Comissão Técnica apresenta relatório sobre novo aeroporto de Lisboa a 5 de dezembro

O documento com a avaliação da Comissão Técnica Independente às nove opções para o reforço da capacidade aeroportuária será conhecido dentro de duas semanas. Segue-se um mês de consulta pública.

A Comissão Técnica Independente (CTI) vai apresentar o relatório com a avaliação das opções para o novo aeroporto no dia 5 de dezembro. Segue-se um período de consulta pública de 30 dias, após o qual será elaborado o documento final, já em 2024.

A apresentação do “relatório de análise estratégica e multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa” acontecerá na 3º Conferência da CTI, que se realiza às 15h no Centro de Congressos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

O documento trará já uma avaliação das nove opções estratégicas para o novo aeroporto que foram definidas: Portela + Montijo, Montijo + Portela, Campo de Tiro de Alcochete, Portela + Campo de Tiro de Alcochete, Santarém, Portela + Santarém, Vendas Novas, Portela + Vendas Novas e Rio Frio + Poceirão.

O documento não irá apresentar um ranking global das melhores opções de localização para a infraestrutura, como já afirmou a coordenadora da Comissão, Rosário Partidário. Vai, no entanto, apontar quais as que melhor respondem aos diferentes fatores críticos de decisão, em função das oportunidades e riscos de apresentam. Ou seja, será possível inferir quais as melhores e piores soluções para o novo aeroporto em cada um daqueles fatores, como avançou o ECO.

A Comissão definiu cinco fatores críticos de avaliação, após um processo de consulta pública: segurança aeronáutica; acessibilidade e território; saúde humana e viabilidade ambiental; conectividade e desenvolvimento económico; investimento público e modelo de financiamento. Cada um destes fatores tem depois vários critérios de avaliação, que por sua vez incluem uma diversidade de métricas.

Após a realização da conferência, o relatório será disponibilizado para consulta pública durante 30 dias úteis. “Findo esse prazo, a CTI – avaliando a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos Fatores Críticos para a Decisão – elaborará então o relatório final dando por concluído o mandato que lhe foi conferido”, afirma a Comissão responsável pela Avaliação Ambiental Estratégica do novo aeroporto em comunicado.

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Biden garante que acordo para Hamas libertar reféns está “muito perto”

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

"Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas", referiu também o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que reside em Doha, numa breve mensagem na plataforma Telegram.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta terça-feira que está para muito breve um acordo sobre a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

“Estamos agora muito, muito perto” de um acordo e “poderemos trazer alguns destes reféns para casa muito em breve”, assegurou o líder norte-americano, que já na segunda-feira se tinha mostrado otimista relativamente a este processo.

“Não quero entrar em detalhes porque nada está feito até que esteja feito”, acrescentou Biden, garantindo, porém, que “as coisas estão a correr bem neste momento”.

Os comentários do Presidente norte-americano vão ao encontro das declarações proferidas por alguns dos principais intervenientes nas negociações, incluindo dirigentes do Qatar, país que desempenha um papel de mediador nesta matéria e que anunciou hoje que o processo negocial tinha entrado na “fase final”.

Já o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que reside em Doha, anunciou numa breve mensagem na plataforma Telegram: “Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas”.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu — que já convocou para hoje o seu gabinete de guerra –, também admitiu progressos significativos nas negociações para libertar os reféns mantidos pelo grupo Hamas.

Duas fontes conhecedoras do processo disseram à agência noticiosa francesa AFP que o acordo deverá envolver a libertação de 50 a 100 reféns civis em troca da libertação de 300 mulheres e crianças detidas por Israel.

A transferência ocorrerá por etapas, na proporção de 10 reféns israelitas por cada 30 prisioneiros palestinianos, por dia, segundo as mesmas fontes.

Lula pede atuação efetiva para evitar alastramento da guerra

Já o Presidente do Brasil pediu, numa reunião do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Joanesburgo, uma atuação mais efetiva para evitar que a guerra na Faixa de Gaza se espalhe para outros países.

“Devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos”, disse Lula da Silva numa reunião virtual extraordinária convocada pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que preside este ano ao BRICS, para analisar a crise em Gaza.

“A contribuição do BRICS, em sua nova configuração, juntamente com todos os atores a favor do autocontrole e da ‘desescalada’, é valiosa e essencial”, acrescentou o Presidente brasileiro, referindo-se à expansão do bloco acordada em agosto, em Joanesburgo, e que incluía a Arábia Saudita, a Argentina, o Egito, a Etiópia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos.

O Presidente sul-americano ressaltou que “o Brasil não acredita que a paz seja alcançada apenas pela força das armas”. “Temos uma longa experiência nacional que reforça a nossa fé na paz criada por uma negociação diplomática justa”, pontuou.

No entanto, “estes atos bárbaros não justificam o uso indiscriminado e desproporcional da força contra civis”, sublinhou Lula da Silva, afirmando que “estamos perante uma catástrofe humanitária” em Gaza.

