Stock de investimento direto estrangeiro em Portugal aumentou 6,24% em 2023

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2024

Banco de Portugal regista que a região de Lisboa era destino de um stock de investimento de 99.614 milhões de euros, o equivalente a 55,2% do total.

O stock de investimento direto estrangeiro em Portugal foi de 180.411 milhões de euros em 2023, mais 6,24% que em 2022, tendo Lisboa recebido mais de metade, segundo dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta terça-feira. As estatísticas de investimento direto estrangeiro em Portugal (IDE) por região analisam os montantes deste investimento por região portuguesa beneficiária, considerando a localização geográfica das unidades recetoras, explica o banco central.

Uma das metodologias utilizadas pelo BdP tem a denominação estabelecimentos e considera “não só a região onde a contraparte do investimento direto está localizada (…), mas também as regiões das participadas diretas da contraparte imediata que se enquadram no perímetro do investimento direto e as regiões dos respetivos estabelecimentos dessas entidades”.

Esta abordagem permite, de acordo com o BdP, “uma distribuição nos locais onde, efetivamente, se situa a atividade económica das empresas”. Recorrendo a esta metodologia, o Banco de Portugal regista que a região de Lisboa era destino de um stock de investimento de 99.614 milhões de euros, o equivalente a 55,2% do total.

Em segundo lugar, a região do Norte contabilizava um investimento direto estrangeiro de 16,5%, com 29.848 milhões de euros. Em terceiro lugar, mas já abaixo dos 10%, com 17.807 milhões de euros, o Algarve recebeu 9,9% do IDE total em Portugal. Centro (11.259 milhões de euros e 6,2%), Madeira (8.645 milhões de euros e 4,8%) e Alentejo (6.174 milhões de euros e 3,4%) também foram algumas das regiões preferidas do investimento direto estrangeiro.

Já Setúbal, Oeste e Vale do Tejo e Açores foram as regiões portuguesas com menor stock de IDE em 2023, totalizando, respetivamente, 3.925 milhões de euros, 2.614 milhões de euros e 524 milhões de euros. Em 2023, o IDE em todas as regiões portuguesas aumentou, destacando-se as variações homólogas de Alentejo (12%), Setúbal (11,9%) e Algarve (11,3%). Em sentido inverso, Madeira (0,7%), Centro (1,8%) e Norte (3,3%) tiveram as menores oscilações. O IDE nos Açores, Oeste e Vale do Tejo e Lisboa subiu, respetivamente, 9,4%, 8,0% e 6,7%.

A Europa foi o continente que originou a maior parte do IDE em Portugal em 2023, sendo responsável por 156.284, no equivalente a 86,6% do total, seguindo-se Ásia (6,2%, 11.098 milhões de euros), América (5,2%, 9.365 milhões de euros), África (1,9%, 3.468 milhões de euros) e Oceânia (0,1%, 91 milhões de euros).

África foi o continente com maior crescimento homólogo (21,9%), seguindo-se a Ásia (12,1%), enquanto a Oceânia foi o único bloco com diminuição do seu IDE em Portugal em 2023, ao recuar 15,4%. A área do Euro foi responsável por 73,9% do stock de investimento direto estrangeiro em Portugal, enquanto a União Europeia representou 76,3%.

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Tal como Costa, Montenegro é contra envio de militares portugueses para combater na Ucrânia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Fevereiro 2024

Líder social-democrata sugeriu questionar o PS sobre o tema, visto que o partido admite uma aliança política com o PCP e o BE, ambos contra a participação portuguesa na NATO.

O presidente do PSD está alinhado com a posição do Governo de se opor ao envio, numa base bilateral, de militares portugueses para a guerra na Ucrânia. A hipótese tinha sido avançada na segunda-feira pelo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que disse que era um cenário que estava a ser considerado por alguns membros da NATO e da União Europeia (UE).

“Creio que o Governo português, através do primeiro-ministro, expressou bem aquela que é a nossa posição. Nós temos uma frente de ajuda à Ucrânia que é indiscutível e que passa por ajuda humanitária, ajuda financeira e também ajuda militar naquilo que é a medida das nossas possibilidades. Essa é a atitude correta“, afirmou Luís Montenegro, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Prosseguindo numa ação de campanha pelas ruas de Portalegre, o líder social-democrata aproveitou o tema para lançar uma farpa ao seu principal adversário nas legislativas de 10 de março. “Talvez seja interessante perguntar se o Partido Socialista acompanha também a posição do primeiro-ministro português e se está confortável ou não por projetar para os eleitores uma aliança política com o PCP e o BE, que não estão alinhados com o Governo e com a nossa participação no seio da NATO“, sugeriu.

 

Também o presidente do Iniciativa Liberal, Rui Rocha, disse estar de acordo com a posição expressa pelo primeiro-ministro, sublinhando que “a visão internacional diplomática que Portugal tem tido é talvez das poucas áreas que unem de forma alargada os partidos políticos do espetro democrático”.

Foi no final de um encontro no Palácio do Eliseu que António Costa negou o cenário de que a NATO ou a UE estejam a ponderar o envio de militares para a Ucrânia numa base bilateral. A reunião, que decorreu na segunda-feira, juntou mais de 20 líderes europeus em Paris.

