Exportações de componentes automóveis sobem 22,5% até abril

  • Lusa
  • 12 Junho 2023

As exportações de componentes para automóveis, estão desde o início do ano, com um ritmo de crescimento superior face às exportações nacionais de bens", que no global caíram 3,6%.

As exportações de componentes automóveis aumentaram 22,5% de janeiro a abril face a igual período do ano passado, para 3.945 milhões de euros, anunciou esta segunda-feira a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).

Tendo em conta apenas o mês de abril, a subida homóloga foi de 26,9%, para 899 milhões de euros. Em comunicado, a AFIA destaca que “as exportações de componentes para automóveis, estão desde o início do ano, com um ritmo de crescimento superior face às exportações nacionais de bens”, que no global caíram 3,6%.

De acordo com os dados recolhidos pela associação, o crescimento de dois dígitos registado em abril representa uma subida pelo 12.º mês consecutivo. A associação realça que “70% das exportações portuguesas de componentes automóveis continuam a pertencer ao ‘top’ 5 de países, composto por Espanha, Alemanha, França, Eslováquia e Estados Unidos da América, durante o ano de 2023”.

Espanha continua a ser o principal cliente dos componentes fabricados em Portugal, com vendas de 1.123 milhões de euros, seguida pela Alemanha (887 milhões de euros), França (441 milhões de euros), Eslováquia (175 milhões) e os Estados Unidos da América (150 milhões). “As exportações para quatro destes cinco países voltam a aumentar relativamente ao ano anterior” com Espanha a registar um aumento homólogo de 21%, a Alemanha 29,5%, França 24,2% e a Eslováquia 29,4%.

Por outro lado, os EUA continuam a registar uma queda homóloga (de 15,5% até abril), nas importações de componentes automóveis provenientes de Portugal. “Os problemas nas cadeias de abastecimentos continuam a afetar toda a indústria automóvel com a falta de chips e componentes eletrónicos”, realça a AFIA, destacando, porém, que “a indústria portuguesa de componentes para automóveis tem conseguido manter uma forte resiliência e criar formas de continuar a competir com as suas congéneres para ganhar quota de mercado”.

Os cálculos da AFIA têm como base as Estatísticas do Comércio Internacional de Bens divulgadas em 09 de junho pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo a AFIA, a indústria de componentes para automóveis em Portugal agrega cerca de 350 empresas e emprega diretamente 62.000 pessoas, tendo faturado 12 mil milhões de euros em 2022, com uma quota de exportação superior a 85%.

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George Soros entrega império ao filho

Soros considera que o seu filho Alexander, de 37 anos, "mereceu" que lhe fosse entregue a Open Society Foundations, bem como o resto do seu império de 25 mil milhões de dólares.

George Soros, multimilionário norte-americano de origem húngara atualmente com 92 anos, vai entregar o seu império financeiro ao filho Alexander, refere a Reuters, citando o The Wall Street Journal.

Esta decisão surge em sentido contrário à ideia de Soros, que já tinha dito que não queria que a Open Society Foundations (OSF), a sua fundação filantrópica, fosse assumida por um dos seus cinco filhos.

No entanto, Soros já veio dizer que o seu filho Alexander, de 37 anos, “mereceu” que lhe fosse entregue a OSF, bem como o resto do seu império avaliado em 25 mil milhões de dólares (cerca de 23,25 mil milhões de euros), diz a Reuters.

O herdeiro já afirmou, em entrevista, que é “mais político” do que o seu pai e que planeia continuar a doar dinheiro da família para apoiar candidatos políticos de esquerda nos Estados Unidos da América, bem como tornar mais abrangentes as prioridades da OSF, de forma a incluir lutas como o direito ao voto ou ao aborto ou questões de equidade de género.

Alexander já havia sido eleito presidente da OSF em dezembro pelo conselho de administração. A fundação conta anualmente com 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros) para apoiar causas de direitos humanos e para ajudar a construir democracias em todo o mundo.

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Operação Tutti-Frutti. PGR cria ‘super equipa’ para investigar Medina e Duarte Cordeiro

Equipa terá cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspetores da Polícia Judiciária para a conclusão da investigação da Operação Tutti-Frutti. Todos ficam em regime de exclusividade.

A Procuradora-Geral da República acaba de criar uma super equipa – com cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspetores da Polícia Judiciária – para a conclusão da investigação da Operação Tutti-Frutti. Todos ficam em regime de exclusividade até à conclusão da investigação.

