PAN propõe alargar apoio à renda a contratos celebrados após 15 de março de 2023

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Abril 2024

Partido quer alargar âmbito do mecanismo aos contratos celebrados após 15 de março do ano passado, desde que sejam entre os mesmos inquilinos e senhorios e relativos ao mesmo imóvel.

O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) deu entrada no Parlamento, na segunda-feira, com um projeto de lei que visa alargar o âmbito de aplicação do apoio à renda a contratos de arrendamento ou subarrendamento celebrados após 15 de março do ano passado.

A iniciativa surge na sequência de queixas recebidas pela DECO Proteste — e noticiadas pelo jornal Público na segunda-feira — de beneficiários do apoio, inserido no pacote “Mais Habitação”, que o perderam por os senhorios terem exigido a celebração de um novo contrato de arrendamento, ainda que se mantenham na mesma casa.

De acordo com o documento, a que o ECO teve acesso, a proposta passa por incluir “uma norma de salvaguarda que assegure que nenhum beneficiário do apoio à renda perde esse apoio em virtude da celebração de novo contrato de arrendamento ou subarrendamento”, desde que “com as mesmas partes do contrato anterior”, “referente ao mesmo imóvel” e “na sequência de cessação ou não-renovação de contrato”.

Adicionalmente, o partido liderado por Inês Sousa Real propõe a possibilidade de o apoio à renda ser pago por vale postal, nos casos em que os beneficiários não têm conta bancária, e a comunicação do aumento do valor da renda mensal por parte do inquilino ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que, “mediante prévia confirmação, fará a correspondente atualização do valor do apoio”.

O apoio à renda abrange apenas os contratos celebrados até 15 de março de 2023, pelo que deixam de incluir famílias que continuam a cumprir os requisitos para serem elegíveis para este apoio, que foi criado no ano passado no âmbito do pacote legislativo Mais Habitação, somente devido ao novo contrato.

Nesta medida, o apoio é atribuído automaticamente aos agregados familiares com taxas de esforço superiores a 35% no pagamento das rendas habitacionais e com rendimentos até ao sexto escalão de IRS. Mas os contratos não podem ter sido celebrados após 15 de março do ano passado.

Em declarações ao ECO sobre o projeto de lei entregue na segunda-feira, a porta-voz e deputada única do PAN explicou que, como as comissões parlamentares “ainda não estão instaladas”, a iniciativa ainda não começou a ser discutida, estando “dependente” do processo formal de aprovação e instauração das comissões.

No entanto, embora ressalve que “o PAN fará aquilo que tem feito sempre em matéria de oposição construtiva”, não exclui dialogar com “os grandes partidos”, designadamente PSD e PS, para que possam viabilizar propostas como esta.

“Será fundamental estabelecermos estas pontes de diálogo, tendo em conta que estamos perante um Governo que não é de maioria absoluta e também que a Assembleia da República vai ter um papel fundamental para dar respostas às necessidades que os portugueses atravessam”, justificou Inês Sousa Real ao ECO.

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Castelo Branco lança guia para captar e facilitar investimento no concelho

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

Setores estratégicos, incentivos fiscais, oportunidades e apoios disponíveis são estes os temas que constam do guia "Invest CB", lançado pela autarquia para captar investimento.

A Câmara Municipal de Castelo Branco lançou, esta terça-feira, um guia que pretende ajudar a captar e a facilitar investimentos no concelho, facultando informações sobre os setores estratégicos, incentivos fiscais, oportunidades e apoios disponíveis.

“É uma honra apresentar-lhes este guia de apoio ao investidor, que representa o nosso compromisso em criar um ambiente propício para o crescimento económico sustentável”, afirmou o presidente do município de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.

O autarca falava, esta terça-feira, durante uma conferência de imprensa, realizada na zona industrial de Castelo Branco, para a apresentação do “Invest CB”, o guia de apoio ao investidor. O documento vai passar a estar disponível em três línguas (português, espanhol e inglês) na página da Câmara Municipal de Castelo Branco.

Leopoldo Rodrigues indicou que este guia reflete o pensamento e as estratégias do município para levar por diante a política de captação de investimento para o concelho. “Precisamos de uma estratégia clara e abrangente da promoção do território e da sua divulgação. Este guia é o pontapé de saída. A curto prazo, vamos apresentar o regulamento de apoio ao investimento”, afirmou.

Segundo o autarca, trata-se de um documento que falta ao município e que considera fundamental para a estratégia de investimento e atração de investidores para Castelo Branco.

Precisamos de uma estratégia clara e abrangente da promoção do território e da sua divulgação. Este guia é o pontapé de saída.

