Nos alcança lucro recorde em 2024. Vai pagar dividendo extra

2024 deu "os melhores resultados de sempre" ao grupo Nos, num ano em que a devolução de taxas pagas à Anacom, após vitórias nos tribunais, foram a cereja no topo do bolo.

A operadora Nos NOS 0,26% obteve em 2024 “os melhores resultados de sempre”, tendo lucrado 273,1 milhões de euros, um crescimento superior a 50%, se contabilizados os efeitos “não recorrentes”. Graças a eles, este ano, além do dividendo ordinário de 35 cêntimos, a empresa irá propor pagar um dividendo extraordinário de 5 cêntimos por ação.

A melhoria do resultado líquido consolidado em 2024 prende-se, principalmente, com as mais-valias da venda de torres de telecomunicações, concluída pela Nos no ano passado, e com um efeito extraordinário referente a taxas de atividade, que lhe foram devolvidas pela Anacom, na sequência de decisões favoráveis e de “inconstitucionalidades” reconhecidas em processos judiciais movidos pela operadora.

Como noticiou o ECO, a Nos reconheceu a 30 de setembro de 2024 “um proveito acumulado de 72 milhões de euros decorrente de decisões favoráveis no Tribunal Constitucional” para devolução de taxas que pagou ao regulador, de acordo com informações divulgadas publicamente pela Sonae. A empresa, através da Sonaecom, é o principal acionista da Nos.

É por causa desse free cash flow não recorrente, gerado em 2024 com a alienação das torres, que a administração da Nos irá propor aos acionistas, na próxima assembleia geral, pagar um dividendo extraordinário de 5 cêntimos por ação, além do dividendo ordinário de 35 cêntimos, que se mantém em linha com o do ano anterior. A Nos considera que esta remuneração acionista lhe permite continuar a ter “uma sólida estrutura de capital”.

Excluindo os “efeitos extraordinários não recorrentes”, o lucro da Nos teria atingido, mesmo assim, 187 milhões de euros, um aumento superior a 21%, de acordo com informação divulgada esta quarta-feira ao mercado.

“Os resultados de 2024, ano em que celebrámos o 10.º aniversário da Nos, foram os melhores de sempre da empresa, com crescimentos sólidos em receitas, EBITDA e resultado líquido antes de efeitos extraordinários”, comenta Miguel Almeida, CEO da Nos, citado num comunicado.

O gestor considerou ainda ter sido “um ano de conquistas”, em que a Nos manteve “a liderança no 5G” e expandiu a cobertura da respetiva rede de fibra ótica residencial (FTTH), que já tem em torno de 5,7 milhões de casas passadas.

Em 2024, a Nos alcançou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 767,6 milhões de euros, mais 7,1% do que em 2023.

Quanto às receitas consolidadas, o grupo obteve 1.696,3 milhões de euros no total do ano, mais 6,2% do que no ano anterior. O grosso deste montante, pouco mais de 1.629 milhões de euros, foi obtido com o negócio das telecomunicações, que progrediu 6,3%.

O segmento empresarial também cresceu, uns 9,6%, “refletindo o aumento do número de serviços e de oferta de IT e de ganhos de quota de mercado”, explica a Nos.

o negócio de cinema e audiovisuais melhorou 2,8%, contribuindo com 102,2 milhões de euros para as receitas da operadora nacional.

Na vertente operacional, a Nos fechou 2024 com mais de 11,35 milhões de unidades geradoras de receita (+3,1%). A empresa tinha acima de 6 milhões de clientes móveis, perto de 1,7 milhões de clientes de televisão e cerca de 1,2 milhões de clientes com pacotes.

Quanto ao investimento, a Nos revela que investiu 372,7 milhões de euros em 2024, uma redução de 5% face a 2023.

“O investimento significativo que fiemos ao longo dos últimos anos e a obsessão por melhorar continuamente a qualidade dos serviços que prestamos a famílias, empresas e instituições continuam a ser reconhecidos pelos nossos clientes, justificando os resultados recorde alcançados”, comenta Miguel Almeida, citado no mesmo comunicado.

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Miguel Almeida, CEO da NosHugo Amaral/ECO

Findo mais um ano, 2025 começou para a Nos com o anúncio, em janeiro, de uma compra significativa. A operadora portuguesa conseguiu convencer o grupo britânico Claranet a vender-lhe a Claranet Portugal por 152 milhões de euros. A tecnológica presta serviços de tecnologia às empresas, incluindo cloud, cibersegurança e inteligência artificial (IA).

Sobre isso, Miguel Almeida aponta que “a implementação em larga escala” da IA e de “soluções digitais avançadas em todas as áreas” do negócio serão “um fator chave” para o “crescimento futuro” da empresa.

“Ao integrar capacidades baseadas em IA em todas as funções, pretendemos maximizar o potencial do negócio, impulsionar a eficiência operacional e posicionar a Nos como uma organização totalmente capacitada para a IA, preparada para responder às exigências de um mundo cada vez mais digital”, escreve o gestor.

Na sessão desta quarta-feira, na bolsa de Lisboa, antes de se conhecerem estes resultados anuais, a ação da Nos valorizou 0,26%, fechando a negociar nos 3,91 euros cada título. Este ano, os títulos da empresa já acumularam ganhos de 17,42%.

(Notícia atualizada às 17h21 com proposta de dividendos)

Cotação das ações da Nos em Lisboa:

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