Não há nenhum cenário em que essa situação se tenha colocado e nem vejo qualquer país da NATO a fazê-lo“, sendo que estas “são decisões que, a serem tomadas, terão de ser tomadas coletivamente“, declarou o ainda chefe do Executivo português, após o encontro, em resposta ao homólogo eslovaco – que, contudo, não revelou quais os países que defendem esta solução.

Depois, o Presidente francês, Emmanuel Macron, abriu mesmo a porta ao envio de tropas para a Ucrânia, embora tenha alertado para o facto de não haver consenso nesta fase, uma vez que os aliados concordaram em intensificar os esforços para entregar mais munições a Kiev. “Nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não ganhe”, ressalvou, porém, Macron.

Declarações que o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, classificou como infelizes, “numa altura em que aquilo que se exige é o que está à vista de toda a gente: acabar com a guerra que nunca devia ter começado”.

Washington já reagiu às declarações de Robert Fico e de Emmanuel Macron, rejeitando o envio de tropas para o terreno. “Os EUA não tencionam enviar tropas para combater na Ucrânia e também não tencionam enviar tropas da NATO para combater na Ucrânia“, adiantou um funcionário da Casa Branca à Reuters.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o seu ministro da Defesa, Boris Pistorius, bem como o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, e o seu homólogo da República Checa, Petr Fiala, também se posicionaram contra o envio de militares dos seus países para a guerra na Ucrânia.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h30)

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Milhares de agricultores protestam em Varsóvia para exigir mudanças no setor

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2024

Os cartazes do protesto atacam os "ingratos" ucranianos e insultam as instituições europeias, assim como avisam para a "fome que a Europa sofrerá" se as exigências não forem satisfeitas.

Milhares de agricultores polacos manifestaram-se esta terça-feira em Varsóvia para protestar junto do gabinete do primeiro-ministro, Donald Tusk, e exigir alterações nas políticas aplicadas ao setor. Uma delegação dos manifestantes, que nas contas da polícia ascendem a 10 mil, enquanto os próprios referem 50 mil, foi já recebida pelo presidente do Parlamento, Szymon Holownia.

Os manifestantes entregaram uma urna com cinzas, que simboliza a “morte do campo polaco”, a Holownia, que pediu aos agricultores que “estejam conscientes de que nem tudo está a correr como deveria” devido à invasão russa na Ucrânia, e garantiu-lhes que “em breve o ministro da Agricultura, Czeslaw Siekierski, irá contactá-los para os informar” sobre as negociações a decorrer com Bruxelas.

Os manifestantes, que na sua maioria deixaram os tratores em casa e a quem se juntaram representante de mineiros e caçadores, estão contra as políticas da União Europeia (UE), assim como contestam as importações de cereais e outros alimentos baratos da Ucrânia. Os agricultores querem ainda que a Polónia abandone o Acordo Verde da UE, porque consideram ser demasiado dispendioso aplicar medidas do plano destinado a combater as alterações climáticas.

Nos cartazes mostrados no protesto podiam ler-se acusações contra os “ingratos” ucranianos e insultos contra as instituições europeias, assim como avisos sobre a “fome que a Europa sofrerá” se as exigências não forem satisfeitas. Encontrando-se em Praga para uma reunião com o seu homólogo checo, Tusk referiu ser justificada a indignação e que os países estão a trabalhar com Bruxelas para encontrar soluções para as exigências dos agricultores.

O chefe de governo acrescentou que a Polónia e a Republica Checa pretendem ajudar a Ucrânia, reconhecendo paralelamente os “efeitos negativos” que a produção ucraniana tem sobre os agricultores locais. Os agricultores polacos também bloquearam parcialmente um ponto de passagem fronteiriço com a Eslováquia, à semelhança do bloqueio segunda-feira junto da fronteira com a Alemanha.

A tensão continua em algumas passagens para a Ucrânia, como Medyka, onde foram atacados camiões de transporte de cereais da Ucrânia, vandalizando a carga. Em vários países, incluindo Portugal, os agricultores têm protestado e garantiram que o setor é um dos temas políticos nas próximas eleições europeias, que decorrem entre 6 e 9 de junho. A Comissão Europeia já avançou com algumas concessões, como o adiamento da redução do uso de pesticidas e lançou um inquérito aos agricultores e pequenos fornecedores de cadeias de abastecimento para avaliar as práticas comerciais desleais.

Os ministros da Agricultura da UE aprovaram, na reunião realizada na segunda-feira, um primeiro pacote de medidas imediatas destinado a aliviar a carga burocrática exigida para os pagamentos diretos e desobrigar do cumprimento de pousio das terras os produtores de leguminosas.

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Carregal do Sal investe 630 mil euros no jardim da casa de Aristides de Sousa Mendes

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2024

O autarca adiantou que os arranjos exteriores que decorrem na Casa do Passal, futuro Museu de Aristides de Sousa Mendes, a ser inaugurado no dia 19 de julho, envolvem um investimento de 630.000 euros.