“Atenta a natureza dos factos objeto do inquérito e da prova, a equipa será apoiada permanentemente por um especialista de perícia científica adstrito às pesquisas informáticas, encontrando-se ainda prevista a colaboração de um magistrado do MP especializado em direito administrativo e direito de contratação pública, na vertente autárquica. O inquérito tem por objeto factualidade de grande sensibilidade e evidente repercussão social, avultando a tecnicidade da matéria, a natureza e volume das diligências já realizadas e das que importará ainda realizar e a qualidade e funções das pessoas visadas, tendo sido declarada a sua excecional complexidade”, segundo comunicado oficial do gabinete de Lucília Gago.

“Circunstâncias que, aliadas ao tempo decorrido, ao volume do inquérito (pelo menos, 38 volumes processuais e 72 apensos com cerca de 560 volumes) e ao acervo documental objeto de análise, impuseram a adoção de tais medidas visando a célere conclusão da investigação, de modo integrado e coordenado, com reforço da capacidade e da eficácia de resposta”, diz o mesmo comunicado.

Seis após o seu início, a investigação da operação “Tutti Frutti” revelou agora novos dados, depois da exibição da investigação da TVI, no final de maio, que revelou uma alegada conspiração entre dirigentes do PS e PSD para negociar lugares políticos entre juntas de freguesias e distribuição de cargos fictícios. Neste processo estão a ser investigados antigos responsáveis pela Câmara Municipal de Lisboa, como Fernando Medina e Duarte Cordeiro, atualmente ministros do Governo.

Sessão Solene de Abertura do Ano Judicial - 15JAN19

Em causa está uma investigação iniciada em 2016 e divulgada em 2018 sobre alegados favorecimentos de dirigentes políticos a militantes do PSD e do PS, envolvendo juntas de freguesia de Lisboa e várias câmaras municipais.

A PGR sublinha ainda que, no final do corrente ano, haja uma reavaliação da situação, “relativamente ao desenvolvimento da investigação, às diligências realizadas e às que ainda importará realizar, ao prazo previsível para o encerramento do inquérito, bem como sobre a adequação dos meios, humanos e/ou técnicos, alocados à investigação”, concluiu o comunicado.

O que está em causa e quem são os envolvidos

Este processo só foi tornado público em 2018, com a “multiplicação de buscas” em várias juntas de freguesia de Lisboa e câmaras municipais, mas a investigação teve início anos antes. Tudo terá começado em 2016, após várias denúncias anónimas relacionadas com a contratação da empresa Ambigold, que tem como sócio-gerente Carlos Eduardo Reis, um dos principais visados desta operação, que na altura era conselheiro nacional do PSD.

Carlos Eduardo Rei controlava diversas empresas que ganharam várias adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e pelo PS. Este e outros militantes social-democratas são suspeitos de integrarem uma teia de influências que junta também as freguesias que foram alvo de buscas.

Outras das figuras deste processo é Sérgio Azevedo. O ex-deputado do PSD terá alegadamente ajudado a empresa Ambigold a conseguir os contratos públicos para a limpeza e conservação de jardins públicos de três juntas de freguesia lideradas pelo PSD – Areeiro, Estrela e Santo António. Em causa estarão contratos superiores a um milhão de euros.

Segundo noticiou o ECO na altura, a Junta do Areeiro, liderada por Fernando Braamcamp, terá estabelecido avenças de um total de 596.982 euros com militantes sociais-democratas. Já Luís Newton, que dirige a Junta de Freguesia da Estrela estabeleceu contratos de, pelo menos, 303.521 euros. E Vasco Morgado, o presidente da Junta de Santo António, fechou negócios no valor de 149.776 euros.

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Guterres lança código de conduta para inteligência artificial e contra desinformação

  • Lusa
  • 12 Junho 2023

O secretário-geral da ONU apresentou um conjunto de princípios – de implementação voluntária – para Governos, plataformas digitais e outras partes, que levarão à criação de um código de conduta.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, deu esta segunda-feira início à elaboração de um código de conduta para as plataformas digitais visando regular o uso da inteligência artificial (IA) e travar a desinformação e o discurso de ódio online.

Defendendo que o mundo deve enfrentar o “grave dano global” causado pela proliferação de ódio e desinformação no espaço digital, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou um conjunto de princípios – de implementação voluntária – para “Governos, plataformas digitais e outras partes interessadas”, que posteriormente levarão à criação de um código de conduta.

