Totta duplica reestruturações e tem mais de 10 mil contratos a bonificar

Banco liderado por Pedro Castro e Almeida garante estar a postos para começar a aplicar moratória de juros que entra em vigor na próxima quinta-feira.

Até hoje, o Santander Totta já renegociou 36 mil empréstimos da casa de famílias em dificuldades, o dobro do número que havia anunciado há três meses, sendo que tem mais de 10 mil contratos com juros a bonificarem, avançou o banco liderado por Pedro Castro e Almeida ao ECO.

Entretanto, na próxima quinta-feira, quem quiser fixar a prestação da casa ao abrigo da moratória anunciada pelo Governo há cerca de um mês, o Santander garante que está preparado para responder aos pedidos dos seus clientes: “Estaremos preparados para cumprir os prazos”.

O mecanismo criado pelas Finanças tem por base a aplicação de 70% da Euribor a seis meses nos contratos da casa, independentemente do indexante do empréstimo. Isto traduzir-se-á numa baixa imediata da prestação entre 95 euros e 115 euros num financiamento de 150 mil euros a 30 anos com um spread de 1%, segundo os cálculos do ECO.

A medida, elegível para todos os contratos de habitação própria e permanente com taxa de juro variável ou mista, desde que tenham sido celebrados antes de 15 de março, permitirá “congelar” a prestação da casa durante dois anos. O contrato volta ao regime em que se encontrava antes, sendo que os valores diferidos neste período começam a ser reembolsados quatro anos depois, entre 2029 e 2030.

O banco do grupo espanhol Santander, que reportou esta sexta-feira lucros recorde de 621,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 61,5% em relação ao mesmo período de 2022, revela ao ECO que a moratória de juros “não terá qualquer impacto no exercício deste ano”.

Pico da margem “não está muito longe”

A subida dos resultados líquidos deveu-se, em grande medida, ao aumento da margem financeira, que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros cobrados nos depósitos. No Santander Portugal, essa margem rendeu-lhe mais de mil milhões de euros entre janeiro e setembro, crescendo quase 90% em termos homólogos.

O banco salienta que a margem financeira ainda vai subir mais, mas não por muito mais tempo, devido ao “forte clima concorrencial” nos créditos e nos depósitos, que vai começar a pressionar as taxas de juro dos dois lados. “É difícil estimar o momento de pico da margem financeira, mas não deveremos estar muito longe do seu pico”, salienta a instituição.

Questionado sobre a pausa do Banco Central Europeu (BCE), depois de dez subidas consecutivas que se traduziu num aumento das taxas em 450 pontos base em 15 meses, o Santander acredita que os atuais níveis restritivos dos juros se vão manter “durante os próximos trimestres” e que uma eventual descida “dependerá sobretudo de uma clara e sustentada desaceleração da inflação”.

Banif? Mecanismos serão ativos em “timing próprio”

O Santander Totta está a reclamar quase 160 milhões de euros ao Estado por conta de uma disputa relacionada com impostos diferidos do Banif, adquirido em 2015, que a Autoridade Tributária recusou pagar.

Sobre este tema, o banco lembrou que “existem vários mecanismos, alguns previstos contratualmente, para fazer valer os seus direitos” neste processo e que “serão ativados no seu timing próprio”.

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Câmara de Braga ouve munícipes para reforçar políticas de sustentabilidade

Resultados serão conhecidos durante a apresentação da 2.ª edição do Relatório de Sustentabilidade de Braga. A autarquia pretende depois utilizar as respostas para moldar estratégias futuras.

A Câmara Municipal de Braga está a auscultar os munícipes, até 8 de novembro, a propósito de políticas de sustentabilidade ambiental, social e económica para que a cidade seja “mais verde e ecológica“. O município pretende envolvê-los, assim, na tomada de decisões nesta matéria.