Carregal do Sal está a reflorestar o jardim da Casa do Passal, à semelhança de como Aristides de Sousa Mendes a deixou, num investimento de 630 mil euros, disse esta terça-feira à agência Lusa o presidente da Câmara.

“Não temos 100% de certezas, mas temos uma série de indicações que indicam para uma série de árvores e espécies que Aristides de Sousa Mendes trazia dos locais onde trabalhou e o objetivo é tentar traduzir à época aquilo que era a área exterior da casa, com as espécies arbóreas que tinha”, afirmou o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Paulo Catalino Ferraz.

Em declarações à agência Lusa, o autarca adiantou que os arranjos exteriores que decorrem na Casa do Passal, futuro Museu de Aristides de Sousa Mendes, a ser inaugurado no dia 19 de julho, envolvem um investimento de 630.000 euros. “São cerca de dois hectares, o equivalente a dois campos de futebol, que contam com centenas de espécies, algumas já lá estão e outras ainda vão ser plantadas. Gostaríamos de ter algumas mais crescidas para a altura da inauguração do museu, mas os viveiros não têm árvores de grande porte”, acrescentou.

Para concretizar o trabalho de “recuperação de todo o espaço arbóreo”, Paulo Catalino Ferraz pediu “apoio ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), até pelo acesso que tem a uma série de viveiros e à mata do Buçaco”. “Por isso é que estamos a trabalhar com o ICNF para tentar encontrar soluções, de modo a ter algumas pequenas, que, ao longo dos anos, hão de crescer, mas para termos também nas próximas semanas algumas que tivessem já alguma dimensão”, justificou.

Isto, no sentido de “tentar arranjar algumas espécies que, supostamente, faziam parte daquela casa, porque do tempo de Aristides [de Sousa Mendes] não ficou árvore nenhuma, acabaram por morrer”. “O espaço estava abandonado. O que existia, infelizmente, estava completamente morto e sabemos que tinha várias espécies que trazia, segundo nos disse a família, das cidades onde trabalhou”, referiu o autarca.

A título de exemplo, Paulo Catalino Ferraz disse que vai ser plantada “uma rosa alcária à semelhança do que existia antes, já que Aristides [de Sousa Mendes] tinha uma que trouxe de Curitiba (Brasil) onde a planta é típica”. O município fez acordos com cidades como Bordéus (França), Curitiba (Brasil) e Antuérpia (Bélgica), onde “é assumido de que, de Carregal do Sal vão algumas espécies e eles trarão também para plantar no jardim” da Casa do Passal, revelou.

“Sabemos que será difícil, mas queremos tornar o jardim o mais real possível ao tempo em que [o cônsul] lá viveu. Estamos a trabalhar com várias cidades para tentar ao máximo concretizar” o objetivo, reforçou o presidente da Câmara de Carregal do Sal, no distrito de Viseu. O jardim será “também uma memória do trabalho e vida” de Aristides de Sousa Mendes e, para que “seja um espaço de fruição pública terá um pequeno bar, um anfiteatro e camarins de apoio”, acrescentou.

“Queremos devolver vida ao espaço e torná-lo vivo, tornar o espaço uma memória viva do que já foi quando Aristides [de Sousa Mendes] ali viveu e por isso também queremos que tenha dinâmica cultural, com concertos, por exemplo, e que seja aproveitado, não só por quem vai ao museu”, justificou Paulo Catalino Ferraz.

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Crédito à habitação na Zona Euro cai pela primeira vez em quase dez anos

O volume de crédito concedido pelos bancos da Zona Euro está a abrandar há vários meses. Essa realidade tem afetado tanto as famílias como as empresas e com grande ênfase as administrações públicas.

A concessão de crédito aos particulares por parte das instituições financeiras na Zona Euro está a abrandar desde junho de 2022, quando registou um aumento homólogo de 4,6% – o valor mais elevado desde novembro de 2008. Em janeiro deste ano a tendência voltou a notar-se.

Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), o volume de crédito ajustado (que tem em conta venda de empréstimos, a titularização e a agregação de numerário nacional) concedido às famílias europeias registou um crescimento homólogo de apenas 0,3%, menos 0,1 pontos percentuais face aos valores registados em dezembro.

Entre os segmentos mais penalizados tem estado a concessão de crédito à habitação, que não só tem registado um abrandamento consecutivo desde agosto de 2021, como em janeiro deste ano contabilizou a primeira contração homóloga (-0,1%) em quase dez anos.

É preciso recuar a dezembro de 2014 para encontrar uma contração homóloga do volume de crédito ajustado concedido pelos bancos da Zona Euro famílias para comprar casa.

O BCE revela ainda que a tendência de abrandamento do crédito não afeta exclusivamente os particulares. Tem-se feito notar com ênfase junto das entidades públicas e nas empresas.

Segundo dados do BCE, a taxa de crescimento anual de crédito concedido às administrações públicas situou-se em terreno negativo pelo 11.º mês consecutivo, alcançando uma variação homóloga de -2,5% em janeiro, a mesma taxa registada em fevereiro.

Do lado das empresas, os dados da instituição liderada por Christine Lagarde revelam que a taxa de crescimento homóloga dos empréstimos ajustados às sociedades não financeiras diminuiu para 0.2% em janeiro, face a 0.5% em dezembro.