Para esse código de conduta, Guterres pediu um compromisso de Governos e empresas de tecnologia para que se abstenham de apoiar ou amplificar a desinformação e o discurso de ódio e que assegurem um cenário de imprensa livre, viável, independente e plural, com fortes proteções para os jornalistas.

Em relação à IA, o ex-primeiro-ministro português exigiu medidas urgentes e imediatas para garantir que todas as aplicações que usem essa tecnologia sejam seguras, responsáveis e éticas, e que cumpram com as obrigações de direitos humanos.

Guterres reconheceu que criar regulamentações não é um processo fácil, uma vez que a tecnologia evolui a todo o momento, mas frisou que as empresas não podem colocar os lucros acima de tudo. Para Guterres, a IA tem um “potencial enorme”, em campos como educação, ambiente ou saúde, mas há o risco que seja “criado um monstro que ninguém seja capaz de controlar”.

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Chega desafia Governo a esclarecer atuação do SIS até 4.ª feira para desistir de inquérito

  • Lusa
  • 12 Junho 2023

André Ventura anunciou também que o partido entregou um requerimento para voltar a ouvir na comissão de inquérito à TAP o ex-presidente da Parpública Pedro Ferreira Pinto.

O presidente do Chega desafiou esta segunda-feira o Governo a esclarecer a atuação das ‘secretas’ na recuperação do computador do ex-adjunto das Infraestruturas até quarta-feira, assegurando que, nesse caso, retira a proposta de comissão de inquérito sobre o tema.

Em declarações aos jornalistas antes de uma visita à Feira do Livro de Lisboa, André Ventura anunciou também que o partido entregou um requerimento para voltar a ouvir na comissão de inquérito à TAP o ex-presidente da Parpública Pedro Ferreira Pinto, depois de o Correio da Manhã ter noticiado que o Governo tem, desde dezembro de 2015, uma ‘pen’ com pareceres sobre os fundos Airbus, no valor de cerca de 226,8 milhões de dólares (202,5 milhões de euros, ao câmbio da época), que David Neeleman utilizou para capitalizar a TAP.

“Vários ex-ministros, como Pedro Marques, mas também Mário Centeno e outros, disseram que não tinham conhecimento. Ou não leram o que lhes foi distribuído ou estão a mentir. Temos de começar a retirar consequências das mentiras nesta comissão parlamentar de inquérito”, afirmou, salientando que se irá entrar na última semana de audições.

A este propósito, Ventura antecipou “uma quarta-feira muito dolorosa” no parlamento para o executivo, dia em que será ouvido no inquérito à TAP o ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes e em que serão votadas, em plenário, propostas da IL e do Chega para constituir uma comissão de inquérito à atuação dos serviços de informações na recuperação do computador do ex-adjunto Frederico Pinheiro na noite de 26 de abril.

“O Governo tem dois dias para evitar aquilo que todos não desejamos: uma comissão de inquérito aos serviços de informações é indesejável sob todos os pontos de vista, por isso o Governo tem dois dias para dizer a verdade”, apelou. Para Ventura, “basta que o Governo diga o que aconteceu, quem falou com quem e qual é a base legal”, assegurando que se tal ficar claro o Chega pedirá para retirar o seu projeto-lei da ordem do dia do plenário, desafiando os liberais a fazerem o mesmo.

Questionado se está certo que essa comissão de inquérito avançará – é preciso maioria em plenário ou que seja pedida potestativamente por um quinto dos deputados –, o líder do Chega considerou que “o PSD já deixou claro que se não houver esclarecimentos” avançará para o inquérito obrigatório à atuação das ‘secretas’.

“Ninguém a deseja, mas penso que para o líder da oposição, Luís Montenegro, fica muito difícil se não houver esclarecimentos do Governo justificar a posição de não haver comissão parlamentar de inquérito”, disse. “Vai parecer às pessoas que estamos a esconder alguma coisa e que os políticos se juntaram para esconder a verdade”, avisou.

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Mediadores pressionam deputados sobre venda de seguros pelos bancos

  • ECO Seguros
  • 12 Junho 2023

A associação de corretores e agentes contesta os lucros da banca em seguros de Vida e Multirriscos associados ao Crédito à Habitação. Vai propor soluções aos grupos parlamentares. Começam pelo PS.