“Este processo de auscultação é um passo crucial no compromisso do município de Braga de se tornar uma cidade mais verde e ecológica“, começa por explicar a autarquia liderada por Ricardo Rio.

Numa “iniciativa inovadora”, o município bracarense “convida” os cidadãos a compartilharem as suas perspetivas e ideias para o futuro da cidade. Mediante o preenchimento de um inquérito até 8 de novembro, os munícipes dão opinião sobre diversos tópicos relacionados com a sustentabilidade ambiental, social e económica.

São questionados, por exemplo, se consideram mais prioritários os tópicos gestão do ambiente urbano ou energia e descarbonização, ou até resiliência climática, gestão de água, mobilidade ou habitação.

Os resultados serão conhecidos durante a apresentação da 2.ª edição do Relatório de Sustentabilidade de Braga. A autarquia pretende depois utilizar as respostas dos cidadãos para moldar estratégias e iniciativas futuras do município.

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Conselho Europeu quer usar ativos russos congelados para ajudar Ucrânia

  • Lusa
  • 27 Outubro 2023

"Estamos atualmente a trabalhar numa proposta que se centra inicialmente nos chamados lucros inesperados", disse Charles Michel, que tenciona "retirá-los e canalizá-los" para a Ucrânia.

O Conselho Europeu pediu esta sexta-feira à Comissão Europeia e ao chefe da diplomacia da União Europeia (UE) que avancem com propostas para o uso de ativos russos congelados para financiar a ajuda à Ucrânia, disse o presidente da instituição.

“Abordámos também a questão dos ativos [russos] congelados. Houve um debate extremamente positivo sobre o assunto e havia um amplo desejo de que déssemos passos decisivos nesta matéria, pelo que apresentámos ao alto representante [para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, e à Comissão [Europeia] a necessidade de apresentar propostas operacionais para que possamos ter as capacidades necessárias para mobilizar alguns desses ativos para que possamos ter receitas a fim de prestar apoio a curto prazo à Ucrânia e, depois, a mais longo prazo, para a reconstrução da Ucrânia”, disse Charles Michel, em conferência de imprensa no final da cimeira da UE que terminou esta sexta, em Bruxelas.

Estamos atualmente a trabalhar numa proposta que se centra inicialmente nos chamados lucros inesperados. Por outras palavras, apresentaremos uma proposta para encontrar uma forma de utilizar as receitas provenientes desses ativos que estão atualmente a beneficiar um número limitado de instituições financeiras na União Europeia. Estes lucros excecionais são já bastante substanciais. A ideia é retirá-los e canalizá-los através do orçamento ou do bloco da UE para a Ucrânia e para a reconstrução da Ucrânia”, explicou.

O líder do Conselho Europeu garantiu que a UE mantém como prioritária a ajuda à Ucrânia, na sequência da invasão russa, lançada em 22 de fevereiro de 2022.

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Saúde mental: cuidar das pessoas é bom negócio

  • ECO
  • 27 Outubro 2023

Cerca de 80% dos profissionais em Portugal têm, pelo menos, um sintoma de burnout e cerca de metade está em sério risco.

Os números chamam a atenção e são motivo de preocupação. Cerca de 80% dos profissionais em Portugal têm, pelo menos, um sintoma de burnout e cerca de metade está em sério risco, alerta o Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis.

E o impacto pode ser visto no dia a dia das empresas. De acordo com a Ordem de Psicólogos, estima-se que as empresas tenham mais de 5 mil milhões de euros de perdas de produtividade devido a problemas de saúde mental e o presentismo. Um valor idêntico ao que o Estado português atribuiu em apoio às empresas para fazer face à Covid-19.

Para debater este tema e sobre o que estão a fazer as empresas, o ECO convidou Ana Figueiredo, presidente da MindAlliance Portugal, Mónica Pimentel, da direção executiva da Aliança Portuguesa para a Promoção da Saúde Mental no Local de Trabalho e Ricardo Carneiro, senior director de Recrutamento e Seleção Especializado da Multipessoal. O debate tem a moderação de Ana Marcela, editora do ECO.

