Líderes da UE saúdam acordo para entrega urgente de munições, incluindo mísseis à Ucrânia

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A União Europeia "mantém-se firme e plenamente ao lado da Ucrânia" e continuará a prestar um forte apoio não só militar, mas também político, económico, financeiro e humanitário, prometem líderes.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), reunidos em Bruxelas, congratularam-se esta quinta-feira com o acordo alcançado esta semana pelos 27 com vista à entrega urgente de munições à Ucrânia “e, se solicitado, mísseis”.

No final da sessão de trabalho dedicada à guerra na Ucrânia, e já depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se ter dirigido aos líderes europeus por videoconferência, pedindo ainda mais apoio militar, designadamente mísseis de longo alcance e aviões de combate modernos, o Conselho Europeu adotou conclusões, nas quais assegura que “continuará a prestar um forte apoio” a Kiev, incluindo militar.

Reportando-se ao compromisso político alcançado na passada segunda-feira, em Bruxelas, numa reunião conjunta de ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da UE, o Conselho Europeu congratula-se com o acordo “no sentido de entregar urgentemente munições terra-terra e de artilharia à Ucrânia e, se solicitado, mísseis, nomeadamente através de aquisições conjuntas e da mobilização de financiamento adequado, incluindo através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, com o objetivo de fornecer um milhão de munições de artilharia num esforço conjunto nos próximos 12 meses”.

A União Europeia e os Estados-membros estão a aumentar os seus esforços para ajudar a satisfazer as prementes necessidades militares e de defesa da Ucrânia”, enfatizam os líderes europeus numa nota sobre as conclusões adotadas, apontando que “a União Europeia mantém-se firme e plenamente ao lado da Ucrânia” e continuará a prestar um forte apoio não só militar, mas também político, económico, financeiro e humanitário “durante o tempo que for necessário”.

Por outro lado, os chefes de Estado e de Governo asseguram que a UE continua empenhada em “manter e aumentar a pressão coletiva sobre a Rússia, inclusive através de possíveis novas medidas restritivas, e em continuar a trabalhar sobre o limite dos preços do petróleo em conjunto com os parceiros”.

O Conselho Europeu sublinha “a importância e a urgência de intensificar esforços para assegurar a implementação efetiva de sanções a nível europeu e nacional”, diz-se “firmemente empenhado em prevenir e combater eficazmente a evasão em e por parte de países terceiros”, e “convida o Conselho e a Comissão a reforçar todos os instrumentos de aplicação necessários e a desenvolver, juntamente com os Estados-Membros, uma abordagem plenamente coordenada para esse efeito”.

O Conselho Europeu diz ainda “tomar nota dos mandados de captura recentemente emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), contra o Presidente da Rússia e a sua comissária para os Direitos da Criança, pelo crime de guerra de deportação ilegal e transferência de crianças ucranianas de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia”, e afirma-se “firmemente empenhado” em assegurar a plena responsabilização pelos crimes de guerra e outros crimes mais graves cometidos em ligação com a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Por fim, as conclusões adotadas pelos líderes dos 27 apontam que a UE vai continuar a providenciar todo o apoio relevante à vizinha Moldova, “incluindo o reforço da resiliência, segurança, estabilidade, economia e fornecimento de energia do país face às atividades desestabilizadoras dos atores externos” e “convida a Comissão a apresentar um pacote de apoio antes da sua próxima reunião”.

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Sindicatos alemães marcam greve geral nos transportes para segunda-feira

  • Lusa
  • 23 Março 2023

“Este dia de greve terá um efeito enorme – estamos cientes disso. Mas é necessário que seja assim”, disse o presidente do sindicato Ver.di.

Os sindicatos alemães anunciaram esta quinta-feira uma greve de 24 horas no setor dos transportes para a próxima segunda-feira, paralisação que deverá envolver centenas de milhares de trabalhadores e provocar interrupções generalizadas no tráfego aéreo, ferroviário e rodoviário.

Os sindicatos anunciaram a jornada de protesto durante uma manifestação conjunta, numa altura em que os funcionários de diversos setores pedem aumentos salariais para enfrentar o aumento da inflação.

O presidente do sindicato Ver.di, Frank Werneke, explicou que pretende mobilizar para esta greve cerca de 120.000 trabalhadores, incluindo funcionários de segurança e do solo em todos os aeroportos alemães, exceto Berlim, funcionários de trânsito locais em sete dos 16 estados da Alemanha, funcionários de portos e trabalhadores em rodovias. “Este dia de greve terá um efeito enorme – estamos cientes disso. Mas é necessário que seja assim”, disse Werneke, acrescentando que é importante deixar claro a força dos sindicatos antes da próxima ronda de negociações.

