ERSE propõe aumentos de 1,9% na eletricidade a partir de janeiro

  • Lusa
  • 17 Outubro 2023

"Numa perspetiva mensal, em janeiro de 2024, os clientes em mercado regulado registarão um aumento médio de 1,9% em relação aos preços em vigor em dezembro de 2023”, diz a ERSE.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) apresentou esta segunda-feira uma proposta de aumento no preço da eletricidade para o mercado regulado de 1,1% a partir de 01 de janeiro de 2024, divulgou este órgão em comunicado.

“Para os clientes que permaneçam no mercado regulado (que representam 6,4% do consumo total e 947 mil clientes), ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada, a variação média anual das tarifas transitórias de Venda a Clientes Finais em Baixa Tensão Normal (BTN) é de 1,1%”, pode ler-se na nota de imprensa.

A variação anual apresentada é relativa ao preço médio do ano 2023, que integra a atualização da tarifa de energia em abril de 2023, bem como a fixação excecional de tarifas em julho de 2023, sublinhou a ERSE.

“Fruto destas alterações, numa perspetiva mensal, em janeiro de 2024, os clientes em mercado regulado registarão um aumento médio de 1,9% em relação aos preços em vigor em dezembro de 2023”, referiu ainda.

O regulador destacou que o aumento médio de 1,9% no mercado regulado, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, implica que um casal sem filhos (potência 3,45 kVA [kilovoltampere], consumo 1.900 kWh/ano) irá pagar em média a partir de janeiro mais 0,61 euros (37,23 euros) e um casal com dois filhos [potência 6,9 kVA, consumo 5.000 kWh/ano] mais 1,66 euros (94,09 euros) por mês.

os consumidores com tarifa social “beneficiarão de um desconto de 33,8% sobre as tarifas de Venda a Clientes Finais, de acordo com o estabelecido pelo Despacho n.º 10557/2023, de 16 de outubro”.

No caso das tarifas de acesso às redes, fixadas pela ERSE, que “são pagas por todos os consumidores pela utilização das infraestruturas de redes e estão incluídas nos preços finais pagos pelos consumidores, quer dos comercializadores do mercado regulado, quer dos comercializadores em mercado liberalizado, condicionando assim a sua evolução”, o nível de preços em 2024 “será inferior aos dos anos de 2020 e 2021, anos pré-crise energética em que todas as tarifas de Acesso às Redes foram positivas”.

“O aumento da tarifa de Acesso às Redes em 2024 decorre essencialmente do facto de as tarifas de Acesso às Redes em 2023 terem sido negativas, por via de Custos de Interesse Económico Geral (CIEG) a devolver aos consumidores, que beneficiaram de modo significativo o Sistema Elétrico Nacional (SEN)”, frisou o regulador.

A ERSE apontou que “nos anos de 2022 e 2023 as tarifas de Acesso às Redes beneficiaram de sobreganhos a devolver aos consumidores, associados com a produção com remuneração garantida, determinados pela diferença entre os preços garantidos a essa produção e os preços de energia no mercado grossista”.

“A descida observada nos preços de energia nos mercados grossistas, tem vindo a reduzir substancialmente estes sobreganhos e, consequentemente, a promover a reposição do nível habitual das tarifas de Acesso às Redes”, explicou ainda. O regulador aconselhou os consumidores a estarem “atentos e procurem usar os simuladores disponíveis, como o simulador de preços de energia da ERSE”.

“Se encontrarem uma melhor oferta de mercado, devem mudar de comercializador”, frisou, referindo que disponibiliza também um vídeo que explica aos consumidores como se calculam os preços da eletricidade.

A ERSE lembrou que, “no exercício dos poderes de regulação que lhe estão conferidos por lei, apresenta, até 15 de outubro de cada ano, uma proposta de tarifas e preços para a energia elétrica a vigorar no ano seguinte, que submete a parecer do Conselho Tarifário (CT)”.

Depois disso, “após parecer e análise das questões levantadas por este órgão independente da ERSE e pelas entidades regulamentarmente previstas, o Conselho de Administração da ERSE aprova as tarifas e preços para a energia elétrica que vigorarão a partir de 1 de janeiro de 2024”.

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Sevilha reúne ecossistema turístico internacional com a celebração do TIS2023, que deixará um impacto económico que supera os 20 milhões

  • Servimedia
  • 17 Outubro 2023

O autarca de Sevilha, José Luis Sanz, e o conselheiro de Turismo da Junta de Andaluzia, Arturo Bernal, inaugurarão a quarta edição do TIS-Tourism Innovation Summit.

TIS – Tourism Innovation Summit 2023, o encontro de inovação turística e tecnológica, transformará Sevilha no epicentro mundial do turismo com as últimas inovações que estão a transformar o setor turístico.

De 18 a 20 de outubro, mais de 7.000 profissionais nacionais e internacionais se reunirão no TIS – Tourism Innovation Summit 2023, que gerará um impacto económico de mais de 20 milhões de euros para a cidade de Sevilha, escolhida como Capital Europeia do Turismo Inteligente 2023.

Com o olhar voltado para um novo modelo de turismo digital, sustentável e inteligente, o TIS2023 visa posicionar Sevilha como a grande montra mundial da inovação turística. O autarca de Sevilha, José Luis Sanz, e o conselheiro de Turismo da Junta de Andaluzia, Arturo Bernal, inaugurarão a quarta edição do evento, juntamente com a vice-presidente da WTTC, Maribel Rodríguez, e o secretário de turismo do estado mexicano de Nayarit, Juan Enrique Suárez, como País Convidado do TIS2023.

Entre as novidades, este ano a feira será realizada no pavilhão 2 do FIBES, o que permitiu dobrar o tamanho da área de exposição, com mais de 200 empresas que exibirão as últimas soluções em áreas como inteligência artificial, nuvem, ChatGPT, inteligência de negócios, realidade virtual e aumentada, web 3.0, cibersegurança, big data & analytics, automação de marketing, GIS, tecnologia contactless ou predictive analytics, entre outras. Entre elas, destacadas empresas como Accenture, Amadeus, CitySightseeing Worldwide, Eurecat, Mabrian, Telefónica, CaixaBank, PastView, T-Systems, Turijobs, UnBlock e Why Tenerife estarão presentes.