Após a inesperada entrega de um estudo a João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças e a Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, quando do seu recente congresso, a direção da APROSE, associação representativa dos corretores e agentes de seguros em Portugal, vai começar a ser recebida pelos grupos parlamentares para apresentar esse mesmo estudo que contesta a ação da banca quanto a preços e forma de vender seguros Vida e Multiriscos associados ao Crédito à Habitação.

Miguel Cabrita do PS, coordenador do PS na Comissão de Orçamento e Finanças, será o primeiro deputado a receber a direção da APROSE.MÁRIO CRUZ/LUSA

O primeiro encontro promovido pelos diretores David Pereira e Nuno Catarino está previsto para esta quarta feira, dia 14 de junho, com Miguel Cabrita, coordenador do Grupo Parlamentar do PS na Comissão de Orçamento e Finanças. A direção da APROSE pretende apresentar um estudo que realizou sobre lucros excessivos da banca na subscrição de seguros de Vida e Multirriscos associados ao Crédito à Habitação, bem como “propostas de abordagem para apoiar as famílias portuguesas num momento em que se deparam com enorme pressão sobre os créditos à habitação própria permanente”, afirma a associação.

“Num momento em que cada vez mais se sente o aumento das taxas de juro e dos custos do crédito à habitação, assinalamos que os bancos continuam a vender contratos de financiamento com supostos descontos no spread caso o cliente contrate outros serviços” refere a APROSE aludindo a cartão de crédito, domiciliação do ordenado e a apólices de seguros de vida e multirriscos.

Para a associação, o estudo demonstra que “os bancos estão a colocar margens excessivas nesses produtos, acima do valor que as próprias seguradoras praticam no mercado concorrencial em que estão habituadas a atuar”.

A este propósito a APROSE afirma que vai apresentar casos concretos. “Para uma família com dois co-proprietários que tenham financiado um imóvel no valor de 241.500 euros, durante 30 anos, a poupança anual com a contratação do seguro fora do “pacote bancário” seria de 543,01 euros.

Dos casos analisados pela APROSE, associação conclui estar “a falar de poupanças entre 15 e 30 mil euros ao longo da vida dos contratos, em empréstimos de jovens e da classe média portuguesa”.

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E-Redes tem de compensar mais de 3.000 clientes

A E-Redes aponta que a funcionalidade de comunicação aos clientes está em desenvolvimento, e que, depois de estar operacional, irão ser contactados todos os clientes com direito a compensações.

A E-Redes não comunicou a 3.259 clientes de que teriam direito a uma compensação, detetou a EY, a auditora contratada pela empresa gestora de redes para avaliar a qualidade técnica e comercial do serviço.

“No ano de 2021, foram apuradas compensações para 3.259 clientes sem contrato de fornecimento de energia ativo, no valor total de 35.225,25 euros, que não foram ainda comunicadas aos clientes, conduzindo a atrasos potenciais no seu recebimento”, conclui a EY, no documento onde descreve as conclusões da auditoria, disponibilizado na página do regulador e com data de junho de 2023.

A E-Redes apontou que “a funcionalidade de comunicação aos clientes neste cenário está em desenvolvimento”, e que, depois de estar operacional, “irão ser contactados todos os clientes com direito à receção de compensações”.

Fica a indicação de que a empresa gestora das redes deve concluir a implementação da funcionalidade para comunicação com os clientes e que, após esta ação, os clientes afetados deverão ser contactados.

Além desta falha, a EY detetou que não existem evidências de que a E-Redes tenha comunicado, individualmente, interrupções previstas a clientes prioritários, tendo por base uma amostra. “A não comunicação, de forma individualizada, de interrupções previstas aos clientes prioritários poderá não permitir a gestão antecipada e efetiva mitigação dos constrangimentos causados pelas interrupções previstas”, consideram os auditores.

Neste âmbito, a E-Redes declara que o sistema de comunicação por SMS foi implementado no início de 2021, e que, para clientes como hospitais, polícia ou proteção civil, a empresa realiza comunicações adicionais através de gestores dedicados.

A EY recomenda então a E-redes a verificar o sistema de comunicação por SMS “visando confirmar que as comunicações de interrupções estão operacionais para todos os clientes prioritários”, e o reforço dos procedimentos de comunicação a clientes prioritários.

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Covid: Efeitos secundários das vacinas chegam a tribunal alemão

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Junho 2023

Um tribunal de Hamburgo será o primeiro a julgar um processo contra a BioNTech, que, juntamente com a Pfizer, produziu a primeira vacina contra a Covid-19.