O líder do sindicato EVG, Martin Burkert, disse, por sua vez, que aquela organização pretende mobilizar para a greve 230.000 trabalhadores da principal operadora ferroviária da Alemanha, a estatal Deutsche Bahn. Em reação, o diretor de recursos humanos da Deutsche Bahn, Martin Seiler, classificou a greve da EVG como “completamente excessiva, desnecessária e desproporcional”.

O Ver.di está envolvido numa série de negociações salariais, principalmente para os funcionários dos governos federal e estaduais da Alemanha, onde pede aumentos salariais de 10,5%, para além de pagamentos únicos de 2.500 euros. O EVG pede um aumento de 12%, mas a Deutsche Bahn não quer passar dos 5%. A taxa de inflação na Alemanha acelerou para 8,7% em janeiro último.

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As 23 tendências do marketing em 2023, segundo a Team Lewis

O progresso tecnológico, a sustentabilidade, a realidade aumentada, a inteligência artificial, o livestreaming, o uso de vídeos curtos ou o combate à recessão são alguns dos temas destacados.

O marketing e as suas tendências estão constantemente a mudar, em particular com as atribuladas reviravoltas pelas quais a sociedade tem atravessado nos últimos anos, incluindo uma pandemia global e uma evolução tecnológica vertiginosa. Com estas incessantes mudanças, surgem obstáculos mas também oportunidades para os profissionais do marketing. Para ajudar a delinear uma estratégia e a enfrentar o presente ano, a Team Lewis divulgou um relatório onde apresenta 23 tendências de marketing que devem definir o ano de 2023.

O progresso tecnológico, a preocupação com o tema da sustentabilidade, a realidade aumentada, a inteligência artificial, o livestreaming, o conteúdo oferecido através de vídeos curtos ou o combate à recessão são algumas das áreas destacadas pela agência de marketing.

Segundo a Team Lewis, “é necessário olhar para o lado positivo da recessão: dá uma oportunidade às marcas que ainda são challengers no mercado, porque desbloqueia a inovação e recompensa o empreendedorismo e quem procura fazer a diferença“, pelo que as tendências enumeradas destacam “diversas oportunidades de mudança e crescimento para as empresas na atualidade”, refere-se em comunicado.

As 23 tendências do marketing em 2023:

  1. Competitividade vai aumentar. O mercado está cada vez mais competitivo – fator agravado pela recessão – pelo que em 2023 a importância do storytelling por parte das marcas vai ser bastante importante para conseguir captar a atenção do consumidor.
  2. Orçamentos vão diminuir. Com menos dinheiro disponível para investir, o escrutínio sobre o retorno do marketing deve ser mais apertado em 2023. “Contudo, mesmo com um orçamento limitado, apostar numa estratégia de marketing emocional continuará a ser imprescindível para aproximar a empresa dos clientes”.
  3. Fim dos third-party cookies. É previsível que a Google realize este ano uma mudança já anunciada (e adiada), de forma a permitir que as empresas possam recolher informação diretamente junto dos consumidores, sem a ajuda dos cookies de terceiros.
  4. Dados vão orientar o storytelling. As marcas devem apostar numa resposta mais personalizada às suas necessidades em mudança constante, sendo que as histórias divulgadas devem ter dados factuais e pesquisas como base, em prejuízo de serem consideradas meras opiniões.
  5. Metaverso será fator de diferenciação. O metaverso têm-se tornado cada vez mais comum e parte da vida das pessoas, pelo que pode ajudar as marcas a chegar aos clientes. “Os profissionais de marketing devem inteirar-se desde já de todas as suas capacidades, vantagens e também potenciais riscos de segurança”, aconselha a Team Lewis.
  6. Vídeo terá importância crescente. Os jovens entre os 18 e os 25 anos consomem cerca de 3 a 4 horas diárias de conteúdo de vídeo, pelo que as marcas vão ter de perceber como aproveitar os recursos de vídeos para alcançarem as gerações mais novas.
  7. YouTube como motor de pesquisa. As estratégias das marcas devem ter em conta que o YouTube já é o segundo maior motor de pesquisa do mundo, o que ajuda a demonstrar a importância crescente do vídeo.
  8. Inteligência Artificial é cada vez mais importante. As ferramente baseadas em inteligência artifical – como o ChatGPT ou o DALL-E – vão permitir uma maior personalização dos conteúdos. As marcas deverão encarar a IA como um apoio e não uma ameaça.
  9. Realidade Aumentada ligará produtos e locais através de imagens trigger. Esta ligação irá servir de base para importantes experiências entre clientes e espaços comerciais físicos.
  10. Experiência de cliente vai ser mais envolvente e localizada. É cada vez mais notória a capacidade de interação entre marcas e clientes, nomeadamente através de troca de mensagens diretas e outras funcionalidades personalizadas em função de cada utilizador, como as suas necessidades, preferências ou localização.
  11. Streaming é cada vez mais importante. A par do que já acontece em alguns mercados asiáticos (como na China ou Coreia do Sul), os streams em direto serão um dos canais de comunicação mais eficazes nas estratégias de marketing online. “São altamente apetecíveis porque permitem às audiências interagir com celebridades e influenciadores de forma direta, através de um produto ou experiência”, ressalva a agência de comunicação.
  12. Recomendações de influenciadores são preponderantes. O nível confiança dos consumidores nos produtos é maior através das recomendações de influenciadores do que através de conteúdo pago ou publicidade, algo que se vai manter em 2023. Os pequenos influenciadores também vão ganhar relevância, por terem uma base de seguidores leais (e muitas vezes de nicho), o que interessa mais às marcas em detrimento da comunicação em massa.
  13. Redes sociais menos conhecidas serão fundamentais. Tem crescido o número de utilizadores de plataformas emergentes ainda não massificadas – como o Twitch, o Discord, o BeReal ou o Huya Live -pelo que estas podem contornar os algoritmos das redes sociais de maior dimensão e criar comunidades mais próximas e seguras.
  14. NFTs conquistaram o seu espaço. A sua popularidade ainda não é genenalizada entre o público, mas algumas empresas mais inovadoras deverão apostar nos NFTs (Tokens Não Fungíveis), de modo a alcançarem grupos mais específicos, de modo a que as marcas possam transparecer uma imagem de notoriedade e modernidade.
  15. Employee advocacy é importante. As empresas devem perceber que o marketing interno é tão importante com o marketing externo, sendo que a publicidade feita pelos seus próprios colaboradores pode ser uma ajuda relevante.
  16. O propósito das marcas vai ganhar relevância. Implementar o apoio a causas comunitárias na sua estratégia de negócios, de modo a beneficiar a comunidade onde as empresas se inserem, ajuda a alcançar e a demonstrar os seus valores à comunidade, além de que faz com que os colaboradores se sintam mais envolvidos.
  17. A conquista e retenção de clientes é crucial. Numa fase economicamente pouco favorável, é importante conseguir reter clientes, pelo que as marcas devem apostar em conhecer, envolver e comunicar com o consumidor.
  18. Inclusão deve ser uma prioridade. As diferentes incapacidades das pessoas devem ser tidas em conta na comunicação das marcas (e na formação dos colaboradores), sendo que “o objetivo é que a inclusão seja um dado adquirido, e não um bónus”.
  19. Abordagens sustentáveis atraem atenção positiva. Os consumidores exigem cada vez mais produtos sustentáveis e a transparências das cadeias de abastecimento, pelo que isso deverá ser tido em conta pelas marcas.
  20. O SEO [Search Engine Optimization] será empregue com maior frequência nas estratégias de comunicação. As marcas vão criar conteúdos para as suas plataformas online com uma mentalidade “SEO-first”, ou seja, preocupadas em fazer com que o conteúdo seja facilmente acessível ao público-alvo através de uma pesquisa nos motores de busca.
  21. Estratégias transversais vão otimizar o marketing. “A agregação de dados vai ajudar a eliminar os silos entre audiências e melhorar as jornadas dos clientes com as marcas”, revela-se no relatório.
  22. Vídeos de curta duração serão imprescindíveis. A integração da estratégia das marcas terá nos vídeos de curta duração uma ferramenta perentória. A enorme quantidade de informação disponível e a capacidade de atenção muito volátil do público faz com que os vídeos de curta duração desempenhem um papel cada vez mais relevante na captação da atenção dos consumidores. A necessidade de criar um storytelling envolvente neste formato torna-se, assim, óbvia.
  23. Anúncios nativos atraem 50% mais atenção do que os banners. “Se utilizados de forma eficaz e direcionados ao público correto, vão tornar-se numa das melhores formas de gerar um ROI [return on investment/retorno do investimento[ elevado”, preconiza a Team Lewis.