Leopoldo Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco

O presidente da Câmara Municipal realçou ainda a posição estratégica que Castelo Branco ocupa, quer em termos nacionais, quer ibéricos e europeus. Além da centralidade que ocupa, em termos de acessibilidades tem a ferrovia, uma autoestrada (A23), um aeródromo municipal e o projeto de ligação a Espanha, via IC-31, com perfil de autoestrada.

A autarquia também está a tratar da expansão da zona industrial, o que deve acontecer nos terrenos municipais que estão situados nas proximidades do aeródromo de Castelo Branco, onde possui mais de 200 hectares.

“Para nós, todas as empresas são relevantes. Temos uma estratégia pensada que inclui também a atração e fixação de pessoas, oferta de habitação e de educação. Tudo isto é relevante para atrair e fixar população”, concluiu o autarca.

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Câmara de Águeda constrói e requalifica 125 casas com 14,8 milhões de euros

O município já submeteu 25 candidaturas ao Programa de Apoio ao Acesso à Habitação 1.º Direito, financiadas a 100% pelo PRR, para construir e requalificar 125 casas.

Câmara Municipal de Águeda9 abril, 2024

A Câmara Municipal de Águeda vai construir e reabilitar 125 casas no concelho, num investimento de 14,8 milhões de euros financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). A medida visa “promover a inclusão social e a melhoria das condições de habitabilidade de muitas famílias”, além de reabilitar o edificado existente, avança o autarca Jorge Almeida.

Para levar esta aspiração a bom-porto, a autarquia já submeteu 25 candidaturas ao Programa de Apoio ao Acesso à Habitação 1.º Direito, financiadas a 100% pelo PRR.

“Considerando que as candidaturas que fossem apresentadas até dia 31 de março, ao abrigo deste programa do PRR, podem ter financiamento a 100%, ou seja totalmente suportado por fundos comunitários, foi desenvolvido um trabalho intenso pelos serviços municipais para submeter o maior número de candidaturas dentro do prazo previsto e maximizar os apoios financeiros”, refere o município.

O investimento total de 14,8 milhões de euros representa 53% do investimento total previsto pela autarquia no âmbito da Estratégia Local de Habitação (ELH). “O que é reflexo de todo este trabalho e denota que estamos alinhados com os melhores do país na implementação destas medidas”, assinala o presidente da Câmara Municipal de Águeda.

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Beneficiários da ADSE surpreendidos com nova tabela de preços

Nova tabela de preços do regime convencionado começou a ser aplicada a 1 de abril, mas associação de beneficiários diz não ter existido um aviso.

A ADSE avançou com uma nova Tabela de Preços e Regras do Regime Convencionado sem avisar os beneficiários, denuncia a Associação 30 de Julho. Esta tabela começou a ser aplicada a 1 de abril, mas beneficiários dizem não ter sido “prestada qualquer informação, anúncio, notícia, aviso ou alerta”.

A associação nacional de beneficiários deu conta da situação quando “através de queixas de associados e de diversos beneficiários, de que os prestadores convencionados estavam a informar que entrou em vigor, no dia 1 do corrente mês de abril, uma nova Tabela de Preços e Regras do Regime Convencionado”, segundo explicam numa missiva enviada à presidente do Conselho Diretivo da ADSE e às redações.

Na página do subsistema de saúde dos funcionários públicos de facto já é possível consultar a nova tabela, mas não há nenhum anúncio no espaço dedicado às notícias, nem nas últimas newsletters.

Por outro lado, “os beneficiários do Instituto de Ação Social das Forças Armadas, I. P. (IASFA) tiveram conhecimento prévio destas alterações, tendo o IASFA comunicado aos seus beneficiários, em 26/03/2024, a referida Tabela e respetivas alterações”, salienta a Associação 30 de Julho.

Tendo em conta este cenário, a associação “considera incompreensível, inaceitável e censurável esta recorrente atitude do Conselho Diretivo, reveladora da falta de consideração e de respeito que merecem os beneficiários da ADSE, únicos financiadores do seu orçamento e pagadores dos vencimentos dos seus dirigentes”.

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Preços baixos da eletricidade não estrangulam solar descentralizado. “Tem é que haver imaginação”, diz Manso Neto

"Instalar um painel não tem nada que saber. Um promotor tem de ter a capacidade par juntar peças", sublinha o gestor.

O CEO da Greenvolt, João Manso Neto, reconhece que a atual conjuntura de preços baixos no mercado grossista da eletricidade é menos favorável para o negócio da energia solar descentralizada, a qual tem sido um dos principais focos da empresa que gere. No entanto, não crê que sejam suficientes para estrangular o setor.