O chefe de Estado brasileiro considerou a guerra atual entre o movimento islâmico Hamas e Israel “o resultado de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino”.

“O reconhecimento de um Estado palestiniano viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos de retomar o processo de paz entre Israel e a Palestina o mais rapidamente possível”, exigiu Lula da Silva.

Os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul participarão na reunião do BRICS juntamente com os da Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irão e Emirados Árabes Unidos.

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Helicópteros Kamov oferecidos à Ucrânia há mais de um ano continuam “em solo nacional”

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

Os seis helicópteros pesados Kamov de combate a incêndios sem licença para operar em Portugal, por serem de origem russa, estão inoperacionais e parados no aeródromo de Ponte de Sor.

Os seis helicópteros Kamov de combate a incêndios oferecidos por Portugal à Ucrânia há mais de um ano ainda permanecem no país, aguardando as autoridades portugueses por indicações de Kiev, avançou à Lusa o Ministério da Defesa.

Os helicópteros Kamov cedidos à Ucrânia a pedido das autoridades de Kiev encontram-se em solo nacional, aguardando-se da contraparte ucraniana indicação sobre os próximos passos a adotar”, indica o Ministério da Defesa Nacional, numa reposta enviada à agência Lusa.

O Ministério tutelado por Helena Carreiras acrescenta ainda que se mantêm “contactos regulares entre o Ministério da Defesa Nacional e os seus interlocutores ucranianos, tendo ocorrido, no trimestre passado, uma visita técnica do braço logístico do grupo de doadores ao local onde estão estacionadas as aeronaves”.

Os seis helicópteros pesados Kamov de combate a incêndios sem licença para operar em Portugal por serem de origem russa estão inoperacionais e estão parados no aeródromo de Ponte de Sor, distrito de Portalegre.

O anúncio do envio para a Ucrânia dos Kamov foi feito por Helena Carreiras em outubro de 2022, uma decisão criticada, na altura, por Moscovo que considerou tratar-se de uma “violação das suas obrigações contratuais”.

A diplomacia russa considerou que a decisão do Governo português de enviar seis helicópteros Kamov de combate a incêndios para a Ucrânia, ajudando na luta contra a invasão russa, é uma “violação das obrigações contratuais” por parte de Lisboa, referindo-se ao facto de serem aeronaves de origem russa.

Em junho deste ano, a ministra da Defesa afirmou que estava a ser planeada a preparação do envio dos Kamov. Dos seis helicópteros pesados do Estado, um está acidentado desde 2012, outros dois estão para reparação desde 2015 e os restantes três Kamov estão parados desde o início de 2018.

Os Kamov foram adquiridos em 2006 pelo Ministério da Administração Interna, então liderado pelo atual primeiro-ministro, António Costa.

“Estão há muito preparados”

O ministro da Administração Interna afirmou, entretanto que os seis helicópteros Kamov oferecidos por Portugal à Ucrânia “estão há muito tempo preparados para serem enviados”, mas que a morte do anterior ministro do Interior ucraniano criou “um impasse”.

“Estão já há muito tempo preparados para serem enviados para a Ucrânia, contudo, dependem dos termos que a Ucrânia comunique que quer o transporte e a sua operacionalização”, afirmou José Luís Carneiro, à margem da conferência “A nova economia” organizada pela CNN Portugal.

Questionado sobre o facto de os seis helicópteros Kamov de combate a incêndios ainda permanecerem no país, José Luís Carneiro lembrou que o Ministério da Defesa estabeleceu um compromisso com o anterior ministro do Interior da Ucrânia que, na sequência de um acidente, faleceu.

“Isso criou um impasse, mas o Ministério da Defesa e [o Ministério] dos Negócios Estrangeiros estão a acompanhar esse assunto”, assegurou.

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Perda de mais de dois mil funcionários do Fisco para a reforma “não surpreende”, atira sindicato

Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos diz que é "sem surpresa" que vê os dados do Fisco que dão conta da saída de milhares de funcionários para a reforma nos próximos dois anos.

Há vários anos que o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) alerta para a “situação dramática” que a Autoridade Tributária vive em matéria de recursos humanos, pelo que a notícia divulgada esta terça-feira de que até 2025 vão sair do Fisco mais de dois mil funcionários “não surpreende”.

É sem surpresa que o STI avalia os dados avançados pela Autoridade Tributária e Aduaneira, que dão conta que mais de dois mil funcionários se vão reformar até 2025 e que quase metade sairá dos serviços de finanças, a que se somam 341 dos serviços centrais”, sublinha a estrutura sindical liderada por Ana Gamboa, numa nota enviada às redações.

Esta manhã foi conhecido o Plano Estratégico da Autoridade Tributária para os próximos dois anos, dando conta de que mais de dois mil funcionários vão passar à reforma até 2025. Além disso, identifica a “idade média elevada” dos trabalhadores como um dos pontos fracos dos próximos anos.