 

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Tripulantes querem que TAP reverta despedimento coletivo

  • ECO
  • 23 Março 2023

O sindicato que representa os tripulantes quer que a TAP reintegre cerca de uma dezena de profissionais, tal como acordou fazer em relação aos pilotos.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) quer que a administração da TAP reintegre cerca de 10 tripulantes que foram alvo de um despedimento coletivo, tal como já aceitou fazer em relação aos pilotos.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) anunciou na segunda-feira um pré-acordo com a companhia aérea que inclui a “cessação da intenção do despedimento coletivo”. Condição que SNPVAC quer que seja estendida também aos tripulantes. A exigência consta de um comunicado enviado aos associados, a que o ECO teve acesso.

“Tivemos agora conhecimento que, no âmbito de uma negociação encetada com o SPAC, foi acordada uma transação no processo judicial em curso, com vista à impugnação daquele despedimento (Proc. Nº 23393/21.1T8LSB, Juiz 2 do Tribunal de Trabalho de Lisboa), nos termos da qual os Pilotos que foram despedidos serão reintegrados na empresa, com todas as consequências legais”, explica o sindicato.

Congratulamo-nos com esta mudança de postura por parte da TAP, inferindo que este é o primeiro passo para que os nossos colegas atingidos pelo despedimento coletivo possam, finalmente, regressar ao ativo, e pôr fim a um penoso processo que tanta angústia, sofrimento e prejuízos económicos lhes acarretou, bem como às respetivas famílias”, acrescenta a missiva.

Foi já solicitado à TAP que nos informasse para quando pretende fazer a transação judicial inerente à reintegração imediata daqueles nossos colegas tripulantes de cabine, garantindo, desta forma, o cumprimento do princípio da igualdade de tratamento”, conclui.

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Jogo de palavras faz aumentar subscrições do The New York Times

Jonathan Knight, diretor de jogos no NYT, afirma que o jogo Wordle foi jogado mais de duas mil milhões de vezes no último ano, tendo trazido para o jornal milhões de novos utilzadores.

Lançado em 2018, o jogo Wordle – um quebra-cabeças que desafia todos os jogadores a adivinhar a cada dia uma palavra com cinco letras em seis tentativas – tornou-se rapidamente num sucesso. Em janeiro, o The New York Times adquiriu o jogo por mais de um milhão de dólares, uma aposta que parece ter sido acertada face ao aumento do número de subscritores do jornal norte-americano.

Jonathan Knight, diretor de jogos no New York Times, afirma que o popular jogo de palavras foi jogado mais de duas mil milhões de vezes no último ano, tendo trazido para o jornal milhões de novos utilizadores, revela a Digiday.

Segundo a publicação, 10% dos atuais subscritores – num universo total de 9,6 milhões no final de 2022 – está a pagar pelo acesso aos jogos além do acesso às notícias, o que significa que consideram os jogos como uma oferta de valor por parte do jornal.

Estamos a receber cada vez mais novos subscritores que anteriormente adicionaram uma subscrição de jogos e estamos a oferecer-lhes um pacote de ‘acesso total’, o qual nós achamos que é uma melhor opção e que lhes dá acesso a mais produtos com os quais se podem envolver“, explica Jonathan Knight, sobre aquela que é uma aposta da The New York Times Company em pacotes mais lucrativos que proporcionam aos subscritores acesso total a todos os títulos da empresa e aos jogos.

É precisamente por esta captação de novos subscritores por intermédio dos jogos do jornal que a compra do Wordle revelou ser bastante importante. O Wordle transformou-se assim no “túnel” para potenciais subscritores, sendo que uma boa parte deles são mais jovens, internacionais e diversificados, afirma a Digiday.

Se um subscritor interagir com notícias e jogos, a possibilidade de este manter a sua subscrição por um período de tempo mais longo é muito maior, disse o diretor de jogos no The New York Times.

“O próximo patamar para nós passa por melhorar esta estratégia e ter uma espécie de meta-jogo que mantenha as pessoas envolvidas por um longo período de tempo e ao mesmo tempo dar-lhes o direito de se gabarem e terem aquela sensação de que estão a melhorar as suas mentes e capacidades com o jogo. Ter essa relação com o utilizador, através de uma conta no New York Times é a base disso”, avançou Knight, que frisou no entanto que os quebra-cabeças com palavras são a prioridade.

Joseph Teasdale, diretor de tecnologia da Enders Analysis, citado pela Digiday, realça que estes jogos são “super baratos”, pelo que o investimento do The New York Times tem um grande retorno no que toca às métricas de subscritores e de receita.

