Em tempos de tensão social, AD destaca medidas para professores, polícias e agricultores

O programa eleitoral da coligação, liderada pelo PSD, promete contar todo o tempo de serviço dos docentes, e vai estudar a atribuição de subsídio de risco a PSP, GNR e bombeiros.

Professores, polícias, bombeiros e agricultores têm um lugar no programa eleitoral da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM. Perante a insatisfação nestas classes profissionais, o líder da AD, Luís Montenegro, anunciou esta sexta-feira, novas medidas e confirmou outras como a promessa de contar todo o tempo de serviço dos docentes (6 dias, 6 meses e 23 dia) para efeitos de progressão na carreira.

Na apresentação do programa com que a AD concorre às legislativas de 10 de março, Montenegro reafirmou o compromisso com a “recuperação integral do tempo de serviço dos professores de forma gradual, num ritmo de 20% ao ano”. Esta medida, “que já tinha sido proposta pelo PSD antes mesmo de se saber que ia haver eleições”, recorda, terá um impacto orçamental, ao longo da legislatura, de 240 milhões de euros.

Para além disso, o líder do PSD propõe criar uma “dedução em sede de IRS com despesas de alojamento dos professores deslocados a mais de 70 quilómetros da sua residência”.

A AD promete ainda atrair novos professores para, até 2028, superar estruturalmente a escassez de professores. O programa compromete-se a “analisar a possibilidade de horas extra dos professores, de forma temporária e facultativa, e desenvolver uma campanha nacional de sensibilização para a importância dos professores, para incentivar mais jovens a escolher esta profissão”.

Depois de ter apresentado as propostas fiscais da AD, Luís Montenegro apresentou esta sexta-feira o restante programa eleitoral da coligação com o CDS e PPM.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

 

Promover o regresso ao ensino dos professores que tenham saído da profissão, através de mecanismos de bonificação de reposicionamento na carreira; rever o salário em início de carreira docente e os restantes índices e escalões, no sentido de simplificar o sistema remuneratório; e adequar a formação inicial de professores, em linha com as necessidades do sistema educativo, são outros objetivos elencados no programa eleitoral da AD.

Relativamente ao descontentamento de PSP, GNR e bombeiros, que reclamam o mesmo subsídio de risco que o Governo socialista de António Costa aprovou para a Polícia Judiciária, Montenegro indicou que vai “negociar com as forças de segurança para repor a justiça”. Ou seja, o líder do PSD vai estudar uma forma de compensar as polícias e também “as forças de proteção civil”, assegurou.

O líder do PSD prometeu ainda “encetar um processo de valorização profissional e remuneratória das forças de segurança”. E dá outra garantia: com ele como primeiro-ministro, o futuro Governo vai “reforçar a autoridade das forças de segurança e defender o agravamento do quadro sancionatório penal nos crimes praticados contra os agentes das forças de segurança”.

Os agricultores, que se têm manifestado contra o corte de apoios da União Europeia e que criticaram o erro assumido pelo Governo quanto à redução desses subsídios, também não foram esquecidos.

“Aos agricultores em protesto, é justo reconhecer que o Governo falhou nos últimos anos”, reconheceu. Por isso, Montenegro defende a “dinamização da agricultura, da pecuária e da floresta, de mãos dadas e não separadas, como aconteceu nos últimos anos”.

Assim, a AD quer “dar relevância política e institucional ao setor da agricultura no seio do Governo e aos seus organismos, com a reintegração das florestas e do desenvolvimento rural no mesmo ministério“, lê-se no programa eleitoral.

Para além disso, a coligação assegura que irá “regularizar as dívidas com os agricultores e regressar a uma política de pagamentos atempados e certos” e garantir “o acesso à terra e promover o território e mundo rural, aumentando as áreas arborizadas com espécies autóctones, que se traduzam numa mudança da ocupação do solo, que promovam a biodiversidade e reduzam a vulnerabilidade da floresta a incêndios”, segundo o mesmo documento.

A AD promete ainda “a aplicação integral e atempada de todos os fundos europeus da agricultura” e “aumentar o valor de produção comercializado por organização de produtores”.

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Sindicato subscreve acordo com Altice

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2024

Falando em acordo "possível" ainda que "não o desejado", o Sindicato das Comunicações de Portugal indicou que o fez por 12 razões, entre as quais os aumentos acordados.

O Sindicato das Comunicações de Portugal (Sicomp) disse que subscreveu o acordo com a Altice, depois da última reunião de negociações, segundo um documento divulgado esta sexta-feira.