“Há já vários anos que alertamos para a situação dramática em matéria de recursos humanos. A saída massiva de trabalhadores para a aposentação tem-se dado nos últimos anos, porque os milhares de trabalhadores recrutados nos anos 1980 estão agora no final da vida ativa“, explica Ana Gamboa.

Segundo a sindicalista, sem renovação dos efetivos, tem sido criada “uma sobrecarga e pressão gradual”, porque a saída de trabalhadores não implica diminuição dos objetivos a cumprir. “As pessoas estão exaustas nos serviços. Já não é urgente recrutar, neste momento é uma emergência”, enfatiza a presidente do STI.

Assim, para o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, “importa desde logo avançar com o plano de recrutamento plurianual anunciado pelo Governo, que previa abrir concurso para recrutar Gestores Tributários e Aduaneiros ainda este ano”. É que, apesar desta medida ter sido anunciada em junho, até ao momento o concurso ainda não abriu. “Esperemos que o Governo não se vá embora sem cumprir com este compromisso”, remata a sindicalista.

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AXA e Allianz entre as marcas mais valiosas do mundo

Falta de mentalidade de crescimento, liderança conservadora e previsões incertas são pontos apontados pela Interbrand para desaceleração do crescimento das marcas.

A Allianz é, pelo quinto ano consecutivo, a marca mais valiosa do mundo entre as seguradoras, ultrapassando pela primeira vez o valor de 20.85 mil milhões de dólares. A seguradora subiu 3 posições em relação a 2022, passando a ocupar a 31.ª posição no ranking Best Global Brand (‘Melhores Marcas globais’) elaborado anualmente pela consultoria Interbrand e divulgado esta segunda-feira.

Das 100 empresas listadas pela consultora, duas são seguradoras. A segunda maior seguradora e última a constar na lista é a gigante francesa AXA, ocupando o 44.º lugar. Aumentou o seu valor em 4% para 16.401 mil milhões de dólares.

Bernd Heinemann, Group Strategy, Marketing and Distribution Officer na Allianz SE afirma que “ser a seguradora número 1 é apenas o início. Allianz olha para além da indústria seguradora e aspira a competir com todas as marcas mais valiosas do mundo. Nesta liga, todos os jogadores têm uma coisa em comum: um entendimento profundo do valor que as suas marcas trazem para o seu negócio”.

A falta de mentalidade de crescimento, liderança conservadora e previsões incertas são os motivos apontados pela consultora como motivos por detrás da desaceleração do crescimento (de 16% para 5,7%) de todas as marcas do top 100. No entanto, a Allianz foi uma das marcas com o crescimento mais rápido no último ano, crescendo cerca de 12% face ao valor de 2022, contrariando assim tendência da desaceleração do crescimento da generalidade das marcas presentes no ranking.

“Depois de alguns anos de forte crescimento da marca, entramos num período de estagnação, com a tabela deste ano a mostrar um crescimento moderado no valor global das maiores marcas do mundo” confessa Gonzalo Brujó, CEO Global da Interbrand.

“Mais de duas décadas de análise mostram que as empresas que respondem a um conjunto mais diversificado de necessidades dos clientes, muitas vezes de vários setores, continuam a dominar o topo da tabela – representando quase 50% do valor total. Com base nos dados, essas empresas que operam em vários setores verticais diferentes são mais estáveis, alcançam maior crescimento de faturação, permanecem mais lucrativas e se beneficiam de um maior crescimento do valor da marca. Para estas empresas, o foco na marca e não no produto desempenha um papel mais importante na condução das escolhas (+12% vs média), o que significa que podem responder a mais necessidades dos clientes, dentro e entre categorias”, acrescenta o presidente.

Segundo este ranking, a Apple é marca mais valiosa do mundo atingindo o valor de 502 mil milhões de dólares, seguindo-se Microsoft, Amazon, Google, Samsung, Toyota, Mercedes, Coca Cola, Nike e BMW, esta a valer 51 mil milhões de dólares. A vizinhança da Allianz é a Accenture e Hyundai enquanto Zara e Audi estão posicionadas antes e após a AXA.

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Montenegro promete pôr economia a crescer o dobro e pede a portugueses que não “beneficiem o infrator” nas eleições

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Novembro 2023

Líder do PSD diz que eleições de março são "oportunidade" para os portugueses "tomarem uma posição", esperando que "não seja a de beneficiar o infrator", que "trouxe um ciclo de empobrecimento".

O líder do PSD, Luís Montenegro, antevê uma mudança de Governo e da política económica na sequência das eleições de março do próximo ano, prometendo que, consigo à frente de um novo Executivo, a economia irá crescer o dobro face à média dos últimos oito anos de governação socialista.