 

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Costa salienta final do ano como “prazo indicado” para acordo sobre regras do défice e dívida

  • Lusa
  • 27 Outubro 2023

“Hoje, felizmente, temos uma situação orçamental e financeira que nos permite ter esta discussão sem ansiedade", disse o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro classificou esta sexta-feira o final do ano como o “prazo indicado” para a União Europeia (UE) decidir sobre a revisão das regras orçamentais, com tetos para dívida e défice, defendendo também adaptação do orçamento comunitário “às prioridades”.

“O Conselho Europeu teve a oportunidade de discutir […] a revisão das regras da governação económica apontando o final deste ano como prazo adequado para os ministros das Finanças concluírem esse debate e aprovarem as nossas novas regras”, declarou António Costa.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de uma cimeira europeia de dois dias, o último dos quais dedicado aos temas económicos, o chefe de Governo destacou que “Portugal tem sido particularmente ativo” no debate sobre a revisão das regras orçamentais.

“Hoje, felizmente, temos uma situação orçamental e financeira que nos permite ter esta discussão sem ansiedade, mas não deixa de ser […] essencial para aplicarmos aquilo que são as boas lições aprendidas, de como é fundamental que estas regras não tenham um funcionamento pró-cíclico”, defendeu António Costa.

Para o primeiro-ministro, tais regras devem “permitir aos Estados gerir a sua trajetória de consolidação financeira” para evitar que, “em situações de recessão económica de desemprego, se agravem as condições de consolidação financeira”.

“E, por outro lado, também não comprometer aquilo que é uma necessidade reconhecida por todos os 27 Estados-membros que é o facto de termos de fazer nos próximos anos, um esforço acrescido de investimento para aproveitar todas as oportunidades que as transições digital e climática nos impõe”, adiantou.

A posição surge quando se prevê a retoma destas regras orçamentais em 2024, após a suspensão devido à pandemia e à guerra da Ucrânia, com nova formulação apesar dos habituais tetos de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) para a dívida pública e de 3% do PIB para o défice.

Portugal tem vindo a defender a introdução de um caráter anticíclico nesta reforma, para que, em alturas de maior crescimento económico, os países realizem um esforço maior para baixar a dívida pública e que, ao invés, tenham ritmos de redução mais lentos em alturas de PIB mais contido.

A discussão tem por base uma proposta da Comissão Europeia, divulgada em abril passado, para regras orçamentais baseadas no risco, com uma trajetória técnica e personalizada para países endividados da UE, como Portugal, dando-lhes mais tempo para reduzir o défice e a dívida.

Ainda no âmbito económico-financeiro, o chefe de Governo defendeu “a necessidade de adaptar o orçamento da União às várias prioridades políticas”, como o “estável e previsível o apoio à Ucrânia”, bem como outras “áreas onde é necessário também reforçar os investimentos”, como política externa e migrações.

Além disso, “esta é uma excelente oportunidade para avançarmos e concluirmos. É um debate que já vem muito de trás sobre a necessidade de reforçar os recursos próprios da União Europeia porque, como é óbvio, não é possível aumentar o orçamento da União sem aumentar os recursos próprios”, concluiu António Costa.

Desde o verão, a UE discute uma proposta de revisão do orçamento a longo prazo que prevê uma reserva de 50 mil milhões de euros de apoio à reconstrução da Ucrânia, 15 mil milhões para gestão das migrações e 10 mil milhões no âmbito da plataforma STEP para investimentos ‘verdes’ e tecnológicos, valores que se deverão somar ao atual Quadro Financeiro Plurianual, orçado em 2,018 biliões de euros a preços correntes (1,8 biliões de euros a preços de 2018).