O Sicomp comunicou “hoje à Comissão Negociadora das Empresas outorgantes do atual ACT [acordo coletivo de trabalho] que deliberou subscrever o entendimento havido na última e final reunião de negociações, a 12.ª, em 02 de fevereiro de 2024, entre todos os sindicatos e a entidade empregadora”. Falando em acordo “possível” ainda que “não o desejado”, o Sicomp indicou que o fez por 12 razões, entre as quais os aumentos acordados.

Por sua vez, a Frente Sindical, que agrega vários sindicatos da Altice, disse que “o que os sindicatos disseram é que tinham condições mínimas para analisar em cada coletivo sindical” o acordo. “Os sindicatos reservaram-se ao direito de não dar qualquer acordo de princípio na reunião do dia 2 de fevereiro considerando que cada sindicato e respeitando a sua autonomia teria que consultar os seus coletivos”, realçou.

Também o Sindicato dos Trabalhadores do grupo Altice em Portugal (STPT) decidiu aceitar a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para 2024, “ponderando a urgência de minimizar o efeito da possível venda da empresa a qualquer momento”, segundo adiantou na quinta-feira.

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Da corrupção à saúde, as 10 prioridades do programa da AD

Aliança Democrática apresenta programa eleitoral que coloca no centro mudanças fiscais e medidas para os pensionistas e trabalhadores. Há também propostas para saúde, educação, imigração e polícias.

Já foi revelado o programa eleitoral da Aliança Democrática, que é baseado num “cenário que combina ambição com realismo e prudência”, como descreve Luís Montenegro. A coligação liderada pelo PSD já tinha apresentado propostas económicas no caminho para as eleições de 10 de março, mas avança agora com o documento com quase 200 páginas que explica quais são as intenções para a legislatura, caso cheguem ao Governo, que passam, por exemplo, por planos de emergência na saúde, valorização das forças de segurança e a criminalização do enriquecimento ilícito.

Montenegro elencou um conjunto de prioridades, nomeadamente “aumentar os salários e as pensões, reduzir os impostos, reformar o Estado e a economia para aumentar a produtividade”, bem como medidas na saúde, educação e habitação. Além disso, é também colocado o foco em “enfrentar crise demográfica, imigração controlada e apoiar regresso dos emigrantes”, valorizar os milhares de profissionais nas forças de segurança e olhar para áreas como a agricultura, ambiente e cultura, que “têm sido esquecidas” mas são “indispensáveis”.

Já eram conhecidas várias medidas, mas o documento completo contempla muitas mais propostas, ao longo de 184 páginas. Veja os destaques do programa eleitoral da Aliança Democrática:

  • Medidas para pensionistas: Montenegro assegurou que as pensões serão atualizadas segundo a lei e voltou a destacar as medidas para os pensionistas, explicando que o “compromisso é garantir um rendimento mínimo aos pensionistas de 820 euros, no final da legislatura, através da atualização do valor de referência do complemento solidário para idosos, para, numa segunda legislatura, e de forma sustentada, com responsabilidade, aumentar para um valor equivalente ao salário mínimo nacional”. O aumento gradual do valor de referência do CSI vai custar 800 milhões entre 2025 e 2028;
  • Choque fiscal: muito se tem falado sobre as medidas fiscais defendidas pela AD, e Montenegro destacou as principais propostas na área dos impostos que contemplam a redução dos escalões do IRS e a redução do IRC para 15% até ao fim da legislatura, bem como, focado nos jovens, a isenção de IMT na compra da primeira habitação e uma taxa máxima de 15% no IRS até aos 35 anos;
  • Apoiar arrendamento e aquisição de casas: na habitação, Montenegro destaca intenções como “construir e reabilitar mais casas com todos setores, apoiar arrendamento e aquisição, dar condições e oportunidades aos filhos de Portugal”. No programa há medidas para a habitação tanto do lado da compra como do arrendamento, passando também por medidas para os jovens, que incluem a “flexibilização das limitações de ocupação dos solos, densidades urbanísticas (incluindo construção em altura) e exigências e requisitos construtivos”; a “substituição de limitações administrativas de preços por subsidiação pública aos arrendatários em situações de vulnerabilidade efetiva” e ainda uma “garantia pública para viabilizar o financiamento bancário da totalidade do preço de aquisição por jovens”, para que a compra da casa seja financiada a 100%;
  • Recuperação do tempo de serviço e das aprendizagens: na área da educação, a AD avança com propostas para os professores mas também para as aprendizagens, ao defender a recuperação do tempo de serviço dos professores e o acesso gratuito a creches. Montenegro reitera que é necessário a “valorização da carreira dos professores, exigir qualidade na escola pública e garantir recuperação de aprendizagens”. Segundo as contas disponíveis no programa da AD, a reposição do tempo de serviço vai custar 60 milhões de euros por ano a partir de 2025, totalizando 240 milhões;
  • Acesso à saúde contando com privado e social: já eram conhecidas medidas para a área da saúde, sendo que a AD compromete-se a apresentar um Plano de Emergência SNS 2024-2025, nos primeiros 60 dias do novo Governo. Mas há também a promessa de um médico de família para todos, contando com todos os setores (privado e social) e ainda a intenção de “desenvolver um novo modelo de contratualização do SNS, com uma nova entidade dedicada para o efeito, sujeito a uma supervisão profissional de alto nível e transparente”;
  • Imigração controlada: a AD quer, por um lado, combater a imigração ilegal e o tráfico humano, enquanto propõe também medidas para “atrair imigração qualificada, incentivando a imigração de indivíduos qualificados para responder às necessidades demográficas e de mão de obra em Portugal”;
  • Combate à corrupção: entre as medidas de transparência e de combate à corrupção encontra-se a regulamentação do lobbying –que não chegou a avançar nesta legislatura – bem como a criminalização do enriquecimento ilícito ou, em alternativa, a criação legal de mecanismos como a “Ação Cível para Extinção de Domínio”;
  • Valorização das forças de segurança: numa altura de vários protestos por parte da polícia, Montenegro destaca como prioridade a valorização profissional e remuneratória das forças de segurança, comprometendo-se com “reforçar a autoridade das forças de segurança e defender o agravamento do quadro sancionatório penal nos crimes praticados contra os agentes das forças de segurança”;
  • Agricultura, ambiente e cultura: Montenegro destacou estas áreas, que diz serem “esquecidas”, para as quais a coligação decidiu avançar com várias medidas. Na agricultura, sugerem “criar linhas de crédito de longo prazo, com juros bonificados, nomeadamente através do Banco de Fomento, para a aquisição de terrenos agrícolas nos quais se pretenda desenvolver um projeto de investimento agrícola”, enquanto no ambiente defendem “simplificar os licenciamentos ambientais e reforço da necessária transparência e fiscalização, com efetivo e não apenas aparente reforço das obrigações ambientais”. Já para a cultura, querem aumentar em 50% o valor atribuído à cultura no Orçamento de Estado, ao longo dos próximos quatro anos;
  • Reforma na Justiça: além das medidas mais direcionadas à corrupção, há também um foco na justiça, ainda que com detalhes ainda por definir, com o programa a indicar a intenção de “propor a criação de uma Comissão Permanente para a Reforma da Justiça, a funcionar preferencialmente junto da Assembleia da República”, para apresentar um plano de reformas.

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Dinamarca avisa para possíveis ataques da Rússia contra países da NATO

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2024

O ministro da Defesa da Dinamarca considera que a situação é grave, avisando que a possibilidade de ataques a países da Aliança Atlântica por parte da Rússia é real.

O ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, alertou esta sexta-feira para um possível ataque da Rússia contra países membros da NATO e pediu o reforço da defesa aérea destes Estados. Poulsen considera que a situação é grave, avisando que a possibilidade de ataques a países da Aliança Atlântica por parte da Rússia é real.

“Anteriormente, não se presumia que isso pudesse acontecer. Agora tudo mudou completamente”, reconheceu o ministro da Defesa da Dinamarca. Poulsen lembrou que no passado se falava apenas da vontade de Moscovo realizar estes ataques, mas agora já se discute a capacidade que Moscovo terá para ser efetivo e rápido nesse desígnio.

“A Dinamarca deve estar preparada para estes desenvolvimentos”, acrescentou o ministro, aconselhando outros países a ter o mesmo cuidado, nomeadamente reforçando os seus mecanismos de defesa aérea.

As declarações do ministro da Defesa dinamarquês acontecem na semana em que o Presidente russo, Vladimir Putin, deu uma entrevista ao apresentador norte-americano Tucker Carlson, em que explicou que não tem intenções de atingir países ocidentais, dizendo mesmo que apenas invadiria a Polónia se esta atacasse a Rússia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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Reunião com ministra da Agricultura pouco animadora e sem compromissos

Se as verbas não chegarem, rapidamente, aos bolsos dos agricultores, “a luta vai ter de continuar", defende o porta-voz do Movimento Cívico de Agricultores.

A reunião que decorreu esta sexta-feira entre a ministra da Agricultura e um grupo de agricultores representativo das várias regiões do país foi “bastante menos animadora” do que a reunião realizada no dia anterior em Moura, já que foi “tudo muito abstrato” e “sem compromisso” assumido.