A publicação norte-americana disponibiliza atualmente oito jogos aos subscritores: Sudoku, The Crossword, The Mini Crossword, Spelling Bee, Tiles, Vertex, Letter Boxed, Wordle. A atual subscrição pode ser feita por 3 dólares mensais ou por 25 dólares por ano. Já a subscrição de acesso total encontra-se com uma promoção, de acordo com o site da publicação, por 0,5 euros por semana (quando era 3€) ou 25 euros por ano (quando era 90€).

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Governo da Madeira concede tolerância de ponto nos dias 6 e 8 de abril

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A tolerância de ponto abrange os serviços, institutos e empresas sob a tutela do Governo Regional.

O Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) decidiu esta quinta-feira conceder tolerância de ponto em dois dias do período da Páscoa – 6 e 8 de abril – nos serviços públicos, institutos públicos e empresas públicas sob a sua tutela.

Atendendo ao significado da Semana Santa na tradição católica do povo madeirense e sendo a Sexta-Feira Santa feriado nacional, foi resolvido estabelecer tolerância de ponto na Quinta-Feira Santa [06 de abril] e no Sábado de Aleluia [08 de abril]”, refere o executivo em comunicado.

A decisão foi tomada na reunião do Conselho do Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, que decorreu no Funchal. A tolerância de ponto abrange os serviços, institutos e empresas sob a tutela do Governo Regional.

“Os serviços da administração pública regional autónoma, que, pela sua natureza, sejam de funcionamento ininterrupto, assim como aqueles que, por razões de interesse público, tenham que laborar no(s) dia(s) acima identificados, deverão criar as condições necessárias para que os seus trabalhadores possam gozar a tolerância agora concedida em momento posterior, obtida a concordância dos respetivos superiores hierárquicos”, esclarece o executivo.

Na reunião desta quinta, foi também autorizada, entre outras deliberações, a celebração de contratos-programa com quatro instituições – Associação de Agricultores da Madeira, Associação dos Agricultores das Fajãs do Cabo Girão, Casa do Povo da Serra de Água e Casa do Povo do Faial – no valor global de 93.100 euros.

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Centeno diz que inflação “era e ainda é demasiado alta” e “já pouco temporária”

  • Lusa
  • 23 Março 2023

O governador do banco central admitiu que o economista Joseph Stiglitz “se calhar tem razão de poder ser violento”, tendo alertado para as circunstâncias do aumento dos preços.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, assinalou esta quinta-feira que a inflação “era e ainda é demasiado alta” e já não é vista como um fenómeno temporário, tendo alertado para o risco de exposição das economias.

Questionado sobre o aumento das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Reserva Federal dos Estados Unidos da América por alunos finalistas no concurso Geração Euro, Centeno explicou que “era muito importante responder à inflação”, que se encontra num patamar em que “já é pouco temporária”. O governador do banco central admitiu que o economista Joseph Stiglitz “se calhar tem razão de poder ser violento”, tendo alertado para as circunstâncias em que o aumento dos preços se verificou.

“Nesta parte, se calhar, tem razão de poder ser violento, que é o facto de termos iniciado todo este processo num período em que tínhamos acumulado um conjunto de almofadas financeiras, de poupanças – quer do lado das empresas, quer do lado das famílias –, durante o período da covid-19 e antes da covid-19, que hoje estamos a utilizar para dar resposta também ao aumento dos preços”, explicou.

Segundo Centeno, esta, a par da solidez do mercado de trabalho que já sublinhou em várias intervenções, é a principal razão para que hoje o consumo não esteja a cair face às taxas de juro mais elevadas. Ainda assim, advertiu, é preciso “ter muita cautela”. “Um dia em que ou as almofadas acabem ou o mercado de trabalho tenha uma viragem significativa, isso pode expor-nos bastante”, disse.

Ao mesmo tempo, Mário Centeno registou que a economia “é uma ciência que vive de uma só variável”: o preço. Nesse sentido, apelou para que os preços relativos não devam ser distorcidos. “Quando nós alteramos os preços relativos estamos a perturbar as regras de decisão das pessoas. Todos nós tomamos decisões com base em preços relativos. Às vezes é entre hoje e amanhã, outras vezes é entre este bem e aquele, ou este serviço e o outro. É sempre o que rege a nossa ação, são os preços”, lembrou o governador do BdP.

E, quando há uma atuação para a estabilização dos preços, há que “também ter cuidado” para não induzir na economia “uma perturbação nestas decisões que as pessoas tomam”.