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Parlamento europeu dá luz verde a regulamento para tornar a propaganda política mais transparente

As regras "aplicam-se apenas aos anúncios políticos pagos e não afetam o seu conteúdo, nem a condução e o financiamento de campanhas políticas".

O Parlamento Europeu aprovou esta terça-feira um regulamento para que a propaganda política seja mais transparente e segura, visando reforçar a integridade das campanhas eleitorais assim como combater a desinformação e interferências estrangeiras.

A proposta agora aprovada (com 470 votos a favor, 50 contra e 105 abstenções) vai introduzir uma regulamentação comum para a propaganda política patrocinada, tanto para ambientes online como offline no período que antecede as eleições e entre as eleições.

Esta regulamentação tem por base a Lei dos Serviços Digitais e impõe obrigações aos prestadores de serviços de publicidade política, pelo que os anúncios políticos passam a ter de ser rotulados como tal e distinguidos dos outros tipos de conteúdos. Além disso, têm de ser acompanhados de um aviso de transparência que faça referência à identidade e aos dados de contacto do patrocinador, ao período de publicação, aos montantes gastos e às suas fontes.

Segundo disse em conferência de imprensa o eurodeputado Sandro Gozi, este resultado é importante na medida em que transmite transparência e um sinal para as democracias, na proteção europeia contra interferências de poderes estrangeiros e contra a desinformação eleitoral.

Não somos ingénuos, não achamos que isto seja a bala de prata ou uma solução final, mas é importante e dá um sinal importante ao mundo“, disse Gozi, acrescentando que este é também um passo importante para a proteção da liberdade e dos dados pessoais dos cidadãos.

O regulamento exige assim que a publicidade política seja claramente rotulada, permitindo aos cidadãos perceber por que razão foram visados, quem patrocinou o anúncio, quanto pagaram e a que eleições ou referendo a mesma se refere. Além disso, é proibido o patrocínio de anúncios por entidades fora da União Europeia durante os três meses que antecedem as eleições.

A Comissão Europeia vai também estabelecer um repositório ao nível europeu de anúncios políticos online.

Ainda segundo as novas regras – que se aplicam a todas as eleições, sejam municipais, legislativas ou europeias -, deve ser obtido o consentimento separado e explícito para utilizar dados pessoais para anúncios direcionados.

Já a utilização de algumas categorias específicas de dados pessoais (como a etnia, religião ou orientação sexual) é proibida, assim a utilização de dados de menores. As regras “aplicam-se apenas aos anúncios políticos pagos e não afetam o seu conteúdo, nem a condução e o financiamento de campanhas políticas”, refere o Parlamento Europeu.

Segundo refere ainda Gozi, citado em comunicado, “as regras adotadas vão ajudar os cidadãos a discernir quem está por trás de uma mensagem política e a fazer uma escolha informada quando vão às urnas. Com a aproximação das eleições europeias, instamos todas as principais plataformas online a começarem a aplicar as novas regras o mais rapidamente possível e a garantirem que o espaço digital continua a ser um local seguro para o intercâmbio de ideias e opiniões políticas”.

Estas novas regras serão aplicáveis 18 meses após a entrada em vigor. Já “as definições e medidas relativas à prestação não discriminatória de propaganda política transfronteiras (incluindo para os partidos políticos e os grupos políticos europeus) serão aplicáveis já 20 dias após a publicação no Jornal Oficial da UE”, refere-se no comunicado.

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Accenture abre centro tecnológico em Coimbra

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2024

A operação em Coimbra abriu em março de 2023 e tem já mais de 100 postos de trabalho.

A multinacional Accenture abriu um centro avançado de tecnologia em Coimbra, contando já com mais de 100 postos de trabalho criados e perspetivas de crescimento a “um ritmo acelerado” na cidade, disse a presidente da Accenture Portugal, Manuela Vaz, que falava aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração. A consultora internacional tem também centros em Lisboa e Braga.

O centro em Coimbra arrancou em março de 2023, tendo a empresa optado por apostar naquela cidade por ser o local onde teria “todas as condições para criar mais um centro de excelência”, nomeadamente a existência de talento qualificado, aclarou a responsável.

Questionada pela agência Lusa, Manuela Vaz admitiu que está “em cima da mesa” a criação, no futuro, de instalações próprias, referindo que a Accenture optou pela Torre Arnado para começar, mas à medida que o centro cresça, poderão ser encontradas outras soluções.

Durante a cerimónia de inauguração, a responsável dos centros avançados de tecnologia da Accenture em Portugal, Susana Mata, aclarou que 70% dos trabalhadores em Coimbra têm formação na Universidade de Coimbra e 23% vieram dos centros já existentes em Lisboa e Braga.

Todos os trabalhadores do centro têm, no mínimo, licenciatura e 62% têm mestrado, referiu, realçando que, em Coimbra, 51% dos funcionários são do sexo feminino, algo que não é normal no setor das tecnologias.

Susana Mata, que estudou em Coimbra, afirmou que espera que o centro “dê oportunidades a pessoas” como ela, que acabaram o curso na cidade e que gostariam de ter ficado no concelho, mas que não encontraram “oportunidades para ficar”.