“As eleições vão ser um fator positivo. Como eu espero uma mudança de Governo e de política económica, isso vai ter um reflexo subsequente, que é o país poder perspetivar um nível de crescimento, no mínimo, o dobro daquele que tem sido a média dos últimos oito anos“, afirmou o líder social-democrata, na CNN Portugal International Summit.

E como vai colocar a economia nacional a crescer o dobro? Com uma nova capacidade para atrair “mais investimento e fazer desse investimento um espaço para conquistas de mercado”, respondeu Montenegro, acrescentando que isso se consegue através de uma política fiscal “mais amiga das pessoas e das empresas”.

No evento da CNN Portugal, que decorre na Alfândega do Porto, o presidente do PSD voltou a defender um IRS “mais baixo para os jovens a dez, quinze anos”, pois, segundo enumerou, precisam de “previsibilidade” para construir os seus projetos, iniciar a vida familiar ou comprar casa.

“Coligação negativa” entre PS e Chega?

Luís Montenegro apontou, por outro lado, que o PS e o Chega têm de esclarecer se se irão “coligar negativamente” para inviabilizar um eventual governo do PSD. “Nessa circunstância, o Governo só pode ver o seu programa rejeitado se o voto for em conluio político entre o PS e o Chega”, disse.

“Sou muito claro. Só serei primeiro-ministro se ganhar as eleições. Não farei coligação com o Chega, nem sustentação do governo por essa via – e respeitarei os portugueses se tiverem um entendimento contrário“, realçou ainda o líder social-democrata, questionando se “os outros putativos candidatos a primeiro-ministro governam se não ganharem as eleições”. “Era bom saber”, acrescentou.

Já à saída, em declarações aos jornalistas, Montenegro considerou que o dia 10 de março, para o qual estão agendadas as eleições legislativas antecipadas, é uma “oportunidade onde os portugueses podem tomar uma posição“. “Espero, sinceramente, que essa posição não seja a de beneficiar o infrator, aquele que nos trouxe um ciclo de empobrecimento que hoje é cada vez mais visível no dia-a-dia dos portugueses”, atirou.

(Notícia atualizada às 18h34)

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Lesados do BES e Banif temem “morrer na praia” sem solução que os compense

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

Os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES temem que a crise política impeça a solução que vinham a negociar há anos com o Governo para os compensar parcialmente pelas perdas sofridas.

Os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES temem que a crise política impeça a solução que vinham a negociar há anos com o Governo para os compensar parcialmente pelas perdas sofridas nos colapsos dos bancos.

“Estamos preocupados, trabalhámos durante cinco anos de forma árdua para encontrar por fim uma solução para os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES e esta avalanche política surge no mês quando estávamos para anunciar as soluções”, disse o advogado Nuno Vieira, representante de lesados, contactado pela Lusa.

O advogado disse que, apesar da crise política, os lesados esperam que o atual Governo ainda avance com o processo para que o novo executivo tenha condições de pegar no assunto e o fechar rapidamente.

“Não queremos morrer na praia, contamos que o Governo seja responsável nesta fase transitória, que permita continuar o dossiê e que o entregue ao próximo Governo para finalizar”, afirmou.

Já antes da crise política, os lesados tinham deixado de ter o interlocutor com que contavam nas Finanças, uma vez que João Marcelo, que era chefe do gabinete do secretário de Estado das Finanças, passou a administrador da Parpública.

Em 13 de outubro, os lesados do BES e do Banif entregaram, no Ministério das Finanças, os relatórios para uma solução que permita reaver o dinheiro que reclamam, tendo então o executivo dito que ia distribuir os documentos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e ao Banco de Portugal e que marcaria uma reunião técnica.

Os dois relatórios indicam as expectativas de recuperação de créditos quer para os lesados das sucursais exteriores do Banco Espírito Santo (BES) e do Banco Privée quer para os lesados no Banif, esperando os clientes que este fosse o último passo para a criação do fundo de recuperação que os compensem das perdas (pelo menos parcialmente).

Os relatórios, a que a Lusa teve acesso, propõem soluções baseadas no Fundo de Recuperação de Créditos criado para os lesados do papel comercial do grupo BES. Ou seja, os lesados cederiam os seus créditos ao fundo (incluindo os créditos sobre bens arrestados a Ricardo Salgado) pagando este, em troca, parte do valor perdido pelos investidores. Depois, será esse fundo a dirimir processos na Justiça arrecadando para o Estado os valores que sejam recuperados.

Para os lesados das sucursais exteriores do BES, o relatório propõe que seja entregue aos lesados uma indemnização total de 175,8 milhões de euros.

Este valor segue a fórmula utilizada para decidir as compensações para os lesados do papel comercial. Assim, a quem perdeu mais de 500 mil euros é ressarcido metade do valor (no total de 46,8 milhões de euros), a quem perdeu abaixo de 500 mil é proposto recuperarem 75% no máximo de 250 mil euros por lesado (no total de 129 milhões de euros).

