managing Director da área de Search & Selection, no setor de RH há 15 anos, 10 dos quais no âmbito de consultoria e recrutamento e seleção especializados, vou assumir a co-liderança da Grafton, que fará parte deste ecossistema que já conta com duas marcas há alguns anos, a Wyser e a Qibit, e tem na Grafton a terceira marca.

Das especializações em que nos vamos focar, destaco a Finance & Accountant, a Banca e Seguros, a Engineering & Industry e Sales & Marketing, por serem, precisamente, setores decisivos no tecido empresarial português.

E, com o lançamento desta nova marca, como fica o posicionamento da Wyser?

O core da Wyser é o recrutamento de Middle & Top Management e o objetivo é dedicar-se exclusivamente a este recrutamento de cargos de liderança e de Direção Executiva. Sempre foi esse o seu ADN. O lançamento da Grafton em Portugal faz com que, naturalmente, a Wyser ocupe o lugar que é de origem o seu. Os nossos recrutadores de mais elevada senioridade – o perfil de recrutador Wyser – vão continuar a dar a resposta aos profissionais seniores e às empresas que os procuram. A aposta em serviços como Assessments e Consultoria vão marcar a diferença no caso da Wyser.

Quais são as expectativas que têm com a criação desta nova marca?

A Grafton tem tido um crescimento muito positivo e rápido a nível mundial nos países onde já existe e o objetivo é que em Portugal aconteça o mesmo. A falta de profissionais especializados é uma realidade global, as empresas parceiras “lutam” para recrutá-los e é aqui que consideramos que a Grafton irá trazer uma enorme mais-valia.

Temos razões para crer que faremos uma adaptação rápida no setor em Portugal e traremos um modelo diferenciador que permite conjugar rapidez nos processos de recrutamento com uma equipa dedicada e qualificada mediante a especialização funcional.

O que pode esperar o país da Gi Group Holding após o lançamento da Grafton?

Pelo track record de investimento que a Gi Group Holding tem em Portugal, pode esperar encontrar, antes de mais, um parceiro cujo objetivo é apoiar o recrutamento jovem e especializado no país, e, depois, pode, sobretudo, esperar encontrar na Gi Group Holding um ecossistema global de RH, um dos maiores players mundiais da indústria, presente em todos os verticais do setor – e, em Portugal, essa presença faz-se sentir em crescendo, como disso é testemunho o lançamento da Grafton. Ou seja, damos continuidade ao crescimento em Portugal de uma das principais referências globais no recrutamento e seleção; damos um exemplo de boas práticas e impacto positivo na experiência junto de candidatos e clientes assumindo diariamente o nosso propósito: More Than Work. É isso que Portugal pode esperar de nós.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Leica chega aos 50 anos em Portugal com vendas de 80 milhões e 800 empregos

Há 50 anos, os trabalhadores da Leica contavam-se pelos dedos das mãos. Hoje tem mais de 800 trabalhadores e fatura mais de 80 milhões de euros a partir de Famalicão.

Assinalam-se 50 anos desde que a Leica chegou a Portugal, mais concretamente a Vila Nova de Famalicão, onde fabrica, entre outros produtos, câmaras e lentes. A empresa alemã iniciou o seu percurso nacional em 1973 com pouco mais de dez colaboradores. Hoje, fatura mais de 80 milhões de euros e emprega mais de 800 pessoas no país. “Paixão, precisão e compromisso” são o segredo do negócio, que perdura ao longo das décadas.

“Na década de 70 existia uma grande pressão no aumento de custos na Alemanha e era preciso para garantir o futuro de uma marca como a Leica, em termos de competitividade, encontrar um sítio onde fosse possível fazer um produto tão especial por pessoas especiais. Foram considerados três países, incluindo Portugal (Famalicão), que acabou por ser escolhido devido à sua mecânica de precisão, de filigrana e relojoaria. Havia um tecido industrial com muita experiência e a família Leitz decidiu apostar [no país] ainda antes do 25 de abril”, diz Vítor Freitas, administrador da Leica em Portugal, ao ECO/Local Online.

A Leica Portugal tem desempenhado um papel relevante na economia nacional e local, ajudando a fortalecer o tecido económico e social do país através da criação de emprego, impulsionando as exportações, promovendo e impulsionando a inovação e a pesquisa científica, acredita a empresa.

O que a família Leitz encontrou em Portugal foi a paixão, a precisão e o compromisso.

Vítor Freitas

Administrador da Leica em Portugal

Na unidade de Famalicão são fabricadas câmaras (digitais e analógicas) e lentes, isto na área da fotografia, e binóculos e telescópios, na área da ótica desportiva. Praticamente toda a produção é exportada essencialmente para o mercado alemão.

Para Mário Passos, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, “a presença no concelho há cinco décadas de uma fábrica de uma das marcas mais distintas e desejadas mundialmente é sinónimo da qualidade dos recursos humanos do concelho, uma prova de confiança no profissionalismo e na sabedoria dos nossos trabalhadores”, afirma o autarca, citado num comunicado.

É também a partir de Vila Nova de Famalicão que são feitas a reparações de produtos de clientes de todo o mundo na área da ótica desportiva. “Famalicão é o centro de competência e assistência da ótica desportiva para todo o mundo Leica. Está disponível ao cliente 24 horas por dia, sete dias por semana”, afirma o administrador da Leica Portugal. “Na ótica desportiva, a grande maioria dos produtos disponíveis são made in Portugal”, conta.