Sob o lema ‘Travel revolution takes off’, a cúpula mundial programou mais de 150 conferências em seis auditórios onde mais de 400 líderes mundiais do setor compartilharão as últimas inovações que estão definindo o novo paradigma do turismo. Palestrantes de renome como Céline Cousteau, documentarista, defensora socioambiental, exploradora e fundadora da produtora CauseCentric Productions; Tim Leberecht, um dos especialistas mais relevantes em liderança mais humana nos negócios; Tuija Seipel, referência mundial em inovação em experiência do cliente no setor de hospitalidade na América do Norte; e Jenny Southan, especialista em tendências de viagens, apresentarão as disrupções que estão transformando a indústria.

Junto a eles estarão Guy Bigwood, CEO do Global Destination Sustainability Movement (GDS) e especialista em turismo regenerativo; Alfonso Vegara, doutor em Planejamento Urbano e Regional e formado em Arquitetura, Economia e Sociologia; e Carmen Bustos, reconhecida pela lista da Forbes Espanha como uma das 100 pessoas mais criativas, que fornecerão suas valiosas perspetivas para a próxima década do turismo.

Por sua vez, consultorias globais como a Phocuswright ou a Skift, referências mundiais em inovação, compartilharão as tendências mais disruptivas que estão impulsionando o atual e futuro modelo da indústria, com foco na hiperpersonalização e nas novas experiências dos viajantes. Nesse contexto, o TIS2023 explorará as oportunidades de implementar uma estratégia de marketing cuidadosamente elaborada para potencializar a experiência do cliente, bem como analisará a popularidade do ‘set-jetting’ ou a influência de séries e filmes na tomada de decisão dos viajantes. Além disso, serão discutidas iniciativas que estão sendo implementadas para promover o setor MICE e as viagens de negócios.

Além disso, durante o TIS serão entregues os Prémios Sergestur, nos quais serão escolhidas as 40 empresas tecnológicas mais destacadas do setor turístico na Espanha. Também será realizado o Touristech Startup Fest, que dará aos talentos emergentes a oportunidade de apresentar seus projetos a investidores e empresas de referência.

INSPIRAÇÃO GLOBAL

A nova edição do congresso internacional expandirá seus conhecimentos cruzando as fronteiras europeias. Desta vez, o TIS contará pela primeira vez com o México como país convidado, o único território que não fechou durante a pandemia e que mostrará suas experiências para impulsionar o atrativo de uma potência internacional que está respondendo a desafios relevantes, como sustentabilidade, competição internacional ou a importância de contar com infraestruturas adequadas para a visita de viajantes.

Mas o TIS2023 também apresentará experiências de primeira classe de outros destinos, como Equador, China ou Grécia, e de cidades espanholas como Santander, Badajoz, Madrid, Segovia e Gijón, a fim de promover seus destinos e melhorar as experiências dos viajantes.

Além disso, como outra novidade desta edição, o TIS2023 sediará o congresso A World For Travel, que, após sua presença em Évora (Portugal) e Nimes (França), chega a Sevilha para apresentar iniciativas que promovem o crescimento do turismo responsável em todo o mundo. Somado a isso, acontecerá a organização do I Congresso Mundial do CIDH – Círculo Internacional de Diretores de Hotel, um evento que reunirá executivos hoteleiros para compartilhar as chaves para a implementação de estratégias adaptadas às novas necessidades dos viajantes.

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Impostos estão a travar aumentos dos salários? Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Estamos a viver mais, mas também a trabalhar durante mais tempo. Os portugueses trabalham em média 38,4 anos, valor que dá título ao podcast do ECO sobre o que está a moldar o mercado de trabalho.

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O Governo diz que é importante aumentar os salários dos trabalhadores portugueses, mas os reforços remuneratórios promovidos pelos empregadores ficam, nas palavras da Confederação Empresarial de Portugal, “retidos numa espécie de rede“, que são os impostos e as contribuições sociais. Afinal, o enquadramento fiscal está, então, a travar os salários?

Neste episódio do podcast Trinta e oito vírgula quatro“, os professores João César das Neves e Luís Valadares Tavares — que acabam de lançar o livro “Portugal: porquê o país do salário abaixo dos mil euros” — juntam-se ao “Trinta e oito vírgula quatro” para analisar esta questão, deixando uma visão crítica do que tem sido feito numa tentativa de melhorar esse cenário. Ouça o episódio no leitor acima ou aqui.

João César das Neves e Luís Valadares em entrevista ao podcast do ECO "Trinta e oito vírgula quatro" - 13OUT23
João César das Neves e Luís Valadares em entrevista ao podcast do ECO “Trinta e oito vírgula quatro”Hugo Amaral/ECO

“O enquadramento fiscal é decisivo nos salários em Portugal. Temos um Estado muito pesado, que, depois, nem fornece o que devia. E isso sente-se nas empresas”, sublinha João César das Neves, professores catedrático de Economia da Universidade Católica Portuguesa.

Não temos uma política fiscal adaptada ao objetivo de aumento salarial por parte das empresas“, salienta, na mesma linha, Luís Valadares Tavares, professor catedrático emérito do Instituto Superior Técnico de Sistemas e Gestão e professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada.

Nesta conversa, os especialistas debruçam-se ainda sobre o acordo de rendimentos celebrado em Concertação Social, sobre o papel da lei laboral (e da sua “extrema rigidez”) na trajetória dos salários e sobre a produtividade.

Por fim, deixam umas notas sobre o futuro dos salários em Portugal, dizendo que, se nada mudar de significativo, o futuro poderá não ser risonho.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de outubro, vamos explorar essa questão do ponto de vista dos salários.