No dia anterior, numa reunião online com os agricultores do Baixo Alentejo, a ministra Maria do Céu Antunes terá assumido o compromisso de pagar “muitíssimo breve prazo” os apoios à produção biológica que tinham sofrido um corte de 35% e à produção integrada cujo corte foi de 25%. Esta sexta-feira precisou que “serão pagas assim que os serviços estiverem preparados”, disse Ricardo Estrela, do Movimento Cívico de Agricultores, em declarações aos jornalistas, no final da reunião que decorreu no Ministério da Agricultura.

“A reunião foi bastante menos animadora do que aquilo que transpareceu ontem em Moura”, contou ao ECO um dos participantes do encontro desta sexta-feira que começou com 20 minutos de atraso e durou quase duas horas. “Tudo muito abstrato e datas urgentes, mas sem compromisso”, acrescentou a mesma fonte.

No caso das ajudas do segundo pilar (desenvolvimento rural) da Política Agrícola Comum (PAC) o pagamento deverá ocorrer entre os dias 20 e 24 do corrente mês, segundo Ricardo Estrela, citado pela Lusa.

Relativamente à linha de crédito de 50 milhões de euros, Ricardo Estrela disse que afinal o prazo não vai terminar em 15 de fevereiro, como inicialmente se estimava. O Executivo comprometeu-se a estipular uma data que permita aos agricultores aceder a este apoio. Apesar de reconhecer que o setor precisa de tesouraria, o porta-voz do movimento vincou que recorrer ao crédito não é uma solução para os agricultores.

Questionado sobre a possibilidade de intensificarem os protestos, Ricardo Estrela disse que “caberá aos agricultores decidir”. Mas, se as verbas não chegarem, rapidamente, aos bolsos dos agricultores, “a luta vai ter de continuar”. “Voltar às ruas e reivindicar o que é nosso por direito”, disse o porta-voz, que lamentou o facto de parece existir um “desconhecimento profundo” da ministra da Agricultura face a algumas matérias.

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Primeiro avião P-3C alemão comprado pela Força Aérea já aterrou em Beja

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2024

Os seis aviões vão ser integrados na frota da Esquadra 601-"Lobos", "responsável por assegurar a soberania e a vigilância do Espaço Estratégico de Interesse Nacional.

O primeiro de um total de seis aviões P-3C adquiridos pela Força Aérea portuguesa à Alemanha aterrou esta sexta-feira em Beja e vai contribuir para missões de busca e salvamento e de patrulhamento marítimo, anunciou o ramo.

Em comunicado, a Força Aérea adiantou que “o primeiro de seis aviões P-3C adquiridos pela Força Aérea ao Governo da República Federal da Alemanha” aterrou pelas 14:20 na Base Aérea N.º 11, em Beja.

Os seis aviões vão ser integrados na frota da Esquadra 601-“Lobos” que já opera a versão P-3C CUP+ Orion, “responsável por assegurar a soberania e a vigilância do Espaço Estratégico de Interesse Nacional e a cobertura de toda a área das duas regiões de informação de voo e de busca e salvamento sob jurisdição do Estado Português – uma das maiores do mundo –, contribuindo decisivamente para as missões de busca e salvamento de muito longo alcance, o que garante a salvaguarda da vida humana nos casos de acidente ou de situações de emergência ocorridos no mar”, lê-se na nota.

De acordo com o ramo, o contrato celebrado entre os governos português e alemão inclui todo o inventário da frota P-3C disponibilizado pela República Federal da Alemanha constituído por seis aeronaves, sobressalentes, equipamentos de apoio e bancadas de teste, bem como os simuladores de voo e de procedimentos táticos.

No comunicado é citada uma resolução de Conselho de Ministros, na qual o Governo sustenta que a aquisição de todo o inventário da frota alemã “surge como uma oportunidade de garantir a operação do sistema de armas P-3C CUP+ nos próximos anos sem constrangimentos significativos, assegurando a sustentação com níveis elevados de disponibilidade”, uma vez que, sem esses recursos, “o incremento das atuais taxas de aprontamento de aeronaves, que progressivamente vão tendo crescentes períodos de indisponibilidade por necessitarem de ações de manutenção para as quais não existe material disponível no mercado, ficará comprometido”.

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EDP investe 15,5 milhões em estação de produção de hidrogénio verde no Carregado

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2024

A empresa de energia admitiu que o investimento “sofreu um ajustamento dos prazos inicialmente previstos devido ao atraso de cerca de um ano na decisão de alocação dos fundos do PRR.

A EDP estima investir 15,5 milhões de euros numa estação de produção de hidrogénio verde junto à antiga Central Térmica do Carregado, no concelho de Alenquer, foi esta sexta-feira referido à agência Lusa. Fonte oficial da EDP disse à agência Lusa que a estação de produção de hidrogénio verde, um investimento de 15,5 milhões de euros, vai ter capacidade de eletrólise de cinco megawatts.