Na unidade de produção famalicense, existe ainda um centro de desenvolvimento de tecnologia e inovação com mais de 30 colaboradores. “Reforçar as competências, não só produtivas mas de engenharia, desenvolvimento e apoio ao cliente, é um caminho estratégico que a Leica Portugal tem vindo a fazer”, remata o gestor.

Reforçar as competências, não só produtivas mas de engenharia, desenvolvimento e apoio ao cliente, é um caminho estratégico que a Leica Portugal tem vindo a fazer.

Vítor Freitas

Administrador da Leica em Portugal

Em 2013, a Leica investiu 25 milhões de euros numa nova fábrica com uma área de 52 mil metros quadrados, incluindo 18.100 metros quadrados para espaço de produção, 3.100 metros quadrados para montagem, 3.500 metros quadrados para ótica, 4.900 metros quadrados para mecânica e 2.700 metros quadrados para áreas de suporte à produção.

“O que temos de visão para a fábrica é claramente uma aposta na sustentabilidade industrial. Na área da sustentabilidade energética investimos três milhões de euros nos últimos dois anos”, realça Vítor Freitas. A Leica Portugal tem um parque fotovoltaico com 2 MW de potência, avança.

Passados três anos, em 2016, a Leica Portugal abriu a Leica Store, com cerca de 105 metros quadrados, no edifício histórico na Rua de Sá da Bandeira. Além de todo o portefólio de máquinas fotográficas e ótica desportiva, a loja alberga uma Leica Galeria com cerca de 100 metros quadrados, que exibe exposições alternadas. A nível global, a Leica conta com 30 lojas e galerias espalhadas pelo mundo.

Recuando à origem, a Leica é fundada em 1849 em Wetzlar, na Alemanha, por Carl Kellner, um jovem mecânico que funda o Optisches Institut (Instituto Ótico), onde produzia óculos e telescópios. Em 1951, o Instituto Ótico inicia a produção de microscópios. Nesta altura era um pequeno negócio com menos de 20 empregados e uma pequena oficina. Atualmente, emprega mais de duas mil pessoas e fatura quase 500 milhões de euros. A Leica conta com duas unidades de produção, uma na casa mãe em Wetzlar e outra em Famalicão.

O apetite pelos produtos da Leica atravessa gerações: em maio de 2011, uma câmara Leica fabricada em 1923 foi leiloada por 1,9 milhões de dólares (1,7 milhões de euros), tornando-se numa das máquinas “mais caras da história”, de acordo com informação no site da empresa.

Para assinalar os 50 anos da Leica Portugal, a multinacional vai realizar esta quinta-feira um evento na fábrica, em Vila Nova de Famalicão, que vai reunir mais de 100 pessoas. Na comemoração vão estar presentes, entre alguns representantes internacionais da empresa, Bernardo Ivo Cruz, secretário de Estado da Internacionalização; Mário Passos, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão; e Julia Monar, embaixadora da Alemanha em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara de deputados discute entrada acionista do Brasil na TAP

  • Lusa
  • 14 Setembro 2023

Audiência em Brasília contou com o ministro do turismo brasileiro, Celso Sabino, e do representante da transportadora aérea portuguesa no Brasil e América do Sul.

Uma comissão da Câmara dos Deputados discutiu na quarta-feira a possibilidade de o Brasil entrar na estrutura acionista da TAP, numa audiência com o ministro do turismo brasileiro e um representante da transportadora aérea portuguesa.

O deputado do Partido dos Trabalhadores (PT) Washington Quaquá, que pediu o debate de cerca de uma hora e meia, defendeu que o Brasil devia “adquirir um pedaço, através dos recursos nacionais”, juntamente com parceiros europeus ou portugueses, para que se “possa construir com o Estado português uma solução [acionista] de controlo da TAP que atinja” os interesses brasileiros.

Washington Quaquá não adiantou os moldes como este possível investimento seria feito, datas, nem potenciais parceiros europeus ou portugueses.

Na apresentação desta comissão, no site da Câmara dos Deputados do Brasil, indica-se que o objetivo da parceria seria a de criar um hub internacional no aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, e no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, “para voos ligando o Brasil, a Portugal, a Europa, a África e América Latina”.

“Já falei com o Presidente Lula sobre essa questão e acho que temos todas as condições de sensibilizar o Presidente Lula sobre essa questão”, frisou o deputado, que é vice-líder do Bloco Federação Brasil da Esperança, uma organização de partidos que apoia o atual Governo.

“Não tenho dúvidas que ele [Lula da Silva] apoiará esse processo de parceria com o Estado português”, afirmou, acrescentando não haver ninguém melhor para ser parceiro de Portugal, que “não quer, aliás, alienar a TAP sem as garantias de que a TAP continue sendo importante para a estratégia de desenvolvimento portuguesa”.

O ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, que compareceu apenas ao início da comissão, mais cauteloso, afirmou que vê “a iniciativa do deputado Washington Quaquá desta comissão discutir uma possibilidade de maior interligação do Governo brasileiro com a TAP, uma medida favorável”.

“Sobretudo porque todos nós somos testemunhas do que a TAP significou para Portugal nessa alavancagem do número de turistas que este ano deve chegar perto de 28 milhões de turistas estrangeiros”, frisou Celso Sabino, que na sexta-feira esteve em Lisboa, tendo reunido com o CEO da TAP, Luís Rodrigues, para discutir do aumento da ligação entre Brasil e Europa.