Já para os lesados do Banif, a proposta de indemnização segue a mesma lógica (para valores de investimento acima de 500 mil recuperam 50% e para valores abaixo de 500 mil recuperam 75%, no máximo de 250 mil euros). Neste caso, havendo 1.900 reclamantes, em que 5% perderam mais de 500 mil e 95% menos de 500 mil, o total da indemnização seria 169,6 milhões de euros.

Contudo, os relatórios são uma proposta, pelo que caso haja uma solução que os valores podem ser diferentes. O grupo de trabalho dos lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES tem-se reunindo no Ministério das Finanças desde os meses finais de 2022. Há anos que estes lesados têm tido promessas políticas de verem o seu problema minorado, desde logo da parte do primeiro-ministro, António Costa, mas o processo tem-se arrastado.

O BES terminou em agosto de 2014 e o Banif em final de 2015, deixando lesados milhares de clientes que investiram em títulos financeiros.

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Técnicos superiores do Estado com aumentos de 200 euros podem perder pontos para progressão

Governo admite reduzir número de degraus de 14 para 11, de modo a que mais funcionários públicos alcancem os últimos níveis remuneratórios. Medida só entrará em vigor em 2025.

O Governo admite reduzir o número de posições remuneratórias, de 14 para 11, da carreira geral de técnico superior do Estado, de modo a permitir que mais licenciados cheguem ao topo da carreira. Mas a medida só deverá entrar em vigor em 2025, revelou esta terça-feira a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, Maria Helena Rodrigues, no final de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, que apresentou uma proposta de revisão da carreira de técnico superior.

O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, adiantou ainda que haverá saltos remuneratórios em cerca de cinco níveis, o que se traduzirá em aumentos salariais adicionais de cerca de 200 euros, segundo a estrutura da carreira de técnico superior. Contudo, o dirigente sindical afirmou que “estes trabalhadores com valorizações mais significativas arriscam perder alguns pontos da avaliação”, para efeitos de progressão na carreira, de acordo com o projeto de diploma do Governo.

“Atualmente, um trabalhador que entra na carreira só consegue atingir o topo em 120 anos, o que não é possível. Um trabalhador não dura 120 anos para atingir o topo”, constatou Maria Helena Rodrigues, defendendo que, “para captar trabalhadores para a Função Pública é preciso melhorar a carreira”.

Para isso, o Governo apresentou uma proposta, que ainda não está fechada, de redução das atuais 14 posições remuneratórias para 11, encurtando, assim, o percurso para chegar ao topo, afirmou Maria Helena Rodrigues.

A secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, já tinha admitido que, neste momento, nenhum técnico superior consegue chegar à última posição remuneratória. Com o novo sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP), que começará a ter efeitos em 2025, apenas “30% poderão atingir as últimas posições remuneratórias [12.ª, 13.ª e 14.ª]”, afirmou a governante, na semana passada, no dia em que sindicatos e tutela concluíram com sucesso a revisão do SIADAP.

Ainda assim, é uma proporção muito reduzida de trabalhadores desta carreira que vão conseguir atingir os mais altos níveis salariais. Daí a nova proposta do Executivo de redução do número de degraus de 14 para 11 para que mais técnicos superiores consigam chegar ao topo.

Há ainda a hipótese de uma valorização salarial adicional. “Provavelmente, também pode acontecer nesta transição”, indicou a presidente do STE. “A proposta do Governo é para entrar em vigor em 2025 e ainda vai ter de ser trabalhada e aprofundada”, sublinhou Maria Helena Rodrigues, acrescentando que há uma nova reunião agendada já para esta sexta-feira.

Saltos remuneratórios em cinco níveis

A redução do número de posições, de 14 para 11, vai implicar a eliminação da primeira posição, que corresponde ao nível 12, que está nos 1.122,84 euros, revelou José Abraão. O líder da FESAP explicou que estes trabalhadores irão transitar para a posição seguinte (nível 16), com um ordenado de 1.333,35 euros. Isto significa mais 211 euros no final do mês, segundo cálculos do ECO. Contudo, “estes trabalhadores com valorizações mais significativas arriscam perder alguns pontos” da avaliação, adiantou, salientando que espera “ver este ponto corrigido para evitar situações de injustiça”.

“Há um aspeto que vamos ter de melhorar que é quando se verifiquem valorizações significativas poderá haver a possibilidade de perda de pontos proporcionalmente”, reforçou o líder sindical, sublinhando que, contudo, “que esta é uma primeira apreciação do projeto de diploma”.

De lembrar que, neste momento, a primeira posição só serve para as situações transitórias de mobilidade intercarreiras. Na prática, os técnicos superiores licenciados já entram logo na segunda posição, de 1.333,35 euros, e que, no próximo ano, vai subir para 1.385,99 euros, pela atualização salarial.

