Sindicato quer esclarecimentos sobre saída de CEO da SATA
Sindicato que representa o pessoal de terra da companhia considera a saída da CEO um "acontecimento muito grave" e estranha coincidência com a divulgação do relatório da privatização.
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) quer que o Governo Regional dos Açores esclareça a demissão da CEO da SATA poucos depois após a entrega do relatório do júri do concurso para a privatização da companhia área. E volta a apelar para que venda seja anulada.
A presidente executiva da SATA, Teresa Gonçalves, apresentou na terça-feira a demissão ao Governo Regional, invocando razões pessoais, que o SITAVA qualifica como um “acontecimento muito grave”. Além dela, saiu também Dinis Modesto, o administrador financeiro. Ficam ambos na empresa apenas até ao final do mês.
A decisão de Teresa Gonçalves surgiu quatro dias depois do júri do concurso público internacional para a privatização da SATA ter entregue o relatório final, mostrando reservas em relação ao único candidato considerado viável, o consórcio Newtour/MS Aviation.
“Assim do nada surge a notícia da demissão do Conselho de Administração – por motivos pessoais – mesmo antes de cumprido o requisito legal de elaborar e entregar ao Governo Regional o seu relatório sobre o processo de privatização. O que é que se terá passado, entretanto, para que tal decisão tenha sido anunciada”, questiona o sindicato que representa o pessoal de terra.
“Sem pretender entrar no foro pessoal da Senhora presidente do Conselho de Administração, seria muito importante saber porque diabo a intenção de se demitir – sendo acompanhada nesse ato pelo administrador financeiro – surge precisamente após a divulgação do relatório“, acrescenta o SITAVA.
Após a receção do relatório final, a administração da SATA tem de elaborar um parecer para entregar ao Governo Regional, que terá de decidir se privatiza a companhia aérea ao consórcio Newtour/MS Aviation ou se anula o concurso e lança um novo.
A intenção do Executivo açoriano é que seja ainda a administração cessante a elaborar e entregar o parecer, segundo noticiou o Expresso. O SITAVA volta a reiterar o apelo que o Governo “anule de imediato o processo de privatização em curso”.
Na apresentação do relatório final, a 5 de abril, o presidente do júri, o economista Abel Mateus, admitiu, citado pela Lusa, reservas quanto à capacidade da Newtour/MS Aviation para assegurar a viabilidade futura da companhia, salientando a necessidade de existir “força financeira” para cumprir as exigências do caderno de encargos da venda.
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