“[Os preços da eletricidade] Não vão [estrangular o setor]. Tem é que haver imaginação. É fundamental”, defende Manso Neto. “Temos de sair um bocadinho da caixa. Quando é fácil qualquer um faz. Nesta conjuntura, menos favorável, é menos óbvio, mas o business case sai“, explicou, à margem da conferência organizada pela Greenvolt esta terça-feira, na Fundação Champalimaud, que se debruça precisamente sobre a inovação neste setor.

Por imaginação, Manso Neto refere-se ao esforço dos promotores não se limitarem a instalar painéis, mas a pensá-los de uma forma mais integrada. “Instalar um painel não tem nada que saber. Um promotor tem de ter a capacidade para juntar peças”, sublinha. As baterias são uma dessas peças, a criação de comunidades de energia outra, exemplifica.

Durante a conferência, como oradora no primeiro painel, a CEO da associação Solar Power Europe, Walburga Hemetsberger, sublinhou que a União Europeia está a tomar algumas medidas para promover a indústria solar no Velho Continente mas que “não são suficientes”, e que têm existido casos de bancarrota e fecho de unidades solares. Defende que se deve promover a indústria na Europa, investindo em empresas de toda a cadeia, mas sem se rejeitar os painéis que vêm da China, o atual líder de mercado, pois “temos de acelerar”.

Manso Neto, alerta, contudo que, apesar de concordar que “importar 90% dos painéis solares da China é um erro”, “criar uma indústria subsidiada e com pouco valor acrescentado” não será uma boa solução. Sugere promover investimento europeu noutros países.

Agora, é implementar as leis e criar incentivos

A alguns dias da votação da reforma do mercado elétrico no Parlamento Europeu, Manso Neto entende que “o diploma é bastante avançado, o que é preciso é implementá-lo. Não fazer mais leis, aplicá-las”. No caso português, indica que o panorama legal para o solar descentralizado tem vindo a avançar “bastante” desde que João Galamba foi secretário de Estado da Energia. Nesse sentido, sublinha a importância de a Direção Geral da Energia e Geologia se ter comprometido a lançar uma plataforma digital para o licenciamento em junho deste ano. Considera ainda importante a criação de incentivos junto da E-Redes, responsável pela rede de baixa tensão em Portugal, para promover a geração distribuída.

Atualmente, a E-Redes é remunerada em função dos quilómetros de rede e subestações e da qualidade de serviço. Se houver um terceiro critério, de “facilitar de forma tecnicamente capaz a geração distribuída e o acesso às redes”, “já se dá um passo importante”.

Quanto às expectativas para o novo Governo, Manso Neto indica que não conta com “grandes diferenças” face ao anterior, no que toca à área da Energia. “Acho que estamos todos do mesmo lado”, diz, assumindo que “não estava pessimista” e assim se mantém.

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Axa compra nova torre de escritórios da Sonae no Colombo. Sierra aborda autarquias para construir casas

Terceiro edifício de escritórios com nove pisos acoplado ao shopping lisboeta é investimento de 118 milhões promovido com a Axa, que ficará com 74%. Sierra fala com câmaras para projetos residenciais.

Conhecida historicamente pela atividade de gestão de centros comerciais, como o Colombo ou o NorteShopping, além da expansão do negócio de investment management – em que já gere um total de 20 veículos de investimentos e acaba de entrar na área hoteleira –, a Sonae Sierra está a apostar na promoção imobiliária, tendo atualmente 700 milhões de euros “comprometidos” em oito projetos, dos quais metade está em construção e representam 40% desse investimento.

Um dos projetos em execução é a construção da chamada Torre Norte do Colombo, que será o terceiro edifício de escritórios acoplado ao shopping lisboeta e que representa um investimento de 118 milhões de euros. Com nove pisos e 35 mil metros quadrados de área bruta de construção, é apresentado por Alexandre Fernandes, administrador da Sierra com o pelouro de developments, como o edifício de escritórios da capital portuguesa que terá mais área por piso, o que “permite ir à procura dos grandes arrendatários”.

Em construção há um ano e meio – até agora os trabalhos têm decorrido nas caves, no reforço das fundações – e com prazo de conclusão previsto para o final de 2025, este “projeto fantástico de engenharia” que está a ser erguido em cima do centro comercial Colombo é ainda detido a 100% pela Sierra. No entanto, adiantou esta terça-feira o CEO da Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, está a ser promovido em parceria com a Axa, que em maio vai comprar uma participação de 74% neste projeto imobiliário.

Na carteira da Sierra, também em Lisboa, está ainda o Pulse no valor de 40 milhões de euros, que irá transformar o antigo centro comercial S. João de Deus, um imóvel comprado em maio de 2023 junto ao Instituto Superior Técnico e encerrado há vários anos; e o projeto residencial e de escritórios República 5, na avenida da República, em que se juntou à britânica Signal e que deve abrir ainda no primeiro semestre deste ano. Já na zona industrial do Porto (freguesia de Ramalde), em parceria com o grupo Ferreira e num investimento de 45 milhões, está a nascer o Viva Offices. As obras arrancaram no outono e só devem terminar no primeiro trimestre de 2025.