O ministro brasileiro recordou ainda que a companhia aérea portuguesa atravessa um período de reestruturação financeira, mas que “apesar das dificuldades” viu “uma empresa muito organizada, muito eficiente e que contribuiu muito” para elevar o número de turismo em Portugal.

Presente na comissão, o representante da TAP no Brasil e América do Sul João Roberto Leitão de Albuquerque Melo afirmou que “o Governo português não se opõe a um debate”, numa fase em que a transportadora aérea está em “processo de análise de privatização”.

Mas, frisou, é preciso que o debate “seja bilateral, feito entre o Governo de Portugal e o Governo brasileiro, ou eventuais empresas em que o Governo brasileiro tenha participação, ou no modelo que o Governo brasileiro desenhar”.

Ressalvando que a sua presença na comissão se limitaria ao aspeto jurídico porque a empresa pertence ao Estado Português e que é “o Governo que tem a legitimidade de tratar com o Governo brasileiro esses aspetos”, o representante da TAP explicou que, segundo as normas europeias, mais de 50% do capital de uma empresa de aviação da União Europeia terá que estar nas mãos de capital de um Estado membro ou de um nacional de um Estado membro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal voa mais alto que a UE na descarbonização da aviação

A partir de 2025, a UE vai aumentar a exigência de incorporação de combustível sustentável na aviação, até aos 70%, em 2050. Ponto de partida português é mais ambicioso e projetos já estão em curso.

Descarbonizar o setor da aviação é uma das prioridades da União Europeia (UE) para alcançar a neutralidade carbónica até meados do século. Nessa altura, o setor dos transportes terá que reduzir em 90% as emissões poluentes (face aos níveis de 1990), e parte disso será possível com a incorporação de biocombustíveis. As primeiras metas para a aviação estão traçadas para 2025 a nível europeu, mas em Portugal os objetivos serão mais ambiciosos.

Esta quarta-feira, o Parlamento Europeu (PE) aprovou um diploma que visa impulsionar a produção e incorporação de biocombustíveis na aviação, isto depois do acordo provisório, em abril, que resultou de um trílogo informal. A proposta foi agora aprovada por 518 eurodeputados, seguindo-se a discussão no Conselho da União Europeia, isto é, entre os ministros da UE. Só depois se poderá tornar lei.

As conversas com o Conselho [da União Europeia] não têm sido fáceis. Mas chegámos a um acordo equilibrado. Esta aprovação vai ser um passo importante para a descarbonização do setor”, referiu José Ramón Diaz, relator da proposta, em conferência de imprensa.

O documento aprovado entre os eurodeputados prevê que, a partir de 2025, pelo menos 2% do jet fuel seja de origem ecológica, isto é, seja produzido, por exemplo, a partir de óleo alimentar usado ou de resíduos biológicos – também conhecidos por Sustainable Aviation Fuels (ou SAF, na sigla em inglês). Em 2030, o valor mínimo de incorporação deverá ser de 6% e em 2035, altura em que já estarão operacionais vários investimentos no setor a nível europeu, a exigência será de 20%. Em 2050, a quota mínima de SAF incorporado no jet fuel deverá atingir os 70%.

Além da incorporação de SAF, os Estados-membros devem garantir que uma proporção específica do mix de combustíveis inclua combustíveis sintéticos (também conhecidos por e-SAF), produzidos através da eletrólise de água a partir da combinação de gás de hidrogénio (H2) e dióxido de carbono (CO2). O diploma aprovado pelo PE prevê que a incorporação de e-SAF seja de 1,2% em 2030, 5% em 2035, evoluindo progressivamente até atingir os 35% em 2050.

A proposta europeia prevê ainda que, a partir de 2025, as companhias aéreas adotem um rótulo que informe o desempenho ambiental dos voos, indicando a pegada de carbono esperada de uma viagem por passageiro e a sua eficiência esperada de CO2 por quilómetro.

O calendário foi considerado pelos eurodeputados como um ponto de partida “ambicioso”, mas em Portugal não só as metas de SAF foram mais longe, como foram assumidas com um ano de antecedência. Até 2025, o exercício de incorporação de combustíveis “verdes” na aviação e no transporte marítimo arranca com uma quota mínima de 2,5%. Esta percentagem triplica para 6% em 2027 e volta a dar um salto em 2029, altura em que o nível mínimo de incorporação de SAF passará a ser de 9%. Só a partir de 2035 é que os objetivos a nível nacional deverão ficar alinhados com as ambições europeias. Não existem metas nacionais para a incorporação de combustíveis sintéticos.

Ao Capital Verde, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática assume que a adoção generalizada de SAF “é uma componente crítica” para o cumprimento do roteiro de descarbonização da aviação europeia e garante que os produtores a nível nacional estão a “preparar-se” para tal. Fonte oficial do gabinete de Duarte Cordeiro acrescenta que Portugal está “empenhado” em desenvolver uma estratégia que permitirá “atrair novas indústrias” que não só produzem hidrogénio renovável –, combustível apontado como solução para descarbonizar o setor dos transportes pesados – como a produção de SAF.