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Portugal defende proposta de conferência para paz no Médio Oriente

  • Lusa
  • 27 Outubro 2023

"Todos nós partimos de posições histórias bastantes distintas relativamente a Israel. Isso condiciona muito a forma como diferentes países se posicionam neste contexto", disse Costa.

O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira proposta apresentada pelo homólogo espanhol para organizar uma conferência para a paz no Médio Oriente e considerou não ser necessário haver unanimidade de posições sobre esta questão entre os 27.

“Achamos bem e, por isso, consta das conclusões da proposta do primeiro-ministro [Pedro] Sánchez no sentido de se promover a realização de uma conferência de paz no horizonte de seis meses”, disse António Costa, em conferência de imprensa, no final de dois dias de reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.

Os 27 acordaram na quinta-feira uma posição conjunta de apelar a “pausas humanitárias” para fazer chegar a ajuda humanitária à população palestiniana. Contudo, alguns Estados-membros queriam ir mais longe, por exemplo, pedindo um cessar-fogo entre o exército israelita e o movimento islamita Hamas.

“Todos nós partimos de posições histórias bastantes distintas relativamente a Israel. Isso condiciona muito a forma como diferentes países se posicionam neste contexto. Havia países que, não só defendiam o cessar-fogo, como entendem que o cerco [a Gaza], o corte de energia elétrica, do abastecimento de água, é uma violação do direito internacional. Outros entendem que o direito de Israel à sua defesa não deve ser condicionado com nenhum ‘mas'”, sustentou António Costa.

Apesar das divergências, o primeiro-ministro advogou que “uma Europa a 27 é uma Europa plural”, por isso, releva “o esforço de todos” para que haja uma posição comum do bloco comunitário.

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Mais de metade das empresas de media fecharam 2022 com resultados positivos

A publicidade continua a ser a principal fonte de receita das empresas de media e os serviços de streaming "surgem cada vez mais como uma ameaça ao status quo", destaca o relatório da ERC.

Cerca de 61% das empresas de media fecharam 2022 com resultados líquidos positivos e 68% com resultados operacionais ou EBITDA positivos, uma proporção “ligeiramente” inferior ao ano anterior. Ao mesmo tempo, apenas 61% das entidades que controlam órgãos de comunicação social têm os media como atividade principal.

Estas são algumas das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre o setor da comunicação social português relativo ao exercício de 2022, divulgado esta sexta-feira pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

O relatório mostra que a publicidade continua a ser a maior fonte de receitas das empresas de media e manteve uma importância muito semelhante à registada em anos anteriores. No entanto, o mercado da publicidade está a mudar, mesmo no online, com a introdução de subscrições pagas por várias redes sociais e novas modalidades de publicidade digital.

O último ano foi “um período de manutenção de tendências, com algumas alterações em termos de posições dominantes no mercado publicitário online. O processo de transição digital prosseguiu o seu curso e novas modalidades de publicidade ameaçam a hegemonia da Google e da Meta“, descreve a ERC.

As medidas regulatórias, em particular na Europa, o aumento da concorrência de antigos e novos players, o desenvolvimento tecnológico e as preferências dos consumidores foram marcadamente influentes no setor de media“, prossegue a entidade reguladora, que, para a produção do documento, utilizou os dados reportados pelos regulados na Plataforma da Transparência dos Media e informação financeira detalhada recolhida pelo regulador junto de um universo representativo das empresas reguladas, explica.

A ERC destaca que os media procuram desenvolver outras linhas de negócio menos relacionadas com o seu core business, como “serviços multimédia, eventos e marketing”. Estas representam um contributo marginal para as receitas de exploração dos grandes grupos económicos, mas constituem importantes alternativas à publicidade em empresas de menor dimensão, conclui a entidade.

Os serviços de streaming, que “surgem cada vez mais como uma ameaça ao status quo, tanto dos operadores de televisão como dos fornecedores de serviço de televisão por subscrição”, são outro dos pontos em destaque, com o número de portugueses que utilizam ou subscrevem plataformas de streaming a aumentar no último ano. O relatório realça ainda que, no último ano, três milhões e meio de portugueses ouviram rádio através da internet, o valor mais elevado desde que o indicador é observado.