Os tribunais da Alemanha começaram esta segunda-feira a analisar uma série de processos relativos a efeitos adversos sofridos após a vacinação contra a Covid-19. O primeiro caso analisado é o de uma mulher alemã que reclama uma indemnização à BioNTech por danos corporais e materiais, avança a Reuters.

Segundo o tribunal de Hamburgo, que vai analisar a primeira ação judicial, a queixosa disse ter sofrido efeitos como “dores na parte superior do corpo, inchaço das extremidades, exaustão, fadiga e perturbações do sono” após ter sido vacinada contra o coronavírus. A mulher pede, nesse sentido, uma indemnização de 150 mil euros.

Tobias Ulbrich, advogado da queixosa e que representa outras 250 pessoas em casos semelhantes, disse que os seus clientes eram “todos saudáveis” antes de sofrerem os sintomas, alegadamente na sequência das vacinas. O advogado considera ainda que os dossiês médicos de que dispõe permitem estabelecer uma relação entre as vacinas e os sintomas sentidos pelos seus clientes.

O objetivo, segundo Ulrich, é contestar em tribunal a avaliação feita pelos reguladores da União Europeia e pelos organismos alemães de avaliação de vacinas de que a vacina produzida pela BioNTech tem um perfil de risco-benefício positivo.

Na Alemanha, a legislação farmacêutica estabelece que os fabricantes de medicamentos ou vacinas só são responsáveis pelo pagamento de indemnizações por efeitos secundários se a “ciência médica” demonstrar que os seus produtos causam danos desproporcionados em relação aos seus benefícios ou se a informação contida no rótulo estiver errada.

Porém, a BioNTech considera que “o perfil risco-benefício da Comirnaty permanece positivo e o perfil de segurança foi bem caracterizado”. Além disso, a empresa referiu que cerca de 1,5 mil milhões de pessoas receberam a sua vacina em todo o mundo, incluindo mais de 64 milhões na Alemanha.

Numa conferência de imprensa realizada na semana passada, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) reafirmou os benefícios de todas as vacinas contra a Covid-19 que aprovou, incluindo a da BioNTech, afirmando que, só no primeiro ano da pandemia, se estimava que as vacinas tivessem ajudado a salvar quase 20 milhões de vidas em todo o mundo.

A BioNTech ressalvou apenas que existe um risco muito pequeno de miocardite e pericardite, dois tipos de inflamação do coração, após a vacinação com a Comirnaty, principalmente para os jovens do sexo masculino.

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PRR: Auditor da UE pede que Comissão Europeia tenha “melhores práticas” a gerir dívida

  • Lusa
  • 12 Junho 2023

"A Comissão não definiu claramente os objetivos da gestão da dívida e, consequentemente, a avaliação e a comunicação de informações sobre o desempenho da gestão da dívida […] foram limitadas”, indica.

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) pediu esta segunda-feira “melhores práticas” à Comissão Europeia na gestão da dívida no âmbito do Fundo de Recuperação da União Europeia (UE), que financia os planos nacionais de recuperação e resiliência (PRR).

Num relatório, o TCE indica ter constatado que “algumas das disposições da Comissão em matéria de gestão da dívida necessitam de ser ajustadas para se conformarem com as melhores práticas”, dado o papel de Bruxelas em ir aos mercados para arrecadar verbas para o Fundo de Recuperação da UE.

“Constatámos igualmente que a Comissão não definiu claramente os objetivos da gestão da dívida e, consequentemente, a avaliação e a comunicação de informações sobre o desempenho da gestão da dívida […] foram limitadas”, sustenta o auditor europeu no documento, a que a Lusa teve acesso.

Com um orçamento de até 807 mil milhões de euros a preços correntes, o Fundo de Recuperação da UE visa reparar os danos económicos e sociais causados pela pandemia de covid-19 e tem como elemento central o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que concede subvenções e empréstimos aos países para fazerem reformas e investimentos, ao abrigo dos seus PRR.

Para financiar este fundo, a Comissão Europeia pretende angariar os montantes nos mercados de capitais até ao final de 2026 emitindo obrigações da UE, entre 150 a 200 mil milhões de euros por ano. Até ao final de junho de 2022, a Comissão contraiu 65 empréstimos ao abrigo deste instrumento, num total de 195 mil milhões de euros, com os custos dos empréstimos no primeiro ano de funcionamento a refletirem a sua posição no mercado, de acordo com o TCE.