95% da produção vai ser injetada na rede de transporte de gás natural e os restantes usados para abastecer um posto de distribuição de hidrogénio para veículos pesados. A empresa de energia admitiu, contudo, que o investimento “sofreu um ajustamento dos prazos inicialmente previstos devido ao atraso de cerca de um ano na decisão de alocação dos fundos Plano de Recuperação e Resiliência”.

Também “o lançamento do leilão de injeção, passo essencial para o financiamento e decisão de execução do projeto, está atrasado”, estando o projeto a ser avaliado. Em 2020, a EDP, o Município de Alenquer, uma marca de veículos pesados e uma empresa de logística estabeleceram uma cooperação destinada a avaliar e testar o uso do hidrogénio como vetor energético no setor de transportes e logística e promover o papel do hidrogénio na descarbonização da economia.

O projeto visa investigar a forma de flexibilizar a produção de energia em centrais de ciclo combinado, permitindo um funcionamento mais eficiente e a redução dos impactos ambientais”, refere o acordo, a que a agência Lusa teve acesso. Segundo o documento, o projeto estuda também a utilização do hidrogénio produzido em diferentes utilizações, como a injeção na rede de gás existente, no setor dos transportes ou na indústria, centrando-se na produção do hidrogénio por eletrólise e no teste e sua utilização no setor dos transportes.

O projeto compreende três fases, a análise da sua viabilidade, a fase experimental e a fase comercial, defendendo os parceiros que para ser viável do ponto de vista comercial carece de financiamento. Para os parceiros, “o desenvolvimento de uma cadeia de valor do hidrogénio é fundamental para que Portugal mantenha e aumente a quota de energias renováveis na procura total de energia a um custo razoável”.

Segundo eles, o hidrogénio “é uma das soluções mais promissoras” para setores difíceis de descarbonizar, como as indústrias a altas temperaturas, a aviação ou o transporte pesado. O acordo estipulava um prazo de dois anos para produzir efeitos. A Câmara Municipal de Alenquer, que cedeu terrenos para o projeto, confirmou à Lusa que o projeto aguarda pela definição do leilão de preço para a injeção na rede de gás natural e do fornecedor de veículos que possua os dados técnicos e possa fornecer os equipamentos a tempo.

Entre o trabalho já efetuado, consta os pedidos de consultas para o fornecimento do eletrolisador e para a empreitada e a realização de um estudo geotécnico para enquadrar o impacto ambiental. Estão a ser definidas questões práticas para vir a operacionalizar a estação de abastecimento de hidrogénio.

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Raize autorizada a gerir crowdfunding colaborativo na Europa

Além de Portugal, a entidade poderá exercer a atividade de gestora de financiamento colaborativo nos restantes países da União Europeia, avançou à CMVM.

A Raize, a primeira gestora de plataforma de crowdfunding em Portugal a obter autorização da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para exercer a atividade de intermediação de financiamento colaborativo por empréstimo, vai poder passar a exercer esta atividade nos restantes países da União Europeia.

A CMVM concedeu à Raize a autorização para exercer a atividade de financiamento colaborativo nos restantes países da União Europeia, com a entidade a ser regulada pelo Regulamento Europeu, adiantou a Raize.

A presente autorização permite à Raizecrowd, subsidiária detida por inteiro pela Raize, desenvolver a atividade de financiamento colaborativo em Portugal e também nos restantes países da União Europeia, aos quais se aplica o presente Regulamento Europeu,
assim como alargar o seu âmbito de atividade que passará a incluir a colocação sem garantia, receção e transmissão de ordens relacionados com valores mobiliários, nos termos previstos no RPSFC”, detalha a empresa em comunicado.

A Raize, através da Raizecrowd, vai poder facilitar a concessão de empréstimos, a colocação sem garantia de valores mobiliários e instrumentos admitidos para efeitos de financiamento colaborativo, a receção e transmissão de ordens relativas a valores mobiliários e instrumentos para efeitos de financiamento colaborativo, bem como a gestão individual de carteiras de empréstimos.

A Raize foi a primeira entidade, em maio de 2018, a ser autorizada a desempenhar o papel de intermediário financeiro em regime colaborativo.

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Fidelidade lança livro sobre os seus últimos 63 de história

  • + M
  • 9 Fevereiro 2024

"O Livro que Eugénio Ramos escreveu é muito simples de descrever: permite-nos pensar o futuro não esquecendo as lições do passado", justifica o chairman da seguradora.