Construir casas mais baratas

Por outro lado, os restantes quatro projetos ainda em licenciamento são residenciais. Um deles em Bucareste (Roménia), que tarda em receber luz verde das autoridades locais, outro em Lisboa e dois no Porto. Até agora, a Sonae Sierra tem estado mais focado no segmento médio-alto, mas Fernando Guedes de Oliveira relata que nestes empreendimentos em Portugal está a avaliar as modalidades de build to rent, de co-living, mas também a “analisar com algumas câmaras municipais entrar noutro tipo de residencial”.

“Temos a responsabilidade social de ajudar o país a resolver o problema da habitação. Queremos estar em todos os segmentos de habitação e estamos a conversar com diversas autarquias para saber como podemos ajudar. Queremos dar um contributo importante para a resolução do problema em Portugal. Não excluímos estar em qualquer segmento de habitação”, resumiu o presidente executivo, vislumbrando que “há grande procura pelo arrendamento e escassíssima oferta” no mercado nacional.

Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra

Nesta área da promoção imobiliária, a Sierra assumiu no final de 2021, num encontro com jornalistas, o objetivo de investir mil milhões de euros num prazo de cinco anos em mais 300 mil metros quadrados de novos projetos que não centros comerciais e “sempre em parcerias, no mínimo, de 50%/50%”). Esta terça-feira, o CEO calculou que desse plano estão já executados ou comprometidos 700 milhões de euros e garantiu que a empresa “vai lá chegar rapidamente”.

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Teresa Gonçalves demite-se da presidência da SATA. Alega motivos pessoais

  • Lusa e ECO
  • 9 Abril 2024

Teresa Gonçalves pediu a demissão do cargo de presidente do conselho de administração da SATA. Alegou motivos pessoais.

A presidente da companhia aérea açoriana SATA, Teresa Gonçalves, demitiu-se do cargo por “motivos pessoais”, anunciou esta terça-feira o Governo Regional.

“O Governo Regional dos Açores informa que a doutora Teresa Gonçalves solicitou a sua demissão do cargo de presidente do conselho de administração da SATA Holding, alegando motivos pessoais“, adianta o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) em nota de imprensa.

A demissão solicitada foi aceite pelo Governo Regional dos Açores, tornando-se efetiva no final do corrente mês, sendo que até ao referido momento a responsável continuará a assumir todas as decisões em curso sobre o grupo”, acrescenta a mesma nota.

Teresa Gonçalves tomou posse como presidente da SATA (grupo que inclui a SATA Air Açores e a Azores Airlines) em abril de 2023, após a saída de Luís Rodrigues para a liderança da TAP.

A saída da CEO acontece numa altura em que o concurso público para a privatização de no “mínimo” 51% e no “máximo” de 85% da Azores Airlines estava na fase final, depois de o júri ter entregue na sexta-feira passada o relatório final.

O júri do concurso mostrou reservas em relação à capacidade do único candidato viável, o consórcio Newtour/MS Aviation, para apoiar financeiramente a companhia do Grupo SATA e dois dos principais sindicatos estão contra a venda nestas condições. A administração da transportadora aérea terá agora de entregar o seu parecer ao Governo Regional, que terá de decidir se avança com a privatização ou se anula o concurso e lança um novo.

O pedido de demissão causou surpresa junto do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que pediu já uma reunião com a administração da companhia. “À semelhança de todos os trabalhadores do Grupo SATA, fomos surpreendidos, há momentos, com a notícia da demissão da Presidente do Conselho de Administração, Dra. Teresa Gonçalves, que tem acompanhado o processo negocial”, afirma em comunicado.

“Dada a ausência de informação adicional, a Direção do SNPVAC já solicitou de imediato uma reunião com caráter urgente para esclarecimento desta situação, bem como do impacto nas negociações em curso. Independentemente disso, mantemos o compromisso e empenho na conclusão da revisão do atual Acordo de Empresa”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 14h27)

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Sonae Sierra entra no imobiliário hoteleiro e já comprou primeiro ativo no Porto

Braço imobiliário da Sonae cria joint-venture com a PGIM para investir em ativos do setor da hotelaria. Já fechou a aquisição do primeiro hotel no Porto e tem outros em carteira em Lisboa e Algarve.