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Reduzir dívida ou impostos? São “escolhas políticas”, mas é preciso incentivar crescimento económico

Governo vai ter excedente este ano e no próximo e opiniões sobre onde aplicar "folga" dividem-se. Rácio da dívida pública está a reduzir-se e para continuar trajetória é preciso crescimento económico.

O ano vai terminar com um excedente orçamental e o Governo decidiu avançar com uma redução do IRS de 1.300 milhões de euros, enquanto também anuncia que a dívida pública vai ficar abaixo de 100% do PIB em 2024. Mas há quem argumente que havia espaço para mais consolidação tendo em conta o nível de dívida do país, que em termos absolutos já supera os 280 mil milhões de euros. Para reduzir a dívida devem-se incentivar políticas estruturais para o crescimento, sendo que os economistas ouvidos pelo ECO defendem também uma avaliação do Estado para obter ganhos de eficiência.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2024, este ano será registado um excedente orçamental de 0,8% do PIB, que recua para 0,2% no próximo. Com este resultado, há partidos que apontam que há margem de manobra para outras políticas, mas nem todos concordam. Mário Centeno, por exemplo, já salientou várias vezes que não entende o conceito de folga orçamental com o nível de dívida que o país tem, mesmo com o rácio a cair.

“É preciso ter alguma cautela quando se usam expressões como folgas e com dar saltos em frente em medidas que nos podemos vir a arrepender“, alertou na apresentação do boletim económico de outubro. “Quando há um choque inflacionista inesperado, quem tem dívida fica sempre a ganhar. É o momento mais fácil de fazer reduzir a dívida em percentagem do PIB – porque vai ter um impacto direto no denominador, o rácio cai”, salientou. Por outro lado, em termos nominais o cenário não é o mesmo.

Redução de impostos ou da dívida? São “escolhas políticas”

O facto é que existiu uma receita extraordinária a entrar nos cofres do Estado, em virtude da inflação e também do dinamismo do mercado de trabalho, colocando-se a questão de como aplicar estes valores. As respostas mais comuns centram-se num corte de impostos e na redução da dívida, mas no fundo, são “escolhas políticas”, como resume Susana Peralta ao ECO.

O executivo “tinha prometido já no ano passado que ia ter trajetória de redução e faz parte do contrato implícito entre o Governo e as pessoas”, nota, sendo que “podíamos sempre imaginar não descer os impostos e reduzir mais a dívida“. Mas o “exercício orçamental é iminentemente político, desde que respeite a sustentabilidade das contas”, destaca.

Neste Orçamento, a sustentabilidade parece assegurada, com a previsão de excedentes para este ano e o próximo, o que para o ex-ministro João Leão é sensato. “No contexto atual de aumento taxas de juro e dos desafios demográficos que nós temos, com a dívida pública tão elevada, apesar de ter baixado bastante, seria desadequado com o mercado de trabalho e a economia ainda numa situação muito positiva passarmos para uma situação claramente deficitária“, diz João Leão em entrevista ao ECO, que será publicada na íntegra esta segunda-feira.

O economista Pedro Brinca também destaca que “é sempre possível ir mais além, a questão é onde se vai buscar o dinheiro”. Como para qualquer movimento nas contas orçamentais, ou se aumentava a receita ou se diminuía a despesa. O professor da Nova SBE salienta ao ECO que a solução poderia passar então pela “racionalização e eficiência do Estado”, defendendo que “era importante perceber se existe duplicação de serviços, ineficiência, concentração de atividades”.

Feito o diagnóstico, poderia ser possível “perceber as margens que existem para libertar recursos”. Uma ideia semelhante é defendida por Susana Peralta, que aponta que podiam existir “ganhos de eficiência com a melhoria de gestão dos serviços públicos”.

Já o ex-ministro Bagão Félix defende que “quando há ganhos anormais do Estado em função sobretudo do aumento da receita fiscal e contributiva, tem que se fazer um mix entre redução fiscal, subsidiação às classes sociais através de apoios sociais – porque 45% das famílias que não pagam IRS e têm de ser beneficiárias – e a desoneração das gerações futuras, através da diminuição da dívida“, no programa Isto é Economia, da RTP. “Esses três pilares devem ser mexidos e considerados”, salienta.

O Governo escolheu como uma das principais bandeiras deste orçamento uma redução do IRS de 1.300 milhões de euros, a par com um reforço do IRS Jovem que custará cerca de 200 milhões de euros. Já a dívida pública chega aos 103% do PIB este ano, enquanto no próximo ano já fica abaixo dos 100%, fixando-se em 98,9%. Ainda que seja um resultado mais positivo que o esperado e a diminuição tenha sido mais pronunciada este ano, a redução do rácio de dívida pública (4,2 pontos percentuais) no próximo ano é mais reduzida do que o previsto no Programa de Estabilidade (4,5 p.p.).

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Bagão Félix considera que é positiva esta redução, ainda que note que “a dívida pública em termos nominais aumentou, está perto de 300 mil milhões de euros“. “A inflação favorece os devedores e o Estado é favorecido por um aumento nominal da riqueza criada“, salienta, calculando que “o efeito nos últimos dois anos foi de uma descida de 9% só por efeito do deflator do produto”.

Mesmo assim, a melhora do rácio é positiva também porque “melhora a nossa perceção com os credores e no rating e traduz-se numa venda de dívida por valores melhores em termos de juros”, apontou o ex-ministro.

Segundo o relatório do OE, o Estado vai pagar 7,15 mil milhões de euros só com juros da dívida pública no próximo ano, o que representa um agravamento de 8,6% em relação ao que vai pagar em 2023. Em termos absolutos, trata-se de um aumento de 569 milhões na fatura com o serviço da dívida.

Para continuar a melhorar o rácio, “a solução é crescer e para isso é preciso foco em políticas estruturais que vão ser capazes de aumentar capacidade de portugueses para aumentar valor“, salienta Pedro Brinca. Já outra operação que irá permitir reduzir a dívida é a privatização da TAP, sendo que o encaixe da venda será usado para abater dívida pública.