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, destacou a capacidade da cidade de atrair “mais uma grande multinacional” para o concelho. “Coimbra tem tudo”, salientou, considerando que faltava uma postura proativa na atração de investimento, “abrir-se ao mundo e mostrar toda a sua capacidade”.

Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, recordou que a Accenture chegou ao seu concelho em 2017, após o município ter iniciado uma política de atração de investimento, passando de 100 colaboradores nesse primeiro ano para cerca de 700, de momento.

Ricardo Rio congratulou-se por ver “Coimbra a trilhar agora o mesmo caminho” feito no passado por Braga, considerando que a cidade tem “imenso potencial”.

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Tribunal obriga casal a pagar 186 mil euros de IRS por fim da renovação de Residente Não Habitual

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2024

O casal pediu o reembolso do imposto liquidado e juros indemnizatórios tendo indicado como valor da causa o montante de 130.004,85 euros. Mas o tribunal arbitral não lhes deu razão.

O tribunal arbitral não deu razão a um casal que contestou a liquidação de 186 mil euros de IRS por não lhe ter sido aplicado o regime do Residente Não habitual que deixou, entretanto, de poder ser renovado.

Na origem desta decisão do Centro de Arbitram Administrativa (CAAD), já divulgada, está o caso de um casal de suecos que mudou a residência para Portugal em 2011, estando ambos os elementos inscritos no regime fiscal do Residente Não Habitual (RNH) por um período de 10 anos (de janeiro de 2011 a dezembro de 2020) e que, em 2021, se viram confrontados com a impossibilidade de ainda beneficiarem daquele regime cujo prazo de 10 anos deixou, entretanto, de poder ser renovado.

Na sequência da impossibilidade de renovação – em 2012 uma alteração à lei veio determinar que o regime é atribuído por um período de 10 anos – a sua declaração de IRS relativa ao rendimento de 2021 já não pôde ser entregue ao abrigo do regime do RNH, o que resultou numa liquidação de imposto a pagar no valor de 186.116,84 euros.

Após verem a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) indeferir a sua reclamação graciosa a contestar a liquidação – com o fisco a fundamentar a resposta no facto de, à luz da lei em vigor, já não haver lugar a renovação do período do RNH -, o casal avançou para o CAAD, invocando que, por efeito do estatuto de RNH adquirido em 2011, constituíram o direito a beneficiar de um período de vigência de 10 anos consecutivos renováveis, que se estendia para além do ano de 2020.

Na exposição ao CAAD, o casal pedia o reembolso do imposto liquidado e juros indemnizatórios tendo indicado como valor da causa o montante de 130.004,85 euros – que corresponde ao valor da liquidação que pretendiam evitar.

Porém, a decisão do CAAD, que data de novembro de 2023, foi no sentido de que a AT “fez correta interpretação da lei e não cometeu qualquer ilegalidade ao efetuar a liquidação impugnada e ao indeferir a reclamação graciosa contra ela deduzida”.

Ao abrigo do RNH os trabalhadores de uma lista de profissões consideradas de elevado valor acrescentado, pagam uma taxa de IRS de 20%. Os reformados, começaram por estar isentos de IRS em Portugal, mas a lei foi alterada tendo passado a estar sujeitos a uma taxa de 10%.

No caso dos suecos, e após ter terminado a convenção para evitar a dupla não tributação entre Portugal e a Suécia, este país voltou a tributar os seus pensionistas, mesmo que estes residam em Portugal.

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Heineken quer ser a marca não desportiva mais inclusiva do futebol, diz diretora de marketing

O troféu da Liga dos Campeões vai estar em Portugal e ser mostrado pela Heineken. A cerveja pretende tornar-se na "marca não desportiva mais inclusiva do mundo do futebol", diz Filipa Magalhães.

Queremos ser conhecidos como a marca não desportiva mais inclusiva do mundo do futebol“. É este o objetivo com a nova campanha da Heineken, que quer brindar aos verdadeiros fanáticos do futebol e que reforça a ligação à Liga dos Campeões, segundo Filipa Magalhães.

Esta ambição – plasmada na nova campanha “Um brinde aos verdadeiros fanáticos” – advém do facto de a inclusão fazer parte do “ADN da marca”, explica ao +M Filipa Magalhães, diretora de marketing da marca de cerveja em Portugal. “A Heineken é uma marca open-minded, muito inclusiva, muito focada, e o seu propósito está muito assente em criar relações entre os consumidores, ultrapassando barreiras e estereótipos que existam através de experiências únicas“.

“Sendo este o propósito da marca, tendo isso no seu ADN e tendo em conta o facto de já estar distribuída em mais de 190 países enquanto uma marca muito inclusiva, [a Heineken] tem muita propriedade para se poder afirmar no mundo do futebol como a marca mais inclusiva não desportiva“, acrescenta Filipa Magalhães.

Filipa Magalhães, diretora de marketing da Heineken em Portugal

Num ano em que a ligação da Heineken, a nível global, à UEFA Champions League completa três décadas, Filipa Magalhães refere que este patrocínio faz todo o sentido até porque a competição europeia está para o futebol como a Heineken está para a cerveja, “porque somos ambos premium”, diz.