A Sonae Sierra acaba de assinar um acordo com a gigante americana PGIM, que gere os investimentos imobiliários da seguradora Prudential, para lançar um novo veículo de investimento em ativos no setor da hotelaria. Com o objetivo de “adquirir e gerir hotéis no mercado ibérico”, esta joint-venture, em que a empresa portuguesa fica com uma participação de 10%, inclui ainda a equipa de gestão operacional da Iberian Hospitality Solutions (IHSP), liderada por Gonçalo Batalha.

Fernando Guedes de Oliveira, CEO do braço imobiliário do grupo Sonae, adiantou esta terça-feira que, no âmbito desta estratégia de diversificação em termos de setores e de ativos, o primeiro investimento deste fundo já foi concretizado. Trata-se da aquisição de um “hotel de categoria superior” localizado no centro do Porto, cujo nome não divulgou alegando acordos de confidencialidade, mas que tem inauguração prevista para a segunda metade de 2024.

Em conferência de imprensa, o gestor adiantou que a joint-venture já tem “mais três ou quatro oportunidades em pipeline”, a concretizar em dois anos, e notou que o “foco inicial” estará em Portugal (Porto, Lisboa e Algarve), antes da expansão para Espanha, e também no segmento de lazer. “A ideia é pegar em hotéis que já existam e fazer um reposicionamento para diferentes segmentos ou clientes-alvo. Mais do que a construção, o foco está no reposicionamento de hotéis já em operação”, sublinhou.

Este novo veículo tem como objetivo atingir um valor bruto de ativos (GAV) próximo de 200 milhões de euros com estes primeiros quatro a cinco hotéis. “Gostávamos de conseguir fechar este ano mais um, dois seria o ideal”, acrescentou Luís Mota Duarte. O administrador financeiro (CFO) e diretor executivo de management na Sierra lembrou que esta é uma “classe popular”, com “muitos e bons players a olhar para o setor”, e prometeu que vão ser “rigorosos nos critérios de investimento”.

Fora da equação está a criação de uma marca hoteleira ou uma cadeia de hotéis. “Não estamos à procura da operação do hotel, o que queremos é comprar o imobiliário. A operação pode ficar a cargo de cadeias internacionais ou de equipas locais”, resumiu o CEO. Fernando Guedes de Oliveira “não [exclui] a possibilidade de a Sonae Capital amanhã gerir hotéis deste fundo”, mas assegurou que “não há nenhuma obrigação de trabalhar com outras empresas do grupo”, com quem as relações são “de mercado”. “Também não fazemos rendas mais baratas para as lojas do grupo” nos centros comerciais, completou.

Como o ECO noticiou em fevereiro, a Sonae Capital vai avançar com dois novos hotéis de cinco estrelas na Madeira e no Algarve, com aberturas previstas para o primeiro trimestre do próximo ano. Estes novos projetos vão acrescentar 300 camas à oferta turística do grupo, que tem atualmente perto de 1.300 quartos num total de dez unidades espalhadas pelo Porto, Lisboa, Troia e Lagos.

20 veículos de investimento, dos CTT à Alemanha

A expansão do negócio de investment management, com a criação de veículos de investimento fora dos centros comerciais e com novos investidores, foi um dos vetores da nova estratégia traçada em 2021 pela Sonae Sierra, a par da retoma da atividade de promoção imobiliária, da expansão das plataformas de prestação de serviços ou da criação de valor no portefólio de centros comerciais na Europa, mais do que construir novos shoppings.

Nesta área do investment management, a Sierra tem atualmente sete mil milhões de euros de ativos sob gestão, calculando um crescimento de 68% fora do perímetro dos centros comerciais em relação a 2021. Gere um total de 20 veículos de investimentos e reclama um lugar na lista dos 150 maiores gestores de imobiliário a nível mundial.

Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra

Entre esses novos veículos está a Sierra Food Retail Management com investidores alemães; a compra do lisboeta Atrium Saldanha com o Bankinter; o veículo com os CTT para gerir mais de 400 imóveis de logística ou retalho do património imobiliário dos correios; ou a criação da Ores Alemanha em fevereiro deste ano, igualmente com o Bankinter como parceiro, para espaços comerciais no mercado alemão.

Em 2021, num encontro com jornalistas, a Sierra assumiu o objetivo de expandir o negócio de gestão de fundos de investimento, propondo-se a aumentar o total de ativos sob gestão dos então 8 mil milhões para 10 mil milhões em 2025, triplicando assim a exposição nas áreas que não são centros comerciais (para 3 mil milhões) num prazo de quatro anos. “Vamos lá chegar rapidamente”, vaticinou.

Novos shoppings no Brasil e Colômbia

Na atividade core dos centros comerciais, a dona do Colombo e do NorteShopping continua apostada em criar valor nos ativos que detém e a “prepará-los para o futuro”. Nos mercados europeus (Portugal, Espanha, Itália e Roménia) diz ter investido mais de 83 milhões de euros no ano passado, sobretudo em expansões e renovações. Mas a principal “avenida de crescimento” neste segmento está fora do Velho Continente, sobretudo no Brasil e na Colômbia.