A atividade de comunicação social está concentrada em Lisboa e no Porto. Segue-se a Região Autónoma da Madeira, Braga e Leiria.

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Pizarro aberto a todas as soluções, mas quer “acordo equilibrado” com os médicos

Foi marcada uma nova reunião entre sindicatos dos médicos e Governo para domingo. "Em nenhuma das matérias o Ministério da Saúde fechou a porta", realça Roque da Cunha.

O ministro da Saúde considera que a reunião desta sexta-feira com os sindicatos médicos foi “positiva” e garante que o Governo não está fechado em nenhuma solução”. Manuel Pizarro lembra, no entanto, que é preciso chegar a um “acordo equilibrado” que permita valorizar os profissionais, mas que também permita um aumento na prestação de cuidados de saúde. O governante admite que algumas medidas possam ser faseadas no tempo. Foi marcada uma nova reunião para domingo.

“Em relação à sensata proposta apresentada em conjunto pelos dois sindicatos em nenhuma das matérias o Ministério da Saúde fechou a porta”, afirmou Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), à saída da reunião desta sexta-feira, referindo que a tutela liderada por Manuel Pizarro vai agora analisar o documento e apresentar uma contraposta, que vai ser entregue no sábado. Ficou marcada uma nova reunião para domingo.

O SIM e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) apresentaram esta sexta-feira uma proposta conjunta ao Governo assente em três pontos: na reposição do horário semanal de 35h para todos os médicos que assim o desejem; na reposição do poder de compra perdido na última década, com um aumento transversal de 30% para todos os médicos e na redução das atuais 18h para 12 horas semanais para os médicos que fazem serviço de urgência.

Também o ministro da Saúde faz um balanço “positivo” do encontro, referindo que “todas as propostas estão em aberto” e que o Executivo “não está fechado em nenhuma solução”. Manuel Pizarro lembra ainda que a tutela se tem vindo a “aproximar” das reivindicações dos médicos, mas avisa que “qualquer acordo que venha a ser estabelecido não pode pôr em causa” os cuidados prestados pelo SNS, quer ao nível das urgências, quer nos restantes cuidados hospitalares ou dos cuidados de saúde primários. “Este acordo a existir e estamos muito empenhados, tem que ser equilibrado“, sublinha, em declarações transmitidas pelas televisões.

Os sindicatos demonstram-se disponíveis para acordar um faseamento das medidas, nomeadamente no que concerne à diminuição da carga de trabalho ou à componente salarial. Também o ministro da Saúde se mostra aberto a um “faseamento e na capacidade” de compromisso de algumas medidas, mas sempre mediante a apresentação de “resultados”. “Cada medida nesse caso vai exigir uma implementação e uma avaliação para saber se podemos prosseguir ou não”, afirma.

Contudo, Manuel Pizarro alerta que a “solução de reduzir as horas” no serviço de urgência pode “criar mais dificuldades”. “Agora, se houver um compromisso da partilha desse esforço entre Governo e os médicos talvez esse esforço possa chegar a bom porto e com uma decisão que nos comprometa a todos”, acrescenta.

À saída da reunião, a presidente da FNAM reiterou que “o acordo só não acontece se o Governo assim não quiser” e lamenta que não tenham existido “serenidade” no processo negocial, dado que as atas das últimas reuniões não têm sido divulgadas. “O SNS está em risco e o Ministério da Saúde até hoje nada fez para que as coisas se resolvessem”, rematou.

(Noticia atualizada pela última vez às 15h20)

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CTT consideram que novos indicadores de qualidade propostos pela Anacom contrariam concessão

Correios queixam-se de que a simplificação proposta pela Anacom não é real e entendem que se desvia do que é praticado na União Europeia, ao contrário do que prevê a lei e o contrato de concessão.