Para além disso, deverá haver saltos de cerca de 200 euros em cinco níveis remuneratórios. José Abraão deu alguns exemplos: A terceira posição, que está no nível 20, com um ordenado de 1.543,88 euros, passa para a 24, com um vencimento de 1.754,41 euros, o que corresponde a uma valorização salarial de 211 euros. A nona posição, que está no nível 43, com um vencimento de 2.755,84 euros, passa para o nível 46, com um ordenado de 2.916,89 euros. Trata-se de um aumento de 161 euros brutos por mês.

Apesar destas mexidas, a última posição deverá manter-se nos 3.561,11 euros, correspondendo ao nível remuneratório 58, indicou o secretário-geral da FESAP.

José Abraão afirmou ainda que “qualquer alteração na carreira de técnico superior terá impacto nas carreiras de técnico especialista do INE e das Finanças“.

Para a Frente Comum, a proposta do Governo “é insuficiente, muito curta”, ainda que a estrutura sindical valorize “tudo o que seja para melhorar”, afirmou a dirigente sindical Cristina Torres.

“O Governo em pontuado a sua ação por medidas pontuais quando a globalidade dos trabalhadores vive situações complicadas”, frisou Cristina Torres que voltou a defender a proposta da Frente Comum de “aumentos salariais de 15% com um mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores”. “Esta é uma medida urgente e possível”, destacou a sindicalista.

Neste momento, existem cerca de 68 mil técnicos superiores na Administração Pública, segundo dados revelados na semana passada pelo Ministério da Presidência.

Um licenciado entra diretamente para a segunda posição a ganhar 1.333,35 euros (1.385,99 euros no próximo ano), sendo que a primeira posição, que está nos 1.122,84 euros, só serve para as situações transitórias de mobilidade intercarreiras. O topo da carreira culmina na 14.ª posição, com um vencimento de 3.561,11 euros (3.667,94 euros em 2024).

Em 2022, os trabalhadores da segunda posição tiveram uma valorização salarial adicional de cerca de 52 euros. Este ano, foi a vez dos técnicos superiores entre a 3.º e a 14.ª posição a ter direto a um salto remuneratório de cerca de 52 euros, que somou à atualização transversal de 52 euros para todos os licenciados, totalizando um incremento de 104 euros.

(Notícia atualizada com mais informação fornecida pela FESAP e com declarações da Frente Comum)

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Espanhola Gigas prevê investir mais 10 milhões em Portugal. Afasta interesse no data center da Altice na Covilhã

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

Grupo que já investiu mais de 20 milhões na Oni vai expandir operação em Portugal para responder à procura de serviços cloud e de data center. CEO descarta interessa no ativo da Altice na Covilhã.

O presidente executivo e cofundador da Gigas, Diego Cabezudo, afirmou esta terça-feira que o grupo espera investir “cerca de 10 milhões de euros” em Portugal no próximo ano.

“Já investimos mais de 20 milhões de euros [na Oni]”, sendo que agora “estão investidos três milhões” na expansão do data center [centro de dados] da Matinha, em Lisboa, referiu o responsável à margem da conferência com jornalistas.

“Faremos outros dois milhões” de euros de investimento no data center de Lisboa e mais “sete a oito milhões” de euros em rede no próximo ano, num total de “cerca de 10 milhões”, acrescentou. Atualmente, a Oni conta com “um pouco mais de 200″ colaboradores”.

A espanhola Gigas anunciou esta manhã um investimento de três milhões de euros na expansão do data center, que permite uma maior capacidade tecnológica e reforço das equipas. Esta expansão tem como objetivo responder à procura crescente de serviços cloud [armazenados na nuvem] e de data center em Portugal.

Portugal “é o nosso maior país”, referiu o CEO, salientando que em 2022 “foi mais de 50% [o peso do mercado nacional no negócio global] e este ano vai ser 49% de todo o grupo, maior que Espanha”.

A Gigas também está presente na América Latina – Colômbia e México, que são os maiores mercados, e depois Peru e Chile, região que representa “8% a 10%”. O grupo tem um data center em Santiago do Chile, Bogotá e em Miami (EUA). Está presente também na Irlanda.

Questionado sobre como vê as vendas em curso no setor em Espanha, o gestor classificou-as como “boas notícias”. “Está a haver muito movimento, o mercado está muito centrado na parte residencial, e na parte das empresas os grandes operadores” não estão tão focados nessa área, o que é uma “grande oportunidade” porque é “onde estão as maiores margens”, considerou.

Em Espanha, “os operadores estão a concorrer low cost [baixo preço] residencial e em Portugal vão começar a concorrer no low cost residencial com a entrada da Digi”, operador que ganhou a licença 5G e é “muito agressivo comercialmente”, disse Diego Cabezudo.

A Oni tem dois data centers em Portugal, um em Lisboa e outro no Porto. Questionado sobre se a Gigas teria interesse no data center da Altice na Covilhã, o gestor descartou essa hipótese.