No caso do Brasil, onde entrou no início do século e chegou sozinho a quinto maior operador, com 11 shoppings, fundiu-se em 2019 aquele que era na altura o quarto player (Aliansce). E no ano passado, a Aliansce Sonae avançou com a fusão com a brMalls, que era a segunda maior empresa do setor no país, para criar “de longe o maior operador de centros comerciais da América Latina”. A Allos, como passou a designar-se, soma mais de 60 shoppings em operação no Brasil e tem uma capitalização bolsista superior ao grupo Sonae, equiparou Guedes de Oliveira.

“O crescimento tem sido exponencial”, resumiu o CEO. Com 12,2%, o principal acionista da Allos é a CPP Investments, o maior fundo de pensões do Canadá, seguido de Alexander Otto, dono da gigante alemã dos centros comerciais ECE. A Sierra faz parte do grupo controlador com uma participação de 5,7%. “Vamos continuar a crescer também com a promoção de novos centros comerciais e há dois projetos em pipeline no Brasil”, indicou o gestor durante a conferência de imprensa, na Maia.

As vendas dos nossos lojistas atingiram 3,4 mil milhões de euros, o melhor ano de sempre. Atesta a resiliência e sucessos do modelo dos centros comerciais, que tantas vezes foi posta em causa. E o nosso modelo de gestão, claro.

Fernando Guedes de Oliveira

CEO da Sonae Sierra

Na Colômbia, onde tem um centro comercial em operação em Cúcuta, junto à fronteira com a Venezuela, a Sierra comprou um “terreno grande” para avançar com um projeto comercial e residencial na cidade de Pasto, perto da fronteira com o Equador, que está em fase de licenciamento. “Tem capacidade construtiva adicional e pretendemos fazer escritórios e residencial”, indicou Fernando Guedes de Oliveira.

Finalmente, a Sierra continua a construir o primeiro projeto em Marrocos, perto de Casablanca, onde tem a cadeia sueca IKEA como partner. A previsão apontava para a conclusão em 2025, mas a administração da empresa portuguesa reconhece que pode “abrandar o ritmo” de construção para que este centro comercial venha a abrir ao mesmo tempo que os restantes equipamentos previstos para a zona de Zenata, entre os quais estão edifícios residuais, hospitais e universidades.

No que toca à área da prestação de serviços, a Sonae Sierra tem agora presença em 35 mercados, depois de em 2023 ter entrada no Kosovo, onde gere e comercializa o maior centro comercial do país. Tem agora um total de 650 ativos sob gestão, 6.400 lojistas e outros ocupantes, 2,6 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e quase 98% de taxa de ocupação global. No ano passado, as vendas dos lojistas atingiram um valor recorde de 3,4 mil milhões de euros, o que, segundo o CEO, “atesta a resiliência e sucessos do modelo dos centros comerciais que tantas vezes foi posta em causa, além do modelo de gestão” da Sierra.

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Banca espera retoma da procura no crédito da casa no segundo trimestre

Depois de dois anos em queda, os bancos estão finalmente a antecipar uma retoma da procura das famílias por crédito para a compra de casa.

Os bancos estão a antecipar uma retoma da procura por crédito para a compra de casa no segundo trimestre, depois de dois anos de forte contração devido à escalada das taxas de juro, que pressionou altamente as famílias.

Pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2022 que o índice de difusão do Banco de Portugal sobre as expectativas dos bancos em relação à procura por crédito à habitação regista um valor positivo, o que indica que o setor espera que a procura das famílias volte a crescer depois de dois anos em queda.

Este otimismo surge numa altura em que se perspetiva um alívio das taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) a partir do verão, perspetiva essa que está já a levar a uma descida das taxas de mercado, nomeadamente a Euribor, que serve de base para o cálculo de um empréstimo para a aquisição de casa.

Em concreto, os bancos apontam para um “ligeiro aumento da procura de crédito à habitação” no segundo trimestre deste ano, de acordo com o inquérito sobre o mercado de crédito divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

Em relação à procura registada no primeiro trimestre, houve “uma ligeira diminuição nos segmentos da habitação e do consumo” devido ao elevado nível em que se encontram as taxas de juro e também à fraca confiança das famílias.

Para o segundo trimestre, os bancos não antecipam mexidas nos critérios de concessão de crédito à habitação e empresas, sendo que o acesso ao crédito ao consumo poderá ter critérios mais restritivos.

Desde julho de 2022, o BCE subiu as taxas em 450 pontos base para controlar as pressões inflacionistas. Nas últimas quatro reuniões deixou as taxas inalteradas.