Portugal aposta na produção de combustíveis “verdes”

 

Em maio, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, dava conta que existe “um número interessante” de projetos em Portugal que visam impulsionar a produção de biocombustíveis, para o setor dos transportes e da aviação em particular. Dois deles — um liderado pela Galp e outro por um consórcio do qual a Prio faz parte — são “patrocinados” pelo Plano de Recuperação e Resiliência. Ambos deverão arrancar a produção comercial entre meados de 2025 e início de 2026 e, segundo o Governo, as toneladas produzidas serão suficientes para suprir as necessidades de SAF a nível nacional até 2029. Depois, face à evolução das metas, será necessário recorrer à importação deste combustível caso as unidades de produção nacional não aumentem as suas capacidades.

Se o investimento da Galp estiver realizado [até 2026], os 2% e os 6%, [previstos para 2025 e 2027], estarão completamente compatíveis com a dimensão da unidade que a Galp se propõe fazer”, refere Jaime Braga, secretário-geral da Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis (APPB) ao Capital Verde. Considerando que em 2022, o setor da aviação consumiu 1,497 mil toneladas de combustível, o responsável prevê que as metas de incorporação sejam equivalentes a 30 mil toneladas de SAF, em 2025, e 90 mil toneladas, em 2027.

O projeto HVO@Galp, que irá nascer na refinaria de Sines como parte da estratégia de descarbonização da petrolífera, deverá atingir a capacidade de produção de 460 mil toneladas de biocombustíveis.

Neste momento, adianta fonte oficial da Galp, e no âmbito da estratégia de investimentos em Sines, a petrolífera prevê desenvolver projetos industriais que permitirão “responder às necessidades futuras do mercado” e servir de produtor de hidrogénio verde, combustíveis sintéticos e biocombustíveis avançados “em larga escala, nomeadamente para a aviação”.

Já o projeto da Prio, que junta que forma um consórcio formado por nove empresas, prevê um investimento de 600 milhões de euros para a inauguração de uma fábrica de biocombustíveis avançados em Setúbal, prevista para entrar em operação em 2026.

Além destes dois, também a Navigator, em parceria com a empresa alemã P2X Europe, está preparada para começar a produzir biocombustíveis a partir de 2026, prevendo atingir uma capacidade total de produção de SAF de 80 mil toneladas por ano. Este biocombustível será produzido a partir de hidrogénio verde e de CO2 biogénico obtido na valorização energética de resíduos e sobrantes florestais e subprodutos da madeira, na operação das fábricas integradas de pasta e papel da Navigator.

Já no campo dos e-SAF, a P2X Europe e a Veolia Portugal vão avançar com estudos de viabilidade para a inauguração de uma unidade à escala industrial na Central de Valorização Energética, da Maia. O projeto Power to Liquid, indicam as empresas, vai permitir produzir um combustível verde sintético para a indústria de aviação a partir de uma combinação de CO2 capturado do processo da central e hidrogénio com origem em energias renováveis. “Numa primeira fase”, explicam, serão aproveitadas “cerca de 100 mil toneladas de CO2 biogénico” a serem transformadas em e-SAF, que, por sua vez, deverá ser convertido em produtos renováveis, tais como o querosene e o diesel “verde”.

Mas o ritmo de evolução das iniciativas em Portugal não convence a Navigator, que afirma que, atualmente, “os projetos de produção de combustíveis de aviação sustentáveis não estão em linha com as exigências” europeias que entram em vigor em 2025. Ao Capital Verde, a Navigator defende que o país apresenta “vantagens competitivas” para a produção de SAF e e-SAF, tendo nas mãos a oportunidade de não só contribuir “significativamente” para concretização dos objetivos, mas também de se situar como um produtor relevante a nível europeu. No entanto, é necessário “acelerar” o ritmo de crescimento, “caso contrário, Portugal pode perder uma oportunidade histórica de se destacar nesta área”.

O nosso país tem capacidade para desenvolver, nas próximas décadas, um relevantíssimo cluster nesta área, beneficiando nomeadamente de energia solar e eólica a preços competitivos.

Fonte oficial da Navigator

Ainda que só em 2026 se comecem a ver resultados destes projetos, Portugal assume-se, de acordo com a Associação de Bioenergia Avançada (ABA), como “um dos países que está na frente no que toca a projetos ligados a biocombustíveis e combustíveis de baixo teor de carbono”, ganhando espaço e oportunidade para “liderar a transformação a nível europeu”. No entanto, a secretária-geral da ABA realça que tudo isto está “significativamente” dependente da legislação futura. “Assim que essa regulamentação entre em vigor, acreditamos que muitos projetos serão viabilizados e poderemos testemunhar um aumento na produção e uso de combustíveis sustentáveis para a aviação”, aponta Ana Calhôa.

Mas existem desafios. Um deles prende-se com a disponibilidade de matérias-primas, algo que, de acordo com o responsável pela APPB, “preocupa” o setor. É que existe uma “limitação” ao uso de matérias-primas de origem agrícola — nomeadamente, palhas, cascas e outros resíduos — e a dimensão do mercado de matérias residuais certificadas passíveis de utilização. Segundo o Jaime Braga, em termos mundiais, a falta de disponibilidade “pode [resultar] numa dificuldade em satisfazer esta procura acrescida”.

“As matérias-primas, se fossem produzidas, não havia problema. Mas como surgem a partir de matérias residuais que não se fabricam, aumentam a pressão sobre a disponibilidade de matérias-primas” necessárias para levar a cabo a produção de SAF, alerta o responsável.