O Governo decidiu ainda a criação de um fundo de investimentos estruturantes, para o qual o excedente orçamental vai passar a reverter. João Leão diz concordar com esta medida, destacando que “o Governo já indicou que vai investir na própria dívida pública, pelo que não aumenta a dívida pública para efeitos líquidos”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Outubro 2023

Em dia de reunião do Ecofin, que vai aprovar a reprogramação do PRR português, há um Conselho Europeu extraordinário para chegar a consenso sobre o conflito no Médio Oriente.

A reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal é aprovada esta terça-feira na reunião do Ecofin, enquanto os líderes dos 27 países da União Europeia decidem a posição oficial do bloco comunitário acerca do mais recente conflito no Médio Oriente. O arranque da nova edição da Portugal Digital Summit no Norte do país coincide com uma conferência do Banco de Portugal sobre os limites da função sancionatória. Ainda por cá, a CIP dá uma conferência de imprensa sobre a proposta orçamental do próximo ano e o Pacto Social por si proposto.

Ecofin aprova reprogramação do PRR

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) reúnem-se esta terça-feira no Luxemburgo para analisar a proposta de reforma do quadro de governação económica, o impacto económico e financeiro da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o financiamento da ação climática e a lista da UE de jurisdições não cooperantes para efeitos fiscais. Na agenda está também a aprovação da reprogramação de vários planos de recuperação e resiliência, em que se inclui o de Portugal.

Conselho Europeu sobre conflito entre Israel e Hamas

Pelas 17h30 (16h30 em Lisboa), os chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros da União Europeia reúnem-se por videoconferência para definir uma posição comum “oficial” sobre o conflito entre Israel e o Hamas. Este encontro acontece após uma semana recheada de declarações contraditórias de membros do Executivo comunitário acerca do apoio financeiro à Palestina, bem como de uma visita controversa de Ursula von der Leyen a Israel.

CIP fala sobre OE e pacto social

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, dá uma conferência de imprensa às 10h30, na sede da entidade na Praça das Indústrias, em Lisboa, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024, bem como sobre o Pacto Social — uma sugestão da própria CIP que teve como principal medida o pagamento de um 15.º mês isento de contribuições e impostos — e as perspetivas económicas para o próximo ano.

Arranque do Portugal Digital Summit

Com os Estados Unidos da América como país convidado, o Portugal Digital Summit arranca esta terça-feira na Exponor, em Matosinhos. A inteligência artificial é o tema central da conferência, que terá três palcos e mais de 150 oradores, entre os quais líderes de organizações públicas e privadas, especialistas de tecnologia, fundadores e investigadores. A agenda completa está disponível aqui.

Centeno fala sobre limites da função sancionatória no banco central

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, abre esta terça-feira a conferência “Sentido e Limites da Função Sancionatória no Banco Central — Legalidade e Oportunidade”. O evento, que se realiza no Museu do Dinheiro, em Lisboa, e tem início às 15 horas, conta também com intervenções do vice-presidente do Tribunal Constitucional e de membros do Banco Central Europeu e do banco central dos Países Baixos. O encerramento fica a cargo de Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal.

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Aumento do layoff e dos despedimentos coletivos ameaça mercado de trabalho

Apesar da baixa taxa de desemprego, a quebra do consumo interno e das exportações, sobretudo para países parceiros como a Alemanha, está a afetar os setores do vestuário, calçado e das cerâmicas.

A resiliência do mercado de trabalho tão apregoada pelo Governo de António Costa, e sustentada pelo quase pleno emprego, começa a dar sinais de fragilidade com o aumento do número de trabalhadores e empresas abrangidas pelo layoff e o crescimento de despedimentos coletivos.

A crise inflacionista, acelerada pela guerra na Ucrânia, está a provocar um rombo no consumo interno e nas exportações, sobretudo para parceiros europeus em contração económica, como a Alemanha, afetando nomeadamente as indústrias do vestuário, do calçado e da cerâmica, de acordo com o balanço feito pelo ECO junto das respetivas associações empresariais e com base nos últimos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pela Segurança Social e pela Direção-Geral do Emprego e das Relações Laborais (DGERT).

As mais recentes estatísticas da Segurança Social mostram o impacto da quebra do consumo interno e das exportações. Em agosto, 276 empresas recorreram ao layoff total ou parcial, abrangendo um total de 3.628 trabalhadores, o que corresponde a um aumento significativo comparativamente com o período homólogo do ano passado. São mais 37% ou 981 colaboradores afetados e mais do dobro das empresas (153%) face às 109 que recorreram a este instrumento em agosto de 2022.

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“Em grande medida, estes acréscimos do layoff serão explicados por quebras nas cadeias de fornecimento que obrigam a paragens em algumas empresas. No entanto, a informação que vamos recolhendo é a de que também há quebras de encomendas em alguns setores em resultado do abrandamento económico de alguns países europeus, designadamente a Alemanha”, segundo o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, em declarações ao ECO. A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) também foi questionada sobre as causas do aumento do layoff e dos despedimentos coletivos, mas preferiu remeter-se ao silêncio, pelo menos nesta fase de negociações com o Governo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024.

"Estes acréscimos do layoff serão explicados por quebras nas cadeias de fornecimento que obrigam a paragens em algumas empresas. No entanto, a informação que vamos recolhendo é a de que também há quebras de encomendas em alguns setores em resultado do abrandamento económico de alguns países europeus, designadamente a Alemanha.”

João Vieira Lopes, presidente da CCP

Também os despedimentos coletivos estão a aumentar, depois de terem caído em 2022. No primeiro semestre deste ano, foram comunicados à DGERT 190 casos, o que corresponde a uma subida de 28,4% ou de 42 despedimentos face às 148 situações reportadas entre janeiro e junho de 2022. As pequenas empresas foram as que mais recorreram a este tipo de despedimento: 82. Seguiram-se as microempresas (70), as médias (29) e as grandes empresas (9). E foi em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte que se registaram mais despedimentos coletivos: 90 e 65, respetivamente.