A Gigas está presente em Portugal desde 2019, quando adquiriu o fornecedor de serviços cloud AHP. O grupo já investiu cerca de 70 milhões de euros na Oni, cuja aquisição de 40 milhões de euros foi anunciada em 2020.

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Stellantis e chinesa CATL querem construir fábrica de baterias na Europa

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

A fábrica vai produzir baterias de lítio - ferro -- fosfato, mas a Stellantis adianta que ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a sua dimensão e localização.

A Stellantis e o fabricante de baterias chinês para veículos elétricos Contemporary Amperex Technology (CATL) estão a planear construir uma fábrica de baterias de baixo custo para veículos elétricos na Europa, foi anunciado esta terça-feira.

A fábrica vai produzir baterias de lítio – ferro — fosfato (LFP), esclarece a Stellantis em comunicado, citado pela agência Bloomberg, acrescentando que ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a sua dimensão e localização.

Os dois parceiros estão também a analisar a possibilidade de criarem uma empresa conjunta (joint venture), lê-se no comunicado da Stellantis, o grupo automóvel.

Num encontro com jornalistas sobre o acordo preliminar conjunto, o vice-presidente-executivo da Stellantis e responsável mundial pelas compras e pela cadeia de fornecimento, Maxime Picat, disse que “a capacidade de produção de LFP [da Stellantis] na Europa é atualmente nula”.

“Nos próximos cinco a dez anos será uma tecnologia muito importante”, salientou o gestor.

Maxime Picat afirmou também que seriam necessários “mais alguns meses” para que se finalizasse o plano para criar a joint-venture com a CATL, tendo-se escusado a dar pormenores sobre a possível localização da nova unidade fabril de baterias para veículos elétricos.

A parceria entre a Stellantis e a CATL representará um dos acordos mais abrangentes a este nível na Europa, onde as autoridades estão a planear aplicar regras mais rigorosas em relação às baterias para ajudar a criar uma cadeia de fornecimento local.

Em outubro, o presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, anunciou também que fechou um acordo no montante de 1.600 milhões de dólares (1.463 milhões de euros) para a aquisição de uma participação no capital do fabricante chinês de veículos elétricos Zhejiang, detida em partes iguais pelas duas empresas.

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Fidelidade aprova planos do IPO da Luz Saúde em dezembro. Operação derrapa para 2024

Seguradora confirma oficialmente a intenção de vender uma participação minoritária da Luz Saúde a investidores institucionais nacionais e internacionais. Ida para bolsa acontecerá só no próximo ano.

A Fidelidade confirmou os planos para a oferta pública inicial (IPO, sigla em inglês) da Luz Saúde, tendo em vista a venda de uma participação minoritária do capital do grupo de saúde a investidores institucionais nacionais e internacionais, segundo adiantou ao ECO a seguradora liderada por Jorge Magalhães Correia.

Caso a Fidelidade decida avançar com a operação, o IPO da Luz Saúde só irá ter lugar no início do próximo ano, depois de ter estado inicialmente previsto para acontecer no último trimestre deste ano, segundo disseram ao ECO fontes próximas do processo.

A Luz Saúde agendou para daqui a um mês uma assembleia geral de acionistas extraordinária para aprovar a venda de uma parte do seu capital através de um aumento de capital, com uma emissão de novas ações a serem subscritas por um grupo de investidores profissionais por via de um processo de book building, o que significa que, pelo menos nesta fase inicial, os pequenos investidores não poderão comprar ações do grupo de saúde. Simultaneamente, a Fidelidade irá realizar uma oferta de venda privada.

Os termos e condições do aumento de capital serão definidos pelo conselho de administração liderado por Isabel Vaz. A assembleia geral marcada para o dia 22 de dezembro irá ainda aprovar a admissão da totalidade das ações da Luz Saúde à negociação no mercado regulamentado gerido pela Euronext.

Até hoje a Fidelidade, detida pela Fosun, nunca tinha confirmado oficialmente os planos de um IPO da Luz Saúde. O grupo chinês informou esta terça-feira que obteve a autorização do regulador da bolsa de Hong Kong para avançar com a operação e indicou que, sujeito à aprovação das autoridades portuguesas, será submetido um prospeto na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “no devido tempo”.

Fonte oficial revelou ao ECO que “a publicação da convocatória da assembleia geral e inclusive a aprovação das propostas que venham a ser submetidas não determinam a concretização do processo de venda”.

Isto porque o IPO, acrescentou a mesma fonte, “apenas terá lugar se estiverem reunidas as condições que o acionista vendedor considera adequadas para tal”.

Em cima da mesa estará a venda de uma participação entre 30% a 45% do capital do grupo de saúde e que poderá permitir um encaixe entre 300 milhões e 450 milhões de euros para a Fidelidade. A seguradora espera obter uma avaliação de mais de mil milhões de euros para o grupo que tem 28 unidades hospitalares e clínicas e perto de 14 mil funcionários em Portugal.