Já no caso dos combustíveis sintéticos, os entraves estão associados aos custos de produção resultantes da eletrólise que, tipicamente, exigem um consumo bastante elevado de energia elétrica de fonte renovável. Segundo os cálculos da Navigator, atualmente, face à falta de capacidade das redes elétricas para receção de energia renovável e os longos tempos de licenciamento de novos projetos, que, por sua vez, atrasam o desenvolvimento do setor das renováveis, estima-se que os custos de produção de e-SAF sejam até oito vezes superiores aos combustíveis de aviação de origem fóssil.

Até que comecem a ser produzidas as primeiras toneladas, o país vai levando a cabo testes piloto. Em 2022, a TAP realizou um voo entre Lisboa e Ponta Delgada no qual foram incorporados 39% de jet fuel de origem renovável, o primeiro deste tipo. A redução de emissões neste voo foi de 7,1 toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), o que representa uma diminuição de 35% das emissões totais de CO2.

A viagem, concretizada em parceria com a Galp e a ANA — Aeroportos Portugal, foi um marco no rumo à descarbonização do setor europeu, representado pela Associação Europeia de Companhias Aéreas, que se diz focado em trocar os combustíveis fósseis por energias verdes. Por sua vez, a TAP garante ao Capital Verde estar a “desenvolver uma estratégia e um plano de ação arrojados a médio e longo prazo para concretizar as suas ambições neste domínio”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP já está a levantar cortes salariais e pagou retroativos

  • ECO
  • 14 Setembro 2023

Os cortes salariais, de cerca de 20%, tinham sido impostos no plano de reestruturação e estavam previstos até ao final de 2024, mas estão a começar a ser levantados.

A maioria dos trabalhadores da TAP já viu levantados os cortes salariais no recibo de vencimento deste mês, tendo também recebido o pagamento de retroativos a julho, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). Estes cortes aplicavam-se aos ordenados acima de dois salários mínimos.

Os cortes salariais, de cerca de 20%, tinham sido impostos no plano de reestruturação e eram previstos até ao final de 2024, mas chegam agora ao fim para vários trabalhadores no seguimento das negociações com os vários sindicatos para o novo Acordo de Empresa. Isto apesar de não terem ainda chegado a acordo com todos os sindicatos.

Já para os tripulantes de cabine, os cortes ainda não foram levantados na totalidade, mas em agosto já houve a diminuição de algumas rubricas que reduziam os ordenados. Perante estes desenvolvimentos, que ocorrem antes do planeado, o presidente executivo da companhia aérea foi a Bruxelas explicar a decisão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: TAP, formação na indústria e pensões

  • ECO
  • 14 Setembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Vários trabalhadores da TAP já começaram a receber o vencimento sem os cortes que foram determinados pelo plano de reestruturação, tendo também recebido retroativos a julho. Na indústria, o Governo vai dar um apoio para que os trabalhadores sejam mantidos em formação, numa medida que arranca no setor têxtil e no calçado. Já as novas pensões aumentam 8,05%. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes portuguesas.

TAP já levantou cortes salariais e pagou retroativos

A maioria dos trabalhadores da TAP já viu levantados os cortes salariais no recibo de vencimento deste mês, tendo também recebido o pagamento de retroativos a julho. Os cortes salariais, de cerca de 20%, tinham sido impostos no plano de reestruturação e estavam previstos até ao final de 2024. Mas chegam agora ao fim para vários trabalhadores no seguimento das negociações com os vários sindicatos para o novo Acordo de Empresa.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Apoio à formação na indústria paga até dez euros por hora e arranca no têxtil e calçado

Vai ser lançado um novo programa do Governo de apoio à formação na indústria, destinado às fábricas que sofreram quebras de mais de 25% nas encomendas, com o objetivo de os trabalhadores serem mantidos em formação e com parte dos salários. Este apoio, designado Qualifica Indústria, vai começar nos setores do têxtil e do calçado e varia entre os sete e dez euros por hora.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Novas pensões de velhice e invalidez aumentam 8,05%

As pensões de velhice e invalidez deste ano vão ser atualizadas em 8,05%, segundo as contas feitas a partir dos novos cálculos publicados numa portaria em julho. As novas pensões a partir desse mês já preveem esses valores, enquanto as anteriores a essa altura só vão ser atualizadas em outubro, ainda que com retroativos a janeiro deste ano.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Brisa oferece dois mil milhões mas perde concessão grega

O consórcio da Brisa fez uma proposta pela concessão da autoestrada Attica na Grécia, por um prazo de 25 anos, pelo valor de cerca de dois mil milhões de euros. No entanto, esta acabou por ser a mais baixa entre as seis que concorreram, fazendo com que a empresa portuguesa não conseguisse ganhar o contrato, que representaria um regresso à internacionalização.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Dedicação plena vale mais 1.500 euros por mês a médicos no topo da carreira

O novo regime de dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde vai avançar, apesar de o Ministério não ter chegado a acordo com os sindicatos, e prevê um aumento remuneratório de 1.521,07 euros brutos por mês. Este valor representa um aumento de 28,81%, dos quais 25% correspondem ao suplemento do novo regime, pago 14 vezes por ano e com efeitos nos cálculos para a reforma.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 14 de setembro

  • ECO
  • 14 Setembro 2023

Ao longo desta quinta-feira, 14 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ordem quer definir atos que podem ser praticados por engenheiros

Para Almeida Santos flexibilizar o acesso à profissão não deve traduzir-se numa banalização da mesma. E defende que “não faz sentido” que os “formados em engenharia não sejam todos engenheiros”.