Jorge Magalhães Correia (presidente do conselho de administração da Fidelidade), Eugénio Ramos (autor do livro e ex-membro do conselho de administração da Fidelidade) e Rogério Campos Henriques (CEO da Fidelidade)

Uma História de Fidelidade” é o nome do livro lançado pela Fidelidade, onde são recordados os últimos 63 anos de história do grupo. A autoria é de Eugénio dos Santos Ramos, ex-administrador da Fidelidade, enquanto a Guerra & Paz é a editora.

Organizada em cinco períodos temporais (1960-1974; 1975-1989; 1990-1999; 2000-2009; 2010-2023) o livro percorre diferentes realidades vividas pela seguradora ao longo dos últimos 63 anos, passando pelo enquadramento corporativo do Estado Novo, o processo de nacionalização da atividade seguradora, as fusões de várias marcas, a integração na realidade europeia, a entrada no novo milénio ou ainda a privatização ocorrida em 2014.

“O Livro que Eugénio Ramos escreveu é muito simples de descrever: permite-nos pensar o futuro não esquecendo as lições do passado. Traz a oportunidade de homenagear aqueles que, ao longo das últimas décadas, deram ao grupo o seu melhor e garantiram o seu desenvolvimento”, refere Jorge Magalhães Correia, chairman da Fidelidade, citado em comunicado.

A obra resulta de uma “aprofundada pesquisa de fontes documentais da mais diversa natureza”, contando com a colaboração de diversas entidades ligadas ao setor, como a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e a Associação Portuguesa de Seguradores, e do conjunto de seguradoras que ao longo dos anos foram integrantes do Grupo Fidelidade e “cujo acervo documental é atualmente objeto de tratamento e conservação pela Fidelidade”, detalha-se em nota de imprensa.

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Domingos de Andrade escolhido para liderar empresa que vai comprar JN, O Jogo e TSF

O até setembro diretor da TSF e administrador com o pelouro dos conteúdos será uma figura central na estrutura que vai ser dona do Jornal de Notícias, d'O Jogo e, à partida, da TSF.

Domingos de Andrade é o nome escolhido pelo grupo de empresários que vai comprar o Jornal de Notícias, O Jogo e da TSF para liderar a empresa que vai deter estes títulos, sabe o +M. O cargo ainda não estará completamente fechado, mas o até setembro administrador da Global Media e diretor da TSF será uma figura central na estrutura que vai deter as marcas que serão compradas à Global Media.

Contactado pelo +M, o também ex diretor do Jornal de Notícias não confirma, afirmando apenas que “o processo ainda está em fase embrionária, ainda é cedo”. “Sou jornalista do 5º grupo e redator principal do Jornal de Notícias, é isto”, reforça.

Recorde-se que Domingos de Andrade foi afastado da administração da Global Media e também da direção da TSF em setembro, quando o World Opportuny Fund (WOF) comprou a primeira participação de 38% na Páginas Civilizadas, de Marco Galinha, e indicou os administradores, que entretanto se foram demitindo.

A direção da TSF, recorde-se, foi assumida interinamente por Artur Cassiano em meados de janeiro, após a demissão de Rosália Amorim. As direções do Jornal de Notícias e d’O Jogo, por seu turno, estão demissionárias desde meados de dezembro.

O nome escolhido pelo grupo de empresários representado por Diogo Freitas – que participará na nova sociedade através da OTI Investimentos – tinha sido nomeado responsável editorial de todas as marcas do Global Media Group, e diretor da TSF, em novembro de 2020, quando Marco Galinha assumiu a gestão do grupo.

Domingos de Andrade regressará assim à liderança de todas as títulos que vão ser compradas pela empresa formada por Diogo Freiras, pela Parsoc, pela Iliria e por Jorge Ribeiro. A Parsoc e Iliria, como avançou o +M no último sábado, foram sócias do dono do grupo Bel na Palavras de Prestigio, sociedade com participação na Páginas Civilizadas, que controla o grupo.

Esta terça-feira os empresários finalizaram os termos do memorando de entendimento com os acionistas minoritários do Global Media Group que, em conjunto, detêm 74,45% do grupo dono também do Diário de Notícias, do Açoriano Oriental ou do Dinheiro Vivo, títulos não incluídos na operação.

A TSF, pelo contrário, fará parte dos títulos que saem da esfera da Global Media e passam para a nova empresa. Neste caso, e ao contrário do que acontece com os jornais e revistas, será comprada a empresa, a Rádio Notícias, detida a 100% pela Global Media, e não apenas o título. O valor da compra, no entanto, dependerá ainda da existência ou não de propostas com um montante superior. A serem efetivadas, a estrutura representada por Diogo Freitas terá que aumentar o valor a pagar pela TSF ou, no limite, deixar cair a compra da rádio, sabe o +M.