Os setores das indústrias transformadoras (24%) e do comércio por grosso e a retalho (25%) representam mais de metade dos despedimentos coletivos comunicados à DGERT, analisando apenas os dados, mais recentes, relativos ao segundo trimestre, de abril a junho.

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A redução das vendas internas e sobretudo das exportações tem sido o principal responsável por este arrefecimento na atividade das empresas, o que, consequentemente, tem conduzido ao recurso ao layoff, para evitar a destruição de postos de trabalho, e, em última instância, aos despedimentos coletivos, segundo a Associação Nacional das Industrias de Vestuário e de Confeção (ANIVEC) e a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seu Sucedâneos (APICCAPS).

Os últimos dados do INE mostram que, no segundo trimestre do ano, o valor das vendas para exterior caíram, em termos globais, 2,4%, afetando sobretudo os setores do têxtil, vestuário, calçado e das cerâmicas. As exportações dos produtos têxteis chegaram a cair 11% e as dos produtos minerais não metálicos, onde se encontram as cerâmicas, recuaram 17%.

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“No setor do vestuário e da confeção, houve um aumento ao recurso ao layoff e também dos despedimentos coletivos fruto do arrefecimento do consumo interno, mas sobretudo do mercado externo”, revelou ao ECO o presidente da ANIVEC, César Araújo. “Portugal não está imune à conjuntura internacional e a incerteza e indefinição face ao futuro, face ao aumento das taxas de juro que aumentaram sete pontos percentuais, de 1% para 7%, nos créditos às empresas, para financiamento, têm dificultado o setor”, acrescentou o empresário.

No setor do vestuário e da confeção, houve um aumento do recurso ao layoff e também dos despedimentos coletivos, fruto do arrefecimento do consumo interno, mas sobretudo do mercado externo.

César Araújo

Presidente da ANIVEC (Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção)

A ANIVEC representa mais de quatro mil empresas, que empregam mais de 90 mil trabalhadores e exportam anualmente 3,7 mil milhões de euros, segundo o líder da associação empresarial.

O setor do calçado também se tem ressentido com a redução das encomendas internas mas sobretudo externas. “Até julho, as exportações de calçado caíram 7%, em quantidade, e 0,6%, em valor”, revelou ao ECO o porta-voz da APICCAPS, Paulo Gonçalves.

Diante desta conjuntura, e tendo em conta que o setor vende para fora 98% do que produz, “as empresas estão preocupadas”. “Antes de despedir, recorrem ao layoff, é uma medida de gestão a que as empresas recorrem sempre que há quebras de encomendas”, salienta o responsável.

“Entre janeiro e agosto, 11 empresas tinham recorrido ao layoff, mas, em setembro, há mais meia dúzia (seis) que tencionam entrar em layoff”, segundo Paulo Gonçalves. “O setor está altamente dependente da conjuntura internacional e, na Alemanha, já fecharam 1500 sapatarias, em 2022, que é 10% do retalho alemão”, alertou. Ainda assim, o setor está otimista, porque “as previsões para a economia alemã, um dos principais mercados do calçado português, são mais animadoras para 2024”, indicou o porta-voz da associação empresarial. No próximo ano, a Comissão Europeia espera que a Alemanha cresça 1,1%.

Até julho, as exportações de calçado caíram 7%, em quantidade, e 0,6%, em valor. Entre janeiro e agosto, 11 empresas tinha recorrido ao layoff, mas, em setembro, há mais meia dúzia (seis) que tencionam entrar em layoff.

Paulo Gonçalves, porta-voz da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos)

Corroborando o sentimento das associações empresariais, o advogado Nuno Cerejeira Namora, especialista em Direito do Trabalho, deu conta ao ECO que, pelo seu escritório, “têm passado vários casos de empresas da indústria têxtil, do calçado e da cerâmica com processos de layoff e despedimentos coletivos”. “As mesmas empresas que se queixavam de falta de mão de obra há uns meses, agora estão a recorrer ao layoff”, constata.

“O layoff é antecâmara de despedimentos e insolvências e reflete a quebra de encomendas generalizada a nível internacional, mas também do consumo interno”, considera Cerejeira Namora.

É verdade que o emprego tem subido, mas sobretudo à boleia dos contratos a termo, isto é, precários, e dos poucos qualificados, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Para além disso, e na variação homóloga, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) começa a registar um aumento do número de registo de desempregados. Em agosto, o desemprego subiu 4,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Este é o segundo mês consecutivo de destruição de postos de trabalho, na variação anual, após meses de redução, o que indicia uma inversão da tendência no mercado de trabalho.

Os centros de emprego tinham 295.361 inscritos em agosto: são mais 12.514 ou 4,4% em relação ao período homólogo. Em julho, o desemprego já tinha subido 2,5% na variação anual.

Governo traça cenário macroeconómico cuidadoso

Ora a atualização do cenário macroeconómico para o Orçamento do Estado para 2024 não é alheio a esta inversão no mercado laboral. As previsões para a evolução da taxa de desemprego são mais pessimistas em relação às projeções do Programa de Estabilidade, ainda que os valores se mantenham baixos. Assim, para o próximo ano, o peso dos desempregados na população ativa deverá subir de 6% para 6,7% quando as estimativas anteriores apontavam para 6,4%.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, decidiu seguir os conselhos do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, e reviu em baixa o crescimento do PIB para o próximo ano, de 2% para 1,5%.

Aliás, pouco depois de os partidos terem conhecido as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2024, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou o “cálculo cuidadoso” de Medina nas projeções macroeconómicas. “É um cálculo conservador à espera que a Europa cresça senão até ao fim do ano, pelo menos no primeiro trimestre e depois que continue no segundo trimestre”, afirmou na sexta-feira passada.