A Ordem dos Engenheiros quer ver clarificados os atos próprios da profissão no âmbito das alterações ao estatuto das ordens, uma das reformas inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Tal como os médicos e advogados, quem se forma em engenharia deveria ser automaticamente engenheiro, segundo Fernando de Almeida Santos que pede que o acesso à profissão não seja banalizado.

Almeida Santos vai ao Parlamento esta quinta-feira, à Comissão de Trabalho, Segurança Social, onde o grupo de trabalho sobre as Ordens Profissionais ouve as duas ordens de engenheiros, assim como a Ordem dos Arquitetos, no âmbito da apreciação na especialidade das propostas do Governo para alterar os estatutos das Ordens Profissionais. Apesar de ter sido “uma agradável surpresa” o facto de a tutela, o Ministério da Habitação, ter aceitado “80 a 90% das alterações propostas pela Ordem”, o bastonário admite que “há duas questões difíceis” que ficaram para discussão no Parlamento.

Uma questão absolutamente essencial é o reconhecimento dos atos de engenharia que não são atos próprios”, explica o ECO Fernando de Almeida Santos. “Atos próprios são aqueles que são reservados: só podem ser praticados por aqueles identificados por lei, numa lei à parte. Isso, também defendemos”.

“Mas de uma maneira geral, temos de saber e tem de existir na lei a definição do que é um engenheiro. Se depois os atos são reservados só aos engenheiros, ou podem ser exercidos outras profissões, tem de estar em lei própria. Ainda falta essa parte para resolvermos”, acrescenta o responsável.

Para Almeida Santos flexibilizar o acesso à profissão não deve traduzir-se numa banalização da mesma. “Uma coisa é simplificar outra é banalizar”, atira. Embora isso possa resolver a falta de mão-de-obra qualificada também pode “desequilibrar os desígnios nacionais”.

Se quisermos que entrem para Portugal pessoas que têm uma preparação inferior à nossa para fazer aquilo que fazemos e depois, de repente, qualificar por baixo, embaratecer a construção e termos aqui responsáveis de obras estrangeiros, empresas estrangeiras a fazer tudo aquilo que sabemos fazer, sem que o reverso seja possível”, então este é o caminho a seguir, alerta, fazendo questão de frisar que “o mercado é livre”, e não é “contra a entrada de pessoas e bens, bem pelo contrário”.

A expectativa é que o Parlamento perceba o argumento da Ordem. “À partida o nível de competências de um engenheiro formado com três anos ou com cinco são coisas diferentes”, sublinha o bastonário. Por outro lado, defende que “não faz sentido” que os “formados em engenharia não sejam todos engenheiros”.

“Neste momento, em Portugal, há cerca de 200 mil formados em engenharia, mas só há 60 mil inscritos na Ordem. E quem reconhece os engenheiros em Portugal é o Estado, mas o Estado delegou essas atribuições nas ordens. Os médicos são todos médicos, os advogados são todos advogados. Há qualquer coisa a fazer e tem de ser o Estado”, defende.

O bastonário critica ainda o facto de em engenharia haver duas associações profissionais. “É absolutamente anacrónico. Não faz sentido”, diz, concluindo que a situação terá de ser resolvida “no futuro”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

É dia de decisão do BCE sobre as taxas de juros. Marcelo Rebelo de Sousa continua a visita oficial pelo Canadá e a administração da Transtejo é ouvida na Comissão de Economia, Obras Públicas.

No dia em que o BCE decide se aumenta de novo as taxas de juro, Marcelo Rebelo de Sousa continua a visita oficial pelo Canadá. Por cá estão em debate os estatutos das associações profissionais no Parlamento assim como é chamado a audição o Conselho de Administração da Transtejo.

BCE aumenta taxas ou faz uma pausa?

O Banco Central Europeu decide hoje se vai aumentar, pela décima vez, os juros – em 25 pontos base – ou se faz uma pausa, uma vez que a economia da zona euro mostra fortes sinais de abrandamento. Os economistas, ouvidos pela Reuters e Bloomberg, estão divididos sobre qual será a decisão dos membros do banco central. Desde o ano passado, a instituição liderada por Christine Lagarde já subiu a taxa dos depósitos em 425 pontos base, até aos atuais 3,75%.

Marcelo continua visita ao Canadá

O Presidente da República continua a visita de cinco dias ao Canadá. Estará em Montreal e Toronto com um programa dedicado às comunidades emigrantes portuguesas, devendo ainda encontrar-se com o primeiro-ministro canadiano. Assinalam-se este ano e sete décadas sobre a chegada dos primeiros imigrantes portugueses oficialmente registados, em 1953.

Estatutos das associações profissionais na AR

A Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão tem, esta quinta-feira, audições no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de lei que altera os estatutos das Associações Públicas Profissionais. Pelas 15h30 é a vez da Ordem dos arquitetos com o presidente, Gonçalo Byrne. Uma hora depois segue-se a Ordem dos Engenheiros com o bastonário, Fernando de Almeida Santos, o secretário-geral, Nelson Jerónimo, e a coordenadora do Gabinete de Serviços Jurídicos, Salomé Moreira. Às 17h30 é a vez da Ordem dos Engenheiros Técnicos com o bastonário, Augusto Ferreira Guedes, os vice-presidentes José Manuel Sousa e António Lousada, e o presidente da Assembleia Representativa Nacional, Pedro Brás.