Tal como o +M já tinha avançado na última semana, o acordo prevê que Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira possam ficam com uma posição de até 30% na nova sociedade. Será também formada uma cooperativa de jornalistas, tal como estava na proposta apresentada no dia 12 de janeiro, a quem será cedida uma participação que pode chegar aos 10%.

Por definir está ainda a saída World Opportuny Fund (WOF) da Páginas Civilizadas. Ao que o +M apurou o fundo terá apresentado uma segunda proposta no final desta semana a Marco Galinha, sendo expectável que a negociação prossiga nos próximos dias. Até ao momento, não foi possível obter uma reação do também dono do grupo Bel que, recorde-se, avançou em janeiro com uma ação de arresto para recuperar a sua participação na Páginas Civilizadas.

Por decidir está também o procedimento aberto pela ERC no dia 8 de janeiro, para a aplicação do artigo 14.ºda Lei da Transparência, o que pode ficar sem efeito caso Marco Galinha consiga recuperar a sua posição na empresa. Para dia 19, recorde-se, está marcada uma assembleia-geral na qual é suposto ser decidido um aumento de capital de cinco milhões de euros.

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Horta Osório, sauditas e franceses avançam para segunda ronda de negociações para comprar Altice Portugal

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2024

Apolo e CVC ficam pelo caminho. Na segunda ronda de licitações pela Altice entram a Saudi Telecom, a Iliad do francês Xavier Niel e a americana Warburg Pincus, em parceria com gestor português.

A Saudi Telecom Company, a Iliad do milionário francês Xavier Niel e a private equity americana Warburg Pincus, associada ao ex-presidente do Credit Suisse, António Horta Osório, foram os interessados na compra da operação portuguesa da Altice que avançaram para a segunda ronda de negociações com a operadora de telecomunicações, avança a agência Bloomberg.

Fora da corrida à compra da Altice Portugal ficaram a Apollo Global Management e a CVC Capital Partners, entre outras empresas de private equity, que nas últimas semanas tinham também entregado propostas iniciais de compra a Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário do grupo francês. No total, terá recebido perto de duas dezenas de propostas até ao final de janeiro.

No entanto, de acordo com as informações recolhidas pela agência financeira, ainda não é certo que venha a haver acordo com um potencial comprador. Até porque os valores que foram colocados em cima da mesa negocial ficaram aquém dos oito a 10 mil milhões que Drahi pretende arrecadar pela venda da dona da Meo.

Foi o caso da proposta do consórcio que inclui Horta Osório e que tem em vista ficar com toda a operação portuguesa e recuperar a marca e o nome da Portugal Telecom, com o “parceiro” Warburg Pincus interessado em ficar com o data center da Covilhã. Este candidato quer também aprofundar a aposta na Altice Labs (antiga PT Inovação) para reforçar as exportações da empresa portuguesa.

Foi em setembro que o dono da Altice deu indicações de que estava disponível para vender alguns negócios do seu império de telecomunicações e media – inclui ativos na França, Israel e nos EUA – para reduzir a montanha de dívida do grupo, que supera os 55 mil milhões de euros. Com o nome da empresa em Portugal envolvido na Operação Picoas, no âmbito da investigação que levou à prisão do antigo sócio Armando Pereira e que implicou outros altos cargos do grupo, acabou por colocar as operações no país na lista de ativos a alienar.

Na apresentação com informações sobre os negócios em Portugal que foi enviada a potenciais investidores – operação batizada internamente de “Project Recital” –, o grupo descreveu um “mercado português de telecomunicações altamente atrativo”, no qual a Meo é líder “indiscutível”, com “fluxos de receita altamente diversificados com fortes alavancas de crescimento”. Salientou ainda as participações da Meo na rede de fibra ótica e outros ativos de infraestruturas.

Com uma quota de mercado de 45% no segmento móvel, 39% na internet e 40% nos serviços de televisão paga, a Altice destaca que a empresa tem mostrado um crescimento consistente da base de novos subscritores. Por outro lado, a Geodesia (empresa de construção de fibra) e a Altice Labs foram apontadas como alavancas adicionais de crescimento com forte potencial de vendas internacionais.

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Câmara de Sintra lança concurso para reabilitar edifícios no centro histórico para habitação

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2024

A autarquia vai abrir um concurso público para a empreitada de reabilitação dos edifícios municipais nas Escadinhas do Hospital e Calçada do Rio do Porto, na vila de Sintra.

A Câmara de Sintra vai lançar um concurso público para recuperar edifícios municipais junto ao centro histórico, destinados para habitação, num investimento estimado de 1,7 milhões de euros (mais IVA), refere uma proposta aprovada esta semana pelo executivo.