E, mesmo a nível local, a parceria tem também todo o sentido tendo em conta que a UEFA Champions League “tem vindo a ganhar muita notoriedade e presença” no país, algo que é “também um pouco em reflexo do bom desempenho das equipas portuguesas”.

Além disso, o futebol é o “desporto de excelência” do país. “Portugal e futebol são quase sinónimos e futebol e cerveja também têm muitas semelhanças, pois significam e têm como identificado o convívio e a socialização, são elos de ligação muito fortes“.

Embora o futebol seja um território “apetecível” e aproveitado por muitas marcas, a diretora de marketing da Heineken em Portugal considera que ainda é possível inovar, o que a marca de cerveja tenta fazer através da oferta de experiências “únicas” aos consumidores, para que estes “tenham uma experiência cada vez mais inovadora, fresca e única no mundo do futebol”, refere.

É por isso mesmo que no âmbito da campanha, numa ação de fake out of home (FOOH), que combina imagens de ambientes reais com computação gráfica, a Heineken vai mostrar o troféu de vencedor da competição esta terça-feira, na Avenida dos Aliados, no Porto, numa experiência visual que também é disponibilizada no Facebook e Instagram da marca. O troféu segue depois para Lisboa para ser “exposto” na quarta-feira na rotunda do Marquês de Pombal, nos mesmos formatos.

O troféu vai também ser mostrado num evento da Heineken esta quarta-feira no Construction Lisbon Club com o objetivo de desconstruir preconceitos que se criam no mundo do futebol, e “tornar real aquilo de que pretendemos ser a marca não desportiva mais inclusiva no mundo do futebol”. A iniciativa conta também com uma talk com vários convidados que vão contar histórias na primeira pessoa sobre inclusão.

Embora a campanha seja global, conta assim com diversas inovações desenvolvidas localmente. Também em out-of-home, a marca apresenta vários mupis digitais que vão mostrar um countdown para o início dos jogos da competição assim como os resultados dos jogos em tempo real. A iniciativa é desenvolvida em parceria com a Dentsu – agência responsável pelo planeamento de meios da Heineken em território nacional -, a Publicis e a LivePoster.

Através destes mupis, colocados em “zonas estratégicas de Lisboa e do Porto”, os “verdadeiros fanáticos que não conseguirem ver o jogo vão conseguir perceber como estão os resultados em live”, explica Filipa Magalhães, acrescentando que a marca também vai contar com mupis que “vão comunicar pontos de venda onde se pode também viver a experiência do futebol e ver um jogo da Uefa Champions League”.

Entre as ativações da marca no âmbito desta campanha encontra-se ainda o recurso a influenciadores para “demonstrarem também como são verdadeiros fanáticos do futebol e o que fazem quando vêm o seu clube jogar, numa ótica da champions“.

A marca vai também oferecer aos consumidores a oportunidade de assistirem aos jogos da fase final da Liga dos Campeões, numa experiência reservada aos verdadeiros fanáticos do futebol, ou seja, aqueles que tiverem a história mais original.

De forma a participar no passatempo, os interessados devem aceder a este link e contar uma história, sua ou de alguém que conheçam, relacionada com um ritual ou superstição que tenham para ver jogos da Liga dos Campeões. Ganham aqueles que tiverem as histórias mais interessantes e contadas com mais paixão.

Os vencedores são premiados com bilhetes para os jogos da fase final, assim como voos e estadia.

Propondo-se a brindar aos “verdadeiros fanáticos” do futebol, a campanha lançada a nível internacional foi desenvolvida globalmente pela Le Pub, conta com um spot inspirado em adeptos reais, onde é mostrado de forma tanto cómica como comovente a devoção que os adeptos demonstram fora das quatro linhas. Como embaixadores globais e visando a inclusão no futebol, a campanha conta com Virgil van Dijk, capitão do Liverpool e da seleção holandesa, e com Jill Scott, antiga internacional pela Inglaterra.

O conceito por trás desta campanha “é sempre o mesmo”, explica Filipa Magalhães. “Nós queremos fazer com que os verdadeiros fãs sejam cada vez mais visíveis. O futebol é um mundo muito masculino dentro e fora das quatro linhas, e aquilo que nós queremos demonstrar é que podemos ir muito mais além do que isso. O verdadeiro fanático de futebol vive pela forma como sente e experiencia o mundo do futebol e é isso que nós queremos enaltecer e dar visibilidade nesta campanha”, diz ao +M.

A responsável da Heinken considera que “ainda há muito por fazer” neste campo da inclusão mas que “já foram dados os primeiros passos”, sublinhando a existência de competições especificamente para o futebol feminino e o apoio de marcas a esta competições, como é o caso da própria Heineken que é também patrocinadora da UEFA Champions League feminina.

Em relação aos investimentos futuros da marca, a estratégia passa por continuar a investir em futebol (incluindo voltar a investir na Liga dos Campeões no arranque da próxima época), até tendo em conta que “o futebol é a segunda plataforma mais importante para a marca Heineken em Portugal“, explica. Questionada não revelou valores de investimento mas adiantou que o investimento em futebol está de certeza “acima dos 20%” do total do investimento.