Mudou a concessão, mas mantém-se o diferendo entre os CTT CTT 0,75% e a Anacom em torno dos indicadores de qualidade do correio.

A empresa já reagiu às novas metas que terá de cumprir no serviço postal universal, apresentadas pelo regulador, mas que ainda dependem da aprovação do Governo. O grupo entende que a “significativa simplificação” que foi anunciada é “tardia e mais aparente do que real”. Alega ainda que continua desalinhada do que é praticado na União Europeia.

“Os CTT consideram esta simplificação dos indicadores de qualidade tardia e mais aparente do que real, estranhando ainda que seja apresentada num momento de passagem de pasta da presidência da Anacom”, começa por referir fonte oficial da empresa liderada por João Bento. João Cadete de Matos, atual presidente da Anacom, está em fim de mandato, devendo ser substituído por Sandra Maximiano, caso o nome passe no crivo da CReSAP e do Parlamento.

O regulador das comunicações apresentou esta quinta-feira novos indicadores de qualidade para os CTT, que reduz de 24 para oito os objetivos de qualidade que a empresa terá de cumprir a partir de 2025. Tratando-se de uma proposta, a mesma ainda vai ser sujeita a consulta pública, e a decisão final recai sobre o Ministério das Infraestruturas.

Numa reação enviada ao ECO, “os CTT congratulam-se com o facto de a Anacom ter, finalmente, considerado que era necessário simplificar os Indicadores de Qualidade de Serviço”. “No entanto, a proposta apresentada, para além de tardia, revela uma simplificação mais aparente do que real na medida em que o seu conteúdo, em larga medida, se mantém e continua desfasado das melhores praticas europeias, o que contraria o previsto na lei e no contrato de concessão”, refere fonte oficial.

“A proposta em consulta pública mantém a necessidade de medição dos mesmos parâmetros, agregando os resultados, o que até torna o processo mais complexo. Acresce que se mantém inalterado o número de produtos medidos (6), valor muito superior à média europeia (2,7)”, alegam os CTT. A Anacom, por sua vez, tinha referido na quinta-feira que os novos critérios estavam alinhados com o praticado na União Europeia.

“A par disto, os CTT lamentam o atraso na apresentação da proposta, que deveria ter ocorrido em 2022, ano de transição do contrato de concessão”, remata a mesma fonte. É a primeira vez que a empresa admite frustração com o facto de, apesar de ter entrado em vigor um novo contrato de concessão em fevereiro de 2022, os indicadores de qualidade manterem-se os mesmos até 2025.

Segundo a Anacom, a nova proposta de indicadores de qualidade do serviço postal universal “opta por uma significativa simplificação” face aos atuais. “Propõe-se a aplicação de oito indicadores de qualidade de serviço (em substituição dos 24 indicadores que têm estado em vigor), sete deles associados à demora de encaminhamento e um ao tempo de fila de espera nos estabelecimentos postais”, aponta a Anacom.

Importa recordar que os indicadores atuais têm sido sucessivamente falhados pelos CTT, que se queixam de que os mesmos são “impossíveis” de cumprir. Além disso, ao contrário do que acontecia no regime anterior, foi estipulado que os CTT estão, para já, sujeitos a obrigações de investimento ao invés de cortes nos preços do correio quando não cumpram os atuais indicadores.

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PSD questiona Governo sobre falta de “transparência” na escolha da nova diretora-geral da Saúde

Apesar de sublinhar que as "qualidades das personalidades envolvidas" não se discutem, o PSD diz que o processo "decorreu sem a transparência que era exigível" e que o escrutínio ficou "comprometido".

O grupo parlamentar do PSD dirigiu esta sexta-feira três questões ao ministro da Saúde sobre o processo de escolha da nova diretora-geral da Saúde, considerando que houve falta de “transparência” e que “demorou de tal forma” que o escrutínio público ficou “comprometido”.