A própria Comissão Europeia está mais pessimista quanto à evolução da economia da Zona Euro, este ano, estimando que tanto a União Europeia (UE) como o bloco da moeda única cresçam 0,8%, uma revisão em baixa face às estimativas da primavera. “A fraqueza da procura interna, em particular do consumo, mostra que os preços elevados e ainda crescentes no consumidor para a maioria dos bens e serviços estão a ter um impacto mais pesado do que o esperado nas previsões da primavera”, apesar da descida dos preços da energia e de um mercado de trabalho “excecionalmente forte”, justifica Bruxelas, nas estimativas de primavera, divulgadas em setembro.

Em relação à Alemanha, um dos principais mercados de exportação do vestuário e do calçado português, a Comissão prevê uma contração de 0,4% em 2023, quando antes projetava algum crescimento. Ainda assim, é expectável que a maior potência da UE recupere, em 2024, com um crescimento de 1,1%. Itália, Países Baixos e Polónia também veem as previsões revistas em baixa, enquanto o crescimento de Espanha foi revisto em alta (para 2,2% em 2023), bem como de França (1% em 2023), conclui a instituição liderada por Ursula von der Leyen.

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Terreno da antiga Petroquímica em Oeiras vendido por 12,69 milhões de euros a chineses

  • Ana Petronilho
  • 17 Outubro 2023

Um ano depois da primeira tentativa, Oeiras vende terreno onde funcionava a Petroquímica à Índicegeneroso, Lda, que tem dois sócios chineses e um capital social de 500 euros.

Um ano depois da primeira tentativa, a Câmara de Oeiras vendeu por 12,69 milhões de euros o terreno onde funcionava a antiga Companhia Nacional de Petroquímica, avançou ao ECO fonte oficial da autarquia liderada por Isaltino Morais.

O investidor é uma empresa com sede em Oeiras, a Índicegeneroso. Esta empresa é detida por dois sócios chineses (Wenpeng Zhang e Xiaoqing Lin), foi constituída no final de 2020, não tem qualquer empregado e conta com um capital social de apenas 500 euros, segundo dados da InformaDB.

Desde setembro de 2022 que a Câmara de Oeiras tentava alienar o terreno, tendo realizado cinco hastas públicas que ficaram desertas, sem qualquer proposta apresentada. Só à sexta tentativa, após ter descido o valor em cerca de 2 milhões de euros face ao valor inicial — fixado em 14,52 milhões de euros — e de ter feito ajustes na afetação para a construção, a autarquia conseguiu alienar o imóvel. A Índicegeneroso foi a única interessada que fechou negócio pelo valor mínimo exigido pela autarquia: 12,69 milhões de euros.

Projeto de habitação, aparthotel, comércio e serviços

Localizados na Estrada de Paço de Arcos e com uma área de 20 mil metros quadrados, a Câmara de Oeiras “desenvolveu para o local um novo cenário urbanístico multifuncional que prevê a concretização de dois lotes de terreno destinado a serviços, a um aparthotel, comércio e habitação”.

Porém, nos terrenos ainda se encontram os edifícios devolutos da antiga Companhia Nacional de Petroquímica e vias internas de acesso que se encontram “em mau estado de conservação”, sendo o seu futuro “a demolição e total reconversão funcional”.

No dia da hasta pública, a Índicegeneroso terá pago 10% do valor da transação e os restantes 90% são pagos no dia da escritura, que terá de ser celebrada num prazo de 90 dias. Todas as despesas legais da compra dos terrenos, como os registos e a escritura, são também suportados pelo adjudicatário.

De acordo com procedimento definido pela Câmara de Oeiras, o adjudicatário tem um prazo de nove meses, a partir da data da escritura, para pedir o licenciamento da operação de loteamento para o imóvel e apresentar todo o projeto de construção, incluindo reordenamento viário exterior.

A demolição dos edifícios devolutos e as obras dos novos imóveis terão de arrancar num prazo máximo de 24 meses, após a assinatura da escritura. Caso os prazos não sejam cumpridos por motivos imputáveis ao adjudicatário, será aplicada uma multa de 0,5% do valor da aquisição dos terrenos, por cada mês de atraso, lê-se no documento da autarquia.

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Bancos querem prazos maiores nas reestruturações de empréstimos da casa

Associação que representa o setor da banca pediu ao regulador para aliviar as restrições nos prazos máximos dos contratos nos processos de reestruturação de créditos.

Os bancos pretendem que o regulador flexibilize os prazos máximos dos empréstimos da casa nos processos de reestruturação de contratos de famílias que, não estando ainda em dificuldades evidentes, se encontram em vias de entrar numa situação de aperto financeiro por conta da subida das taxas de juro.

A proposta foi transmitida pela Associação Portuguesa de Bancos (APB) ao Banco de Portugal no decurso do processo de consulta pública relativo ao alívio dos critérios do teste de solvência das famílias quando pedem um crédito à habitação, que acabou de entrar em vigor esta semana.

De acordo com a APB, que não quis comentar a proposta além do que já transmitiu ao Banco de Portugal, os limites impostos à maturidade dos contratos de crédito à habitação estão a complicar as renegociações de créditos de famílias que antecipam uma situação de aperto financeiro devido à escalada das taxas de juro. A recomendação macroprudencial em causa limita os prazos dos empréstimos até 40 anos, sendo que a maturidade máxima dos contratos não deve ser superior a 37 anos e 35 anos consoante cliente tenha entre 30 e 35 anos e mais de 35 anos de idade, respetivamente.

Em face do aperto das condições financeiras nos últimos meses, os bancos já realizaram dezenas de milhares de reestruturações, sendo que a maioria foi feita por sua iniciativa e à margem do Decreto-Lei n.º 80 A/2022 criado pelo Governo para robustecer o regime do Plano de ação para o risco de incumprimento (PARI).

Até junho, os principais bancos em Portugal concretizaram 62 mil renegociações, num valor superior a cinco mil milhões de euros, sendo que aproximadamente 90% das reestruturações tiveram lugar por iniciativa da instituição.