Filipa Magalhães adianta que o eixo de divulgação mais importante para a marca está relacionada com o produto pois é “aquilo que faz a Heineken diferente das restantes cervejas que existem no mercado e que é fundamental. Dar a conhecer as características da Heineken, o facto de ser uma cerveja puro malte, claramente vai ser a plataforma em que vamos investir mais”, acrescenta

Já a terceira plataforma de comunicação da marca será a música que “também é extremamente importante”, diz a responsável pelo marketing da Heineken, acrescentando que esta “é a plataforma mais relevante para as gerações mais novas pelo que também vamos fazer um grande investimento em música”.

A marca de cerveja vai assim manter os patrocínios que tinha no ano passado ao festivais Nos Alive, o Neopop e o Brunch Eletronic, procurando “ter uma presença cada vez mais diferenciadora e única junto dos festivaleiros”.

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“Infelizmente em Portugal temos esta terrível fobia do mérito”, diz Moreira

Durante o primeiro Fórum Porto de Economia, Moreira destacou a "fobia do mérito" e as assimetrias económicas do país.

Infelizmente em Portugal temos esta terrível fobia do mérito“, mas “deve ser reconhecido, valorizado”, afirmou esta terça-feira Rui Moreira, durante o primeiro Fórum Porto de Economia. “Acho que é um aspeto relevante nas políticas públicas”, que também “deviam contrariar” a existência de um país de assimetrias económicas, considerou o presidente da câmara portuense.

Rui Moreira defendeu ser “importante que na cidade e na região se fale de mérito” e citou como exemplo o caso das “startups do Porto que têm que concorrer no mercado internacional e precisam de reconhecer o mérito dos seus para que eles façam um pouco mais”. Já “numa empresa que vive de fornecer o Estado, o mérito não é assim muito importante, porque no fundo a pouca eficiência acaba por se repercutir e ser paga de qualquer maneira”, apontou à margem do evento, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, que juntou empresários e académicos.

Por isso mesmo, vivemos num país de assimetrias económicas. “Temos quase um país percecionado em três dimensões: um país que vive à volta da capital, uma economia que vive de fornecer serviços ao Estado, uma economia claramente financeira; temos um Norte em que tem cada vez mais uma pujança industrial e que foi capaz de se requalificar; temos depois todo o interior muito desertificado, com enormes capacidades de desenvolvimento, mas que fica à margem do progresso”, sublinhou.

Rui Moreira não tem dúvidas de que esta assimetria “resulta de políticas públicas. Não acontece por acaso ou pelo menos as políticas públicas deviam contrariar esta realidade e pelo meio falta o mérito”.

Durante o discurso de abertura do Fórum Porto de Economia, o autarca independente assegurou que “este executivo, enquanto cá estiver, vai pugnar para que a cidade continue a crescer”. Até porque, sustentou, “uma das grandes apostas da cidade do Porto tem sido atrair e fixar talento, trazer empresas e empreendedorismo, além de trabalhar com a academia e as escolas, no sentido também de ajustar aquilo que é a qualificação dos nossos quadros àquilo que é a realidade percecionada”.

Este executivo, enquanto cá estiver, vai pugnar para que a cidade continue a crescer.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Os números falam por si: desde 2015 a agência InvestPorto já apoiou mais de 475 empresas e investidores com 550 projetos de investimento na cidade, dos quais 59 foram registados em 2023. Os investimentos concretizados com apoio da InvestPorto representam mais de 1,8 mil milhões de euros investidos na cidade e a criação de 22.500 postos de trabalho diretos. Só o investimento direto estrangeiro (IDE) ronda cerca de 65% dos projetos apoiados desde 2015; ano da criação da agência como força motriz para promover e apoiar os investidores na implementação do negócio. Reino Unido, França, EUA, Israel e Alemanha surgem à cabeça dos investidores internacionais de mais de 40 países que fazem negócio na Invicta.

“Há três anos consecutivos que a fDi Intelligence, revista do Financial Times, coloca o Porto no topo das cidades e regiões europeias do futuro”, assinala o edil. O Porto tem, assim, uma mão cheia de trunfos para captar talento e grandes empresas tecnológicas internacionais, como é o caso das “excelentes universidades”, o ecossistema de inovação e o empreendedorismo “dinâmico, competitivo e cosmopolita” que cresceu sustentadamente nos últimos anos.

“A cidade concentra uma em cada cinco startups portuguesas, o que representa uma fatia equivalente a 19% de todo o tecido empreendedor nacional. Além disso, o Porto apresenta um número de startups per capita 20% superior à média europeia”, realçou Rui Moreira, perante uma plateia cheia de empresários, académicos e estudantes.

Ainda assim, o autarca apontou a “burocracia administrativa, o sistema fiscal, os custos de contexto, a instabilidade legislativa, a morosidade na justiça e a lenta execução dos fundos europeus” como entraves ao desenvolvimento económico do país.