No documento assinado por 13 deputados, por um lado, os social-democratas questionam Manuel Pizarro sobre a data concreta em que tomou conhecimento da intenção de Graças Freitas “em não renovar o seu mandato enquanto diretora-geral da Saúde (DGS)”, bem como em que data pediu à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) para abrir o procedimento concursal para a nomeação do novo diretor-geral da Saúde”.

Por outro, o PSD questiona ainda o Governo se “no decurso do processo concursal” recebeu da entidade que gere o recrutamento de dirigentes da Administração Pública “alguma listagem de candidatos para o cargo de diretor-geral da Saúde e, em caso afirmativo, qual o seu número total”.

Para sustentar este pedido, o partido escuda-se nas declarações feitas por Maria de Belém, Francisco George e Miguel Guimarães ao ECO. A antiga ministra da Saúde considerou que “este concurso demorou bastante tempo”, dado que Graça Freitas tinha anunciado “a sua saída atempadamente”. Foi lento, demasiado lento”, o que “mostra bem que a Administração Pública não é rápida a decidir”, corroborou Francisco George. Já o antigo bastonário da Ordem dos Médicos considerou “inaceitável” o processo ter-se arrastado “quase um ano”, lembrando ainda o atraso na divulgação dos estatutos da Direção Executiva do SNS.

Neste contexto, e apesar de sublinharem que as “qualidades das personalidades envolvidas” não se discutem, o grupo parlamentar do PSD considera que “todo este processo decorreu sem a transparência que era exigível e demorou de tal forma que o seu próprio escrutínio público redunda comprometido”. “É grave e incompreensível” o arrastar do processo, defendem.

O Ministério da Saúde nomeou, a 17 de outubro, Rita Sá Machado para liderar a DGS. A médica, e até então Conselheira da Organização Mundial de Saúde (OMS) na área da saúde e migrações, assume funções a 1 de novembro, por um período de cinco anos.

De notar que, apesar de Graça Freitas ter comunicado ao Governo no final do ano passado que tinha a intenção de deixar a liderança da autoridade nacional de saúde —, não renovando o mandato, que terminou a 31 de dezembro — só seis meses depois é que a CReSAP, a pedido do Governo, abriu o concurso para escolher o novo líder.

Contudo, o concurso falhou por não ter sido possível encontrar “três candidatos aptos a integrar a shortlist a apresentar ao membro do Governo”, o que levou à repetição do mesmo, segundo revelou, na altura, fonte oficial da CReSAP.

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Francisco Rodrigues Rocha é o novo sócio da GPA Advogados

O novo sócio da GPA, Francisco Rodrigues Rocha, passará a ser responsável pelas áreas de Transporte e de Marítimo e co-responsável da área de Compliance nos setores Bancário, Financeiro e Seguros.

A Gouveia Pereira, Costa Freitas & Associados nomeou Francisco Rodrigues Rocha como sócio, com efeitos a partir de novembro. O advogado passará a ser responsável pelas áreas de Transporte e de Marítimo e co-responsável da área de Compliance nos setores Bancário, Financeiro e Seguros.

“O Francisco Rodrigues Rocha teve a capacidade e a generosidade de conciliar uma exemplar carreira académica com um desempenho excecional como advogado na GPA, o que permitiu construir uma sólida relação de confiança, não só com os nossos clientes mas também com a nossa equipa, ao longo dos anos. Reconhecemos, no Francisco, as skills técnicas e humanas fundamentais para o projeto de futuro da GPA e é com imensa alegria e entusiasmo que contamos com mais um sócio na GPA“, sublinhou Sofia Gouveia Pereira, managing partner da GPA Advogados.