A associação liderada por Vítor Bento entende que as famílias em vias de entrar em dificuldades teriam “soluções mais adequadas” se fossem “reponderadas as recomendações do supervisor em matéria de limites à maturidade”, segundo se pode ler no comentário publicado no relatório de consulta pública relativo ao projeto de instrução relativa aos critérios para a ponderação do impacto na solvabilidade dos consumidores de aumentos do indexante aplicável a contratos de crédito a taxa de juro variável ou a taxa de juro mista.

Na prática, os bancos pretendem que sejam alargados os prazos dos empréstimos para lá dos limites impostos pela recomendação quando se trata de reestruturações de contratos de famílias naquelas circunstâncias — sendo que no quadro do PARI estas restrições já não se aplicam.

“Pese embora o facto das renegociações efetuadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 80 A/2022, de 25 de novembro por força da integração dos clientes em PARI, se encontrarem excluídas do âmbito da recomendação, importaria que outro tipo de renegociações, efetuadas numa fase anterior à materialização de dificuldades financeiras dos clientes, pudessem ser facilitadas”, aponta a APB.

“Para o efeito”, acrescentou a associação da banca, poderia ser equacionada “uma flexibilização da recomendação macroprudencial” sobre os limites à maturidade, que poderia “passar por soluções como uma exclusão de âmbito, a flexibilização da maturidade máxima desde que acompanhada de uma alteração do regime de taxa de juro, ou pela criação de limites de exceções para estes casos”.

Contactado pelo ECO, o Banco de Portugal não quis comentar a proposta da APB.

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Os voluntários têm dois meses para se inscrever e fazer parte da America’s Cup de Barcelona

  • Servimedia
  • 17 Outubro 2023

Em 15 de dezembro, termina o prazo para que os interessados possam apresentar sua solicitação e fazer parte da equipa de voluntários da 37ª America’s Cup. Já há 2.500 interessados que se inscreveram.

A organização da 37ª America’s Cup anunciou que em 15 de dezembro terminará o prazo para se inscrever no programa de voluntariado da sua edição de 2024, que ocorrerá na cidade de Barcelona ao longo dos meses de agosto, setembro e outubro. A equipa que finalmente participará será composta por pessoas com perfis diversos e condições adequadas para um evento de classe mundial.

Os voluntários selecionados farão parte da Equipe B, que contará com cerca de 2.300 selecionados para diferentes funções que ajudarão a apoiar a organização para o melhor desenvolvimento de um evento que transcende o desportivo e no qual milhões de olhos estarão voltados para ele devido ao seu caráter global e popularidade em todo o mundo.

Os interessados em participar deste evento ainda têm tempo para se inscrever através deste link. Vale ressaltar que esta será a terceira vez que a America’s Cup será disputada na Espanha, após as edições de Valência em 2007 e 2010. Trata-se de uma competição que tem apenas três edições com sede europeia em seus mais de 150 anos de história, portanto, Barcelona 2024 pode ser uma oportunidade única para os selecionados.

Já foram mais de 2.500 solicitações de adesão ao programa de voluntariado, mas a organização deseja criar uma equipa extremamente sólida na qual participem membros com diferentes perfis, com ou sem experiência no campo do voluntariado. Pretende-se que o grupo final seja inclusivo e diverso, no qual seus membros se sintam confortáveis ​​em desempenhar suas funções. A organização encoraja interessados que tenham vínculos com o setor marítimo ou que vivam nas áreas próximas ao mar a participarem de um evento no qual Barcelona será o epicentro da vela mundial.

A competição começará em 22 de agosto e terá uma duração aproximada de 70 dias, terminando com a entrega do Troféu das Cem Libras para a equipa campeã durante os últimos dias de outubro. Outras duas equipas serão recompensadas pelos seus esforços, pois haverá outras competições paralelas, como a Youth America’s Cup e a America’s Cup Feminina Puig, que será disputada pela primeira vez na história.

VOLUNTÁRIOS

As pessoas interessadas em fazer parte da equipe de voluntários deste evento deverão ter mais de 18 anos até 31 de dezembro de 2023, ter pelo menos 10 dias de folga entre 22 de agosto e 27 de outubro de 2024 e falar pelo menos catalão, espanhol ou inglês.

Os 2.300 selecionados serão designados para uma das três áreas de participação previstas pela organização. O primeiro deles é a Área de Água, destinada a ações diretamente relacionadas às regatas. O segundo é a Área Terrestre, na qual os participantes apoiarão as operações para que o evento ocorra com total normalidade. Por último, há a Área de TV e Media, que envolverá os voluntários em ações voltadas para o departamento de televisão, comunicação e imprensa.

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Allianz Partners procura parceiros que priorizem o ambiente

  • ECO Seguros
  • 16 Outubro 2023

“Parceiro Responsável atua “mediante as suas normas ambientais, consoante os seus serviços e produtos, tendo como prioridade o respeito pelo meio ambiente". São clientes, colaboradores e fornecedores.

Procurar parceiros que priorizem o respeito pelo meio ambiente é um dos três pilares que sustentam a estratégia de sustentabilidade da Allianz Partners. Os pilares seguem as metas até 2030 da subsidiária com o objetivo de “agir de forma sustentável e socialmente responsável, sobretudo em causas sociais e ambientais”, avançou a empresa num comunicado.

De acordo com a empresa, um “Parceiro Responsável” atua “mediante as suas normas ambientais, consoante os seus serviços e produtos, tendo como prioridade o respeito pelo meio ambiente”. Assim, a Allianz Partners pretende desenvolver “ofertas responsáveis” para os desafios, sem abdicar da inovação.

“As práticas comerciais justas, assegurando relações sustentáveis e responsáveis com os prestadores de serviços, subcontratados e fornecedores irão ainda incentivar a reciprocidade de práticas éticas”, lê-se no comunicado.

“Pegada ecológica” é outro alicerce das metas para 2023, que prevê a aplicação de diversas medidas, como, por exemplo, “otimizar a utilização dos recursos naturais”, de forma a “reduzir a poluição relacionada com as operações internas da empresa”. As alterações visam “atingir zero emissões líquidas nas operações internas até 2030”, informa a Allianz Partners.