Como o ECO revelou em maio, Citi e UBS lideram um sindicato bancário para concretizar um IPO da Luz Saúde que vem sendo trabalhado num ambiente de mercado desafiante devido à subida das taxas de juro e, mais recentemente, aos riscos geopolíticos relacionados com a guerra no Médio Oriente.

A operação servirá para financiar o crescimento do grupo liderado por Isabel Vaz numa perspetiva internacional e também para reforçar os rácios de capital da própria Fidelidade – através de uma redução da exposição à Luz Saúde.

A assembleia geral extraordinária irá deliberar ainda sobre a eleição dos membros dos órgãos sociais para um novo mandato relativo ao quadriénio entre 2024 e 2027.

A Luz Saúde registou rendimentos operacionais de 600 milhões de euros em 2022, um aumento de 10,6% em comparação com 2021. Fechou o ano passado com lucros de 26,9 milhões de euros, mais 62% em termos homólogos.

Jorge Magalhães Correia, presidente do conselho de administração da FidelidadeHugo Amaral/ECO

Regresso à bolsa cinco anos depois

Para a Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde), trata-se de um regresso à bolsa de Lisboa cerca de cinco anos depois de a Fidelidade a ter retirado da negociação em 2018.

Na altura, a seguradora avaliou o grupo de saúde em cerca de 550 milhões de euros, em função da contrapartida de 5,71 euros por ação que ofereceu aos investidores para comprar cerca de 1% que estava disperso na bolsa.

Confirmando-se uma avaliação superior a mil milhões de euros neste IPO, a Luz Saúde terá praticamente duplicado de valor neste período.

Abre caminho para o Novobanco?

O IPO da Luz Saúde — que poderá ser o maior dos últimos dez anos na bolsa portuguesa — é visto pelos analistas como um teste do mercado para avaliar o apetite dos investidores em relação ao próprio Novobanco, que também está a trabalhar numa ida para bolsa no próximo ano, segundo o CEO do banco, Mark Bourke.

É conhecido o interesse dos americanos da Lone Star em vender a sua participação de 75% no banco português, após ter investido 1.000 milhões de euros em 2017.

O último IPO na bolsa de Lisboa aconteceu em julho de 2021, com a admissão da Greenvolt, numa operação avaliada então em 500 milhões de euros.

Já no ano passado, a Euronext registou duas admissões técnicas, da Samba Digital e da MACC1X1 Socimi, de acordo com os dados disponibilizados pela dona da bolsa lisboeta.

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Universidade de Lisboa e Fundo LAND fecham parceria para projetos florestais

Parceria com Instituto Superior de Agronomia engloba as áreas da formação e apoio académico em projetos florestais, assim como as áreas de capacitação técnica e estágios científicos.

O Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa e o Fundo LAND – Life And Nature Development desenvolveram uma parceria com vista à formação e apoio académico em projetos florestais nacionais e potencialmente internacionais. As duas entidades também vão apostar em áreas de capacitação técnica assim como na criação de estágios científicos e técnicos.

“Esta parceria pretende ser a base de uma estreita colaboração entre o Fundo LAND e o ISA, com o objetivo de implementar estratégias, planos, metodologias e projetos de cooperação, com foco nos serviços de ecossistema, ao nível da Península Ibérica”, refere Angela Lucas, partner do Fundo Land, citada em comunicado.

Esta união de esforços entre as duas instituições “decorre da intensa atividade de transferência de conhecimento que a universidade mantém ao nível da formação e desenvolvimento de métricas relacionadas com a sustentabilidade agrícola e florestal, tendo por objetivo reforçar processos de inovação relevantes a nível nacional e internacional”, completa, por sua vez, António Guerreiro de Brito, presidente do ISA da Universidade de Lisboa.

Esta parceria pretende ser a base de uma estreita colaboração entre o Fundo LAND e o ISA, com o objetivo de implementar estratégias, planos, metodologias e projetos de cooperação, com foco nos serviços de ecossistema, ao nível da Península Ibérica.

Angela Lucas

Partner do Fundo Land

O LAND é o primeiro fundo de investimento em Portugal baseado na aquisição e gestão responsável de terras rurais e floresta e “prossegue objetivos alinhados com a sustentabilidade”, resume esta entidade. Tem atividade ao nível da conservação, manutenção, proteção e restauro de zonas abandonadas e menos favorecidas, incluindo áreas ardidas ao longo das últimas décadas. Também diz incentivar a coesão social, a criação de emprego e a revitalização das economias locais.

Com vista à regeneração da floresta nativa e dos ecossistemas naturais, este fundo “visa atingir até 500 milhões de euros nos próximos cinco anos”. O fundo LAND foi distinguido pelo Kaizen Institute com o prémio de reconhecimento especial em sustentabilidade.

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