“Concluímos que a Comissão desenvolveu rapidamente um sistema de gestão da dívida que permitiu contrair atempadamente os fundos necessários para o Fundo de Recuperação da UE e, neste contexto, consideramos que, no primeiro ano de funcionamento, os custos de contração de empréstimos refletirá a posição de mercado da Comissão”, assinala o auditor, observando que o executivo comunitário “também cumpriu todos os principais requisitos regulamentares relativos à gestão da carteira de dívida e do risco”.

Além disso, segundo o TCE, o executivo comunitário também “comunicou bem com os mercados de capitais e os Estados-membros da UE sobre os seus planos de contração de empréstimos e geriu a liquidez da conta bancária do Fundo de Recuperação da UE de forma eficiente”.

Perante isto, a recomendação do tribunal vai no sentido de Bruxelas ter “objetivos claros em matéria de gestão da dívida e prestar informações sobre os resultados da sua aplicação”. Depois de ter emitido os primeiros títulos de dívida ao abrigo do Fundo de Recuperação em 2021 em nome da UE, a Comissão Europeia tornou-se nesse ano um dos maiores emissores de dívida da Europa, numa lista liderada pela França, Alemanha, Itália e Espanha e na qual consta também Portugal (na 13.ª posição).

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Maio foi o melhor mês de 2023 para os cinemas portugueses

  • Lusa
  • 12 Junho 2023

Em termos de receita, maio foi também o melhor mês de 2023, com 6,4 milhões de euros, o que elevou o total do ano para 26,3 milhões de euros.

Os cinemas portugueses registaram mais de um milhão de espectadores em maio, o que representou um aumento de 56,6% face ao homólogo de 2022 e o melhor mês de 2023 para as salas nacionais, revelou o ICA esta segunda-feira.

De acordo com os dados mensais do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), as salas portuguesas receberam 1,094 milhões de espectadores em maio, um número que não era alcançado desde dezembro de 2022.

Em 2022, a barreira de um milhão de espectadores foi ultrapassada nos meses de julho, agosto e dezembro.

Em termos de receita, maio foi também o melhor mês de 2023, com 6,4 milhões de euros, o que elevou o total do ano para 26,3 milhões de euros, 46,7% acima dos 17,9 milhões alcançados nos primeiros cinco meses de 2022.

Os números de maio deste ano devem-se à estreia de “Velocidade Furiosa X”, de Louis Leterrier, que acumulou 442.726 espectadores em 13 dias de exibição, seguindo-se, nos mais vistos do mês, “Guardiões da Galáxia Vol. 3”, de James Gunn, com 208.392 entradas.

Mais abaixo na lista encontra-se a nova versão de “A Pequena Sereia”, de Rob Marshall, com 93 mil espectadores, e “Super Mario Bros: O Filme”, de Aaron Horvath, Michael Jelenic e Pierre Leduc, com 82 mil, fechando o ‘top 5’ de maio com o filme ucraniano “Mavka: A Alma da Floresta”, de Oleh Malamuzh e Oleksandra Ruban, com 32 mil espectadores.

Na lista dos filmes portugueses mais vistos do ano surgem duas estreias de maio: “Mal Viver” e “Viver Mal”, de João Canijo, respetivamente em terceiro e quarto lugar, com 11.225 e 7.092 espectadores.

O trabalho nacional mais visto de 2023 é “Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, com 12.758 entradas, seguido do nomeado aos Óscares “Ice Merchants”, de João Gonzalez, visto por 11.544 pessoas.

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Vodafone enfrenta “resistência” do regulador na fusão com a Nowo

Fonte do Grupo Vodafone fala sobre os bastidores da concentração com a Nowo e admite "resistência" da Autoridade da Concorrência à concretização do negócio, que está a demorar mais do que o esperado.

A Vodafone sente estar a enfrentar “resistência” da Autoridade da Concorrência (AdC) à oferta que lançou em setembro para comprar a Nowo. O grupo pretendia concluir a operação no primeiro semestre, mas já não espera ter aprovação antes de setembro. A concentração está a ser alvo de uma investigação aprofundada do regulador, o que implica que a AdC vê ameaças à concorrência na transação entre a Vodafone e os espanhóis da MásMóvil, os atuais donos da empresa concorrente.

O compra da Nowo foi anunciada pela Vodafone em setembro de 2022, mas a AdC tem vindo a solicitar “mais e mais informação” à operadora, diz ao ECO fonte do Grupo Vodafone conhecedora do dossiê. Sempre que é feito um novo pedido, “o relógio para” até que os documentos cheguem ao regulador, o que acaba por atrasar uma eventual aprovação. Todavia, essa luz verde não está garantida, pois a AdC tem poder para travar esta fusão.