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Agência criativa do Porto Legendary entra no mercado espanhol para estar “mais próximo dos clientes”

A Legendary emprega 37 pessoas, fatura dois milhões de euros e soma mais de 40 clientes. Dez anos depois da fundação, a agência criativa entra no mercado espanhol com um escritório em Madrid.

Diogo Pinheiro e Hugo Pinto conheceram-se no décimo ano quando estavam a frequentar o curso técnico de informática aplicada na Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, no Porto. Ficaram amigos e em 2014 juntaram-se para fundar a agência criativa portuense Legendary People + Ideas. A comemorar os dez anos de atividade, arrancaram com operação no mercado espanhol, mais concretamente em Madrid, no início do ano. A Legendary soma mais de 40 clientes, emprega 37 pessoas e fatura cerca de dois milhões de euros.

“A aposta por Espanha é uma estratégia de proximidade e de maior penetração no mercado, que queremos que venha a representar 40% da faturação global nos próximos dois anos”, afirma Diogo Pinheiro em declarações ao ECO/Local Online. O gestor acrescenta que está previsto um investimento entre 250 a 300 mil euros nos próximos dois anos no mercado espanhol, entre escritório, contratação de recursos humanos, alguns estudos de mercado e presença em feiras do setor.

A aposta por Espanha é uma estratégia de proximidade e de maior penetração no mercado, que queremos que venha a representar 40% da faturação global nos próximos dois anos.

Diogo Pinheiro

Fundador da Legendary People + Ideas

Diogo Pinheiro conta que a aposta no mercado espanhol tem como objetivo”estarem presentes nos centros de decisão ibérica” e “ajudar as empresas portuguesas que queiram expandir o negócio para Espanha”.

Para além de Portugal e Espanha, a Legendary People + Ideas tem projetos ativos de empresas portuguesas em vários mercados, como Alemanha, Reino Unido e França. “No Reino Unido trabalhamos muito com os vinhos do Porto da Cockburn’s e fazemos várias campanhas que acontecem aqui, mas também são declinadas lá. Na Amorim fizemos uma campanha de um flooring de cortiça que aconteceu na Alemanha e em diversos países”, tendo em conta que os mercados externos representam um grande peso na Corticeira. Outro cliente da Legendary que acaba por ver as suas campanhas publicadas lá fora é a francesa Natixis que tem escritórios no Porto.

Fundadores da Legendary: Hugo Pinto e Diogo PinheiroLegendary People + Ideas

Dos casinos Solverde à Sonae Mc, Legendary conquista novos projetos

A Legendary é a nova agência criativa da Carglass e foi selecionada pela Prio para ativação da marca de biocombustíveis no Tik Tok. Paralelamente conquistou novos projetos como a Solverde, Amorim Cork Composites e Sonae MC. “Somos a agência de redes sociais da Prio e da Sonae MC. Nos casinos Solverde estamos a trabalhar principalmente os spots de televisão”, explica o fundador que trabalhou na Randstad em Lisboa como manager mobile e web engineering.

Diogo Pinheiro revela ao ECO que vão entrar no concurso para a Motorola, “que vai voltar a trabalhar o mercado português com mais força”.

A Endesa, operadora de energia, acaba de renovar contrato com a agência criativa por mais três anos, para Portugal. Na carteira de clientes inicial conta com nomes como a STIHL, empresa líder mundial na área das motosserras e máquinas motorizadas que atua em Portugal e em Espanha.

Em 2021, a Legendary estava na lista das dez melhores agências criativas para se trabalhar, de acordo com a terceira edição do estudo Melhores Agências para Trabalhar, realizado no âmbito do barómetro Agency Scopen. O ano passado foram eleitos a Agência do Ano em Portugal nos Prémios Lusófonos da Criatividade, na categoria de publicidade.

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Tribunal dos direitos humanos rejeita processo de jovens portugueses contra 32 países

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) rejeitou a argumentação dos seis jovens portugueses que processaram Portugal e outros 31 países por inação no combate às alterações climáticas.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) rejeitou a argumentação utilizada pelos seis jovens portugueses que processaram Portugal e outros 31 países por inação no combate às alterações climáticas.

Na leitura da decisão, em Estrasburgo (França), o TEDH decidiu que o processo é inadmissível no que diz respeito à jurisdição extraterritorial dos países mencionados.

O tribunal deliberou também que os requerentes não esgotaram todas as vias legais que tinham em Portugal antes de recorrerem a esta instância europeia.

O processo “Duarte Agostinho e outros contra Portugal e outros Estados” conheceu o desfecho esta terça-feira. Em declarações à Lusa na segunda-feira, Sofia e André Oliveira, dois dos jovens que apresentaram a queixa, recusam baixar os braços mesmo que o desfecho seja desfavorável.

