CTT perdem mais de 10% no pior dia em bolsa em três anos

Resultados pouco animadores e corte no 'guidance' para este ano serviram de catalizadores para os CTT terem vivido esta terça-feira a pior sessão desde julho de 2021.

Os investidores não perdoaram os CTT CTT 0,00% pela quebra nos lucros do semestre. A empresa viveu esta terça-feira o pior dia em bolsa em três anos, com as ações a caírem 10,44%, para 4,16 euros, eliminando cerca de 70 milhões de euros em valor de mercado.

Foi a reação dos mercados horas depois de a empresa ter publicado, após o fecho da sessão desta segunda-feira, os resultados da primeira metade do ano. O grupo obteve um resultado líquido de 19,8 milhões de euros, uma queda de 24% face ao mesmo período do ano passado, o que equivale a menos 6,2 milhões de lucro em termos absolutos.

As contas dos Correios foram penalizadas pelo travão do anterior Governo à febre dos Certificados de Aforro, cujas subscrições bateram recordes nos primeiros seis meses de 2023, um feito difícil de replicar este ano, principalmente com um juro mais baixo. A empresa também apresentou um aumento dos custos superior a 13% e uma quebra de quase 78% do free cash flow.

Cotação das ações dos CTT em Lisboa:

Além destes números, o grupo cortou o guidance para este ano fiscal, esperando agora um EBIT recorrente entre 80 milhões e 90 milhões de euros, contra a estimativa anterior de 88 milhões, bem como um EBIT de apenas dez milhões de euros com os Serviços Financeiros, caso as subscrições de títulos de dívida pública continuem sob pressão, quando normalmente ronda os 20 milhões.

Estes dados não caíram bem nas bolsas. Os CTT arrancaram a descer mais de 2% e a queda agravou-se, chegando aos 12% durante a sessão. Não fosse uma ligeira recuperação perto do final do dia, teria sido o pior desempenho desde novembro de 2017, quando os títulos afundaram 21,7% numa única sessão.

Mesmo assim, a empresa acumula uma valorização próxima dos 20% desde o início do ano, com o segmento Expresso e Encomendas a apresentar um aumento dos rendimentos de quase 50% em termos homólogos e o Banco CTT mais perto de cumprir as metas para o próximo ano.

A 19 de julho, os CTT anunciaram um novo plano de recompra de ações, no qual pretendem investir até 25 milhões de euros para adquirir, no máximo, 8,5 milhões de ações próprias representativas de 6,14% do capital.

Economia estagna, Corticeira desliza e Inapa mergulha

O fraco desempenho dos CTT acabou por penalizar a praça nacional, que contrariou as restantes bolsas europeias. O PSI caiu 0,89%, para 6.639,25 pontos, com apenas duas cotadas no verde, enquanto o pan-europeu Stoxx 600 somou 0,5%.

“Em Lisboa, o PSI contrariou a tendência, vendo praticamente todas as suas cotadas do lado das perdas, com as cotadas nacionais a reagirem em baixa à revelação de que a economia nacional cresceu aquém do esperado no segundo trimestre (0,1%, estimativa: 0,3%), abrandando consideravelmente face ao trimestre anterior (0,8%). A pesar no índice estiveram sobretudo os CTT, que tombaram mais de 10% em reação às contas do primeiro semestre. Corticeira Amorim seguiu-se nas perdas, depois de ter mostrado também contas”, explicaram os analistas da sala de mercados do BCP.

Longe da grande queda dos Correios, o segundo pior desempenho do dia foi protagonizado pela Corticeira Amorim, que deslizou 2,76% no rescaldo dos resultados semestrais. A empresa viu os lucros encolherem 29% na primeira metade do ano. No sentido inverso, o BCP subiu 0,08% e a REN valorizou 1,51%.

Outro grande destaque do dia foi a Inapa. A cotada do PSI geral afundou 92,52%, para 0,0022 euros, no dia em que os títulos voltaram a negociar após o levantamento da suspensão das ações pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

(Notícia atualizada às 16h54 com cotação atualizada)

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