Francisco Rodrigues Rocha integra a GPA desde 2012, e tem centrado a sua atividade em diversas áreas, sobretudo na de Direito dos Seguros e dos Fundos de Pensões. O advogado destaca-se ainda na assessoria, na vertente de regulatório e societário, a intermediários financeiros, incluindo instituições de crédito, sociedades de capital de risco, OIC e Fundos de Capital de Risco, bem como o acompanhamento de processos contra-ordenacionais junto de autoridades de supervisão.

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IGF vai avançar com auditoria à TAP pedida pelo Parlamento

Finanças assinaram despacho que remete recomendações da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP para a Inspeção-Geral de Finanças. Deputados pediram auditoria aos "fundos Airbus" e negócio no Brasil.

A Inspeção-Geral de Finanças vai avançar com a auditoria às contas da TAP pedida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para avaliar a compra de aviões Airbus negociada por David Neeleman antes de entrar na companhia ou o negócio da manutenção e engenharia no Brasil. O despacho que remete o documento àquela entidade já foi aprovado pelo ministério.

“Na sequência da receção pelo Ministério das Finanças da notificação formal do relatório da CPI, foi emitido o devido despacho, remetendo-se à entidade em causa, neste caso a IGF, a incumbência para proceder nos termos entendidos por relevantes, à luz das suas competências”, afirma o ministério liderado por Fernando Medina em resposta ao ECO.

O relatório da CPI, aprovado pelo Parlamento em julho só com os votos do PS, pede que se “realize com caráter de urgência uma inspeção e auditoria, através da IGF, às contas da TAP SGPS e TAP SA, no sentido de apurar cabalmente todos os pagamentos e contratos relacionados com os negócios de compra e atividade da TAP ME Brasil“, que deixou um buraco superior a mil milhões nas contas da companhia. A empresa está atualmente em fase de liquidação.

Pede-se ainda a fiscalização dos “pagamentos feitos pelo Grupo TAP à Airbus, às empresas de David Neeleman e ao próprio, à Atlantic Gateway, ao Grupo Barraqueiro e a Fernando Pinto“, bem como “o valor e motivo de todos os contratos de consultoria pagos pela TAP (solicitados ou não)”.

Um dos temas quentes da CPI foram os 226,75 milhões de dólares em prestações acessórias que David Neeleman recebeu da Airbus para capitalizar a TAP na privatização de 2015. Dinheiro que surgiu no âmbito da desistência de um contrato para a aquisição de 12 A350 a preços vantajosos e a celebração de um novo para 53 aviões por valores que a TAP diz serem penalizadores face à concorrência.

Os documentos recebidos pela comissão mostram ainda que antes da TAP passar para as mãos da Atlantic Gateway, a companhia aérea pagou uma série de despesas em benefício da holding de David Neeleman e Humberto Pedrosa em serviços de consultoria para a compra da própria transportadora. O valor excedeu os 10 milhões que os acionistas privados pagaram por 61% do capital.

Outro valor polémico foram os 1,6 milhões de euros recebidos por Fernando Pinto, que foi CEO da transportadora entre 2000 e 2018, por serviços de consultoria prestados já depois de deixar o cargo.

Além da realização da auditoria, o relatório inclui outras nove recomendações para o Governo e sete para as empresas públicas. Uma delas pede ao Executivo que “no quadro das suas relações bilaterais e da sua participação nas estruturas da União 24 Europeia, atue para que seja lançada uma investigação ao papel da Airbus no processo de 25 privatização da TAP em 2015”.

O Ministério das Finanças está a prosseguir as diligências necessárias e da sua competência, por forma a que as recomendações do relatório da CPI à TAP sejam devidamente concretizadas”, afirma também a tutela na resposta ao ECO, sem indicar quais em concreto.

A auditoria da IGF vai avançar numa altura em que está em marcha o processo de privatização da companhia aérea. O Conselho de Ministros aprovou a 28 de setembro a venda de, pelo menos, 51% do capital da TAP, reservando até 5% para os trabalhadores.

(notícia atualizada às 14h35 com mais informação)

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