“Uma coisa é certa, não vamos parar, independentemente do resultado. Não vamos parar de lutar para forçar os governos a protegerem o nosso futuro das alterações climáticas. Se vencermos, sabemos que este movimento vai juntar-se para pressionar os governos a acatarem a decisão do TEDH”, disseram à Lusa os dois jovens.

Já Gerry Liston, advogado envolvido no processo, reconheceu que um desfecho favorável poderia “fortalecer” o movimento de luta contra as alterações climáticas por criar um precedente judicial quando houver processos por inação de governos.

“Houve um crescimento exponencial de litígios climáticos. Depois, vai ser preciso um esforço de todos deste movimento, da sociedade civil, dos ativistas no terreno para pressionarem os governos a implementarem a decisão pela qual esperamos. A lei e os esforços fora dos tribunais reforçam-se mutuamente”, completou o advogado que pertence à organização sem fins lucrativos “Global Legal Action Network”.

Em 27 de setembro do ano passado os seis jovens foram ouvidos no TEDH, tendo então considerado que os Estados desvalorizaram as alterações climáticas e ignoraram provas.

Recorrer aos tribunais contra a inação dos países em relação às alterações climáticas é cada vez mais frequente, indica um relatório recente da ONU, segundo o qual os casos mais do que duplicaram em cinco anos.

A leitura do acórdão foi feita em audiência pública em Estrasburgo (França).

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Propostas dos partidos sobre corrupção vão ser monitorizadas

A Transparência Internacional Portugal, associação cívica dedicada ao combate à corrupção, irá lançar um Observatório de Monitorização do Cumprimento das Promessas Eleitorais sobre a corrupção.

A Transparência Internacional Portugal (TI Portugal), associação cívica dedicada ao combate à corrupção, irá lançar um Observatório de Monitorização do Cumprimento das Promessas Eleitorais sobre o Combate à Corrupção. Este observatório terá como objetivo principal acompanhar e analisar o cumprimento das propostas de combate à corrupção inscritas nos programas eleitorais dos partidos com assento parlamentar ao longo da legislatura.

Com base nas promessas eleitorais dos vários partidos, o Observatório irá avaliar sobre como estas vão, ou não, ao encontro das propostas daTI Portugal previstas no “Caderno de Encargos: Defender a Democracia – Mais Transparência e Menos corrupção”, proposto aos partidos políticos candidatos às eleições de março de 2024.

Este caderno de encargos sugeria um conjunto de medidas legislativas para a prevenção de corrupção nos programas eleitorais e desafiava os líderes políticos para que se comprometessem verdadeiramente com políticas e ações anticorrupção. O documento servirá de base ao trabalho deste observatório já que é uma compilação das várias medidas e propostas apresentadas ao longo da última década pela TI Portugal, mas ainda não implementadas pelos sucessivos governos.

Algumas dessas medidas recuperam dossiers como o da regulação do lobbying; da pegada legislativa; do financiamento dos partidos; dos conflitos de interesses; do fim das portas giratórias; da nomeação de governantes titulares de altos cargos públicos; e da implementação das recomendações do GRECO nos diferentes ciclos de avaliação. “Numa análise preliminar é claro existir um elevado número, das 28 propostas da TI Portugal, que quase por unanimidade ou por maioria política, colhendo o acordo de dois dos três maiores partidos, tem condições para se concretizar”, segundo comunicado enviado pela TIP.

Este Observatório fará também a análise das iniciativas dos diferentes partidos como, a título de exemplo, o plano de ação em 60 dias que a Ministra da Justiça terá de efetuar, com a auscultação dos partidos e da sociedade civil.

“É preciso que tudo aquilo que sabemos que está em falta do que concerne ao combate à corrupção, e em que há relativo consenso, seja incluído nas medidas a apresentar pelo novo governo. As recomendações internacionais são um bom ponto de partida, sendo que estão sistematicamente por cumprir no caso português, o que nos parece absolutamente injustificável”, afirma Margarida Mano, Presidente da TI Portugal.

A Transparência Internacional Portugal (Transparência e Integridade, Associação Cívica) é a representante portuguesa da Transparency International, coligação global anticorrupção presente em mais de 100 países, e dedica-se à investigação e sensibilização sobre as causas e consequências da corrupção e da má governação. Criada em 2010, detém o Estatuto de Utilidade Pública e está também acreditada como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento. É ainda o Ponto de Contato em Portugal do Pilar da Sociedade Civil da Comunidade das Democracias, membro da Tax Justice Network, da Whistleblowing International Network, da Open Procurement EU Coalition, da Open Government Partnership Portugal e da UNCAC Coalition.

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