Leica comemora 50 anos em Portugal

Este é um dia histórico para a Leica em Portugal. Comemora 50 anos com um programa em cheio que inclui uma visita à fábrica e o descerramento de uma obra artística comemorativa, com personalidades de relevo do board da Leica internacional, como Andreas Kaufmann. Conta ainda com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, do secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, da diretora Regional da Cultura Norte, Laura Castro, e do autarca de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos.

Transtejo ouvida na Comissão de Economia, Obras Públicas

O Conselho de Administração da Transtejo é chamado à Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito dos requerimentos apresentados pelo PCP, PSD, PS, BE e IL sobre “a aquisição de navios elétricos e de baterias pela Transtejo”. Estará presente, pelas 14h30, Alexandra Ferreira de Carvalho – Presidente do Conselho de Administração da Transtejo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços da laranja, cenoura, brócolos e azeite disparararam mais de 50% desde o início da guerra. Apenas a pescada, o tomate e a curgete recuaram

Desde o início da guerra, os preços da laranja, cenoura, brócolos e azeite pagos pelos consumidores aumentaram mais de 50%. Há alguns produtos que já recuaram de preço.

Com a invasão russa da Ucrânia, os custos de produção de vários alimentos agravaram-se à boleia do aumento dos preços da energia, transportes e de algumas matérias-primas, o que teve repercussões na carteira das famílias. Só o preço da laranja, cenoura, brócolos e azeite viram o preço ao consumidor disparar mais de 50%, de acordo com as contas feitas pelo ECO, tendo por base o Observatório de Preços, lançado esta quarta-feira pelo Governo. Em contrapartida, a pescada, tomate e curgete já registam descidas.

Em causa está o Observatório de Preços, anunciado em maio de 2022, e que permite acompanhar a evolução dos preços no consumidor final de um cabaz de 26 produtos representativos das fileiras dos cereais, frutas, legumes, carne, peixe, ovos, azeite e laticínios e ficou disponível esta quarta-feira. Esta plataforma tem como objetivo acompanhar a evolução de preços em toda a cadeia de valor, isto é, desde a produção ao consumidor final. De sublinhar, que, em outubro, já tinham sido divulgados dados da evolução dos preços pagos ao produtor.

Numa altura em que a taxa de inflação acelerou para 3,7% em agosto, uma das principais missões deste novo observatório é, “eventualmente, ir fazendo a denúncia de movimentos especulativos que existam nas várias etapas da cadeia de valor”, segundo explicou Maria do Céu Antunes, em outubro do ano passado ao Observador.

Perante a análise dos dados feita pelo ECO, entre os 37 alimentos analisados para os quais há dados disponíveis, é possível constatar que a laranja foi o produto que mais subiu de preço no que toca ao preço médio pago pelo consumidor, desde o início da guerra na Ucrânia. Se no período 2 (entre 31 de janeiro de 2022 e 27 de fevereiro de 2022), a laranja custava 0,84 euros/kg, no período 8 (entre 17 de julho de 2023 a 13 de agosto de 2023) já custava 1,44 euros/kg. Contas feitas, trata-se de um aumento de 71,43% (mais 60 cêntimos).

Contudo, de acordo com os dados disponíveis, o preço médio pago ao produtor de laranja já regressou aos valores pré-guerra, situando-se nos 0,57 euros/kg, isto é, um valor mais de duas vezes inferior ao pago pelo consumidor final. Ao ECO, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) explica que este desfasamento deve-se ao facto de “não havendo produto português disponível para vender em Portugal, as laranjas têm que ser importadas”, pelo que o seu preço é mais caro. “Esses valores mais elevados para o consumidor não se repercutem nos produtores nacionais”, acrescenta Luís Mira.

No que toca aos preços pagos pelo consumidor, segue-se a cenoura, que custava 0,67 euros/kg na semana em que se iniciou a guerra e cujo último balanço aponta para 1,09 euros/kg, o que representa um aumento de 62,69% (mais 42 cêntimos). Com aumentos superiores a 50% estão ainda os brócolos (54,89%), o azeite virgem (53,96%) e o azeite virgem extra (53,96%). Feitas as contas, o preço médio pago pelo consumidor dos brócolos aumentou 1,01/kg, enquanto no azeite virgem subiu 2,18 euros/litro e no azeite virgem extra aumentou 2,85 euros/kg.

Com aumentos superiores a 40% desde o início da guerra na Ucrânia estão ainda os ovos classe M, cujo preço pago pelos consumidores era de 0,80 euros/meia dúzia entre 31 de janeiro de 2022 e 27 de fevereiro de 2022, enquanto entre 17 de julho e 13 de agosto deste ano já custava 1,18 euros/meia dúzia. Segue-se o arroz, que no período analisado disparou 45,74%, o leite UHT MG (45,61%) e a carne de porco picada e a bifana que aumentaram 41,86% e 41,30%, respetivamente.