Para já, o certo é que o aval está a “demorar mais do que o esperado” pela companhia. Mas, apesar dos receios do regulador, que já foram assumidos com mais detalhe pela Anacom, a autoridade das comunicações, a Vodafone está confiante de que será capaz de convencer estas entidades do que entende serem os benefícios desta concentração para o mercado e para o país.

Fonte do Grupo Vodafone recorda que a Europa está numa “corrida económica global”, mas a perder contra os EUA e a China no investimento no digital, incluindo nas redes 5G. Para isso, argumenta, é preciso ganhar escala, pelo que o grupo não entende a dificuldade em completar aquilo que acredita ser “uma transação relativamente pequena, pelos padrões europeus”.

A Vodafone entende que “não é sustentável no longo prazo” ter cinco empresas no mercado português – Meo, Nos, Vodafone, Nowo e a Digi, que se prepara para lançar ofertas comerciais no início de 2024, depois de também ter comprado licenças no leilão do 5G –, “dado o nível de investimento exigido, especialmente em tecnologia” de quinta geração. “Esse dinheiro tem de vir de algum lado e não vai vir de cinco redes concorrentes paralelas”, aponta.

“Acredito que esta transação deve e vai ser aprovada”, sublinha fonte do Grupo Vodafone, lembrando que as concentrações que têm sido travadas noutros países, normalmente, “não envolvem dois dos operadores mais pequenos do mercado”. Uma referência ao facto de a Vodafone e a Nowo serem, respetivamente, a terceira e a quarta operadora em quota de mercado.

Segundo esta fonte, “a avaliação [da AdC] foi que a Digi não será uma força competitiva tão forte”. “Mas não, basta olhar para a evidência em Espanha e na Roménia”, argumenta, referindo-se ao facto de o novo player em Portugal estar a conquistar quota significativa no mercado vizinho.

Grupo Vodafone sente “resistência” da Autoridade da Concorrência em aprovar uma transação “pequena” pelos “padrões europeus”EPA/TOLGA AKMEN

Vodafone disponível para “compromissos” que não “destruam valor”

Para facilitar a operação, a Vodafone poderá não ter alternativa a assumir compromissos que mitiguem os riscos que venham a ser identificados pela AdC.

No parecer não vinculativo entregue pela Anacom à AdC, a entidade liderada por João Cadete de Matos considera que “há suficiente evidência de que a presente operação, a concretizar-se tal como notificada, poderá produzir diferentes efeitos nocivos”. Entre outros aspetos, a Anacom exige que a Nowo devolva – “pelo menos” –as licenças 5G que adquiriu na fase exclusiva do leilão. Esta parte da venda, cujo acesso só era permitido às empresas que ainda não tinham ofertas móveis com rede própria, excluía, por isso, a Vodafone, que é um player já estabelecido.

“A eventual aprovação da concentração deverá ser acompanhada de compromissos, frisou o regulador, de forma clara, num comunicado.

Fonte do Grupo Vodafone não descarta a assunção de compromissos, mas revela que “não há remédios propostos até ao momento”. Além disso, a “visão” do grupo internacional é a de que “esta transação deve ser aprovada sem quaisquer remédios”.

Contudo, a mesma fonte comenta que “não faz sentido conseguir uma transação com remédios que destruam valor” ao ponto de a operação ficar irreconhecível, sugerindo que existem linhas vermelhas que o grupo pode não estar disposto a cruzar. Por exemplo, sobre a devolução de espetro, a empresa rejeita “entrar num processo que resulte em espetro inutilizado ao ponto de a economia portuguesa ficar pior”. Assegura que “não quer comprar a Nowo para comprar espetro”, mas reconhece que “o espetro combinado confere aos clientes” da Vodafone “melhor experiência de rede”.

O ECO contactou fonte oficial da AdC esta segunda-feira à tarde, no sentido de obter um comentário, e encontra-se a aguardar uma resposta do regulador.