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Mais de 800 mil nas ruas de Paris contra o aumento da idade de reforma

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A meio da tarde, fontes policiais indicaram ter feito já 14 detenções. Mas o desfile sindical decorreu de forma pacífica, com pelo menos 800.000 participantes.

A manifestação desta quinta-feira contra a revisão da lei das aposentações em Paris foi marcada por fortes confrontos entre elementos violentos e a polícia e a destruição de mobiliário urbano e vitrinas de estabelecimentos comerciais.

Pessoas vestidas de preto e encapuzadas, que seguiam algumas centenas de metros à frente da marcha convocada pelos sindicatos, lançaram projéteis às forças da ordem, que responderam com granadas de gás lacrimogéneo, durante o percurso entre a praça da Bastilha e a Ópera, onde está previsto que termine o protesto. Em alguns pontos do trajeto, atearam incêndios aproveitando o lixo acumulado nas ruas da capital francesa devido à greve de recolha, que já dura há mais de duas semanas, o que obrigou à intervenção dos bombeiros.

A meio da tarde, fontes policiais indicaram ter efetuado 14 detenções. Em paralelo com estes distúrbios, o desfile sindical decorria de forma pacífica, com 800.000 participantes, segundo os primeiros números da Confederação Geral do Trabalho (CGT), o que, a confirmar-se, fará desta a maior concentração desde que, a 19 de janeiro, começaram os protestos contra a revisão da lei das reformas em França.

Como em Paris, também se registaram incidentes nas manifestações de outras cidades do país, como Rennes, Nantes, Bordéus e Lorient. Os principais líderes sindicais demarcaram-se dos atos de violência e condenaram-nos, ao mesmo tempo que acusaram o Presidente da República, Emmanuel Macron, de se apoiar neles para descredibilizar a força das suas manifestações.

França vive a nona jornada de protestos contra uma lei que aumenta de 62 para 64 a idade mínima de reforma sem penalizações financeiras, que foi definitivamente aprovada na passada segunda-feira, ao serem chumbadas duas moções de censura ao Governo, uma delas por apenas nove votos.

Macron afirmou na quarta-feira esperar que a alteração à lei das reformas entre em vigor antes do final do ano, assim que receber a aprovação do Conselho Constitucional, ao passo que os sindicatos garantem que prosseguirão os protestos e as greves para obrigar o executivo, chefiado pela primeira-ministra Élisabeth Borne, a recuar e retirar o diploma.

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Greenvolt vê lucros mais do que duplicarem para 16,6 milhões de euros

Desempenho da biomassa e venda de ativos na Polónia ajudaram a energética a mais do que duplicar os lucros em 2022. Receitas ascenderam a 259,7 milhões euros.

Os lucros da Greenvolt mais do que duplicaram, tendo subido 114,3% para 16,6 milhões de euros no acumulado de 2022, quando comparado com o ano anterior.

De acordo com o comunicado divulgado esta quinta-feira, pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a energética liderada por João Manso Neto informa que os ganhos beneficiaram do desempenho da biomassa e do “contributo positivo” do segmento de utility scale, após a primeira operação de rotação de ativos, na Polónia.

As contas da energética revelam que naquele ano, as receitas ascenderam a 259,7 milhões euros, traduzindo-se num aumento de 84%, enquanto o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), excluindo custos de transação, ascendeu a 96,5 milhões, tratando-se de um crescimento de 57% face ao período homólogo.

A empresa, que opera no segmento da produção de energia elétrica a partir de biomassa exclusivamente proveniente de resíduos, indica que, em 2022 foi injetado na rede mais de 1 terawatts/h (TWh) de energia, o que corresponde a um aumento de 17% face à energia injetada no período homólogo. Neste campo, as receitas subiram 48%, para 195 milhões de euros.

A Greenvolt dá conta de que tem em desenvolvimento projetos de energia solar e eólica de larga escala, cuja potência ascende aos 6,9 gigawatts (GW), “sendo que a maioria dos projetos serão posteriormente vendidos”, informa a nota divulgada, esta quinta-feira, por Manso Neto. Neste departamento, as receitas dispararam para 28,1 milhões de euros (face a apenas 1,8 milhões no ano anterior).

Em comunicado, o CEO sublinha que “2022 foi um ano extremamente importante para o desenvolvimento do plano de negócios apresentado ao mercado aquando da entrada em bolsa”.