Perante a análise feita pelo ECO é ainda possível constar que dos 37 alimentos, 9 produtos tiveram aumentos inferiores a 20% desde o início da guerra e quatro viram o seu preço recuar. É o caso da curgete, que a entre 31 de janeiro de 2022 e 27 de fevereiro de 2022 custava 2,01 euros/kg e na semana terminada a 13 de agosto já custava 1,12 euros, ou seja, o preço médio pago pelo consumidor recuou 44,28% neste período. Segue-se o tomate, pescada e peixe, cujo preço médio pago pelo consumidor caiu 10,33%, 9,05% e 2,69% no período em análise.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investimento de fundos nacionais em startups cresce 42% e bate recorde

O montante aplicado em startups por fundos de capital de risco nacionais aumentou 42% em 2022 para mais de 1,2 mil milhões de euros. Foi o valor mais elevado de sempre.

Os fundos de investimento que apostam no ecossistema de startups tiveram um ano de 2022 histórico. De acordo com dados do Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco 2022, publicado na quarta-feira, o investimento destes instrumentos através das fases de seed capital, startup ou early stage aumentou 42% em 2022 para 1.212 milhões de euros.

Segundo os dados da indústria publicados anualmente pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os valores alcançados no ano passado foram os mais elevados de sempre, alcançando um valor equivalente a quase o dobro da média anual dos cinco anos anteriores.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

A forte onda investidora registada em 2022 por parte dos fundos nacionais no ecossistema de startups é espelhada nas contas da generalidade das sociedades de capital de risco, a começar pela estatal Portugal Ventures.

Segundo o relatório e contas de 2022 da Portugal Ventures, o montante global de investimento realizado pelos seus fundos de capital de risco no ano passado foi de 18,6 milhões de euros, cerca de 52,5% acima dos 12,2 milhões de euros registados em 2021. Só em 2015 e 2020, o investimento realizado pela Portugal Ventures atingiu valores superiores aos números de 2022.

Segundo as contas da Portugal Ventures, 48% dos 18,6 milhões de euros foram investidos em 17 novas empresas em operações de seed investment e 53% foi aplicado em operações de reforço de investimento em 21 empresas já participadas pelos fundos.

Estes números históricos por parte dos fundos de venture capital contrastam com uma queda de 41% do montante levantado por startups nacionais em 2022, num montante equivalente a 839 milhões de euros, segundo estimativas da Armilar Venture Partners, uma sociedade de capital de risco que conta no seu portefólio com investimentos realizados em empresas como a Outsystems, Feedzai e Codacy.

Depois de um ano recorde em 2021, 2022 foi marcado por uma contração do mercado internacional devido à subida das taxas de juro e consequente redução da valorização das empresas tecnológicas nos mercados públicos”, refere a Armilar Venture Partners numa apresentação realizada em março de 2023.

Os dados divulgados na quarta-feira pela CMVM mostram também que, com base na informação prestada pelas respetivas entidades gestoras, contavam-se 113 fundos de capital de risco nacionais que seguiam uma política e uma estratégia de investimento em venture capital no final do ano. Em 2021, eram 98 os fundos com estas características.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Fomento perde mais um administrador. Era o último da equipa anterior

Ao fim de dois anos, o administrador financeiro do Banco de Fomento apresentou a demissão. O conselho de administração liderado por Ana Carvalho fica assim sem nenhum elemento da equipa anterior.

O Banco de Fomento sofreu mais uma baixa. O administrador financeiro, Rui Dias, o último que restava da equipa de Beatriz Freitas, a anterior CEO da instituição, apresentou a demissão na terça-feira.

Rui Dias era o único administrador que sobrava da equipa original de Beatriz Freitas. Tiago Simões de Almeida apresentou a demissão em março, juntamente com António Joaquim Gonçalves, o então presidente da comissão de auditoria, por não se rever no rumo que a instituição estava a seguir.

Rui Dias

Confirmamos a informação de que o senhor administrador executivo, Dr. Rui Dias, renunciou ontem ao cargo, por motivos pessoais”, disse ao ECO fonte oficial da instituição. “O processo de substituição encontra-se em curso”, acrescentou a mesma fonte.

Rui Dias antes de ingressar no BPF integrava a direção financeira e de estruturação da Caixa BI e, por isso, regressa agora ao cargo de origem. O Banco de Fomento espera encontrar um substituto no espaço de um mês.

Esta é mais uma demissão que se vem somar a outras. Tal como o ECO anunciou, Pedro Magalhães, o diretor de dívida, capital e desenvolvimento de negócio, tido como um dos mais importantes da instituição e que já vinha da IFD, uma das duas instituições que foram fundidas na SPGM para dar origem ao Banco de Fomento, terminou funções no final de agosto e com ele foi Ana Oliveira, equity manager.

Esta onda de demissões faz recordar o verão de 2022 quando saiu o diretor de compliance, João Martins, a administradora responsável pela pasta do Risco e Conformidade, Susana Bernardo, além de vários elementos das equipas que levaram a instituição a lançar um amplo processo de recrutamento.

Um recrutamento que já teve momentos polémico nomeadamente com a escolha de Manuel Queiroz Ribeiro, ex-adjunto do ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, contratado por ajuste direto para prestar serviços de jurídicos, consultoria estratégica e relações institucionais, mas que agora já ocupa um cargo de diretor.

As mudanças surgem num momento em que a administração assume querer “refundar” o banco, alterar expressivamente a sua organização e aumentar a sua eficiência e capacitação. O Plano de Atividades e Orçamento 2023-25, aprovado na assembleia geral de final de julho, foi o ponto de partida para esta reformulação à luz da qual está a ser levado a cabo um amplo reforço de quadros, como confirmou ao ECO fonte oficial da instituição.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.