A Allianz Partners irá contribuir para projetos sociais, visto que ter um “Impacto Positivo na Sociedade” é outro dos alicerces da sua estratégia para a sustentabilidade, indica.

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Liberty vai empoderar mulheres mediadoras de seguros

O peso das mulheres na mediação de seguros o setor está a ficar cada vez mais enriquecido e produtivo. Rita Almeida quer reforçar a liderança e o desenvolvimento da marca pessoal de cada mediadora.

Enquanto se prepara a aquisição da Liberty pelo grupo Generali, dono da Tranquilidade, tópico ao qual Liberty não presta esclarecimentos, a seguradora continua a seguir o seu trajeto, provado pela criação do projeto “Liberty for Women”.

O projeto lançado pelo Conselho para a Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) da Liberty Seguros Europa visa “promover a liderança e dar visibilidade ao talento feminino”, afirmou Rita Almeida, Diretora de Distribuição Tradicional da Liberty Seguros em Portugal e na Irlanda, esta terça-feira.

Para Rita Almeida, Diretora de Distribuição Tradicional da Liberty Seguros em Portugal e na Irlanda, é mais um passo para “tornar a Liberty Seguros um lugar inclusivo e equitativo”.

“Este programa tem como principais objetivos a construção de um plano de ação para desenvolver a confiança, as capacidades de comunicação e a agilidade emocional, bem como a promoção da auto consciencialização e reconhecimento das capacidades de liderança e o desenvolvimento da marca pessoal de cada mediadora”, afirma Rita Almeida, o “Liberty for Women” enquadra-se na meta de “tornar a Liberty Seguros um lugar inclusivo e equitativo”, acrescenta.

A iniciativa aspira dar resposta à sub-representação das mulheres na mediação de seguros. Aliás, neste momento, “existem cerca de 20% de mediadoras em nome individual”, de acordo com os dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), mencionados pela diretora. Ainda assim, o presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE), David Pereira, reconheceu “o peso das mulheres está a incrementar e, consequentemente, o setor está a ficar cada vez mais enriquecido e produtivo. Não poderia estar mais de acordo”, revela a diretora.

O projeto de empoderamento feminino enquadra-se, refere Rita Almeida no compromisso da Liberty em apoiar a mediação de seguros. A seguradora aposta na formação e procura “formas de facilitar e agilizar o modo como se faz o negócio no dia a dia”

Que característica deve ter um mediador/a?

Para uma atividade que se está a tornar cada vez mais personalizada, Rita Almeida, considera que, para além das competências técnicas necessárias para exercer a atividade de mediação de seguros, competências emocionais, capacidades de adaptabilidade, idoneidade, integridade e sentido de ética são importantes características de um mediador.

“Vivemos num negócio de emoções e de proteção. A segurança é um pilar essencial na pirâmide das necessidades humanas e muitas das vezes é colocada em segundo plano, não sendo ainda uma prioridade para muitos portugueses. É cultural, bem sei. Mas todos os que trabalham neste setor têm um papel fundamental para mudar mentalidade e consciências” e, precisamente por abordar que podem incomodar possíveis clientes, “como é o caso da morte, acidentes, invalidez, perda de rendimentos, doenças graves”, entre outros casos, é importante um mediador “aprofundar as suas competências emocionais”.

“Adaptabilidade é seguramente uma característica requerida ao mediador de seguros perante um setor que vive em constante mudança (regulação, normativos legais, oferta disponível no mercado, sistemas informáticos, operativas, novos riscos e necessidades). Por outro lado, e não menos relevante, o mediador deve pautar-se pela sua idoneidade, integridade e sentido de ética, fundamental nesta indústria”, insiste Rita Almeida.

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Comboio que levava eurodeputados para Estrasburgo acaba na Disneyland

  • Lusa
  • 16 Outubro 2023

O maquinista do comboio enganou-se ao sair do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e apanhou a linha que conduzia à estação Marne-la-Vallée Chessy, situada junto ao popular parque infantil.

Um comboio que transportava esta segunda-feira os eurodeputados de Bruxelas para Estrasburgo, para uma sessão plenária do Parlamento Europeu, foi parar por engano à estação da Disneyland, em Paris, anunciou a empresa ferroviária francesa SNCF.

O incidente causou um atraso de 45 minutos na chegada a Estrasburgo e deu origem a uma série de piadas a circular nas redes sociais, graças à mensagem que Emmanuel Foulon, membro da delegação, escreveu no X (antigo Twitter): “O slogan da Disney, ‘Quando a magia ganha vida’, será em breve o slogan do Parlamento Europeu?”.

A partir desta frase, a informação circulou rapidamente nas redes sociais e provocou o riso dos eurodeputados, dos grupos parlamentares e dos meios de comunicação social que acompanharam a notícia do Parlamento. “Equipa Disneylândia”, escreveu a eurodeputada neerlandesa Samira Rafaela, também no X, partilhando uma fotografia da carruagem-cafetaria, com o seu compatriota socialista Mohammed Chahim.

“Será que isto vai dar origem a um filme da Disney? A sessão plenária e o comboio que queria ir de férias…”, escreveu, por sua vez, Pelle Geertsen, conselheiro de um deputado dinamarquês. “O comboio foi encaminhado para Marne-La-Vallée (a menos de 40 km de Paris) em vez de seguir pela linha de alta velocidade. Chegou ao seu destino (Estrasburgo) às 12:50, com 45 minutos de atraso”, explicou laconicamente a SNCF Réseau, num comunicado de imprensa.

Segundo a empresa que gere o sistema ferroviário francês, o maquinista do comboio enganou-se ao sair do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e apanhou a linha que conduzia à estação Marne-la-Vallée Chessy, situada junto ao popular parque infantil. Aí teve de voltar para trás e chegar finalmente a Estrasburgo, como inicialmente previsto, um tipo de incidente que a empresa garante ser muito raro.

Todos os meses, um comboio transporta várias centenas de eurodeputados e funcionários de Bruxelas para Estrasburgo, para a sessão plenária do Parlamento Europeu.

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