Outro dos problemas apontados por Moreira é a falta doutorados nas empresas; atualmente têm uma representatividade na ordem dos 6%. “Com mais doutorados, as empresas têm melhores condições para apostar na inovação e, a partir daí, desenvolver bens e serviços mais competitivos”, defendeu. A somar a tudo isto, destacou, “faltam às empresas interlocutores válidos para dialogarem com os investigadores no âmbito de projetos de I&D”.

A cidade concentra uma em cada cinco startups portuguesas, o que representa uma fatia equivalente a 19% de todo o tecido empreendedor nacional. Além disso, o Porto apresenta um número de startups per capita 20% superior à média europeia.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Mas as “preocupações” não se ficam por aqui, sendo transversais ao tecido empresarial e académico. “Há também dificuldades no que respeita à conjugação de interesses entre universidades e empresas. As rotinas de produção de conhecimento pelas instituições de ensino superior e a própria natureza desse conhecimento nem sempre são consentâneas com as necessidades do tecido produtivo”, apontou. Por isso mesmo, o autarca defendeu o ajustamento da oferta formativa das universidades às necessidades do tecido empresarial. “Isto passa por oferecer aos estudantes currículos mais transdisciplinares e competências tecnológicas diferenciadoras”, explanou.

Neste encontro que juntou empresas, empreendedores, academia e outros agentes, num “momento dedicado ao talento, ao investimento e ao empreendedorismo que protagonizam a dinâmica do tecido económico da cidade”, o autarca destacou ainda que o meio empresarial deve encarar o desafio da inteligência artificial como uma oportunidade e não como ameaça.

Por fim, Rui Moreira enfatizou a necessidade de haver “pessoas mais qualificadas na nossa economia, com competências críticas para o aumento da produtividade e da competitividade das empresas”. E que contribuam com valor acrescentado. Neste aspeto, o Porto está na dianteira. “Tem excelentes universidades e politécnicos, com capacidade para formar capital humano em áreas científicas e tecnológicas de grande potencial”. Aliás, sublinhou, “este potencial humano pode vir a ser incorporado no tecido económico português”.

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Altri vai voltar a aumentar preços da pasta de papel em março

A papeleira portuguesa vai acompanhar o aumento de preços anunciado pela brasileira Suzano. Aumento é de 80 dólares por tonelada para as encomendas para a Europa e América do Norte.

A Altri anunciou um novo aumento de preços da pasta de papel, para março. A decisão surge depois da brasileira Suzano ter anunciado uma subida dos preços de 80 dólares por tonelada nas vendas para a Europa e América do Norte, enquanto para a Ásia o aumento fixou-se em 30 dólares. Subidas que vão ser acompanhadas pela empresa portuguesa.

Com este aumento, o preço de referência para a tonelada de pasta passa para 1.300 dólares na Europa e para os 1.490 dólares na América do Norte. A Suzano, a maior produtora mundial de pasta branqueada de eucalipto (BEKP), tem vindo a aumentar os preços da pasta de papel nos últimos meses, subidas que têm sido acompanhadas pela Altri.

A Altri vai acompanhar este aumento de preços”, diz fonte oficial da Altri.

A Suzano tinha já anunciado, em fevereiro tinha um aumento idêntico, de 80 dólares, para as vendas para a Europa e América do Norte. Contudo, ao contrário do que aconteceu nos últimos dois meses, a papeleira decidiu agravar também os preços das vendas para a Ásia, segundo a Fastmarkets RISI.

A Suzano tem estado a informar os seus clientes destes aumentos, os quais justifica com inventários mais baixos em toda a cadeia de abastecimento, especialmente na Europa; a crise que está a afetar o transporte pelo Mar Vermelho e os problemas no Canal do Panamá; e sinais positivos preliminares para a procura na Ásia após o Ano Novo chinês.

Além da Altri, também a Navigator anunciou ontem o segundo aumento do preço do papel em quatro meses. A empresa vai aumentar em até 5% o preço do papel uncoated woodfree (UWF), usado na impressão e escrita, a partir de 25 de março.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Empréstimos da casa recuam para mínimos de dois anos

Bancos continuam a assistir a uma contração da carteira de crédito à habitação devido ao impacto da subida das taxas de juro. Já os empréstimos para o consumo estão a crescer há 12 meses.

O montante de crédito à habitação caiu em janeiro para 98,7 mil milhões de euros, o valor mais baixo em dois anos, refletindo o impacto da subida das taxas de juro junto das famílias.

Desde dezembro de 2022, quando se iniciou a tendência de descida (apenas interrompida em novembro), o stock de empréstimos da casa já encolheu 1,6 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

O aumento das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) fez refrear a procura da parte das famílias, mas não só. Muitas famílias também decidiram amortizar o crédito da casa num esforço para aliviar a prestação da casa, o que ajuda explicar esta evolução.

Por outro lado, o stock de empréstimos ao consumo cresce há 12 meses consecutivos, tendo atingido 21,2 mil milhões de euros no arranque do ano, o valor mais elevado de sempre, segundo o supervisor.

Já o montante de empréstimos às empresas caiu 672 milhões de euros em janeiro, totalizando 72,6 mil milhões, o valor mais baixo desde novembro de 2020.

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