A proposta do presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), aprovada por unanimidade em reunião de câmara privada e a que a Lusa teve acesso, visa a abertura de concurso público para a empreitada de reabilitação dos edifícios municipais nas Escadinhas do Hospital e Calçada do Rio do Porto, na vila de Sintra.

A empreitada, com preço base de 1.735.537 euros (mais IVA), incluindo 35.129 euros (mais IVA) para equipamento, decorre no âmbito de candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – Programa de Apoio ao Acesso à habitação, com prazo de execução de 18 meses.

O estudo prévio mereceu parecer favorável condicionado da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e, de acordo com uma informação do Gabinete de Intervenção nas Cidades e Reabilitação Urbana municipal, “a obra foi iniciada, contudo, e por razões alheias ao município, encontra-se inacabada tendo sido executadas demolições interiores e o reforço das fachadas”.

O projeto de execução corrigiu discrepâncias detetadas nas cotas existentes, após demolições interiores e remoção dos materiais degradados, levando à reformulação dos projetos e, com vista ao financiamento pelo PRR, foi elaborado projeto de comportamento térmico, para assegurar o cumprimento dos requisitos de melhoria do desempenho energético. O programa de utilização dos edifícios, destinados a habitação, prevê um total de 11 apartamentos, repartidos nos números 10 a 12 das Escadinhas do Hospital em dois apartamentos de tipologia T1 e quatro T2, e no 8 a 10 do Rio do Porto em quatro T1 e um T2.

O projeto, com área bruta de construção de 1.024 metros quadrados (m2), distribuídos pelos dois edifícios, dos quais 863 m2 acima da cota de soleira, inclui a reconstrução e reforço estrutural, manutenção de fachadas, vãos, cantarias e guardas, coberturas em telhas de barro e recuperação de caixilharias e portadas em madeira.

Os imóveis encontram-se condicionados pela zona especial de proteção da Paisagem Cultural de Sintra, da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), e pela zona geral de proteção do Palácio Nacional de Sintra, classificado como monumento nacional. Nesse sentido, a DGPC em parecer de 2019 atestou que, no Rio do Porto, se presume “ter havido ampliação de mais um piso”, que “as peças metálicas apresentam-se em estado de corrosão elevado” e que as paredes exteriores estão “em estado razoável de conservação”.

O edifício das Escadinhas, que datará do século XIX, “encontra-se inacessível” devido ao colapso de pavimentos e cobertura, a maioria dos vãos está “tamponada por questões de segurança” e os elementos interiores não são aproveitáveis, dadas “as condições de ruína” do imóvel.

A DGPC considerou assim, tendo em conta impactos no subsolo, localização “numa área de grande importância patrimonial e o conhecimento sobre a sua envolvente arqueológica” e servidões administrativas ao património, a necessidade da realização de “sondagens arqueológicas prévias de diagnóstico” até à cota de afetação ou “nível geológico/arqueologicamente estéril”.

Numa informação dos projetistas refere-se que “serão reutilizadas as cantarias existentes e resultado da demolição” e “o pátio será um espaço comum com percursos e zona de jardim, mantendo-se um elevado grau de permeabilidade”.

Além da utilização de “sistemas eficazes de construção melhorada com as preocupações térmicas e acústicas”, o projeto prevê “uma melhoria significativa do desempenho estrutural” e os acabamentos incluem “rebocos lisos e homogéneos com argamassas à base de cal ou silicatos e aplicação de tintas compatíveis”. Segundo fonte da autarquia, dois concursos para a reabilitação dos imóveis ficaram desertos em 2019 e a empreitada iniciada foi interrompida em 2020 por dificuldades da empresa.

Em 2016, o presidente da autarquia retirou de hasta pública o prédio nas Escadinhas do Hospital, que tinha o preço base de 190.000 euros. A decisão foi justificada por o município ter exercido o direito de preferência sobre imóvel devoluto contíguo, na Calçada do Rio do Porto, por 185.000 euros.

“A reabilitação simultânea do conjunto dos dois prédios oferece significativas economias de escala no que diz respeito aos encargos com a sua reabilitação e a sua adaptação a novas utilidades apresenta-se como fundamental para a prossecução do interesse público, na exata medida em que permite ligar um ao outro e dar novo uso aos imóveis”, explicou então o autarca, na proposta aprovada pelo executivo.

Segundo fonte oficial da autarquia, a recuperação dos dois imóveis, situados na malha urbana classificada Património Mundial, ia ser avaliada no sentido de se destinar para uso hoteleiro ou habitacional no âmbito do programa de arrendamento jovem no centro histórico.

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