No que toca à biomassa, a Greenvolt registou “um elevado desempenho que se traduziu num aumento da energia verde injetada na rede”. Relativamente à promoção de projetos de energia renovável de larga escala, solares e eólicos, a energética diz ter assistido “a uma maior procura por PPA (power purchase agreements ou contratos de longo prazo)”.

Destaque ainda para o aumento de capital de 100 milhões de euros, concretizado em junho, e a emissão de 150 milhões de euros em obrigações verdes de retalho, “tendo ambas as transacções uma procura superior à oferta, o que comprova a confiança dos investidores na gestão da Greenvolt”, informa a nota.

A somar a estes montantes, a energética acrescenta que a emissão 200 milhões de obrigações convertíveis bilaterais com a KKR elevaram para mais de 900 milhões de euros a posição de liquidez da Greenvolt, o que dá à empresa algum conforto para concretizar os investimentos e projetos previstos no seu plano estratégico.

Notícia atualizada às 18h12 com mais informações

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Lucros da Cofina aumentam 147,4%, para 10,5 milhões. Imprensa perde 2,6 milhões e CM TV ganha 2,8 milhões

O EBITDA operacional foi de 13,6 milhões de euros (-8,2%) e o EBITDA de 8,9 milhões de euros (-35,4%), "fortemente impactado pelo reconhecimento de imparidades de goodwill e custos não recorrentes".

A Cofina fechou 2022 com lucros de 10,451 milhões de euros, um crescimento de 147,4% em relação ao exercício de 2021. “O crescimento das receitas de publicidade e de produtos de marketing alternativo, em 5% e 9,5% respetivamente, mais do que compensaram a quebra verificada nas receitas de circulação, conduzindo a Cofina a um incremento de receitas para 76 milhões de euros face aos 75,8 milhões registados um ano antes”, justifica a empresa no relatório enviado ao final da tarde desta quinta-feira à CMVM. As receitas de circulação registaram no último ano um recuo de cerca de 8,5%, para 29,6 milhões de euros.

A Cofina registou então receitas de 76 milhões de euros, um crescimento residual de 1,2%. As receitas de publicidade situaram-se nos 28,1 milhões (+5%) e as de marketing alternativo e outros nos 18,3 milhões (+9,5).

Por segmentos, a imprensa representou em receitas 55,7 milhões e a televisão 20,8 milhões de euros. Temos assim uma quebra de 4,5% nas receitas geradas pelo Correio da Manhã, Sábado, Record ou Jornal de Negócios e, em sentido contrário, um crescimento de 16,1% na CM TV.

Os custos operacionais registaram um aumento de 2%, para os 62,5 milhões de euros. “Este aumento de custos reflete o investimento realizado na cobertura da guerra na Ucrânia, mas também a inflação generalizada de preços, nomeadamente no custo do papel, eletricidade e combustíveis, este último tem provocado um acréscimo dos custos de distribuição”, justifica o grupo.

Em 2022, a empresa registou um EBITDA operacional de 13,6 milhões de euros (-8,2%) e um EBITDA de 8,9 milhões de euros, uma quebra de 35,4%. Este foi “fortemente impactado pelo reconhecimento de imparidades de goodwill e de custos não recorrentes, afirma a Cofina.

O EBITDA TV foi de cerca de 5 milhões de euros (+0,3%) e o da área de imprensa, que inclui também a BOOST (Eventos, Activation e Publishing) foi de 8,6 milhões (-12,5%).

“Durante o período em análise o grupo registou imparidade de goodwill no montante de 3,6 milhões de Euros, assim como custos não recorrentes relacionados com a liquidação da Grafedisport – Impressão e Artes Gráficas, S.A. – em Liquidação, no montante de 1 milhão de euros”, acrescenta o grupo liderdao por Paulo Fernandes. Em simultâneo, “em 31 de dezembro de 2022, na rubrica Imposto sobre o rendimento foi reconhecido o efeito da reversão da provisão em resultado do desfecho favorável ao Grupo de processos fiscais”.

A Cofina fechou o ano com uma dívida líquida nominal de 25,6 milhões de euros, uma redução de 8,3 milhões de euros na comparação com os 33,9 milhões de euros de 2021. O free cash flow (FCF) considerado como redução de dívida líquida, com base na cotação bolsista de 31 de dezembro de 2021, ascendeu a 33,3%, acrescenta o grupo

 

 

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Fatura do gás da EDP baixa em média 20% a partir de abril

Os clientes residenciais da EDP Comercial vão ter uma descida média de 20% na fatura de gás natural em abril.