Em maio, o novo presidente executivo da Vodafone Portugal prometeu que a operadora vai dar resposta às “preocupações” da AdC no âmbito da compra da Nowo. “A AdC levantou preocupações no negócio que serão devidamente endereçadas”, disse Luís Lopes no habitual debate dos CEO das três operadoras, Meo, Nos e Vodafone, inserido no congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

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Em maio, o novo CEO da Vodafone Portugal, Luís Lopes, prometeu endereçar as “preocupações” da AdC quanto à compra da NowoHugo Amaral/ECO

“Compensação” por exclusões no 5G deve ser discutida com os governos

A Comissão Europeia quer que a maior parte da tecnologia fornecida por empresas de “alto risco” seja removida das redes 5G na União Europeia (UE), uma categoria onde se inserem as chinesas Huawei e ZTE. No final do mês passado, Portugal deu os primeiros passos na implementação da recomendação de Bruxelas, determinando a exclusão desses equipamentos das partes core e não-core do 5G. Um movimento que o co-CEO do grupo Altice, Alexandre Fonseca, disse ser mais agressivo do que o observado noutros países da UE.

Uma das muitas dúvidas que subsistem em torno da deliberação é saber quem vai pagar. Fonte do Grupo Vodafone recusa comentar a deliberação portuguesa, assinada a 23 de maio e que apanhou o setor de surpresa, por, como noticiou o ECO, ir mais além do que as partes consideradas mais críticas das redes de comunicações.

Ainda assim, assume que uma “compensação” às operadoras “deve fazer parte da discussão”, pois estas decisões “vêm com custos que não estavam planeados. “Por exemplo, no mercado que, suponho, deu origem a este debate, os EUA, existe um regime de compensação de quase dois mil milhões de dólares”, justifica. Noutros países em que o Grupo Vodafone está em conversações ao mais alto nível, também estão a ser discutidos “regimes de compensação” que “ainda não foram finalizados”. “Vamos sempre assegurar que é parte do debate”, garante.

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Professores pedem novas negociações em carta aberta ao ministro

  • Lusa
  • 12 Junho 2023

"Reafirmamos total disponibilidade para retomarmos o diálogo e a negociação consequentes", escreve os nove sindicatos.

A plataforma de nove organizações sindicais enviou esta segunda-feira uma carta aberta ao ministro da Educação em que pede a reabertura das negociações para resolver os problemas do setor, insistindo na recuperação do tempo de serviço.

Face à situação em que nos encontramos, que resulta da ausência de resposta às propostas apresentadas por estas organizações sindicais, reafirmamos total disponibilidade para retomarmos o diálogo e a negociação consequentes”, começam por escrever, para pedir, de seguida, “igual disponibilidade da parte dos responsáveis do Ministério da Educação”.

Na carta enviada à tutela, as nove organizações sindicais, que incluem as federações nacionais da Educação e dos Professores (FNE e Fenprof) acusam o executivo de ter ignorado as propostas enviadas no início do ano letivo. “Sofremos hoje as consequências da ausência de medidas apropriadas para superar os problemas”, continuam, referindo matérias concretas como a falta de professores, o trabalho burocrático dos professores, a avaliação de desempenho, a monodocência, aposentação, concursos e a atratividade da profissão docente.

A discussão de algumas destas questões está prevista pelo Ministério da Educação, que está a preparar propostas sobre a burocracia e a monodocência. Quanto a outras, já foram objeto de negociação, sem receber o acordo dos sindicatos. São disso exemplo o novo regime de gestão e recrutamento de pessoal docente, que, de acordo com a tutela, permitirá reduzir a precariedade na profissão docente, e as medidas mais recentemente aprovadas para corrigir assimetrias decorrentes do congelamento da carreira.

Há, no entanto, um tema cuja discussão o executivo já afastou, mas que continua a ser a principal reivindicação dos professores: a recuperação do restante tempo de serviço que esteve congelado (seis anos, seis meses e 23 dias). A reivindicação não ficou esquecida na carta aberta enviada ao ministro João Costa, em que a plataforma sindical recorda que, em março, já tinha apresentado uma proposta negocial precisamente sobre o tempo de serviço.

“As organizações sindicais privilegiam o diálogo e a negociação como caminho para a resolução dos problemas, pelo que reiteram a sua disponibilidade para tal. Admitem, mesmo, parar as greves e outras ações de luta e contestação que estão previstas até ao final do ano escolar, cabendo ao Ministério e ao Governo criar condições para tal e não aos docentes abdicarem da exigência da resolução de problemas que se arrastam há demasiado tempo”, referem.

Caso contrário, asseguram que “será com determinação acrescida que irá prosseguir a luta”. Para já, as nove organizações sindicais têm convocadas greves às provas de aferição, às avaliações e aos exames do 9.º ano e ensino secundário.

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