A EDP enviou uma comunicação aos clientes a anunciar uma redução numa componente do preço do gás, que entrará em vigor a 1 de abril, e representará, em média, para os clientes residenciais da EDP Comercial, uma descida de 20% na fatura de gás natural.

“Apesar de o contexto de mercado ainda não ter estabilizado, a EDP Comercial considera ter condições para baixar a sua componente de preço aplicável ao Consumo de Energia”, lê-se na carta enviada pela EDP aos clientes, a que o Capital Verde teve acesso.

A empresa informa ainda que os descontos de que os clientes dispõem vão manter-se e passam a incidir sobre este novo preço, tal como previsto nas respetivas condições contratuais.

A partir de abril, os preços de todas as componentes da fatura vão manter-se, exceto a rubrica “Energia e Estrutura Comercial”, cujo preço por quilowatt-hora (kWh) desce dos 0,177500 euros para os 0,131000 euros, o que implica uma redução na parcela “Consumo de Energia” de 0,209600 euros/kWh para os 0,163100 euros/kWh.

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Frente Comum receia que anúncio sobre revisão salarial seja “propaganda”

  • Lusa
  • 23 Março 2023

"Se estivermos perante uma ação de propaganda, que finja que resolve e não resolve, o caminho há de ser o desenvolvimento da luta dos trabalhadores, ainda com mais força", avisa Sebastião Santana.

A Frente Comum de sindicatos da administração pública disse esta quinta-feira esperar que o anúncio do Governo sobre a possibilidade de rever aumentos salariais não seja “propaganda” e que resolva os problemas dos trabalhadores, caso contrário, a luta continuará.

Se estivermos perante uma ação de propaganda [do Governo], que finja que resolve e não resolve, o caminho há de ser o desenvolvimento da luta dos trabalhadores, ainda com mais força e razões do que aquelas que já existem hoje”, disse o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, à Lusa.

O primeiro-ministro, António Costa, mostrou disponibilidade na quarta-feira, no parlamento, para rever os salários dos trabalhadores da função pública, referindo que a inflação em 2022 foi superior à que o Governo tinha inicialmente previsto.

Para Sebastião Santana, o anúncio de António Costa mostra que “vale a pena lutar”, referindo-se à “grande greve da administração pública” realizada no dia 17 e à manifestação nacional da CGTP, em Lisboa, no dia seguinte, que juntou milhares de trabalhadores.

Estas ações de luta, segundo o líder sindical, fizeram o Governo “perceber aquilo que já toda a gente tinha visto, que é que o aumento do custo de vida está em dimensões incomportáveis e que vai ser preciso rever salários”.

Estamos à espera que na reunião que está agendada para a próxima quarta-feira o Governo meta mãos à obra e que apresente propostas que resolvam os problemas dos trabalhadores, que é tudo o que não tem feito”, afirmou Sebastião Santana, lembrando que a Frente Comum não assinou o acordo de outubro com o Governo que definiu aumentos salariais no mínimo em cerca de 52 euros ou 2% para este ano.

Por sua vez, o líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, que assinou o acordo para a legislatura com o Governo, disse valorizar o anúncio e esperar “com expectativa” a reunião agendada para dia 29 no Ministério da Presidência, que tem a tutela do setor. “Valorizamos e saudamos a disponibilidade de o senhor primeiro-ministro para, em negociação, corrigir uma maior inflação face ao que era esperado”, tal como estava previsto no acordo, realçou José Abraão.

Também a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, manifestou-se satisfeita com o anúncio do primeiro-ministro, sublinhando que o acordo já previa o compromisso de uma revisão caso a inflação fosse superior. “São propostas que vemos de bom grado. É natural que haja uma revisão e a nossa expectativa é positiva”, disse Helena Rodrigues.

Já sobre o anúncio da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, sobre a possibilidade de acelerar as progressões na carreira, os sindicalistas aguardam pela proposta em concreto, com Sebastião Santana a considerar que o que foi anunciado pela governante “foi muito dúbio e confuso”.

A ministra da Presidência avançou na quarta-feira à Lusa que o Governo vai propor aos sindicatos progressões mais rápidas para os funcionários públicos para “corrigir os efeitos” do congelamento das carreiras, medida semelhante à prevista para os professores, e que deverá abranger 349 mil trabalhadores, cerca de 65%.

“O objetivo é centrarmo-nos no universo dos trabalhadores da Administração Pública que tiveram um congelamento de cerca de nove anos e quatro meses e encontrar, para este universo de trabalhadores no seu todo, uma solução de aceleração da sua progressão”, disse Mariana Vieira da Silva.

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